Aveleda tem nova loja online

Dois meses depois de ter criado um serviço temporário de entregas em casa, nas cidades mais próximas da Quinta da Aveleda, a empresa inaugura a sua Loja Online, com entregas em todo o país. Na oferta disponível, encontram-se os vinhos produzidos pela Aveleda em várias regiões, queijos da Queijaria da Aveleda, compotas artesanais, chocolates, e […]

Dois meses depois de ter criado um serviço temporário de entregas em casa, nas cidades mais próximas da Quinta da Aveleda, a empresa inaugura a sua Loja Online, com entregas em todo o país.

Na oferta disponível, encontram-se os vinhos produzidos pela Aveleda em várias regiões, queijos da Queijaria da Aveleda, compotas artesanais, chocolates, e outros produtos que já fazem parte das lojas físicas do produtor.

Também no mesmo site, estarão disponíveis lançamentos de novos vinhos, ofertas especiais, e cabazes desenvolvidos para harmonizações.

Para encomendas superiores a €50, os portes de envio são gratuitos.

Projecto solidário Eu Apoio a Produção Nacional está cada vez maior

A plataforma Eu Apoio a Produção Nacional – que doa 10% das suas vendas aos hospitais públicos Santa Maria (em Lisboa) e São João (no Porto) – conta já com perto de 50 marcas portuguesas. Desde a moda aos vinhos, passando pela decoração, cerveja artesanal, gin, utilitários e produtos regionais, são muitos os produtores que […]

A plataforma Eu Apoio a Produção Nacional – que doa 10% das suas vendas aos hospitais públicos Santa Maria (em Lisboa) e São João (no Porto) – conta já com perto de 50 marcas portuguesas.

Desde a moda aos vinhos, passando pela decoração, cerveja artesanal, gin, utilitários e produtos regionais, são muitos os produtores que se unem neste projecto que pretende, além da componente solidária, contribuir para manter activas as empresas nacionais.

Na vasta lista, figuram nomes como Sogrape, Oliveira da Serra, José Maria da Fonseca, Licor Beirão, Boas Quintas, Quinta do Paral ou A&D Wines.

Lista de produtores:

 

Sogevinus anuncia os seus Vintage 2018

O grupo Sogevinus acaba de anunciar ao mercado dois Vintage “single quinta” e dois Vintage “clássicos”: Kopke Quinta de S. Luiz Vintage 2018, Burmester Quinta do Arnozelo Vintage 2018, Cálem Vintage 2018 e Barros Vintage 2018. Os dois primeiros vêm das quintas que lhes dão nome, localizadas no Douro Superior, que a Sogevinus diz serem […]

O grupo Sogevinus acaba de anunciar ao mercado dois Vintage “single quinta” e dois Vintage “clássicos”: Kopke Quinta de S. Luiz Vintage 2018, Burmester Quinta do Arnozelo Vintage 2018, Cálem Vintage 2018 e Barros Vintage 2018.

Os dois primeiros vêm das quintas que lhes dão nome, localizadas no Douro Superior, que a Sogevinus diz serem “(…) dois Vintage ‘single quinta’ com o perfil e a identidade individual das Casas Kopke e Burmester”. Já sobre os “clássicos”, a empresa afirma que estes “traduzem a riqueza da diversidade de uma região: o Douro”.

Carlos Alves, enólogo dos vinhos do Porto da Sogevinus, declara sobre o ano de 2018: “Foi um ano particularmente desafiante marcado por condições climáticas adversas que resultaram numa menor produção mas que recompensou, contudo, pela sua excelente qualidade. Face à menor quantidade de uva a entrar na adega, conseguimos observar e acompanhar ao detalhe as fermentações dos primeiros mostos, pelo que a excelência da matéria-prima revela-se agora em vinhos excepcionais que retratam na sua essência o perfil de cada uma das Casas”. Sobre estes Vintage 2018, o enólogo diz que se destacam “pela sua frescura, elegância e excelente equilíbrio entre a doçura e a acidez”.

Os quatro vinhos apresentados chegam ao mercado consumidor a partir do segundo semestre deste ano.

Herdade Aldeia de Cima vence Ouro nos European Design Awards

Esta é a primeira vez que uma gama de vinhos portugueses é considerada a melhor da Europa nos European Design Awards, os mais prestigiados prémios europeus desta área. A marca recente lançada por Luísa Amorim, com propriedade na Serra do Mendro, Alentejo, recebeu o prémio Ouro, a mais alta distinção na categoria “packaging de bebidas […]

Esta é a primeira vez que uma gama de vinhos portugueses é considerada a melhor da Europa nos European Design Awards, os mais prestigiados prémios europeus desta área. A marca recente lançada por Luísa Amorim, com propriedade na Serra do Mendro, Alentejo, recebeu o prémio Ouro, a mais alta distinção na categoria “packaging de bebidas alcoólicas”.

Mas este prémio é também dos autores do design, do portuense Studio Eduardo Aires, inspirado pela “aldeia numa região conhecida pelas suas pequenas casas baixas e brancas, sublinhadas por grandes pinceladas de cores vivas da natureza, da folha do sobreiro e do solo de xisto vermelho”, de acordo com o comunicado de imprensa. Este é o mesmo estúdio de design que criou a actual imagem gráfica da cidade do Porto, também ela premiada pela mesma entidade. Eduardo Aires refere: “Foi na paisagem alentejana e no território da Herdade da Aldeia de Cima que encontrámos a inspiração para o desenho e a estratégia de comunicação. Acreditamos que a solução representa e potencia este projecto vitivinícola singular de Luísa Amorim. O prémio que agora recebemos é a confirmação pelos nossos pares internacionais do carácter diferenciador da solução gráfica”.

Enoteca Cartuxa tem nova Cozinha Social temporária

A Fundação Eugénio de Almeida, com sede em Évora, criou uma Cozinha Social na sua Enoteca Cartuxa, com o intuito de assegurar as necessidades básicas de alimentação dos mais vulneráveis desta cidade. Assim, a empresa pretende contribuir de forma assertiva para minimizar os impactos sociais e económicos negativos causados pela pandemia do novo coronavírus. A […]

A Fundação Eugénio de Almeida, com sede em Évora, criou uma Cozinha Social na sua Enoteca Cartuxa, com o intuito de assegurar as necessidades básicas de alimentação dos mais vulneráveis desta cidade. Assim, a empresa pretende contribuir de forma assertiva para minimizar os impactos sociais e económicos negativos causados pela pandemia do novo coronavírus. A nova Cozinha Social está a funcionar desde 27 de Abril, fornecendo, diariamente e gratuitamente, duas refeições – compostas por sopa, prato principal e sobremesa – a pessoas e famílias que se encontram em situação vulnerável. Tem capacidade para prestar 200 refeições por dia, o que equivale a mais de 6 mil por mês.

De carácter temporário, a Cozinha Social será mantida em funcionamento “enquanto for necessário”, diz a Fundação em comunicado de imprensa. Francisco Senra Coelho, presidente do Conselho de Administração da Fundação Eugénio de Almeida, acredita que as refeições que partilham solidariamente “podem ajudar cada pessoa a encontrar força e confiança no futuro”.

Esta iniciativa insere-se noutra já criada pela Fundação Eugénio de Almeida, a #FundaçãoConsigo, que abrange projectos sociais, educativos, culturais e solidários.

Portugal foi o único país europeu que aumentou a produção de vinho em 2019

Já saíram as estatísticas da OIV – Organização Internacional da Vinha e do Vinho – sobre a produção, exportação e consumo de vinho no Mundo, entre outros indicadores, em 2019. A nível de produção, as notícias não são muito animadoras, tendo 2019 registado 260 milhões de hectolitros, um decréscimo substancial (-11.5%) face a 2018, que […]

Já saíram as estatísticas da OIV – Organização Internacional da Vinha e do Vinho – sobre a produção, exportação e consumo de vinho no Mundo, entre outros indicadores, em 2019. A nível de produção, as notícias não são muito animadoras, tendo 2019 registado 260 milhões de hectolitros, um decréscimo substancial (-11.5%) face a 2018, que tinha batido no número histórico de 293 milhões de hectolitros.

Os três países que perfazem juntos praticamente metade da produção mundial (48%), Itália, Franca e Espanha, tiveram todos uma diminuição acentuada na sua produção, em 2019. Ainda na Europa, outros como a Alemanha, Roménia, Áustria, Hungria e Grécia também se viram em situação idêntica. A excepção europeia reside unicamente em Portugal (sim, em Portuga!) que registou um aumento de 10% na produção em 2019, face ao ano anterior.

Quanto à área mundial de vinha, esta mantém-se estável desde 2016, nos 7.4 milhões de hectares.

Já o consumo de vinho aumentou 0.1% em 2019, situando-se nos 244 milhões de hectolitros.

Também a exportação mundial de vinho expandiu, tanto em volume (cerca de 105 milhões de hectolitros, +1.7%), como em valor (31.8 biliões de euros, +0.9%).

Veja o relatório da OIV aqui.

Fundação Eugénio de Almeida e The Fladgate Partnership em parceria de distribuição

A partir de hoje, dia 1 de Maio, as distribuidoras do grupo The Fladgate Partnership – Heritage Wines e Grossão Distribuição Nacional – passam a representar, no mercado nacional, os reconhecidos vinhos da Fundação Eugénio de Almeida, incluindo do projecto Tapada do Chaves. Esta nova parceria de distribuição aplica-se às referências Cartuxa (vinho e azeite), […]

A partir de hoje, dia 1 de Maio, as distribuidoras do grupo The Fladgate Partnership – Heritage Wines e Grossão Distribuição Nacional – passam a representar, no mercado nacional, os reconhecidos vinhos da Fundação Eugénio de Almeida, incluindo do projecto Tapada do Chaves.

Esta nova parceria de distribuição aplica-se às referências Cartuxa (vinho e azeite), Pêra-Manca, Foral de Évora e Scala Coeli – que serão representadas pela Heritage Wines – e às marcas Vinea e EA (vinho e azeite) e Álamos (azeite), que ficarão confiadas à Grossão Distribuição Nacional. Os vinhos Tapada do Chaves Branco, Tapada do Chaves Tinto Reserva e Tapada do Chaves Vinhas Velhas, Branco e Tinto, serão representados pela Heritage Wines.

Adrian Bridge, CEO da The Fladgate Partnership, explica que “a Fundação Eugénio de Almeida, pela sua dimensão histórica, cultural e social, é um parceiro que muito nos honra. Não tivemos dúvidas no momento de fechar o negócio, pois sentimos desde o primeiro contacto um forte alinhamento com a visão que têm para o mercado do vinho”.

Quintas de Melgaço cria stand virtual na Festa do Alvarinho

Faz agora 25 anos um dos pontos altos do calendário enogastronómico do concelho de Melgaço. A Festa do Alvarinho e do Fumeiro atrai, todos os anos, milhares de visitantes, nacionais e internacionais, para aquela que é a maior montra de produtos de toda a região. Para esta edição – que arranca já amanhã, dia 1 […]

Faz agora 25 anos um dos pontos altos do calendário enogastronómico do concelho de Melgaço. A Festa do Alvarinho e do Fumeiro atrai, todos os anos, milhares de visitantes, nacionais e internacionais, para aquela que é a maior montra de produtos de toda a região. Para esta edição – que arranca já amanhã, dia 1 de Maio – a expectativa deu lugar à reinvenção: Todo o evento foi repensando e redesenhado para que a festa pudesse manter-se, mas em segurança. As habituais apresentações de vinho vão dar lugar a provas comentadas online, os concertos vão ser transmitidos em streaming e as degustações, a experiência mais procurada, vai ser feita no conforto de casa.

Para proporcionar aos participantes uma experiência mais próxima da habitual, a Quintas de Melgaço desenhou um stand virtual e interactivo, com acesso livre e gratuito a todos os visitantes. A recriação do cenário real do evento inclui a exposição de algumas das principais referências do produtor, descritivo de cada produto, vídeos protagonizados pela equipa de enologia e ainda uma área de encomendas, com acesso a campanhas promocionais.

Saiba mais na página de Facebook do evento.

Opinião – Para que o vinho proteja 10 milhões de portugueses

Tal como acontece com outros setores, também a fileira do vinho atravessa momentos de grande dificuldade. A comercialização está quase estagnada, as fontes de receita escasseiam, mas a vinha não pára e exige atenção e despesas. Entretanto, faltam 121 dias para 30 de Agosto, a data média de vindima. O que é possível fazer por […]

Tal como acontece com outros setores, também a fileira do vinho atravessa momentos de grande dificuldade. A comercialização está quase estagnada, as fontes de receita escasseiam, mas a vinha não pára e exige atenção e despesas. Entretanto, faltam 121 dias para 30 de Agosto, a data média de vindima. O que é possível fazer por este setor do qual dependem dezenas de milhar de pessoas? E o que é que o vinho pode fazer pelo País?

TEXTO João Vila Maior
FOTOS Arquivo

João Vila Maior é enólogo e viticólogo.

Nos últimos dois meses várias empresas vitivinícolas produziram e ofereceram alguns milhares de litros de álcool gel a Hospitais, Centros de Saúde, Bombeiros e Lares. Muitas empresas da indústria têxtil produziram máscaras e ofereceram-nas ao mesmo tipo de instituições. E tantas e diferentes indústrias desdobraram-se em iniciativas de Solidariedade sem nada pedirem em troca. Por muitos defeitos que tenhamos, Nós, os Portugueses, Portugal, somos um Nobre Povo. Somos Enormes.

Vivemos momentos difíceis e de incerteza, que nunca pensávamos poder viver. Ao que tudo indica, iremos, em breve e, pouco a pouco, ter um cheirinho “da normalidade” que conhecíamos antes de março. Março, mostrou-nos o que é um “mês horribilis” e o que poderá vir a ser um ano ou vários anos “horribilis”. Isto porque, se a tragédia humanitária foi limitada, para já, a abrupta queda da atividade económica faz adivinhar um cenário não menos trágico. Se as piores, mas talvez realistas perspetivas, de ocorrência de surtos de infeção periódicos virem a confirmar-se, teremos um cocktail assustador que nos fará cair numa depressão económica e humanitária sem paralelo. Temos de nos precaver, aprender com este primeiro episódio e repensar o futuro.

Centrando-nos na fileira vitivinícola o cenário não é menos animador. O vinho não é um bem de primeira necessidade. Se é verdade que se bebe em família, potencialmente em confinamento, o vinho é, essencialmente, um bem para usufruir com companhia. Acresce o facto de, mesmo ainda para quem não esteja a sentir na carteira o que aí vem, em função do medo que se faz sentir, instintivamente e mesmo que de uma forma não consciente, consome-se menos de uns artigos e mais de outros. Como é sabido, o papel higiénico é recordista do lado do “mais”. Seguem-se os artigos de desinfeção, as conservas, tintas para o cabelo e não muitos mais. Mas, no lado oposto, estão os protetores solares, as flores, tanta e tanta coisa mais e, claro está, vinho. O Vinho!

Já li várias previsões. Quebras de 20, de 35%. Que valem o que valem, até porque não sabemos como vai evoluir a pandemia. Mas, garantidamente, que a quebra será da ordem das duas casas decimais, e que nunca será inferior a 20%. Se atingirá os 35% ou se será superior, não sabemos. Mas o cenário é muito pessimista.

Os produtores desdobram-se em tentativas de mitigação, especialmente, no ciberespaço, em webinares, em provas online, com o objetivo de conseguir vender algum vinho. Uma míngua que seja para tentar compensar a queda abrupta resultante do encerramento dos restaurantes e do comportamento mais defensivo, mesmo que inconsciente, do mercado.

A vinha não tem teletrabalho

Entretanto, estamos a 30 de abril. E amanhã será dia 1 de maio. O dia do Trabalhador. De todos os trabalhadores. Dos que trabalham no setor da vinha e do vinho. E, na vinha o layoff não é fácil de praticar. As vinhas vão crescendo a olhos vistos, necessitando de mão de obra, de serem erguidas, de serem despampadas e, qualquer dia, vindimadas. O míldio, o oídio e os ácaros não se confinam. Estão aí para fazer das suas. Ou seja, a torneira das despesas não se fecha. Não é possível fechar. A vinha não dá tréguas ao viticultor. Não reconhece a figura do teletrabalho. E faltam 121 dias para o dia 30 de agosto, uma hipotética data, média, para a vindima. E amanhã faltarão somente 120 dias. O relógio não para. Nem a ampulheta, seja movida a grãos de areia da península de setúbal, ou a partículas mais grosseiras dos solos graníticos dos alvarinhos. Nem mesmo uma laje de xisto do Douro seria capaz de parar uma ampulheta. Se tal fosse possível, estou certo, que o Douro o faria a bem de toda a nação do vinho.

E se, entretanto, o vinho não se escoar, não for bebido a nosso bel-prazer, temos a cuba entornada. O setor viverá uma forte crise. Muito forte.

E faltam 121 dias. Temos 33% de um ano para reagir. O que poderemos fazer por este setor?

O setor do vinho, direta e indiretamente, emprega algumas dezenas de milhar de pessoas. Quando falamos deste setor não nos podemos esquecer da sua íntima ligação com uma variedade de setores como o da cortiça, da proteção das plantas, dos produtos enológicos, das garrafas, entre outros. Estamos a falar de muita gente. De muitas empresas, também elas, vítimas indiretas, deste problema que se adensa. O setor do vinho, para além da importância como empregador, gera um notável volume de negócios, cria um valor acrescentado na nossa economia e contribui de forma significativa nas nossas exportações e na promoção da imagem de Portugal.

Neste momento os telejornais oscilam entre notícias que fazem o ponto da situação da pandemia, o precipício da economia e os pedidos desesperados dos agentes económicos por uma boia de salvação. E, de momento, as ajudas que vão surgindo não auguram nada de suficiente. Viramo-nos para a Europa. Como sempre. É verdade que fazemos parte dela, que temos os nossos direitos e que ela tem deveres para connosco. Mas, se pusermos a mão na consciência, também teremos de reconhecer que, nem sempre, sabemos fazer o melhor com o que de lá vem.

O diagnóstico da situação está feito. É grave. Está doente. Precisa de Cuidados. E se o tempo passar e nada for feito, terão de ser Cuidados Intensivos. E muitas empresas serão desligadas da máquina. Algumas empresas mais velhas, mas também empresas jovens.  Impõe-se pensar no que fazer, como reagir, como tentar mitigar as dificuldades. Na última crise, enorme também, o setor soube reagir, nomeadamente, conseguindo aumentar as exportações. Na crise atual não me parece que o setor consiga ir por aí ou, pelo menos, não será suficiente pois, na realidade, a crise está por toda a parte. É global.

Afinal, o que poderemos fazer?

A resposta, certamente, não será uma. Terão de ser várias e complementares, mas todas a apontar no mesmo sentido. Passará por estratégias traçadas por todas e por cada uma das empresas, das organizações de produtores e das Distribuidoras.

Destilar para produzir álcool

Da parte que a cada um toca, sem dúvida que solidariedade individual, daqueles que estiverem numa situação de alguma estabilidade e que tenham a possibilidade de manter o consumo, de continuar a usufruir do prazer que um copo de vinho lhe pode dar, ao manterem o consumo já estão a ser solidários. O prazer que tínhamos quando usufruíamos de um vinho até há dois meses, agora, ávidos que estamos de coisas boas, acredito que ainda possa ser maior. E tenha em conta que, com esse gesto, para além de tudo, está ainda a ser Solidário!

Por parte do Estado Português, todas as medidas lançadas para o tecido empresarial, em geral, terão de ser mais significativas e céleres. Mas sabemos que, histórica e cronicamente, as medidas ficam sempre aquém das necessidades.

Como já referi, estou certo de que a solução não será única e terá de passar por um conjunto vasto de soluções. Neste sentido faço, humildemente, duas propostas. A primeira, já abordada, de caráter individual, que poderei de chamar de “altruísmo ou filantropia” enófilo, que não é mais que consumir, manter o padrão de consumo ou mesmo aumentá-lo, de forma moderada claro está. Se é verdade que o vinho tem muito de bebida social, confesso que, às vezes gosto de estar a sós com o vinho e bebê-lo na companhia do silêncio, duma paisagem. Este exercício de prazer, acredito, poderá ajudar a aquietar a alma nestes tempos de incerteza.

A segunda proposta que faço está em linha com uma necessidade destes tempos de pandemia. Como, infelizmente, o Covid-19 parece estar para durar e o álcool gel, a lixivia, as máscaras e outros produtos de desinfeção e proteção vão continuar a assumir-se como bens de primeira necessidade e de consumo massivo. Várias empresas vitivinícolas, a título voluntário, já contribuíram para repor os níveis de álcool que, subitamente, deixou de existir no mercado. A minha proposta vai no sentido de serem criados mecanismos, com caráter de urgência, no sentido que o álcool para produção de álcool gel venha ser, no futuro próximo, maioritária e prioritariamente, de origem vínica.

Existe uma medida no setor, designada por “Prestação Vínica” que consiste na obrigatoriedade de proceder à eliminação controlada dos subprodutos da vinificação, nomeadamente bagaços de uva, borras de vinho e, muitas vezes, vinhos de menor qualidade. Esta prestação é de percentagem variada, de acordo com o ano, mas sempre inferior aos 10%. Na prática, esta figura obriga a eliminar uma pequena parte da produção, conduzindo-a para destilação ou para a indústria do vinagre. Desta forma, consegue-se elevar a qualidade média do vinho produzido e, poder-se-á conseguir regular o mercado. Neste sentido, o que proponho, com base na figura da “Prestação Vínica”, se o enquadramento legal (e Comunitário) o permitir, ou na figura duma medida extraordinária, “Prestação Corona” à maneira das “Corona Bonds”. Na prática, consistiria no Estado Português se propor a comprar e pagar, com celeridade, um volume de vinho para destilação, numa quantidade calculada com base na quebra de vendas para que aponta o mercado (20-30%), pagando um preço justo pelo vinho. Justo!

Desta forma, o Estado supriria as necessidades de álcool, com base num produto nacional, daria um balão de oxigénio ao setor do vinho, evitaria alguns milhares de desempregados, o pagamento de subsídios de desemprego, de prestações de layoff, e manteria vivo um setor que acrescenta muito à identidade e economia do país.

A incrível realidade que vive o setor do petróleo, com o crude a assumir valores negativos, ou seja, a pagar para que se esvaziem os depósitos, fez-me recordar uma história ou mito que há uns anos se ouvia. Que, num certo ano, um conhecido negociante de vinho a granel, enviou a seu mando um falso comprador de vinho a algumas Adegas Cooperativas, em meados de janeiro. Este, abordava a Adega como comprador e acabava por assumir o compromisso de comprar a totalidade da produção armazenada nas cubas. Para o efeito dava um chorudo sinal, em dinheiro. Boa notícia, julgavam eles. Com o passar dos meses, a ausência do comprador fantasma, as cubas cheias, e uma vindima quase à porta, o chorudo sinal tornava-se numa mão quase cheia de nada. Era então a altura para o dito e conhecido negociador de vinho a granel, aparecer e varrer milhões e milhões de litros a um preço miserável e, pasme-se, assumir-se como o salvador da pátria.

Pois o que me preocupa é que faltam 121 dias e, se nada se fizer, muitos petroleiros poderão ir ao fundo.

Provas comentadas Symington agora também ao fim-de-semana

A Symington Family Estates já proporcionava esta experiência de segunda a sexta-feira, mas agora a empresa decidiu alargar o horário e apresentar os seus vinhos do Porto e Douro virtualmente também ao fim-de-semana. São provas personalizadas e exclusivas, comentadas em directo por um guia que se encontra num dos três centros de enoturismo da empresa. […]

A Symington Family Estates já proporcionava esta experiência de segunda a sexta-feira, mas agora a empresa decidiu alargar o horário e apresentar os seus vinhos do Porto e Douro virtualmente também ao fim-de-semana.

São provas personalizadas e exclusivas, comentadas em directo por um guia que se encontra num dos três centros de enoturismo da empresa. São quatro as provas disponíveis que, mediante inscrição, pagamento e agendamento, incluem um kit recebido em casa com os vinhos e material informativo (tapete de prova, fichas dos vinhos e uma pen que dá a conhecer a Symington).

Para esta experiência virtual, a empresa familiar propõe duas provas da Graham’s – com destaque para a oportunidade de experimentar um vinho exclusivo do lodge da marca, o Graham’s Single Harvest Tawny 1990 –, uma da Cockburn’s e ainda uma da Quinta do Bomfim, orientada para vinhos Douro.

As provas estão agora disponíveis de segunda a domingo, entre as 9h30 e as 17h30, e os valores variam entre os 90 euros e os 250 euros. Mais informações ou agendamento no site da empresa  e das marcas Graham’s ou Cockburn’s. Poderá ainda enviar e-mail para os contactos grahams@grahamsportlodge.com, cockburnslodge@cockburns.com ou quintadobomfim@symington.com.