Quinta do Noval declarou Porto Vintage 2021

Quinta do Noval Vintage

Num comunicado de Christian Seely, director-geral da Quinta do Noval, a empresa anunciou o lançamento de três vinhos do Porto Vintage 2021: Quinta do Noval Nacional Vintage, Quinta do Noval Vintage e Quinta do Passadouro Vintage. “Estou muito feliz por poder anunciar a declaração de três vinhos do Porto Vintage excepcionais, do ano de 2021 […]

Num comunicado de Christian Seely, director-geral da Quinta do Noval, a empresa anunciou o lançamento de três vinhos do Porto Vintage 2021: Quinta do Noval Nacional Vintage, Quinta do Noval Vintage e Quinta do Passadouro Vintage.

“Estou muito feliz por poder anunciar a declaração de três vinhos do Porto Vintage excepcionais, do ano de 2021 […]. As condições meteorológicas em 2021 contrastaram vivamente com as do ano anterior. Um Inverno húmido e a precipitação regular no mês de Abril repuseram totalmente os níveis de água tão necessários no solo. A floração precoce em Maio foi seguida de um mês de Junho muito quente, com alguns períodos de trovoadas e granizo, que felizmente não afectaram as nossas vinhas.

Julho e Agosto foram meses amenos e soalheiros, sem o calor extremo ou o stress hídrico a que assistimos em alguns dos últimos anos. Isto permitiu um amadurecimento lento e homogéneo das uvas, em excelentes condições. Começámos a vindima das uvas tintas a 26 de Agosto. Devido a alguma chuva no início de Setembro, suspendemos a vindima durante três dias, após os quais retomamos com tempo ensolarado e temperaturas amenas, que permitiram um desenvolvimento fenólico positivo constante até ao final da vindima, a 8 de Outubro. Não se registaram picos nas leituras de açúcar, o que nos permitiu aguardar pela maturação ideal em cada parcela.

Os resultados foram excelentes para várias parcelas de Touriga Nacional, Touriga Francesa e Sousão. O Nacional e várias outras parcelas de vinha velha estavam excepcionais.

Os vinhos exibem uma acentuada individualidade estilística, reflectindo as condições particulares do ano, muito elegantes e equilibrados, com uma grande subtileza e aromas florais e de frutas silvestres muito puros. Fortemente aromático, com taninos finos, densos e firmes, a pureza da fruta, a elegância e o equilíbrio estão entre as características mais impressionantes deste belíssimo ano Vintage.”

Peter Eckert: o autodidata da Quinta da Marias

Peter Eckert

Peter Eckert veio pela primeira vez a Portugal de férias, logo a seguir ao 25 de Abril, quando a Revolução dos Cravos ainda se fazia sentir nos rostos dos portugueses. Gostou tanto que quis voltar, o que fez em trabalho, quando veio gerir a Companhia de Seguros Metrópole, hoje Zurique, no nosso país. Oito anos […]

Peter Eckert veio pela primeira vez a Portugal de férias, logo a seguir ao 25 de Abril, quando a Revolução dos Cravos ainda se fazia sentir nos rostos dos portugueses. Gostou tanto que quis voltar, o que fez em trabalho, quando veio gerir a Companhia de Seguros Metrópole, hoje Zurique, no nosso país. Oito anos de trabalho intenso, que o levaram aos quatro cantos do país, reforçaram as suas ligações ao território e às suas pessoas. De tal forma que decidiu investir num terreno na região do Dão, onde pretendia passar a reforma com sua mulher Elisabeth. Pelo menos parcialmente, já que hoje, 15 anos depois de se ter jubilado da sua companhia, reparte o seu tempo entre a Suíça e a casa beirã onde possui 12 hectares de vinha. Ela estava lá, abandonada, quando comprou a primeira parcela de terra. Talvez por isso tenha decidido substituí-la por uma vinha nova, naquela altura com dois hectares, e começar a produzir vinho. Com muito experimentalismo à mistura, alguns erros pelo meio e muito estudo em livros da especialidade, o proprietário da Quinta das Marias foi produzindo vinhos com qualidade crescente, até se tornar uma referência incontornável entre os vinhos do Dão. O seu Touriga Nacional é, talvez, o melhor exemplo disso. Mais recentemente, a entrada do enólogo Luís Lopes, o actual responsável pela produção de todos os vinhos desta casa, veio acrescentar um toque ainda mais experimentalista, naquilo que tem sido a essência e, talvez, a principal razão do sucesso desta empresa familiar.

Peter Eckert
Peter Eckert com a companheira Elisabeth.

Tudo começou na Índia

Peter Eckert nasceu em Fevereiro de 1945 em Berna, na Suíça, “no mesmo sítio e ano do nascimento de D. Duarte, o duque de Bragança”, como gosta de salientar. Trabalhou durante muitos anos na companhia de seguros Zurique, para onde veio como gestor em 1980, quando ainda se chamava Metrópole em Portugal. Mas conta que a primeira vez que ouviu falar do nosso país foi há muito mais anos.
Aconteceu em 1967, quando fez uma viagem entre a Suíça e a Índia num Citroen 2CV, atravessando a Turquia, Irão e Afeganistão antes de entrar na Índia pelo Nepal. Depois percorreu o país até ao sul, onde se cruzou com um padre, de que não se lembra o nome, que o incentivou a rumar a Goa, “por ser um lugar fantástico”. E foi o que fez.
Depois de ter entrado na cidade pelo sul, esteve por lá durante duas semanas a conhecer as suas pessoas e recantos antes de reiniciar a viagem. Durante esse tempo foi, entre outras coisas, convidado por locais para frequentar o Clube Vasco da Gama, onde lhe contaram como era a vida no tempo em que Goa ainda era portuguesa e ouviu pela primeira vez cantar fado. “Naquela altura, as pessoas de lá ainda viviam como se o território pertencesse a Portugal, apesar de isso não acontecer, e algumas diziam-me que o seu único sonho era visitar Lisboa”, conta. Diz, também, que foi durante esse período que se interrogou, pela primeira vez, como é que um país tão pequeno como Portugal, com uma população mais ou menos semelhante à da Suíça, deixara marcas tão profundas em Goa, que as pessoas até falavam de forma completamente diferente do resto dos indianos. Foi algo que o deixou curioso, e com vontade de conhecer Portugal, que visitaria apenas em 1974 pela primeira vez. Dessa altura, quando tinha acabado de acontecer a Revolução dos Cravos, Peter Eckert lembra-se “da alegria das pessoas por se sentirem livres”, e nunca esqueceu a canção Grândola Vila Morena, de Zeca Afonso, talvez por a ter escutado tantas vezes.

O início da história no Dão

Em 1980 veio para Portugal gerir a seguradora Metrópole e diz que aproveitou bem a estada de oito anos no país. “Fiz mais de 60 mil quilómetros nas estradas portuguesas para visitar os agentes da empresa”, revela, explicando que “é importante fazê-lo, porque são eles que vendem e distribuem os seguros”. Acrescenta que gostou muito, e ainda gosta, de viver em Portugal, onde construiu amizades que ainda perduram. De tal forma que pediu ao delegado da Metrópole em Viseu, quando foi transferido para a Austrália, para lhe procurar um terreno na região para passar a sua reforma.
Alguns anos depois, quando voltou à Suíça para ocupar um lugar na Direção Geral do Grupo Zurique, perguntou-lhe se tinha encontrado alguma propriedade. E ele respondeu-lhe que tinha uma pequena quinta para ele, cujo terreno e a casa estavam abandonados. A aquisição deu início à história da produção de vinhos de Peter Eckert no Dão, naquela que se tornou a Quinta das Marias, por ser o nome comum da mulher Elisabeth e das suas filhas Ester, Isabel e Julia.
A propriedade estava abandonada e era preciso remover a vegetação que a cobria e lavrar a terra. Por isso, a primeira coisa que fez foi comprar um tractor. Mas precisava que alguém o conduzisse. Após algum tempo, encontrou quem o fizesse na junta de freguesia local, António Lopes. E foi ele que realizou os trabalhos de surriba para a plantação da vinha da Quinta das Marias, que deu origem às primeiras uvas dois anos depois. “Foi nessa altura que construi a primeira adega, aquela onde fica hoje o enoturismo, que tinha uma cave onde ficavam os lagares e as cubas de inox”, conta Peter Eckert, que vivia na altura na Suíça, onde trabalhou até 2007, ano em que se reformou. Hoje todos os trabalhos de vinificação, estágio e engarrafamento são feitos numa outra, a pequena distância deste edifício. Naquela altura o gestor vinha a Portugal sobretudo durante as férias, com a família, deixando os cuidados das vinhas a António Lopes, e a supervisão da evolução dos vinhos ao enólogo António Narciso.

Os primeiros destaques

No ano em que se reformou, quando decorreu uma prova de vinhos do Dão em Lisboa, decidiu estar presente, com a sua mulher, a representar a sua casa. Era a primeira vez que o fazia e, por isso, estranhou que a sua mesa fosse frequentada por muito mais pessoas do que as suas vizinhas. Depois soube que o director de uma das revistas da especialidade tinha indicado, a sua mesa, como aquela onde se encontrava o melhor Touriga Nacional do Dão. “Isso deu-nos um grande empurrão, até porque a seguir fomos a Descoberta do Ano da revista e muita gente começou a falar da Quinta das Marias, aumentando o interesse do público pelos nossos vinhos”, diz. Outro contributo, este para o seu sucesso na Suíça, foi um artigo publicado por um jornalista do país num dos principais jornais de Zurique, o Tages-Anzeiger, que o destacou também a seguir ao prémio atribuído, no Concurso organizado pela ViniPortugal, em 2014, para o seu monocasta de Touriga Nacional Reserva de 2011. “Fiquei muito surpreendido, porque nunca tinha esperado uma coisa destas na minha vida”, diz, com convicção, salientando que este prémio contribuiu para que tenha hoje sempre a sala cheia quando faz uma apresentação dos seus vinhos no seu país.
Quando começou a sua aventura no Dão não percebia nada sobre a cultura da vinha e a produção de vinho. E, por isso, acreditou naquilo que os vizinhos lhe contaram, “que toda a gente da região sabia fazer vinho” e pôs mãos à obra. Só que se esqueceu de perguntar “qual era o vinho?” e o resultado do primeiro empreendimento “foi um carrascão terrível, muito mau, com muita acidez”. Então, decidiu aprender a fazer estudando e experimentando. Comprou muitos livros sobre o tema, leu-os, e foi aprendendo também com as conversas que ia tendo com António Narciso, então um jovem enólogo da Adega Cooperativa de Nelas. Numa delas “disse-lhe que iria fazer os vinhos como queria, porque pretendia experimentar, mesmo que ele não estivesse de acordo com isso, e que não o iria responsabilizar se as coisas corressem mal”. E foi assim que foi fazendo os seus vinhos durante muitos anos, sozinho, com o apoio de António Narciso.

Tintos famosos na Suíça

António Lopes tratava da terra, cuja área foi crescendo à medida que o suíço ia comprando mais terrenos à volta dos quatro primeiros hectares, que se transformaram em 12. A vinha, essa, foi plantada entre 1991, a mais velha, e 2006, a mais recente. Na pequena parcela inicial plantou Encruzado, Malvasia Fina, Bical e Cerceal-Branco. Também plantou Touriga Nacional, que hoje representa cerca de 60% do encepamento, Alfrocheiro, Jaen e Tinta Pinheira, que arrancou cinco anos mais tarde, “porque dava muito mosto e originava vinho de fraca qualidade”. Para a substituir, escolheu Tinta Roriz.
Das 60.000 garrafas produzidas anualmente, a Quinta das Marias vende hoje cerca de 40% em Portugal, sobretudo em Lisboa e na região onde está sediada. Outros 30% vão para o mercado suíço e o remanescente para a Bélgica, Canadá, Macau. “Vendia um pouco também para o Brasil, mas cortei por causa da instabilidade do país”, diz. Conta também que as vendas para o seu país começaram através dos seus conhecimentos pessoais e que hoje referências como o Cuvée TT e monocasta Touriga Nacional são um sucesso naquele mercado.
Desde o início, Peter Eckert diz que procurou produzir apenas vinhos de segmento superior, o que se reflecte nos preços de venda à porta da adega. Os mais baratos, o monocasta de Encruzado e o tinto de lote, custam 10 euros, enquanto o Crudos, “um vinho feito com base numa filosofia diferente”, custa 30. “Para além do tinto de lote, um vinho típico do Dão, tinha os monocastas de Alfrocheiro, Touriga Nacional, Tinta Roriz e Cuvée TT. De vez em quando fazia um Garrafeira”, conta.
Hoje, quando passa metade do tempo na Suíça e outra metade em Portugal, confia todo o aparelho produtivo à sua equipa de cinco pessoas, entre eles Luís Lopes, o enólogo residente, e Victor, o filho de António Lopes, que é hoje responsável pela produção. Para si deixou a visita a clientes e distribuidores e o marketing da empresa. Já a caminho dos 80, mantém o entusiasmo da primeira hora: “Quero ficar aqui, a fazer vinho no Dão, por muito mais tempo…”, remata com um sorriso.

 

Peter Eckert

Um desafio para Luís Lopes

A trabalhar na Quinta das Marias desde 2018, Luís Lopes conta à Grandes Escolhas que foi com muito respeito por todo o trabalho até aí realizado que aceitou o desafio de Peter Eckert para trazer uma nova visão enológica para a empresa. Após provar todas as referências, fez uma proposta com o que sugeria manter e o que achava se podia fazer de diferente. Foram assim mantidos os monocasta Encruzado e Touriga, os vinhos de maior sucesso da casa, tal como o Cuvée TT e o Alfrocheiro. Depois foi criada a linha Out of The Bottle, que permite, ao enólogo, experimentar e fazer um estudo mais aprofundado sobre as variedades plantadas na vinha. Também para Luís Lopes, o factor que diferencia uma casa pequena e familiar como a Quinta das Marias é a qualidade. “Mas não pode ser excessivamente padronizada, porque há pequenas variações nos vinhos conforme decorrem os anos, mas também na maneira como os pensamos e fazemos”, explica, defendendo que “até é bom que haja alguma variação”. Nas duas gamas que esta casa comercializa, o Quinta das Marias é mais consistente no perfil, depende do clima de cada ano. A Out of The Bottle muda um pouco mais, porque resulta de ensaios que faz e considera importante comunicar. Diz que gosta de os explicar, “de escutar as críticas”, para que quem os aprecia conheça qual é o processo criativo e de aprendizagem que lhes dá origem.

 

 

(Artigo publicado na edição de Abril de 2023)

Van Zellers & Co renasce com Vinho do Porto

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A família de Cristiano van Zeller está ligada ao vinho do Porto desde sempre. Segundo informação fornecida no momento da apresentação, é preciso recuar até ao séc. XVII para encontrar os primeiros traços de familiares ligados ao negócio do vinho do Douro. O antepassado que deu nome à família, veio para Portugal em 1726 e, […]

A família de Cristiano van Zeller está ligada ao vinho do Porto desde sempre. Segundo informação fornecida no momento da apresentação, é preciso recuar até ao séc. XVII para encontrar os primeiros traços de familiares ligados ao negócio do vinho do Douro. O antepassado que deu nome à família, veio para Portugal em 1726 e, desde então, foi-se criando uma teia de relações entre familiares, com frequência relacionados ou com o Douro ou, mais especificamente, com o vinho do Porto. Terá sido em 1780 que se criou a empresa Van Zellers & Co, ligada ao negócio do Vinho do Porto, designação então já usada e que, segundo Cristiano informou, tinha sido utilizada pela primeira vez em 1675. Como é normal nas empresas familiares, há por vezes quebras ou mesmo cessação de actividades e foi isso que aconteceu com a empresa Van Zellers & Co. Ela pertencia a João van Zeller, primo de Cristiano e proprietário da Quinta de Roriz. Com a venda da quinta à Prats & Symington, João doou a empresa a Cristiano. Em boa verdade, tratava-se apenas do nome, uma vez que a empresa não tinha activos: nada de quintas e nada de vinhos em stock. Punha-se então a questão: que fazer com o nome, com muita história, mas sem vinho?

van zellers

Começar de novo

Cristiano esteve largos anos ligado à sua Quinta Vale D. Maria, situada no rio Torto. Ali, criou vinhos, nomeadamente o Vinha da Francisca, para celebrar o nascimento da filha. Quando a quinta foi vendida à Aveleda, a Van Zellers não estava incluída no negócio e foi assim que Cristiano resolveu alargar o nome para vinhos do Porto, uma vez que desde 2006 já existiam vinhos D.O.C. Douro com as marcas CV, em branco e tinto.
Nesta apresentação, apenas foram objecto de prova os vinhos do Porto, todos eles comprados, uma vez que a empresa não tinha stocks próprios. A gama irá incluir vinhos das três famílias de vinho do Porto: a gama Crafted by hand – onde se incluem os Tawny com indicação de idade; a linha Crafted by time – onde vamos encontrar os Porto Colheita e, por fim, a gama Crafted by nature – onde se incluirão os Vintage, LBV e Crusted. É no papel do tempo na construção de um vinho, que se pode fazer a ponte para as máquinas do tempo que são os relógios. E, para alguns em exposição na Boutique da Av. da Liberdade, em Lisboa, convenhamos que seriam precisas muitas paletes de vinho do Porto, e vendidas a bom preço…
A gama dos Tawny com indicação de idade incluirá quantidades pequenas: 6000 garrafas de 10 anos, 3000 de 20, 1500 de 30 e 700 de 40 anos.
Além destes, existirão as gamas Ruby, White e Tawny, todos a serem apresentados no final do ano. Os vinhos estão no Douro, em armazéns em S. João da Pesqueira, uma vez que “em Gaia os custos do imobiliário são brutais”, como nos lembrou Cristiano van Zeller.
Os vinhos D.O.C. Douro — entre 60 e 70 mil garrafas por ano — resultam de vinhas próprias e alugadas em três locais distintos da região, perfazendo um total de 16ha.
Nas provas que fizemos, tivemos oportunidade de provar o LBV de 2014, já fora do mercado mas a mostrar ainda muita qualidade e garra, ainda fechado e com anos pela frente (17 pontos); também o 2015 se mostrou muito bem, ainda que já não existam garrafas no produtor, um belíssimo LBV, muito austero, químico mas com excelente prova de boca (17,5); o 2017 foi engarrafado ao 5º ano (por falta de garrafas no mercado, em virtude da pandemia) e esse atraso não o beneficiou, surgiu um pouco cansado e com alguma evolução precoce, melhora na boca mas terá menos futuro (16). O próximo será o 2019. Por sua vez, os Vintage, ainda todos disponíveis, seguem de seguida, em nota de prova. Já o Vintage 2020 – 2700 garrafas – irá ser oferecido ao mercado en primeur, e foi aqui provado em antecipação. Massivo, opaco, cheio de classe e totalmente fechado, mais seco do que habitualmente, será um vinho a ter em atenção e que, segundo nos informaram, terá um PVP que deverá situar-se entre os 100 e os 120 euros.

 

 

(Artigo publicado na edição de Abril de 2023)

 

Vencedores do Concurso Vinhos de Portugal 2023 foram revelados

Concurso Vinhos Portugal

Os melhores vinhos portugueses de 2023 foram revelados no dia 12 de Maio, durante a Cerimónia de Entrega de Prémios da 10ª edição do Concurso Vinhos de Portugal, uma competição organizada pela ViniPortugal. O título de Melhor do Ano, ou seja, o melhor vinho de todo o concurso, foi para o tinto duriense Quinta Nova […]

Os melhores vinhos portugueses de 2023 foram revelados no dia 12 de Maio, durante a Cerimónia de Entrega de Prémios da 10ª edição do Concurso Vinhos de Portugal, uma competição organizada pela ViniPortugal. O título de Melhor do Ano, ou seja, o melhor vinho de todo o concurso, foi para o tinto duriense Quinta Nova Vinha Centenária P29/P21 2019.

A edição deste ano contou com 1385 referências inscritas e um júri de 139 especialistas nacionais e internacionais, que avaliaram minuciosamente cada vinho ao longo de três dias de sessões técnicas, seguindo-se o veredicto final do Grande Júri nos dias 11 e 12 de Maio.

Entre os 423 vencedores do Concurso Vinhos de Portugal, foram destacados 35 vinhos com medalha Grande Ouro, 101 Ouro e 280 Prata. A região do Douro foi a grande vencedora desta edição, arrecadando 112 medalhas, seguida pela região do Alentejo, com 88.

“Já são dez anos a promover a produção vitivinícola portuguesa e a premiar os melhores vinhos nacionais. Esta é uma iniciativa que consideramos importante e onde queremos destacar a qualidade ímpar dos nossos vinhos e, ao mesmo tempo, ajudar o consumidor a fazer uma escolha mais informada no momento da compra. À semelhança do que tem acontecido nas edições anteriores, o Grande Júri realizou uma avaliação imparcial, criteriosa e exigente a todos os vinhos inscritos e é sempre muito positivo vermos que a decisão final não é nada fácil, o que comprova mais uma vez a excelência e qualidade superior dos vinhos nacionais, afirmou Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal”.

A lista completa de premiados pode ser consultada no site do Concurso Vinhos de Portugal. Os grandes vencedores, em cada categoria, foram sete:

1. O Melhor do Ano – Quinta Nova Vinha Centenária P29/P21 tinto 2019, Douro
2. O Melhor do Ano Licoroso – Henriques & Henriques Sercial 2001, Madeira
3. O Melhor do Ano Varietal Tinto – Quinta do Crasto Touriga Franca 2018, Douro
4. O Melhor do Ano Varietal Branco – Villa Oliveira Encruzado 2020, Dão
5. O Melhor do Ano Vinho Tinto (Blend) – Quinta Nova Vinha Centenária P29/P21 2019, Douro
6. O Melhor do Ano Vinho Branco (Blend) – Quinta da Rede Grande Reserva 2019 Douro
7. O Melhor do Ano Espumante – Casa de Santar Vinha dos Amores Espumante Touriga Nacional 2016, Dão

E de tonéis de vinho se fizeram… guitarras

Chama-se “The Guitar Barrel Project” ou se quiserem na versão portuguesa “As Guitarras do Marquês”. Na essência é um documentário sobre uma iniciativa que tem tanto de ambiciosa como inusitada e que foi apresentada no passado Domingo, dia 14 de Maio, no Palácio Marquês de Pombal, integrado no programa do evento “Há Prova – O […]

Chama-se “The Guitar Barrel Project” ou se quiserem na versão portuguesa “As Guitarras do Marquês”. Na essência é um documentário sobre uma iniciativa que tem tanto de ambiciosa como inusitada e que foi apresentada no passado Domingo, dia 14 de Maio, no Palácio Marquês de Pombal, integrado no programa do evento “Há Prova – O Gosto de Oeiras”.

Na origem deste projecto estão velhas madeiras exóticas que em tempos formaram grandes tornéis de vinhos da adega do palácio do Marquês em Oeiras e que depois de desmanteladas e abandonadas por muitos anos foram descobertas por um luthier (fabricante especializado de guitarras) que viu nesses barrotes a possibilidade de servirem de matéria-prima para a concepção e produção de valiosas guitarras. Este luthier português, Adriano Sérgio de seu nome, convidou depois outros cinco famosos luthiers internacionais a juntarem-se ao projecto e também eles fazerem destas preciosas madeiras outras tantas guitarras. O protocolo entretanto estabelecido com a Câmara de Oeiras, permitiu pôr em marcha este projecto, a que o próprio município se juntou, comprando uma pequena parte desses barrotes e reconstruindo depois por seu lado com essas madeiras um tonel onde colocou a estagiar um lote do vinho generoso de Carcavelos Villa Oeiras. Este lote, da colheita de 2010 já tinha estagiado durante 7 anos em barricas de carvalho português a que se juntaram mais 4 anos no impressionante tonel recuperado dos velhos barrotes de mogno. Tivémos assim, no mesmo projecto e das mesmas madeiras, 6 artistas a construírem as suas guitarras e a equipa de enologia do Villa Oeiras, propriedade do município, a produzir uma versão especial do notável vinho de Carcavelos. Ambos, as guitarras e os seus criadores e o vinho e os seus enólogos vão apresentaram o seu trabalho na Adega do Marquês. Cada luthier teve oportunidade de apresentar ao vivo a sua guitarra e explicar como se inspirou nos motivos relacionados com o terramoto de Lisboa de 1755 (data contemporânea das madeiras) ou de factos e paisagens ou edifícios do século XVIII.  O vinho especial de carcavelos prevê-se que esteja à venda no próximo mês de Setembro, mas quem teve a felicidade de o provar garante que é um generoso de grande gabarito.toneis

Equipas do WRC Rally de Portugal aventuram-se no rio Douro

Rally Portugal Douro

Arranca hoje, em Coimbra, a 56ª edição do Rally de Portugal, a quinta prova do WRC (Campeonato Mundial de Ralis). A prova portuguesa, que termina no dia 14 de Maio, tem este ano um percurso de 329,06km, fragmentado por 19 classificativas, concentradas sobretudo no Norte e Centro do país. A convite da Sogrape (parceira do […]

Arranca hoje, em Coimbra, a 56ª edição do Rally de Portugal, a quinta prova do WRC (Campeonato Mundial de Ralis). A prova portuguesa, que termina no dia 14 de Maio, tem este ano um percurso de 329,06km, fragmentado por 19 classificativas, concentradas sobretudo no Norte e Centro do país.

A convite da Sogrape (parceira do evento) e do Vodafone Rally de Portugal, três das principais equipas do Campeonato Mundial de Ralis foram ontem descobrir o rio Douro, a bordo de um barco Rabelo.

Rally Portugal Douro
Richard Millener, Kaj Lindström e Cyril Abiteboul.

Richard Millener (director de equipa da M-Sport Ford WRT), Kaj Lindström (director desportivo da Toyota Gazoo Racing WRT), Cyril Abiteboul (director de equipa da Hyundai Shell Mobis WRT) e outros membros das respectivas equipas, embarcaram nesta iniciativa que teve como objectivo mostrar o património histórico e cultural associado à cidade do Porto e a um dos seus produtos mais emblemáticos, o vinho do Porto. Para assinalar o momento, a Sograpre presenteou as equipas com o vinho Sandeman Porto Tawny 20 Anos.

Já considerada em cinco ocasiões como a melhor prova de rali do Mundo, o Rally de Portugal mantém, nesta edição, passagens por locais já emblemáticos da prova, como Arganil, Amarante, Fafe ou Cabeceiras de Basto. Mas o maior destaque deste ano vai para o regresso da Figueira da Foz ao programa do evento desportivo português, cidade que será palco de uma super-especial, e para a nova classificativa de Paredes.

Veja aqui alguns dos melhores momentos do icónico “salto de Fafe”, um dos locais mais cobiçados pelos espectadores presenciais do Rally de Portugal:

Dois Belos é a nova marca de gins e licores do Crato

Dois Belos

A Destilaria Dois Belos, projecto liderado pelo empresário Nuno Belo, foi criada em 2021 como resultado da procura de novos desafios profissionais e da inspiração na herança familiar e na natureza. Localizada em Vale do Peso, uma aldeia situada no concelho do Crato, distrito de Portalegre, esta destilaria assume-se como um projecto inovador e criativo. […]

A Destilaria Dois Belos, projecto liderado pelo empresário Nuno Belo, foi criada em 2021 como resultado da procura de novos desafios profissionais e da inspiração na herança familiar e na natureza.

Localizada em Vale do Peso, uma aldeia situada no concelho do Crato, distrito de Portalegre, esta destilaria assume-se como um projecto inovador e criativo. Exemplo disso é a imagem das garrafas, também ela diferenciadora e inspirada em antigos frascos de medicamentos, com rótulos e numeração colocados manualmente.

A Destilaria Dois Belos iniciou a produção com licor de ginja, seguido de mais quatro licores e uma aguardente, e, mais recentemente, criou dois tipos de gin: Dois Belos Gin do Vale e Dois Belos Gin Kratus. Todos os licores são produzidos com fruta fresca e processo tradicional, e os gins são destilados num alambique de cobre e enriquecidos com botânicos da propriedade da família Belo. O Dois Belos Gin do Vale é o primeiro gin totalmente produzido no concelho do Crato e é feito com 13 botânicos. Já o Dois Belos Gin Kratus é uma edição especial que replica a receita do Gin do Vale.

Mas a Destilaria Dois Belos também lança agora três tipos de licor: Licor de Ginja, Licor de Ginja Picante e Licor de Alfarroba. Já as aguardentes são duas, Dois Belos Aguardente de Medronho e Dois Belos Aguardente da Bica.

“Na Destilaria Dois Belos, mais do que produzir bebidas, recriamos sabores antigos e inventamos novos, enchemos garrafas que evocam memórias e transbordam sabores da natureza e cumprimos a tradição com os olhos postos no futuro”, afirma Nuno Belo.

Granvinhos adquire Quinta de S. Salvador da Torre nos Vinhos Verdes

Granvinhos Vinhos Verdes

A Granvinhos anunciou a ampliação da sua presença noutras regiões vitivinícolas do país, com a aquisição de uma propriedade de 37 hectares na região dos Vinhos Verdes, a Quinta de S. Salvador da Torre. Este investimento foi, segundo a empresa, resultado de meses de negociações com o Grupo Soja de Portugal, ao qual a Granvinhos […]

A Granvinhos anunciou a ampliação da sua presença noutras regiões vitivinícolas do país, com a aquisição de uma propriedade de 37 hectares na região dos Vinhos Verdes, a Quinta de S. Salvador da Torre. Este investimento foi, segundo a empresa, resultado de meses de negociações com o Grupo Soja de Portugal, ao qual a Granvinhos comprou a Agromar S.A., que detém a Quinta de S. Salvador da Torre, no Vale do Lima, concelho de Viana do Castelo.

A Quinta de S. Salvador da Torre, também conhecida como Quinta de Santo Isidoro, localiza-se na margem direita do rio Lima e tem mais de 400 anos de existência. “Uma propriedade agrícola impressionante, com uma casa senhorial datada de 1685”, revela a Granvinhos. Com 30 hectares de vinha, das castas Loureiro e Alvarinho, a quinta beneficia, segundo a Granvinhos, da brisa marítima característica do Vale do Lima, apresentando condições edafo-climáticas excepcionais.

Granvinhos Vinhos Verdes

A Granvinhos manterá o modelo de exploração desta propriedade dos Vinhos Verdes, em parceria com o enólogo Anselmo Mendes, que já era adoptado pela Agromar. Concretiza-se, assim, o primeiro projecto conjunto entre o enólogo e o director-geral da Granvinhos, Jorge Dias, alavancado por uma amizade de mais de 30 anos. Juntos pretendem explorar o potencial da casta Loureiro e a localização privilegiada da quinta, trabalhar na requalificação patrimonial da propriedade e, previsivelmente em 2024, lançar um novo vinho Loureiro.

“Acredito no futuro do Vinho Verde, em particular das castas Alvarinho e Loureiro, produtos bem-adaptados aos novos tempos e hábitos de consumo. No entanto, é necessário valorizar a ligação desses vinhos às respectivas zonas de produção, bem como à dieta atlântica, na qual Portugal tem uma oferta única”, afirma Jorge Dias.

Escape Room no World of Wine convida a “salvar a humanidade”

Escape Room World Wine

O World of Wine, quarteirão cultural localizado no centro histórico de Vila Nova de Gaia, vai inaugurar uma Escape Room no dia 18 de Maio, com o nome “Mission: Save the Museum”. Escapar de dentro do museu The Bridge Collection e salvar a humanidade é o desafio do World of Wine, desenvolvido pela White Rabbit […]

O World of Wine, quarteirão cultural localizado no centro histórico de Vila Nova de Gaia, vai inaugurar uma Escape Room no dia 18 de Maio, com o nome “Mission: Save the Museum”.

Escapar de dentro do museu The Bridge Collection e salvar a humanidade é o desafio do World of Wine, desenvolvido pela White Rabbit Escape Rooms. Este consiste num jogo interactivo e imersivo, que convida os participantes a trabalhar em equipa, usando a lógica e a intuição, para resolver um enigma no período máximo de 60 minutos.

O que a narrativa da Escape Room “Mission: Save the Museum” sugere, é que há uma peça desaparecida que pode ser a chave para a eternidade, e é aí que os visitantes têm de ajudar. Tudo isto acontece no The Bridge Collection, o museu arqueológico do World of Wine que compreende mais de 2 mil artefactos usados por diferentes civilizações, ao longo de 9 mil anos.

As primeiras sessões da Escape Room acontecem no dia 18 de Maio às 19h30 e às 21h mas, a partir do dia 18, o “Mission: Save The Museum” acontece todas as sextas e sábados. Os bilhetes já se encontram à venda e o preço por pessoa é de €20. Para grupos maiores do que cinco participantes, o preço fica a €18 e, caso o grupo seja de 20 pessoas, o preço baixa para €15 por pessoa.

“O World of Wine possui sete museus e tem, por isso, uma missão redobrada de valorizar o conceito de museu. Os museus podem ser apelativos, interactivos e divertidos. Conscientes desta responsabilidade, acreditámos que dinamizar um Escape Room dentro de um dos nossos museus era uma forma arrojada de celebrar o Dia Internacional dos Museus e, obviamente, levar mais gente a querer visitar o museu”, refere Marta Bravo, directora dos museus do World of Wine.

Concurso Vinhos de Portugal 2023 volta a apurar os melhores do país

Concurso Vinhos Portugal

Serão 1380 as referências avaliadas na décima edição do Concurso Vinhos de Portugal, que acontecerá de 8 a 12 de Maio de 2023. Este número foi revelado pela organizadora do concurso, a ViniPortugal, que avançou também que o Júri Regular — responsável pelas primeiras sessões de prova — será constituído por 135 especialistas da área, […]

Serão 1380 as referências avaliadas na décima edição do Concurso Vinhos de Portugal, que acontecerá de 8 a 12 de Maio de 2023. Este número foi revelado pela organizadora do concurso, a ViniPortugal, que avançou também que o Júri Regular — responsável pelas primeiras sessões de prova — será constituído por 135 especialistas da área, 111 nacionais e 24 internacionais, sobretudo enólogos, sommeliers, jornalistas e wine educators.

Entre os jurados internacionais, destacam-se Bob Paulinski MW e John Lancaster dos EUA; Ewa Starzycka, Wojciech Starzycki e Adam Tomczak da Polónia; Martin Mortensen, da Suécia; Mike Turner, do Reino Unido; Michelle Carlín, do México; Thomas Vaterlaus, da Suíça; Yumi Tanabe, do Japão; Joseph Cho, da Coreia do Sul; Sebastião Vemba, de Angola e Michael Tremblay, do Canadá.

Nos dias 11 e 12 de Maio, o Grande Júri reunirá na CVR Beira Interior, na Guarda, para a segunda fase do concurso, momento em que irá eleger os Grande Ouro e os Melhores no Ano, que serão revelados na Cerimónia de Entrega de Prémios, no dia 12 de Maio, em Pinhel.

Segundo a ViniPortugal, o Concurso Vinhos de Portugal 2023 “distinguirá, pelo décimo ano consecutivo, os melhores vinhos nacionais, pela sua qualidade ímpar, orientando e motivando produtores a lançarem vinhos diferenciadores que contribuam para posicionar Portugal enquanto produtor de referência nos mercados de exportação”. Neste âmbito, e à semelhança das edições anteriores, “a ViniPortugal garantirá ainda a presença dos vencedores das medalhas Grande Ouro e Ouro em eventos internacionais deste ano”.