Península de Setúbal cresce em quota de mercado e na produção em 2019

A Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal (CVRPS) registou, em 2019, um aumento global de produção de 5% face a 2018, aproximando a produção total da região dos 50 milhões de litros. A nível de consumo no mercado nacional, os Vinhos da Península de Setúbal registaram um aumento de 2% na quota de vinhos […]

A Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal (CVRPS) registou, em 2019, um aumento global de produção de 5% face a 2018, aproximando a produção total da região dos 50 milhões de litros. A nível de consumo no mercado nacional, os Vinhos da Península de Setúbal registaram um aumento de 2% na quota de vinhos certificados, sendo considerada pela consultora Nielsen a região mais dinâmica neste período homólogo de crescimento, face a 2018.

Para Henrique Soares, Presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, o ano de 2019 foi “mais um ano de crescimento para a região, quer na quota de mercado, quer ao nível da produção e das exportações”.

A região fechou o ano de 2019 também com um crescimento de 14% no volume de certificação dos vinhos com Denominação de Origem Setúbal (Moscatel de Setúbal e Moscatel Roxo de Setúbal) e Palmela, bem como nos Vinhos Regionais da Península de Setúbal, a que correspondeu a certificação de um volume superior a 55 milhões de garrafas, vendidas no mercado nacional e nos seus muitos mercados de exportação, onde se destacam Brasil, Canadá, E.U.A., China, Angola e vários países da União Europeia.

Os dados são da consultora Nielsen e colocam os Vinhos da Península de Setúbal na terceira posição entre os vinhos certificados mais consumidos no mercado nacional, com uma quota de mercado de 16,5%, em volume, entre os vinhos com Denominação de Origem e/ou Indicação Geográfica das várias regiões portuguesas. Os Vinhos da Península de Setúbal foram os que mais subiram em termos de vendas em volume (1,6%), tendo também o valor aumentado em 2.3%, face ao mesmo período de 2018. O preço médio dos vinhos da região subiu 0.19 euros por litro, tendo ultrapassado os 56 M€ (56 274 134 €) de vendas globais no mercado nacional, nos três primeiros trimestres de 2019.

Sugestão: A festa efervescente

O som da rolha a saltar de uma garrafa de espumante assinala o início de uma festa e Imediatamente se cria o ambiente e o estado de espírito. Embora estejamos longe de considerar um espumante uma bebida exclusivamente festiva, para isso torna -se indispensável. Provámos 14 espumantes para todos momentos da época que se avizinha. […]

O som da rolha a saltar de uma garrafa de espumante assinala o início de uma festa e Imediatamente se cria o ambiente e o estado de espírito. Embora estejamos longe de considerar um espumante uma bebida exclusivamente festiva, para isso torna -se indispensável. Provámos 14 espumantes para todos momentos da época que se avizinha.

TEXTO Valéria Zeferino

Existem muitas formas de criar efervescência no vinho. A ideia é sempre a mesma – captar (ou introduzir no caso de vinhos gaseificados) o dióxido de carbono (CO2) no vinho. Isto pode ser feito em cubas especiais sob pressão como no método Charmat (aka Martinotti ou Autoclave na Itália, Granvas em Espanha entre outros sinónimos), ou como no método Ancestrale numa única fermentação em garrafa. Mas quando estamos a pensar num espumante de qualidade, referimo-nos ao método tradicional, desenvolvido na região de Champagne em França, com mais ou menos sofisticação na sua elaboração e paciência no estágio.
Este método implica duas fermentações. A primeira resulta no vinho base, a segunda é responsável pela criação de bolhas – “prise de mousse”, como dizem os franceses.

Criar bolhas

Há vários detalhes no processo de espumantização que influenciam a qualidade do vinho final. A vindima normalmente ocorre mais cedo, quando as uvas apresentam menos grau provável e preservam a acidez. O melhor é vindimar à mão para apanhar apenas cachos saudáveis e minimizar a possibilidade de extração fenólica das películas e oxidação. Prensam-se cuidadosamente os cachos inteiros, muitas vezes com engaço que ajuda a criar canais de drenagem, evitando desta forma maior contacto de sumo com as películas. Depois segue a primeira fermentação para obter o vinho base. Normalmente é conduzida em cubas de inox, mas em certos casos acontece em barrica, como por exemplo, fazem Bollinger e Krug. A nível nacional, por exemplo, o vinho base para a Cartuxa Reserva fermenta também em barricas.
A fermentação maloláctica é opcional. Alguns produtores preferem bloqueá-la para preservar acidez e frescura e é mais válido para regiões quentes. Outros promovem-na para amaciar a textura e evitar excesso de acidez, sobretudo em regiões frias, como a Champagne.
O estágio do vinho base em barrica também é muito raro. A Bollinger faz isto, tirando o vinho depois da fermentação maloláctica e enchendo novamente as barricas, onde este fica com borras finas durante mais alguns meses. Os exemplos em Portugal são Cartuxa, Soalheiro, Vértice, que estagiam alguns dos vinhos base em barricas; no caso da Companhia das Lezírias este estágio é parcial.
O loteamento de vinhos base é extremamente importante. Em Champagne, onde as condições climáticas adversas não permitem todos os anos uma excelente vindima, por hábito juntam-se os vinhos de várias colheitas guardadas em cave para obter o melhor resultado e manter o estilo de casa. Os Champagnes com a indicação do ano de colheita são feitos apenas nos anos de excelência e, salvo algumas excepções, representam os topos de gama. No novo mundo, sobretudo nas regiões com clima mais estável, onde a variabilidade dos anos não é crítica, a maior parte dos espumantes são datados, independentemente da qualidade. Em Portugal não existia tradição de guardar propositadamente os vinhos das colheitas anteriores para fazer um lote final de espumante. Na Bairrada, por exemplo, esta possibilidade para os espumantes aptos a designação DOC surgiu com as alterações ao Estatuto da Região pela Portaria nº212/2014.
A segunda fermentação no método clássico ocorre em garrafa através de adição de leveduras e açúcar no chamado licor de tiragem. É nesta fase que todo o dióxido de carbono criado como o subproduto da fermentação, não tendo a forma de escapar, fica diluído no vinho.
O tempo de contacto com as borras dentro da garrafa tem um papel crucial na qualidade e no perfil do espumante. As leveduras mortas entram em decomposição (autólise), libertando aminoácidos, polissacários e manoproteinas, entre outras substâncias, que contribuem com textura e complexidade aromática. Isto não acontece de forma imediata, começa passado 4-6 meses depois de segunda fermentação for finalizada, e com o pH baixo e presença de CO2 fica ainda mais lenta.
Por esta razão, quanto mais paciência tiver o produtor, mais aromas autolíticos típicos de panificação, brioche, biscoitos e tosta terá o espumante. Durante o tempo de estágio sobre borras, o vinho é protegido da oxidação pelo ambiente redutor. O Champagne non-vintage tem que ficar sobre borras em garrafa durante pelo menos 12 meses e o millésimé 3 anos. Em Portugal, os estágios exigidos pela regulamentação, são mais curtos. O espumante corrente estagia 9 meses. Com um estágio de 12 meses já é considerado Reserva, com 24, Super-Reserva ou Extra-Reserva, mais de 36 meses, Grande Reserva ou Velha Reserva. A Murganheira, por exemplo, dá-se ao luxo de manter alguns dos seus espumantes em caves de 6 a 12 anos.
Para remover o sedimento das borras, as garrafas tradicionalmente são colocadas em “pupitres” onde são rodadas gradualmente para ficarem com o gargalo para baixo, deixando o depósito deslizar e acumular-se lá. Esta operação demorada (de 4 a 6 semanas) e trabalhosa, pode ser substituída pelo uso de giropaletes, equipamento que efectua a remuage sem prejudicar a qualidade e permite reduzir tempo até uma semana, poupar espaço e mão-de-obra.

Segue-se o dégorgement – o gargalo é congelado e as leveduras são expulsas com a abertura da cápsula. O vinho perdido neste procedimento é atestado com o licor de expedição que também permite ajustar o teor de açúcar, produzindo espumantes Extra-Bruto, Bruto, Meio-Seco e até Doce. Mesmo depois do dégorgement os açúcares de licor de expedição continuam a reagir com proteínas libertas durante a autólise, formando aromas de biscoitos, mel, frutos secos e tosta.
Quando o atesto é feito apenas com o próprio vinho sem ajuste de açúcar, estamos a falar do Bruto Nature com menos de 3 g/l de açúcar. Neste caso o produtor acredita que não mascarando o vinho com açúcar, interpreta melhor a pureza da casta ou do vinho. Assim faz Mário Sérgio da Quinta das Bágeiras – tudo de forma tradicional, manual e sem adição de licor de expedição.
É uma tendência relativamente recente. Antigamente os Champagnes e espumantes queriam-se doces. Basta lembrar que até meados do século XIX o Champagne podia conter cerca de 100 g/l de açúcar (é uma doçura de um vinho licoroso!).
Actualmente também existe opção de uso de leveduras encapsuladas (adotado, por exemplo, pela Soalheiro) e membranas com leveduras colocadas dentro do gargalo de garrafa. Neste caso não é preciso rodar as garrafas e a remoção de leveduras é mais fácil e rápida. Entretanto, como tudo, esta opção tem as suas particularidades que nem todos os produtores apreciam, sobretudo os que seguem mais de perto o método clássico champanhês. Com leveduras presas dentro das cápsulas ou membranas a sua actividade é mais lenta o que torna a fermentação mais demorada, propícia à criação de compostos oxidativos. Além de que, defendem o clássicos, a tal autólise (contacto com as leveduras) durante o estágio é muito mais limitada, originando geralmente vinhos com menos complexidade.

A performance no copo

Depois do dégorgement e opcionalmente algum tempo em garrafa para integrar o licor de espedição, o espumante está pronto a consumir.
O CO2 diluído no líquido encontra-se sob uma pressão de 5-6 atm, igual à pressão de um pneu de um camião. Na abertura de uma garrafa o gás irrompe com força, empurrando a rolha com velocidade de 40-60 km/h para restabelecer o equilíbrio de pressão dentro da garrafa com o ambiente. Os estudos do físico francês Gérard Ligier-Belair mostram que, neste momento, de uma garrafa de 750 ml liberta-se 5 litros de CO2, perdendo-se cerca de 80% de gás que estava na garrafa. Mas os restantes 20% contêm cerca de 20 milhões de bolhas por copo.
Quando se enche o copo, o CO2 continua a escapar o que se pode reduzir inclinando ligeiramente o copo durante o serviço.
Mas não basta o gás estar diluído na garrafa para se observar a dança das bolhas a dirigirem-se para cima. Segundo o mesmo estudo, existem factores necessários para as bolhas se formarem no copo – chamados pontos de nucleação – que podem ser pequenas imperfeições do fundo, microparticulas de pó ou microfíbras invisíveis à vista, deixadas pela toalha com que foi limpo o copo. As casas de Champagne, por exemplo, utilizam para as provas copos fabricados com incisões a laser para garantir constante e elegante perlage. Copos perfeitamente limpos também prejudicam a performance das bolhas e os resíduos de detergente são os maiores inimigos de efervescência.
Subindo, as bolhas formadas no fundo do copo, ganham velocidade e aumentam em tamanho. Isto explica porque os copos à antiga mais largos e rasos quase não têm espaço para as bolhas se desenvolverem e os flutes finos e altos oferecem mais show, mas bolhas mais grossas no fim acabam por ser mais agressivas para a sensibilidade do nosso palato. Por isto nem um nem outro modelo são as melhores opções para apreciar um espumante de nível superior. Escolham os copos mais largos em baixo e afunilados em cima ou simplesmente copos de vinho branco.
As moléculas aromáticas agarradas às bolhas levam aromas à superfície. Paradoxalmente, quando mais intensa é a perlage, mais bonito o copo fica à vista, mas mais depressa se esvazia de aromas e sabores que vão acabar à superfície do copo. Por outro lado, quanto menos bolhas se formarem, mais aromas e sabores retidos no vinho ficam disponíveis ao provador.

Método clássico no mundo e em Portugal

Champagne é Champagne e terá sempre o estatuto especial (como o Vinho do Porto). Mas não é raro de encontrar no mundo, Velho ou Novo, uns bons espumantes feitos pelo método tradicional, a começar pela própria França com crémants de Borgonha, Alsácia e Vale de Loire, só para nomear algumas regiões. Na Itália temos o Franciacorta produzido de Pinot Noir, Chardonnay e Pinot Blanc; em Espanha – Cava feito de castas autóctones Xarel-lo, Macabeu e Parellada para além de Chardonnay e Pinot Noir; e sem se esquecer o recente sucesso de espumantes ingleses.
Do Novo Mundo vem o espumante da África do Sul, onde o método clássico é conhecido como Cap Classique; Na Austrália as regiões mais promissoras são Yarra Valley e Tasmania. Na Nova Zelândia alguns produtores que apostam na qualidade estabeleceram regras de produção de espumantes a partir de castas clássicas (Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier), chamado Méthode Marlborough. Nos Estados Unidos, as regiões mais frescas como o Anderson Valley em Mendocino County, Carneros e River Valley apostaram seriamente na elaboração de espumantes. Graças ao investimento das casas de Champagne também se nota o progresso na America Latina.
Em Portugal temos duas regiões com mais tradição em vinhos espumantes: Távora-Varosa e Bairrada. No início do século passado foram criadas as primeiras caves de espumante em Lamego e em 1989 à Tavora-Varosa tornou-se a primeira região demarcada de espumantes em Portugal.
Na Bairrada o primeiro espumante surgiu em 1890 por iniciativa do director da Escola Prática de Viticultura e Pomologia da Bairrada (que deu origem à actual Estação Vitivinícola da Bairrada), José Maria Tavares da Silva. Em 1991 foi oficialmente regulamentada a produção de espumantes com denominação de origem na região.
Hoje em dia, espumantes fazem-se em todas as regiões, do Minho ao Algarve, e há muito bons exemplos. Um deles, será as Caves Transmontanas no Douro com a marca Vertice desde 1989 (que mais uma vez presta a homenagem à região que é capaz de produzir grandes vinhos em categorias tão distintas como Vinhos do Porto, vinhos de mesa e espumantes).
Precisamente por isto, não querendo concentrar-nos apenas nas regiões “clássicas”, alargámos esta selecção de espumantes a outras regiões, nomeadamente, Vinho Verde, Douro, Lisboa, Alentejo e Beira Interior, procurando antes de tudo qualidade. Estes vinhos são de gama média-alta, até porque na maioria dos casos o estágio é prolongado que significa a retenção de capital durante vários anos.
Em termos de castas para fazer espumantes de topo, em Portugal do trio clássico de Champagne utilizam-se Chardonnay e Pinot Noir, mas as variedades nacionais também têm muito protagonismo. No Minho produzem-se espumantes bastante aromáticos de Alvarinho. Na Bairrada a Baga é uma das castas principais a assumir, de certa forma, o papel de Pinot Noir. Maria Gomes e Bical também são muito convincentes. A casta Arinto, tendo uma óptima acidez natural, mostra bons resultados na vertente de bolhas (e Cartuxa explora isto de uma forma brilhante). O Ribeiro Santo Blanc de Noir do Dão dá primazia a Touriga Nacional e Tinta Pinheira (Rufete) e a Ravasqueira aposta no Alfrocheiro para fazer o seu espumante.
O espumante, pela sua natureza é extremamente versátil. É claro que podemos entrar em detalhe e escolher os mais leves e nervosos para um aperitivo e mais encorpados e complexos para acompanhar um prato principal. Mas a verdade é que um espumante, melhor do que qualquer outro vinho, é capaz de acompanhar uma refeição de aperitivo até à sobremesa. Sendo assim, na dúvida – beba espumante![/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][fancy_box box_style=”default” icon_family=”none” color=”Accent-Color”]

O açúcar no espumante

 

 

Edição n.º32, Dezembro 2019

 

Ervideira abre 3 lojas: em Fátima, Lisboa e Castelo de Vide

Ervideira Wine Shop

É sem dúvida uma estratégia inovadora a aquela que a Ervideira tem seguido. A empresa de Duarte Leal da Costa e família tem apostado como nenhuma (ou quase) na promoção da marca e venda directa aos enófilos através de lojas físicas. Até agora manteve-se na própria região de origem, na zona centro do Alentejo (Évora, […]

É sem dúvida uma estratégia inovadora a aquela que a Ervideira tem seguido. A empresa de Duarte Leal da Costa e família tem apostado como nenhuma (ou quase) na promoção da marca e venda directa aos enófilos através de lojas físicas. Até agora manteve-se na própria região de origem, na zona centro do Alentejo (Évora, Monsaraz e na própria adega). Chegou agora a vez de Duarte cumprir o que andava a prometer, que era de abrir lojas em Lisboa, Fátima e Castelo de Vide. Três destinos, aliás, onde a presença turística é muito forte.
“Estas não são lojas para a distribuição e nem sequer especialmente dedicadas à comercialização”, disse-nos Duarte Leal da Costa. “O nosso maior intuito é promover a marca e os vinhos da casa”. Ou seja, Enoturismo. E sem conflituar com os preços vigentes em outras lojas de vinho. De facto, nas lojas da Ervideira, os preços não ficam abaixo dos existentes em outras superfícies comerciais, como lojas de retalho generalistas e garrafeiras. Mas, em contrapartida, nestas lojas da Ervideira o cliente tem hipótese de provar os vinhos antes de os comprar e, inclusivamente, fazer provas com vários vinhos, a preços que Duarte considera serem “muito acessíveis”. Ou seja, compra os vinhos de que mais gosta.

A loja de Fátima foi a primeira a ser inaugurada. Localizada muito perto do Santuário, no número 410 da Avenida Beato Nuno. A escolha de Fátima prende-se com o turismo: “só no ano passado mais de 8 milhões de pessoas passaram por aquela localidade”, realça Duarte Leal da Costa. A loja tem um horário que vai das 10 às 18 horas, todos os dias do ano. O horário estende-se às outras lojas, mas Duarte irá avaliar a breve trecho se terá de os estender, pelo menos na loja de Lisboa, localizada no bairro do Restelo, ao lado do estádio com o mesmo nome. Em Lisboa, os horários dos turistas/enófilos estendem-se muitas vezes para lá das 18 horas e a proximidade do espaço a dois pontos turísticos como o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém ajuda a compreender esta necessidade. Esta loja irá abrir este fim-de-semana e a de Castelo de Vide, o primeiro franchising da marca, sê-lo-á brevemente.
Todas as lojas têm o mesmo estilo e decoração, apostando no minimalismo e em tons claros – à semelhança das três lojas já existentes. Nas novas lojas estarão postos à venda todos os vinhos da Ervideira, assim como os vinhos que são exclusivos do Clube Ervideira. O consumidor terá a possibilidade tanto de comprar uma garrafa como de tomar um copo de vinho acompanhado de um petisco alentejano: queijo ou enchidos.
Duarte Leal da Costa divulgou ainda o montante investido nesta tripla iniciativa: cerca de 300.000 euros.
(texto de António Falcão. Fotos cortesia Ervideira)

Rolf Niepoort – partiu um Senhor do vinho

TEXTO João Paulo Martins Conheci Rolf (Eduard Rudolf), o pai do Dirk Niepoort, pouco tempo depois de começar a escrever sobre vinhos, ainda em 1989. Nessa altura, estive várias vezes com ele no Porto e fiquei a conhecer a sua paixão por carros antigos e por muitas outras colecções a que se dedicava com entusiasmo. […]

TEXTO João Paulo Martins

Conheci Rolf (Eduard Rudolf), o pai do Dirk Niepoort, pouco tempo depois de começar a escrever sobre vinhos, ainda em 1989. Nessa altura, estive várias vezes com ele no Porto e fiquei a conhecer a sua paixão por carros antigos e por muitas outras colecções a que se dedicava com entusiasmo. Carros eram quase 30 e, na quinta de Fornelo, lá estavam aqueles modelos americanos que na minha infância apelidávamos de “espada”. Amontoavam-se os livros sobre mecânica e reparação de velhos modelos e, todas as noites, lá vinha o especialista de mecânica para dar mais um avanço naquela que era verdadeiramente uma never ending story. Muito me ri com ele e com as histórias que acumulava com muitos anos de vida no sector do Vinho do Porto. Lembro-me também da palavra que usava quando um Porto já estava caído: este vinho está ché-ché. Sempre bem-disposto, a coisa só azedava à hora de ir para a mesa: não gostava de quase nada, foi talvez a pessoa mais esquisita à mesa que me foi dado conhecer e vi, sentado que estava ao meu lado, substituir a refeição por uma imperial. A única vez que o vi comer um bife com gosto foi quando imaginou a ligação do steak au poivre com Porto LBV, ligação que defendia acaloradamente.

Partiu aos 92 anos. Guardo dele uma óptima memória. Ficou o exemplo de dedicação à empresa de família que dirigiu, durante décadas. Passou também ao filho algumas das manias, como a aversão ao alho, mas… não são mesmo assim as famílias? A Niepoort é hoje uma empresa bem diferente da que era quando Rolf a dirigia, mas, no essencial e no que verdadeiramente importa, o exemplo de Rolf Niepoort permanece.

Na foto (Facebook Niepoort Vinhos): Rolf Niepoort e o filho Dirk.

Kopke personaliza garrafas para o Dia dos Namorados

Com o dia de São Valentim a chegar, a Kopke sugere a personalização de uma das suas garrafas com uma mensagem especial, à escolha. A Casa de vinho do Porto, que pertence ao Grupo Sogevinus, mantém-se fiel ao seu compromisso de colocar os seus vinhos de excelência na garrafa icónica Kopke, com rótulo pintado manualmente, […]

Com o dia de São Valentim a chegar, a Kopke sugere a personalização de uma das suas garrafas com uma mensagem especial, à escolha. A Casa de vinho do Porto, que pertence ao Grupo Sogevinus, mantém-se fiel ao seu compromisso de colocar os seus vinhos de excelência na garrafa icónica Kopke, com rótulo pintado manualmente, uma “Extensão do cuidado singular relativo ao património da marca”, como refere a Kopke em comunicado de imprensa.

Para personalizar a garrafa, há várias vias possíveis: visitar a loja Kopke em Gaia, ir à Flores Wine Shop, ou enviar um e-mail para uma destas com a mensagem que deverá constar no rótulo – até um máximo de 25 caracteres. É possível escolher entre cinco referências de vinho: Tawny 2000, White 2005, Tawny 20 anos, Tawny 30 anos ou Tawny 40 anos.

A Kopke é uma marca que integra o Grupo Sogevinus Fine Wines e foi fundada em 1638, por Nicolau Kopke. Os seus vinhos são produzidos na Quinta São Luiz, situada na sub-região duriense do Cima Corgo, na margem esquerda do rio. A Quinta tem uma área total de 125 hectares, 90 dos quais são plantados com vinhas, algumas com mais de 80 anos.

Quinta do Noval abre loja no cais do Pinhão

A Quinta do Noval anunciou a abertura da sua nova loja no cais do Pinhão, no coração do Douro. A Noval abriu a sua primeira loja em 1995 na margem sul do Douro em Vila Nova de Gaia, no centro histórico do comércio do vinho do Porto. Desde então, tem recebido clientes de todo o […]

A Quinta do Noval anunciou a abertura da sua nova loja no cais do Pinhão, no coração do Douro.

A Noval abriu a sua primeira loja em 1995 na margem sul do Douro em Vila Nova de Gaia, no centro histórico do comércio do vinho do Porto. Desde então, tem recebido clientes de todo o mundo, partilhando com eles a história da Quinta do Noval e dos seus vinhos do Porto. Com a abertura desta nova loja no cais do Pinhão, num antigo armazém de vinho do Porto, a Noval espera adicionar uma nova dimensão à experiência dos que a visitam, desta vez no Douro, mais perto das vinhas que originam a grande qualidade dos seus vinhos, chamando à descoberta do terroir e do carácter único dessas parcelas. Esta nova loja é, assim, um lugar de descoberta, de partilha de informação e, acima de tudo, de prova de vinhos. Uma gama completa de vinhos da Quinta do Noval e de artigos relacionados com o vinho vão estar também à venda na loja.

Christian Seely, Diretor Geral, comentou em comunicado de imprensa: “Um dos muitos desenvolvimentos interessantes nos últimos anos, no Porto e no Douro, foi o aumento importante de visitantes de todo o mundo. Vêm descobrir esta região mágica e provar os seus vinhos. Estamos muito satisfeitos com a expansão da nossa capacidade para os receber nesta nova loja no Douro, e ansiosos por partilhar os nossos vinhos e a nossa paixão pelas vinhas e pela região com todos os que nos visitam”.

A Quinta do Noval Wine Shop situa-se no número 15 da Rua da Praia.

Contacto: Cindy Esteves – +351 933770285 – cindy@quintadonoval.pt
Horário: De Novembro até à Páscoa: 10h30 – 13h00 e 14h00 – 19h30 / Fecha ao domingo e segunda-feira
Da Páscoa até Outubro: 10h30 – 19h30 / Abre todos os dias

O salão alternativo mais cool do país está quase aí

O primeiro, e até agora único, salão alternativo português de vinhos, petiscos, arte e música, volta nos dias 21 e 22 de Fevereiro, no Cais Novo, no Porto. A oitava edição do “simplesmente… Vinho” conta com 100 + 1 produtores muito genuínos: de Portugal, Espanha, França e mais um convidado especial dos EUA. Também haverá […]

O primeiro, e até agora único, salão alternativo português de vinhos, petiscos, arte e música, volta nos dias 21 e 22 de Fevereiro, no Cais Novo, no Porto. A oitava edição do “simplesmente… Vinho” conta com 100 + 1 produtores muito genuínos: de Portugal, Espanha, França e mais um convidado especial dos EUA. Também haverá obras de arte de cinco autores, a música de dois projectos portugueses e os petiscos de três restaurantes.

Nas últimas décadas, como contraponto à globalização e industrialização do vinho, grupos de produtores têm vindo a organizar mostras de vinhos alternativas às grandes feiras do vinho (Vinexpo em Bordeaux, Vinitaly em Verona, Prowein em Dusseldorf, entre outras). Essas mostras alternativas, chamadas vulgarmente de salão off, giram em torno de uma ideia comum que pode ser, por exemplo, uma região, um modo de trabalhar (biológico, biodinâmico, etc), um tipo de vinho (espumantes, vinhos doces, etc). No caso do “simplesmente… Vinho” o traço comum é a ligação à terra, às castas locais, a uma enologia competente mas com raízes na tradição e, como tão bem diz a produtora Filipa Pato, “sem maquilhagem”. O produtor está presente e dá a cara pelo que faz, partilhando a emoção que sentimos cada vez que bebemos os seus vinhos. Este tipo de salão proporciona aos visitantes o contacto com sabores diferentes e uma outra forma e atitude de estar no mundo do vinho.

Nesta edição de 2020, os Estados Unidos serão o convidado especial. E porquê? A organização do “simplesmente… Vinho”, encabeçada por João Roseira, explica: “No final de 2019, a administração Trump começou a atacar o vinho europeu com aumentos de taxas alfandegárias: França, Alemanha, Espanha e Reino Unido já têm uma sobretaxa de 25%. E há ainda a ameaça de 100% para todo o vinho da UE! Supostamente, todas estas medidas são uma retaliação à concorrência da Boeing / Airbus, tributação no espaço da UE de companhias como Google, Amazon, etc. Então, que ano melhor para mostrar o nosso apreço pelas pessoas nos EUA que são exactamente o oposto dessa postura beligerante e fazer dos EUA simplesmente… o convidado especial de 2020? E quem melhor que Joe Swick poderia mostrar esses EUA tão diferentes no salão off do Porto? Joe é um fã de Portugal há anos, tendo passado tempo em diferentes áreas do país. Para os vinhos Swick, são usadas uvas cultivadas organicamente de climas de alta elevação / frio no Oregon e Washington State. Joe usa uma ampla variedade de uvas (incluindo Touriga Nacional, Verdelho e Tinta Miúda) para seus vinhos misteriosamente nomeados: Miúda, Only Zuul, Foryer Za, Bring It, Un Oeuf e Woo Red. Joe é o nosso American Friend”.

Nuno Pinto Leite, da galeria Ela Vai Nua, será o curador da exposição de arte, com obras de cinco artistas: Diogo Muñoz, Karl Own, Maria Cristina Valente, Rosarinho Cruz e Tim Madeira. Cada um dos dois dias termina com um concerto: sexta são os Thee Magnets, o top do garage rock do Porto e, no sábado, o final do “simplesmente… Vinho” é um tributo à tão americana “Jam Session”: The VineRoots Jam Session junta uma selecção única de guest stars para “funkar” e “rock’n’rollar” o Cais Novo como nunca antes.

Para além do vinho, arte e música, três restaurantes juntam-se à festa: Delicatum (Braga), Carvão (Marina da Afurada) e Oficina dos Rissóis (Porto) servem petiscos a partir das 17h. Na zona de restauração, repete-se o bar de vinhos, onde Os Goliardos serão os taberneiros de serviço.

Estes e outros momentos muito autênticos, acontecerão no Cais Novo – Rua de Monchique, 120 (por cima do antigo Museu do Vinho do Porto), no Porto, sexta-feira 21 e sábado 22 de Fevereiro, das 16h às 21:30h.

Porto Extravaganza volta a Sintra, de 6 a 8 de Março

logotipo Porto Extravaganza 2020

Paulo Cruz, o organizador deste evento, chama-o de “o mais famoso evento de vinhos generosos” e é bem capaz de não fugir à verdade. O Porto Extravaganza, edição de 2020, realizar-se-á, como nas últimas edições, no Palácio Hotel Seteais, em Sintra, e voltará ao alinhamento da 1ª edição (2001) e serão apresentadas 6 provas de […]

Paulo Cruz, o organizador deste evento, chama-o de “o mais famoso evento de vinhos generosos” e é bem capaz de não fugir à verdade. O Porto Extravaganza, edição de 2020, realizar-se-á, como nas últimas edições, no Palácio Hotel Seteais, em Sintra, e voltará ao alinhamento da 1ª edição (2001) e serão apresentadas 6 provas de vinhos generosos portugueses (vinhos do Porto, vinhos da Madeira, vinhos de Carcavelos e Moscatéis velhos do douro).
Três provas terão lugar na parte de manhã na nova sala, ”Seteais tasting room”, o novo espaço que Paulo Cruz irá dinamizar no futuro para os hóspedes do hotel e eventos especiais. As outras provas terão lugar no salão nobre.
O programa começa na sexta-feira, 6 de Março, às 11:30, com a prova Vinhos do Porto “Jurássicos”; serão oito fortificados com muita idade (um deles com mais de 150 anos), comentadas por dois especialistas. Nesse mesmo dia, haverá duas verticais (16 e 19 horas) de nove Porto Ferreira Vintage, a começar em 1863. Será apresentada por Luis Sottomayor. Para terminar o dia, um jantar com menu de degustação criado pelo chef do hotel, harmonizado com vinhos Sogrape.
No sábado, dia 7 de Março, às 11.30, uma prova de Madeiras, apresentada por Paulo Cruz e Paulo Bento. Estarão em prova néctares de variedades Malvasia, Bastardo, Sercial, Verdelho e Bual, com anos que começam em 1905. A seguir, dupla prova (16 e 19 horas) de Vinhos do Porto Sandeman, apresentada pelo próprio George Sandeman. Tawnies e Rubis de vários anos serão o objecto da apresentação, certamente com muitas histórias pelo meio. Segue-se um jantar com vinhos Sogrape.
Finalmente, no Domingo, às 11:30, é a vez do Vinho de Carcavelos, em prova apresentada por Alexandre Lisboa, da Câmara de Oeiras (actualmente o único produtor activo de Carcavelos). Em prova estarão vários vinhos e a sua harmonização com chocolates.
Da parte da tarde, às 16 horas, chega a vez dos Moscatéis velhos do Douro, com apresentação a cargo do jornalista e produtor de vinhos Pedro Garcias. Vão estar em prova uma dúzia de vinhos adquiridos directamente aos produtores. Paulo Cruz diz que será “uma prova inédita e exclusiva no panorama mundial”.
As provas custam €150, os jantares €75.
Mais informações consultar a página do Facebook do evento (https://www.facebook.com/events/830883267362711/)
ou através do organizador, Paulo Cruz (915 555 501), do Bar do Binho.