Romana Vini: Boutique vínica no Tejo e em Lisboa

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Romana Vini é o nome da empresa que produz vinhos a partir de uvas de duas quintas próximas entre si. Quis o destino que ficassem em duas regiões vitivinícolas diferentes: Lisboa e Tejo. Só uma tem adega, mas as duas compartilham o compromisso do proprietário de fazer apenas vinhos de excepção.

TEXTO António Falcão           NOTAS DE PROVA Nuno de Oliveira Garcia            FOTOS Ricardo Gomez

O património da Romana Vini começa na Quinta do Porto Nogueira, que data da primeira metade do século XVIII e esteve sempre na posse da mesma família. Sem herdeiros, por volta de 1980, o último proprietário ofereceu a quinta à Academia das Ciências de Lisboa. Em 2002 é vendida aos actuais proprietários, António Barreira e sua mulher. O nome da empresa vem da ponte romana sobre o rio Arnóia, quase encostada à adega. O conjunto de edifícios é importante e é atravessado pela estrada que sai para sul de Alguber, a escassos 250 metros desta aldeia.
A outra propriedade chama-se Quinta da Escusa e uma parte dela já pertencia aos avós e aos pais dos actuais proprietários, que aí exerceram a agricultura e a viticultura ao longo de décadas. A área é sobretudo agrícola, vinha e muita floresta, mas existe ainda uma pequena adega na aldeia de Quintas.
Quis a sorte que a Quinta do Porto Nogueira ficasse na região de Lisboa (sub-região de Óbidos), no concelho do Cadaval, cerca de 60 Km a norte de Lisboa, em linha recta. É aqui que está a sede da exploração e onde chegam todas as uvas da casa. Incluindo as que vêm da Quinta da Escusa, que fica a 10/15 minutos de carro, mas está na região do Tejo e no concelho de Rio Maior. O produtor tem uma licença para vinificar tudo na mesma adega, um procedimento normal nestes casos.
Quem gere a Romana Vini é António Barreira, consultor de gestão e habituado a tudo o que é empresarial. E é sobretudo alguém que sabe fazer contas. Antes de se lançar nesta aventura, António estudou a sua lição e vai optar, desde o início, por uma estratégia arriscada: criar marcas premium baseadas em vinhos de muito alta qualidade. E é exactamente aqui que esta empresa produtora se destaca face a muitas outras deste país.

António Barreira (proprietário), Manuel Botelho (viticultura), António Ventura (enologia) e Filipe Catarino (residente em viticultura e enologia).

Dois terroirs a caminho do biológico

A vinha da Quinta do Porto Nogueira, com os edifícios da casa em segundo plano. Ao fundo, a povoação de Alguber.

A pergunta seguinte que António Barreira se colocou foi esta: como se fazem vinhos de ‘muito alta’ qualidade? Essa é fácil, bastando saber perguntar a quem sabe. E um dos que mais sabe neste país é sem dúvida António Ventura, um dos enólogos mais experientes deste país e que cada vez mais, na nossa opinião, está à vontade a fazer pequenos volumes, como é este o caso. Na viticultura está Manuel Botelho Moreira, um técnico da região já com bastante experiência e que faz uma perninha no ensino universitário, no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa. No dia-a-dia da vinha e adega pontua Filipe Tomé Catarino, que faz o interface com os dois consultores. António Barreira vai-se informando, chegando à conclusão de que os “grandes vinhos são feitos de pequenos pormenores”.
E tudo começou na vinha, com a escolha dos melhores terroirs para cada uma das castas. Depois, tudo é feito para ter as videiras saudáveis e conseguir as melhores uvas possíveis. As práticas agrícolas para isso apontam: pouca mobilização do solo, não se usam herbicidas nem fertilizantes, apenas estrume natural. Manuel Botelho diz-nos ainda que “estamos também a reduzir os fungicidas e queremos, no futuro, deixar de os usar”. As vinhas estão em modo de produção integrada, mas há a intenção de as passar, em breve, para o modo biológico.
A empresa, já agora, tem tomado medidas para potenciar a biodiversidade e ser o mais sustentável possível. Por exemplo, diz-nos António Barreira, “toda a energia consumida na nossa adega é produzida em Porto Nogueira a partir de energia solar e conseguimos auto-suficiência energética”. As áreas de floresta que rodeiam a vinha, em ambas as quintas, estão certificadas pelas normas FSC – Forest Stewardship Council. A terceira cultura da casa, já agora, é a Pêra Rocha. Esta fruta, a vinha e a floresta são, portanto, os 3 pilares onde assenta a agricultura da casa.
No total estamos a falar de 27 hectares de vinha: 17 em Porto Nogueira, com terrenos argilosos, e 10 na Escusa, que possui solos mais arenosos. O encepamento é variado, mas a viticultura privilegiou as castas tintas na Escusa, onde o clima mais quente permite melhores maturações para os tintos. Quase toda a vinha é recente e, à excepção de uma pequenina parcela de vinha velha, as plantas mais antigas são de 2012. As mais recentes nem sequer estão em produção.

A importância dos pormenores

As instruções que Manuel Botelho recebe vão no sentido de “fazer as melhores uvas possíveis”. podas estão, logo no início, adaptadas ao perfil dos vinhos, e não existem restrições a nível de produção por hectare, gastos de mão-de-obra ou quaisquer outras. O pináculo desta estratégia chega na altura da vindima, onde há escolha de cachos no campo e depois na adega. Mas não acaba aqui: uma mesa de inox permite ainda a escolha de bagos. Não entra assim um bago de uva com defeito na adega. Um único. É por isso que António Ventura nos diz que “aqui tudo é fácil para o enólogo, com esta qualidade da uva”. Neste sentido, Ventura tem ainda o encargo de deixar que os vinhos reflictam o terroir onde nasceram as uvas. António Barreira não hesita neste aspecto: “quero que os nossos vinhos sejam verdadeiros”. Outra exigência do proprietário é que os vinhos consigam suportar o teste do tempo: “Trabalhamos também para vinhos longevos”, afirma, mas que quer ainda, ao longo das futuras vindimas, “consistência e comparabilidade“. Ou seja, fidelizar os seus consumidores mais assíduos, ano após ano.

Vista aérea da vinha da Quinta da Escusa.

A Romana Vini só usa as uvas próprias e nem todo o vinho vai para as marcas da casa: qualquer branco ou tinto que não seja de topo é vendido a terceiros. O resto do processo na adega é o normal e, como se calcula, não faltam equipamentos de qualidade. Incluindo o parque de barricas, das melhores marcas e proveniências.
As produção começou em 2015, com apenas 21 mil garrafas. Têm vindo a aumentar anualmente e para 2020 o objectivo é chegar às 45 mil garrafas. António Barreira espera conseguir atingir a velocidade de cruzeiro em 2022/2023, com 75 mil garrafas. E não quer mais. Nessa altura espera vender 60% no mercado de exportação, que já se iniciou na Alemanha, Bélgica, Canadá, Japão, França e EUA.
Na distribuição nacional, António Barreira trilhou também um caminho pouco usado: prefere trabalhar directamente na Grande Lisboa e na região Oeste, usando distribuidores apenas no resto do país. “se entregássemos toda a produção num distribuidor seríamos apenas mais um; assim conseguimos explicar os nossos vinhos aos compradores”, garante o gestor.

Estratégia arriscada, mas bem calculada

O portefólio da casa está também definido, sendo igual para as duas quintas. De um lado os vinhos de lote, do colheita ao Grande Reserva ou Grande Escolha. Por outro, um conjunto de monovarietais, “produzidos e engarrafados apenas em anos de uvas excepcionais”. Pelo meio, alguma coisa especial, como um espumante, que já existe e tem o nome de Berbereta (nome dado à borboleta em tempos que já lá vão) ou, quem sabe, um colheita tardia.
O leitor já calculou que, com estas exigências, os preços não podem ser baratos. É uma consequência da estratégia seguida e dos custos assumidos. Diga-se em abono da verdade que há muito vinho a ser vendido mais caro e não tem a qualidade e consistência da gama da Romana Vini. Os vinhos são sérios, bem feitos, distintos, e um sinal disto é que os prémios já começaram a chover, um pouco por todo o mundo.

Em força para o enoturismo

Para o futuro mais próximo, a empresa pretende fazer uma aposta muito forte no enoturismo. As instalações estão praticamente prontas e incluem vários quartos para hospedes. Uma visita rápida deixou-nos água na boca, com excelentes instalações e primorosa decoração, a cargo da mulher de António Barreira.
Fica assim completo o ciclo do vinho: vinha, adega, vinhos e agora o enoturismo. Só falta mesmo o mais importante, o estabelecimento da marca como um ponto de referência entre os enófilos com maior poder de compra. Os primeiros passos nesta estratégia já foram dados, com o lançamento de vinhos bem-apresentados e com inegável qualidade. O resto vai levar mais tempo, mas António Barreira já o sabe e não está muito preocupado. Todos os negócios têm os seus timings e este não é diferente: só precisa um pouco mais de tempo…

Instalações em Porto Nogueira, a anunciarem um ambicioso projecto enoturístico.

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Edição n.º32, Dezembro 2019

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