O Douro da Quinta de Valbom

A quinta e os vinhos chamam-se Quinta de Valbom e a propriedade está localizada em Canelas, no concelho de Peso da Régua. Aí estão os primeiros vinhos, mas a quinta tem ainda muito para dar nos próximos anos.

 

TEXTO António Falcão NOTAS DE PROVA Nuno de Oliveira Garcia FOTOS Cortesia do produtor

A Quinta de Valbom fica na margem norte do Douro, muito perto do paredão da barragem de Bagaúste. En­tre os vizinhos mais conhecidos está a Quinta do Vallado. Estamos, portanto, na sub-região do Baixo Corgo. A pro­priedade é da empresa que já detém a conhecida marca alentejana Herdade dos Grous. Na base das duas está Luís Duarte, enólogo e gestor.

Apesar de ser quase sempre conotado com o Alentejo – afinal esteve no início do Esporão, onde ficou vários anos e depois na Herdade dos Grous –, Luís Duarte não é estranho ao Douro. Foi ali que nasceu e viveu durante parte da adolescência, foi em Vila Real que cursou enologia e foi pelas terras durienses que começou a ter contacto com o mundo da vinha e do vinho. Por isso, quando a família alemã proprietária da Herdade dos Grous o questionou sobre ampliação do património víni­co, Luís Duarte não hesitou e escolheu o Douro. O resto foi pesquisa e, depois de encontrarem o que queriam, fechar o negócio. Re­fira-se que estas duas propriedades – Grous e Valbom – fazem parte do uni­verso de empresas e empreendimen­tos turísticos da família Pohl, cuja face portuguesa mais visível é o enorme e luxuoso resort Vila Vita, no Algarves.

Fazer vinho à moda do Douro
A Quinta de Valbom foi adquirida em 2012 a uma família do Porto e tinha 27 hectares de vinha velha (entre 30 e 100 anos). Apesar do estado semiabando­nado da vinha, Luís Duarte e o seu bra­ço direito Ricardo Silva, também enólogo, conseguiram ainda fazer a vindima nesse ano na adega da quinta. Os vinhos são praticamente biológicos porque não houve tempo para fazer quase nada na vinha e esta pouco ou nada tinha sido tratada anteriormente. Dessa vindima re­sultaram dois vinhos: um ‘colheita’ (38.000 garrafas) e um reserva (3.850 garrafas). A quinta só tem castas tintas e por isso não vão existir, para já, vinhos brancos no porte­fólio, que é distribuído pela PrimeDrinks. Os dois vinhos, já agora, estão à venda em garrafeiras e restauração se­leccionada.

Os dois primeiros vinhos Quinta de Valbom resultam da vinificação em lagares de granito. O estágio ocorreu em barricas de carvalho francês. Os enólogos pretendem manter nestes vinhos um perfil tradicional do Douro, qua­se à antiga, e não existem por isso grandes concessões a ‘modernices’. Luís Duarte não esconde que os objectivos para os vinhos da Quinta de Valbom são muito ambiciosos. Ou, por outras palavras, quer colocar estes vinhos no topo da hierarquia duriense, estar entre os melhores. Uma das iniciativas nesta estratégia é exactamente o não ter pressa em colocar os vinhos no mercado, uma decisão que tem custos elevados, especialmente no início. Mas a verdade é que o estágio prolongado só ajuda estes vi­nhos na altura de irem para o mercado. Tudo está mais integrado, mais harmonizado, dá mais prazer a beber. Quanto à Quinta de Valbom, sofreu já várias obras e transformações e outras se seguirão. Mas isso ficará para outra altura…

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