Andreza: Douro de referência, a preço sensato

Andreza douro

Lara Dias, a presidente da Saven, abriu as portas de sua casa, ali bem perto de Aveiro, para a apresentação das novas colheitas Andreza, espelhando, no seio do ambiente familiar, parte do que é o legado de seu pai, Manuel Dias. Empresário dinâmico e criativo, Manuel Dias fundou a Saven no ano de 1988, em […]

Lara Dias, a presidente da Saven, abriu as portas de sua casa, ali bem perto de Aveiro, para a apresentação das novas colheitas Andreza, espelhando, no seio do ambiente familiar, parte do que é o legado de seu pai, Manuel Dias. Empresário dinâmico e criativo, Manuel Dias fundou a Saven no ano de 1988, em Ílhavo, e dedicou-se a exportar para todo o mundo, com enorme sucesso, produtos alimentares portugueses, entre eles o vinho. Como acontece com frequência, o salto da distribuição para a produção ocorreu quase sem se dar por isso. E Manuel Dias encontrou no enólogo Francisco Baptista o parceiro ideal para, em 2009, numa empresa conjunta, a Lua Cheia-Saven, dedicar-se ao vinho enquanto produtor, assentando nas regiões do Douro e dos Vinhos Verdes. Para alcançar o seu sonho transpôs integralmente todos os degraus do processo: compra de uvas a lavradores, construção de adega, aquisição de propriedades, plantação de vinha. Manuel Dias, infelizmente, faleceu demasiado cedo, em 2019, mas deixou importante obra feita. Hoje, a Lua Cheia-Saven possui no Douro, em Vale de Mendiz (por muitos considerado o “filé mignon” da região) a magnífica Quinta do Bronze. São 13 hectares de vinha aos quais se juntam, através de parcerias com diversos viticultores, mais cerca de 100 hectares. A vinificação é feita em adega própria, situada em Alijó, de onde saem marcas como Lua Cheia, Andreza ou Quinta do Bronze. Na região dos Vinhos Verdes, a Lua Cheia-Saven detém 5 hectares de vinha em Melgaço, uma adega em Monção e faz a gestão de mais 20 hectares de vinhedos através de parcerias locais, tendo como marcas principais Maria Bonita, Maria Papoila ou Nostalgia.
Os vinhos agora apresentados por Lara Dias e Francisco Baptista levam ainda mais longe a ambição do fundador, Manuel Dias. Posicionada acima da gama Lua Cheia e abaixo dos “vinhos de vinha” da Quinta do Bronze, a linha Andreza Reserva mostra a região do Douro em todas as suas múltiplas nuances. O Andreza Reserva branco 2021 tem origem em uvas cultivadas nas zonas altas (500 a 600 metros) de Martim e Porrais, localidades do concelho de Murça de onde saem boa parte dos brancos mais ambiciosos do Douro. As castas são as tão tradicionais Viosinho, Gouveio e Rabigato. O mosto das duas últimas variedades fermenta em inox com agitação regular das borras finas. Já o Viosinho vai para barrica usada de carvalho francês, também com bâtonnage após a fermentação. Depois de um ano de estágio, é elaborado o lote final.

Andreza Douro
A Quinta do Bronze, em Vale de Mendiz, é importante activo da empresa.

Se, para o branco, Francisco Baptista selecionou uvas de uma zona muito concreta, para o Andreza Reserva tinto a opção do enólogo foi outra: traduzir toda a diversidade do Douro, ao nível de climas, solos, altitudes e orientações solares. Assim, a matéria-prima que está na base do Andreza Reserva tinto 2020 tem origem nas três sub-regiões durienses. Segundo Francisco Baptista, o objectivo “é ir buscar a frescura ácida do Baixo Corgo, o equilíbrio e complexidade do Cima Corgo e a fruta madura do Douro Superior”. As diferentes origens possuem outra vantagem: permitem-lhe manter a consistência de qualidade e perfil da marca colheita após colheita. São uvas de vinhas antigas, com várias castas misturadas, mas também de parcelas estremes mais jovens. No lote, encontramos sobretudo Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Roriz e, em menor percentagem, Alicante Bouschet, Tinto Cão e Sousão. A fermentação decorre em inox, seguindo-se um estágio de cerca de 12 meses em barrica usada.
Já o Andreza Altitude parte de um conceito distinto, estreado na vindima de 2017 e agora recuperado na de 2019. Tal como o nome indica, é feito a partir de uvas de zonas altas, sempre a cotas superiores a 450 metros. No caso, são parcelas selecionadas no concelho de Alijó, assentes em dois solos distintos, xisto e granito. Para Francisco Baptista, “só assim é possível conseguir o perfil que pretende para este tinto, assente numa mistura de elegância, frescura e expressão de fruta”. São vinhas de idade avançada e com castas misturadas, a que se juntou uma parcela estreme de Tinto Cão para reforçar o equilíbrio ácido. Fermentação clássica em inox, maceração pós fermentativa de três semanas (o enólogo segue o modelo “bordalês” de macerações prolongadas), seguindo depois o vinho para estágio de mais de um ano em barrica nova e usada.
No topo da linha Andreza está Grande Reserva tinto, tendo sido apresentada a colheita de 2015. Tal como no Reserva, também aqui as uvas têm origem nas três sub-regiões do Douro. Predominam as vinhas de maior idade e de baixa produção e diversas parcelas com muitas castas plantadas em “field blend”. “É uma forma de obter sólida estrutura, acidez muito equilibrada e também taninos gordos e maduros”, refere Francisco Baptista. “Um Grande Reserva do Douro tem de ser longevo, crescer largos anos em garrafa”, acrescenta. Assim, no lote encontramos, entre muitas outras variedades, uma boa parte de Touriga Franca, Touriga Nacional e Sousão. As uvas são vinificadas em cuba inox, com maceração prolongada após a fermentação. Longo é também o processo de estágio: o 2015 esteve quase 24 meses em barrica nova e depois largos anos em garrafa até o enólogo o dar como pronto para entrar no mercado.
No seu conjunto, esta linha Andreza apresenta fortíssimos argumentos: superior qualidade, vincado carácter Douro e preço sensato. Talvez, mesmo, demasiado sensato para um nível tão elevado…

(Legenda da foto *Francisco Baptista e Lara Dias são sócios no projecto Lua Cheia – Saven)

 

(Artigo publicado na edição de Abril de 2023)

Pinot Noir é o novo espumante de topo da Aliança

Aliança espumante Pinot Noir

Num evento que teve como palco as Caves Aliança e o Underground Museum, em Sangalhos (concelho de Anadia), a Aliança Vinhos de Portugal apresentou, no dia 22 de Maio, um novo espumante topo de gama, Aliança Pinot Noir Grande Reserva branco 2018. Este vem juntar-se ao espumante Aliança Grande Reserva branco, de Chardonnay e Baga, […]

Num evento que teve como palco as Caves Aliança e o Underground Museum, em Sangalhos (concelho de Anadia), a Aliança Vinhos de Portugal apresentou, no dia 22 de Maio, um novo espumante topo de gama, Aliança Pinot Noir Grande Reserva branco 2018. Este vem juntar-se ao espumante Aliança Grande Reserva branco, de Chardonnay e Baga, cuja edição de 2018 foi também lançada nesse dia, sendo ambos Brut Nature (sem adição de açúcar depois do dégorgement).

Antes de uma prova de bases de espumante, de várias colheitas do Grande Reserva branco e do novo espumante Pinot Noir, conduzida por Francisco Antunes (enólogo com quase 30 anos de casa), foi ainda visitada a nova vinha da Aliança na Bairrada — Quinta da Rigodeira II — com 26 hectares e concebida exclusivamente para originar vinhos base para os espumantes de topo da Aliança.

Leia a reportagem completa na edição de Julho da revista Grandes Escolhas

Melhores vinhos do Douro Superior já são conhecidos

Concurso Vinhos Douro Superior

No âmbito da décima edição do Festival do Vinho do Douro Superior que, como habitualmente, aconteceu em Vila Nova de Foz Côa (de 26 a 28 de Maio de 2023), mais de 200 vinhos desta sub-região duriense foram submetidos a concurso. Em prova cega, um júri de 25 especialistas do sector — incluindo jornalistas e […]

No âmbito da décima edição do Festival do Vinho do Douro Superior que, como habitualmente, aconteceu em Vila Nova de Foz Côa (de 26 a 28 de Maio de 2023), mais de 200 vinhos desta sub-região duriense foram submetidos a concurso.

Em prova cega, um júri de 25 especialistas do sector — incluindo jornalistas e outros “wine writers”, sommeliers, compradores profissionais, entre outros — orientado por Luís Lopes, director editorial da Grandes Escolhas, elegeu os Melhores Vinhos nas categorias Branco, Tinto e Vinho do Porto e atribuiu medalhas de Ouro e de Prata. O Melhor Vinho Branco foi o Terras do Grifo Vinhas Velhas 2018, da Rozès; o Melhor Tinto coube ao Avô Escrivão Grande Reserva 2019, da Vinilourenço; e o Melhor Vinho do Porto foi o Quinta de Ervamoira Vintage 2020, da Ramos Pinto.

Esta foi a edição do Concurso de Vinhos do Douro Superior com mais vinhos inscritos de sempre, um record que toma ainda mais relevância porque, ao contrário do que é habitual neste tipo de concursos, para nesta competição os produtores inscrevem sobretudo os seus vinhos topo de gama. Tratando-se do Douro Superior, o conjunto integra alguns dos melhores e mais conceituados vinhos do país.

O Festival do Vinho do Douro Superior é um evento organizado pelo Município de Vila Nova de Foz Côa e produzido pela Grandes Escolhas.

Conheça todos os vinhos premiados na décima edição do Concurso de Vinhos do Douro Superior:

CATEGORIA “VINHO BRANCO”

Melhor Vinho
Terras do Grifo Vinhas Velhas 2018, Rozès

Medalha de Ouro
Crasto Superior 2021; Quinta do Crasto
Dona Berta Curtimenta Reserva 2020; H. & F. Verdelho – Dona Berta
Kaputt; Barão de Vilar
Quinta Vale d’Aldeia Grande Reserva 2020; Quinta Vale d’Aldeia
Soulmate Grande Reserva 2018; Cortes do Tua Wines
Vineadouro Special Edition 2021; Vineadouro

Medalha de Prata
Altitude by Duorum 2022; Duorum Vinhos
Colinas do Douro Reserva 2021; Colinas do Douro
Couquinho 1º Ensaio 2020; Quinta do Couquinho
Duvalley Reserva 2021; Sociedade Agrícola Castro de Pena Alba
Pai Horácio Grande Reserva 2021; Vinilourenço
Quinta da Bulfata 2020; Quinta da Bulfata
Quinta da Pedra Escrita 2021; Rui Roboredo Madeira Vinhos
Quinta da Silveira Reserva 2018; Sociedade Agrícola Vale da Vilariça
Quinta da Terrincha Reserva 2020; Quinta da Terrincha
Rebelo Afonso Reserva 2021; Casa Rebelo Afonso
Restrito Reserva 2021; Restrito
Souza Dias Moscatel do Douro 2006; Caves da Quinta do Pocinho
Valle do Nídeo 2022; Miguel Abrantes

CATEGORIA “VINHO TINTO”

Melhor Vinho
Avô Escrivão Grande Reserva 2019; Vinilourenço

Medalha de Ouro
Casa Ferreirinha Quinta da Leda 2019; Sogrape Vinhos
Castello D’Alba Limited Edition 2020; Rui Roboredo Madeira Vinhos
Cortes do Reguengo Premium 2018; Vinaze – Quinta do Reguengo
Cortes do Tua Reserva 2020; Cortes do Tua Wines
Crasto Superior Syrah 2020; Quinta do Crasto
Duas Quintas Reserva 2015; Adriano Ramos Pinto
Duorum Reserva 2019; Duorum Vinhos
Grandes Quintas Reserva 201; Casa D’Arrochella
Quinta da Touriga Chã 2020; Jorge Rosas
Quinta do Vesúvio 2020; Symington Family Estates
Selores Premium 2018; Viniselores
Vales Dona Amélia 2018; Gerações de Xisto

Medalha de Prata
Arribas do Côa Reserva 2018; Sotero Ferreira – Arribas do Côa
DA Dina Aguiar Grande Reserva 2018; Adão e Filhos
Fonte Videira Reserva 2020; Casa Agricola Quinta dos Lagares
Gravuras do Côa Grande Reserva 2019; Mateus & Sequeira Vinhos
Iter 2019; Duplo PR – Serviços de Enologia
Mix Grape Reserva 2019; Terraloga, Sociedade Agrícola
Montes Ermos Grande Reserva 2020; Adega Cooperativa de Freixo de Espada à Cinta
Muxagat Vinhas Velhas 2017; Muxagat
Palato do Côa Grande Reserva 2017; 5 Bagos
Quinta da Silveira Grande Escolha 2017; Sociedade Agrícola Vale da Vilariça
Quinta da Terrincha 2019; Quinta da Terrincha
Quinta das Mós Grande Reserva 2020; Mikael Monteiro Cabral
Quinta do Arnozelo Grande Reserva 2018; Sogevinus Fine Wines
Quinta do Couquinho Touriga Nacional Reserva 2020; Quinta do Couquinho
Quinta dos Romanos Reserva 2010; Maria Lucinda Todo Bom Damião Cardoso
Rasga Reserva 2019; Artur Rodrigues
Remisi’us Grande Reserva 2020; Valley & Co.
Roquette & Cazes 2019; Roquette & Cazes
Salgados Reserva 2021; Mário Salgado e Maria de Lurdes Salgado
Sebarigos Reserva 2019; Caves da Quinta do Pocinho
Vale da Teja Reserva 2019; Adega Cooperativa do Vale da Teja
Vale de Pios tinto 2017; Quinta Vale de Pios
Vale Marianes Reserva 2018; Rui Saraiva Caldeira
Vallado Douro Superior 2020; Quinta do Vallado
Vineadouro Vinhas Antigas 2019; Vineadouro

CATEGORIA “VINHO DO PORTO”

Melhor Vinho
Quinta de Ervamoira Vintage 2020; Adriano Ramos Pinto

Medalha de Ouro
Amável Costa Tawny 30 anos; Amável Costa
Burmester Tawny Porto Tordiz 40 anos; Sogevinus Fine Wines

Medalha de Prata
Burmester Tawny Porto 20 anos; Sogevinus Fine Wines
Cockburn’s Quinta dos Canais Vintage 2013; Symington Family Estates
Duorum LBV 2019; Duorum Vinhos
Palmer Vintage 2020; Barão de Vilar
Quinta do Grifo Vintage 2017; Rozès

Malhadinha Nova vence Prémio Nacional de Enoturismo

Prémio Enoturismo

A cerimónia de entrega de prémios da segunda edição do Prémio Nacional de Enoturismo APENO/Ageas Seguros 2023 decorreu no dia 26 de Maio, no Redondo. A grande vencedora, com o galardão “Melhor Enoturismo de Portugal”, foi a Herdade da Malhadinha Nova, num evento promovido pela Associação Portuguesa de Enoturismo (APENO) que distinguiu as melhores empresas, […]

A cerimónia de entrega de prémios da segunda edição do Prémio Nacional de Enoturismo APENO/Ageas Seguros 2023 decorreu no dia 26 de Maio, no Redondo. A grande vencedora, com o galardão “Melhor Enoturismo de Portugal”, foi a Herdade da Malhadinha Nova, num evento promovido pela Associação Portuguesa de Enoturismo (APENO) que distinguiu as melhores empresas, práticas e projectos enoturísticos do país, com o patrocínio principal da Ageas Seguros e apoio da Entidade Regional de Turismo do Alentejo, região que arrecadou a maioria dos prémios.

Ao longo do evento, apresentado por Mónica Jardim, foram sendo divulgados os grandes vencedores das 14 categorias: Melhor Sala de Provas (Niepoort); Melhor Empresa Turística (WINEnROUTE); Melhor Projecto Inclusivo (Adega Mayor); Melhor Projecto Sustentável (Azores Wine Company); Melhor Restaurante (Bomfim 1896); Melhor Chefe de Cozinha (Miguel Laffan); Melhor Sommelier (Gonçalo Mendes); Melhor Profissional (Sofia Soares Franco); Melhor Estadia (Torre de Palma Wine Hotel); Melhor Loja (Quinta da Taboadella); Melhor Arte e Cultura (WOW – World of Wine); Melhor Inovação e Tecnologia (WOW – World of Wine); Melhor Hospitalidade (Herdade da Malhadinha Nova); e Melhor Enoturismo de Portugal (Herdade da Malhadinha Nova).

Este ano, foram ainda atribuídos seis diplomas de Mérito e Incentivo a pessoas que nas suas empresas se evidenciaram pela entrega pessoal e pela excelência do serviço oferecido. Assim, foram distinguidos Vanessa Ferreira (Quinta do Pôpa), David Borges (Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito); Olena Cherkashyna (Enoport); Ana Reis (Quinta do Sanguinhal), Sónia Martins (Lusovini) e Jorge Afonso (Casa do Jôa).

Do painel de mais de 250 jurados do Prémio Nacional de Enoturismo, fizeram parte reconhecidos jornalistas do vinho e do turismo, entidades oficiais das mesmas áreas, chefs de cozinha, sommeliers, e os associados da APENO. Segundo a associação, “os organismos oficiais votaram em diferentes regiões da sua, e os profissionais do sector votaram em pessoas e projectos alheios”.

Cartão WOW dá vantagens no World of Wine

Cartão WOW

O World of Wine (WOW), quarteirão cultural de Vila Nova de Gaia, lançou o Cartão WOW, que proporciona aos aderentes, por uma anuidade, visita a todos os museus permanentes do WOW, todos os dias do ano. Adicionalmente, oferece 10% de desconto para os acompanhantes. O cartão WOW pode ser usado em modo “Individual” ou “Família”, […]

O World of Wine (WOW), quarteirão cultural de Vila Nova de Gaia, lançou o Cartão WOW, que proporciona aos aderentes, por uma anuidade, visita a todos os museus permanentes do WOW, todos os dias do ano. Adicionalmente, oferece 10% de desconto para os acompanhantes. O cartão WOW pode ser usado em modo “Individual” ou “Família”, e tem ainda as modalidades “Jovem” ou “Maiores de 65 anos”.

O cartão Individual tem um custo de 80 euros anuais, mas está disponível por 56 euros para os primeiros 500 aderentes. Já o Cartão WOW Família inclui dois adultos e duas crianças, até aos 12 anos, e tem um custo de 150 euros, que fica por 105 para os primeiros 500 aderentes. Para “Jovens” e “Maiores de 65 anos”, o cartão tem um valor de 50 euros por ano (para os primeiros 500 fica a 35 euros).

O Cartão WOW dá entrada nos seguintes museus do World of Wine: The Bridge Collection, The Wine Experience, Planet Cork, The Chocolate Story, Porto Region Across the Ages e Pink Palace. Dá ainda direito a visitas guiadas, desde que previamente marcadas, e a acesso prioritário caso haja filas. Os aderentes usufruem ainda de 10% de desconto nas lojas dos museus e nos restaurantes do quarteirão cultural.

Quinta da Boavista: Boa é a vista, mas melhor é o vinho

Quinta da Boavista

Boas vistas no Douro são muitas, mas a Quinta da Boavista é única. História não lhe falta desde a primeira demarcação da região vitivinícola do Douro, em 1756. Nos meados do século XIX, a história da quinta cruza com o Barão de Forrester, uma das maiores figuras durienses daquela época, que costumava ficar na propriedade […]

Boas vistas no Douro são muitas, mas a Quinta da Boavista é única. História não lhe falta desde a primeira demarcação da região vitivinícola do Douro, em 1756. Nos meados do século XIX, a história da quinta cruza com o Barão de Forrester, uma das maiores figuras durienses daquela época, que costumava ficar na propriedade nas suas viagens pelo Douro. Um dos edifícios, ainda hoje é conhecido pelos locais como “Casa de Barão”. As vinhas da Quinta da Boavista tinham muita importância pela sua localização privilegiada e capacidade de produzir vinhos de qualidade excepcional. Já no século XX, a Quinta da Boavista passou por várias aquisições e trocas de propriedade. Mas desde 2020 que pertence à Sogevinus, que para além do vinho do Porto, onde é detentora de grandes marcas — Cálem, Burmester, Kopke e Barros — aposta nos vinhos DOC Douro, no segmento premium.
A vinha do Oratório e vinha do Ujo são duas peças emblemáticas no património vitícola da Quinta da Boavista, tão diferentes na sua apresentação e no carácter dos vinhos aos quais dão origem. A vinha do Oratório é muito cénica e absolutamente encantadora em qualquer hora do dia, quer de manhã, quando o sol ilumina o magnífico anfiteatro de 14 terraços largos, quer à tarde, quando as sombras acentuam o relevo dos maciços muros de xisto com 8 metros de altura. São quase 3ha de vinha e uma mescla de 25 castas, com uma idade média superior a 90 anos, que dão origem a um vinho de grande personalidade. Já a mítica vinha do Ujo, com apenas 1,5ha, escondida por detrás da encosta e implantada em socalcos toscos pré-filoxéricos com exposição Norte, pode não ter tanta beleza visual como a vinha do Oratório, mas tem uma beleza intrínseca que se sente no vinho de carácter inconfundível. Também são vinhas muito velhas com mais de 25 castas plantadas antes de 1930.

Quinta da Boavista
Em cima: Márcio Nóbrega (viticultura) e Carlos Alves (enologia). Em baixo: Carla Tiago (enologia), Jean-Claude Berrouet (enólogo consultor) e Ricardo Macedo (enologia).

No ano 2019, a Primavera surgiu quente e seca com excepção do mês de Abril, com pouca chuva e temperaturas mais amenas do que habitual no Douro, e conseguiu-se ter uvas sãs e de maturação equilibrada. A vindima ainda foi realizada pela equipa anterior, da Lima&Smith, mas o afinamento final e engarrafamento já foi feito pela equipa da Sogevinus, em colaboração com o experiente e reputado enólogo Jean-Claude Berrouet, que durante mais de quatro décadas foi responsável pelos vinhos do Château Petrus. É um grande defensor do terroir e assegura o projecto da Quinta da Boavista desde 2013, pois as vinhas da propriedade permitem explorar e traduzir este conceito em vinhos distintos e de enorme finesse.
O Vinha do Oratório fermentou em lagares de granito com pisa a pé e depois foi para as barricas de carvalho francês, onde estagiou pelo menos 18 meses. O Vinha do Ujo fermentou em barricas de 500 litros, mudando para as barricas de 225 litros, onde permaneceu durante 16 meses.
É difícil de avaliar estes dois vinhos sem aplicar o gosto pessoal, por serem vinhos que criam emoção. Sendo ambos altamente gastronómicos, e é interessante observar como estes vinhos lidam de forma diferente com o mesmo prato, que ainda por cima, não foi, no evento de lançamento, dos mais fáceis: o corço, preparado pelo chef António Loureiro, detentor de uma estrela Michelin. O Vinha do Oratório alinhou com o prato de uma forma directa, criando uma harmonização perfeita e imediata pela igualdade de forças e texturas. A aliança com o Vinha do Ujo foi menos óbvia. Neste caso, o vinho deu suporte ao prato de uma forma mais discreta, não disputando o protagonismo, mas prolongando o sabor.
O Boa-Vista Reserva tinto é uma expressão da propriedade no seu todo através das diferentes castas (Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinto Cão e vinhas velhas) provenientes de várias altitudes e exposições solares. Parcialmente, fermentou em lagar e em inox, e estagiou na sua totalidade em barricas de carvalho francês entre os 15 e os 20 meses, antes de integrar num lote final. A vinha do Levante é a mais recente, foi plantada em 2007 numa das cotas mais elevadas da quinta, com orientação Nascente. As castas são Arinto e Viosinho, que nesta localização recebem o sol de manhã, mas ficam protegiddas do sol mais quente da tarde, tendo assim uma maturação mais equilibrada, preservando a componente ácida.
Este é o primeiro lançamento do vinho branco da Quinta da Boavista. O ano 2020 foi marcado por temperaturas altas, bastante acima do normal e com ondas de calor registadas em Junho, Agosto e Setembro, obrigando a iniciar a vindima no final de Agosto. O Viosinho foi vindimado na terceira semana de Agosto, e o Arinto 3 dias depois, tudo colhido à mão, como é habitual nas vinhas plantadas em patamares. A vinificação foi adaptada à casta. O Viosinho, depois de desengaço e prensado, foi para a barricas novas de 1º e 2º ano. O Arinto, a seguir à maceração de 24 horas, fermentou em inox e só no fim da fermentação foi para madeira de 1º ano. O estágio decorreu em barricas e passado um ano foi feito o lote final. O vinho esperou um ano em garrafa, para ser apresentado.

 

 

 

 

(Artigo publicado na edição de Abril de 2023)

Alvarinho: Symington e Anselmo Mendes criam empresa conjunta

Symington Anselmo Mendes

“É com enorme gosto e entusiasmo que as famílias Mendes e Symington anunciam a decisão de aprofundarem a cooperação que têm mantido ao longo dos anos e de trabalharem ainda mais estreitamente em conjunto na construção de marcas de Vinho Verde premium com prestígio e qualidade que possam afirmar, ainda mais, o enorme potencial que […]

“É com enorme gosto e entusiasmo que as famílias Mendes e Symington anunciam a decisão de aprofundarem a cooperação que têm mantido ao longo dos anos e de trabalharem ainda mais estreitamente em conjunto na construção de marcas de Vinho Verde premium com prestígio e qualidade que possam afirmar, ainda mais, o enorme potencial que ambas as famílias reconhecem nesta incontornável região vitivinícola de Portugal.

Assim, na sequência da aquisição por parte da Symington Family Estates da histórica propriedade da Casa de Rodas, na prestigiada sub-região de Vinho Verde DOC de Monção e Melgaço, no final do passado ano, as famílias Mendes e Symington decidiram criar uma nova empresa, em partes iguais, com o objetivo de comercializar os vinhos que serão produzidos nesta propriedade. O projeto conjunto incluirá também a aquisição, por parte desta nova empresa, da marca Contacto que tem conhecido um assinalável sucesso tanto em Portugal como no estrangeiro e cujo desenvolvimento ambas as partes acreditam ser possível, em conjunto, potenciar.

Anselmo Mendes (ao centro na foto) afirmou que ‘Monção e Melgaço tornou-se nos últimos anos numa singular região produtora de vinhos brancos de classe mundial. Como oriundo de Monção tenho imenso orgulho em fazer parte daquele sucesso. Esta parceria da minha família com a família Symington deixa-me duplamente satisfeito, pois juntos iremos criar valor acrescentado nas nossas marcas e ainda contribuir para o maior reconhecimento dos vinhos Monção-Melgaço. Ambos partilhamos o gosto pelas vinhas próprias e escolhemos com sabedoria os melhores terroirs. A minha família possui três quintas em Monção-Melgaço num total de 60 hectares, plantadas com a casta Alvarinho, sendo a Quinta da Torre o maior espaço vinhateiro da Região.’.

Rupert Symington afirmou sentir-se muito entusiasmado com este novo projeto nos Vinhos Verdes e que ‘a formalização desta cooperação entre as famílias Mendes e Symington é motivo de enorme orgulho para a nossa família e demonstra bem a importância que a Symington Family Estates dá ao estabelecimento de relações estáveis com famílias que partilham os mesmos valores que nós. Acreditamos muito no futuro dos Vinhos Verdes e iremos dedicar muito do nosso trabalho na sua promoção e valorização”.

Sobre a marca Contacto, Rupert acrescentou que ‘é um excelente exemplo de uma marca de excelência do Vinho Verde produzida inteiramente com a casta Alvarinho. Tem uma boa distribuição em Portugal, bem como noutros mercados internacionais. Acreditamos no enorme potencial do Vinho Verde premium em alguns mercados de exportação, e planeamos utilizar a nossa rede de distribuição internacional para expandir as vendas daquele que consideramos ser o mais famoso vinho branco de qualidade de Portugal.'”.

Portugal recebe Congresso Mundial das Confrarias Báquicas

Congresso Mundial Confrarias Báquicas

Entre os dias 27 de Maio e 2 de Junho de 2023, Portugal será palco do Congresso Mundial das Confrarias Báquicas, organizado pela Federação Internacional das Confrarias Báquicas. O evento reunirá cerca de 300 participantes, vindos dos 34 países membros da federação. Com paragens nas regiões do Minho, Douro, Vale do Tejo, Lisboa, Oeiras e […]

Entre os dias 27 de Maio e 2 de Junho de 2023, Portugal será palco do Congresso Mundial das Confrarias Báquicas, organizado pela Federação Internacional das Confrarias Báquicas. O evento reunirá cerca de 300 participantes, vindos dos 34 países membros da federação. Com paragens nas regiões do Minho, Douro, Vale do Tejo, Lisboa, Oeiras e Alentejo, este congresso contará com o alto patrocínio do Presidente da República, e tem como objectivo promover a visibilidade dos vinhos portugueses.

Após o êxito de 1998, no qual o nosso país foi anfitrião, Portugal volta a receber este evento de relevância internacional, desta vez em Vila Nova de Gaia. As Confrarias de Vinhos de todo o mundo, pertencentes à Federação Internacional das Confrarias Báquicas, encontrar-se-ão para um momento de partilha cultural e promoção dos vinhos provenientes dos diversos países que integram a federação.

O Congresso Mundial das Confrarias Báquicas terá visitas programadas à região dos Vinhos Verdes e ao Douro, e está também prevista uma extensão até Lisboa. A Federação das Confrarias Báquicas de Portugal delineou, para este ano, um extenso programa que proporcionará aos confrades a oportunidade de visitar várias propriedades vitivinícolas, provar uma selecção exclusiva de vinhos portugueses e descobrir as paisagens nacionais. O programa inclui, ainda, diversas provas de vinhos comentadas e, adicionalmente, estão agendadas entronizações por parte das confrarias.

“O 52º Congresso Internacional das Confrarias Báquicas 2023 será prova da capacidade única que as Confrarias e Colegiadas têm de evidenciar o que de melhor temos em Portugal – diversos produtos de excelência claramente distintos num território que engloba realidades diferentes. Esta será mais uma ocasião para deixar gravada nos congressistas uma imagem de Portugal, e das suas regiões, que irá perdurar por muitos mais anos, a quem daremos a conhecer algumas das melhores experiências que só Portugal sabe oferecer, reforçando o prestígio da marca Portugal e dos seus vinhos, gastronomia, turismo e cultura de cada região visitada”, afirma Pedro Rêgo, presidente da Federação das Confrarias Báquicas de Portugal.