Sustentabilidade dá quarto prémio consecutivo da World Finance à Corticeira Amorim

Sustentabilidade Amorim

A Corticeira Amorim foi galardoada, pelo quarto ano consecutivo, nos Prémios de Sustentabilidade da revista World Finance. Vencedora na categoria “Wine Products Industry”, esta empresa portuguesa é reconhecida, como a própria refere, pela “promoção do montado, da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas, pelo fomento, suporte e investimento em Investigação & Desenvolvimento + Inovação, e […]

A Corticeira Amorim foi galardoada, pelo quarto ano consecutivo, nos Prémios de Sustentabilidade da revista World Finance. Vencedora na categoria “Wine Products Industry”, esta empresa portuguesa é reconhecida, como a própria refere, pela “promoção do montado, da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas, pelo fomento, suporte e investimento em Investigação & Desenvolvimento + Inovação, e pela implementação dos melhores princípios, modelos e práticas da economia circular”. Estas são premissas que, na Corticeira Amorim, se reflectem em cada produto e solução do seu alargado portefólio. Esta edição dos World Finance Sustainability Awards, por sua vez, distinguiu as empresas que demonstraram verdadeiro compromisso com a redução das emissões em toda a sua cadeia de valor.

“A eficiência energética, a gestão responsável de fornecimentos e o impacto ambiental positivo do produto foram outras mais valias determinantes para a distinção. Valorizou-se igualmente a promoção da formação, segurança e bem-estar, bem como o desenvolvimento social, pessoal e profissional de todos os colaboradores e colaboradoras da Corticeira Amorim. Destaque também para a proposta de valor de longo prazo da Corticeira Amorim, a emissão de obrigações verdes no valor de 40 milhões de euros, e o investimento contínuo em Investigação & Desenvolvimento + Inovação, 10 milhões de euros por ano. O júri dos Prémios de Sustentabilidade da revista World Finance enalteceu igualmente o balanço negativo de CO2 das rolhas de cortiça da Corticeira Amorim, produtos que têm um contributo ‘relevante para a descarbonização da indústria vinícola’. Começando nas rolhas de cortiça naturais, passando pelas rolhas para espumosos, as rolhas microaglomeradas e as rolhas bartop, todas as famílias de produto da Amorim Cork estão agora certificadas com uma declaração do seu balanço de carbono negativo”, explica a Corticeira Amorim.

Todos os vencedores dos prémios World Finance Sustainability foram anunciados em www.worldfinance.com.

El Corte Inglés e La Vida Ibérica trouxeram Pilar Del Río a Lisboa

Pilar del Río

O ciclo de palestras Sabores e Paladares Ibéricos — organizado pelo El Corte Inglés e por La Vida Ibérica — visa promover a multiculturalidade entre os dois países-irmãos, mas também relembrar acontecimentos históricos e dar a conhecer a geografia da Península Ibérica e ilhas. A segunda sessão, que, tal como a primeira, aconteceu na Sala […]

O ciclo de palestras Sabores e Paladares Ibéricos — organizado pelo El Corte Inglés e por La Vida Ibérica — visa promover a multiculturalidade entre os dois países-irmãos, mas também relembrar acontecimentos históricos e dar a conhecer a geografia da Península Ibérica e ilhas. A segunda sessão, que, tal como a primeira, aconteceu na Sala de Âmbito Cultural do El Corte Inglés de Lisboa, versou sobre “Saramago, Lanzarote e os Vinhos da Macaronésia”, com a presença especial de Pilar Del Río, que apresentou a palestra “Memória de Saramago em Lanzarote” e trouxe livros da autoria do escritor português, como “Último caderno de Lanzarote”, e um vinho desta ilha vulcânica, uma edição especial da adega El Grifo, Saramago 100.

A apresentação em vídeo do Turismo de Lanzarote marcou o início do encontro, que terminou com uma apresentação de Luís Antunes — crítico de vinhos, colaborador da Grandes Escolhas e correspondente da Wine Spectator — que falou aos convidados sobre os vinhos da Macaronésia, nomeadamente das ilhas dos Açores, Madeira e Canárias, sem esquecer os de Cabo Verde, salientando as semelhanças, diferenças, e especificidades.

No final, os presentes provaram alguns vinhos, como o Madeira Barbeito RainWater, o Madeira Ilha Verdelho e o Açores Terras de Lava tinto, acompanhados com linguiças e queijos premium dos Açores, à venda no Gourmet Experience do El Corte Inglés.   

Segundo os organizadores, “esta segunda sessão acabou por ligar a cultura gastronómica ibérica com a Cultura em maiúsculas, pela mão da mais destacada presença ibérica no panorama literário, Saramago, recordado pela sua mulher, Pilar del Río.”.

Maria de Lourdes Modesto: O adeus a uma grande senhora

Créditos de foto: Monocle / Rodrigo Cardoso Apesar da idade avançada, a morte de Maria de Lourdes Modesto apanhou-me de surpresa. É sempre triste quando parte alguém com quem tivemos uma relação de amizade. Como tantos outros aficionados, conheci a Maria de Lourdes Modesto pelos seus programas de TV e sobretudo pelos seus livros. Fiquei […]

Créditos de foto: Monocle / Rodrigo Cardoso

Apesar da idade avançada, a morte de Maria de Lourdes Modesto apanhou-me de surpresa. É sempre triste quando parte alguém com quem tivemos uma relação de amizade. Como tantos outros aficionados, conheci a Maria de Lourdes Modesto pelos seus programas de TV e sobretudo pelos seus livros. Fiquei muito contente quando, em anos recentes, tivemos oportunidade de privar bons momentos, em sua casa, à volta de um chá e do bolo que sempre preparava para acompanhar o lanche. Sempre curiosa e atenta, nunca deixou que a idade lhe retirasse o gosto pelos livros, pelas coisas boas e novas que a culinária moderna foi trazendo. Gostava com entusiasmo mas, quando entendia, criticava as modernices sem sentido a que assistia e a mistura de conceitos que grassavam nos críticos de formação apressada que com ela se foram cruzando. Sempre disponível para participar em eventos e acções de promoção da gastronomia, sempre atenta ao que faziam os novos Chefes que, diga-se, lhe reconheciam a inspiração e a amizade sempre renovada. Foi a grande senhora da gastronomia portuguesa e serão poucas todas as homenagens que lhe forem prestadas. Fica a herança, o saber e a inspiração.

Obrigado Maria de Lourdes, foi para mim uma honra ter privado consigo tão agradáveis momentos. Até sempre!

João Paulo Martins

Grande Prova: Beira Interior 2.0

Beira Interior desafiante

Brancos e tintos desafiantes A Beira Interior está em constante mudança, com o solidificar e desenvolver de projectos clássicos e bem-sucedidos e o surgir de outros que vêm trazer ainda mais dinamismo e competitividade. Nesta prova, percorremos os brancos e tintos bem diferenciadores de uma região com antigas tradições de vinha e de vinho, onde […]

Brancos e tintos desafiantes

A Beira Interior está em constante mudança, com o solidificar e desenvolver de projectos clássicos e bem-sucedidos e o surgir de outros que vêm trazer ainda mais dinamismo e competitividade. Nesta prova, percorremos os brancos e tintos bem diferenciadores de uma região com antigas tradições de vinha e de vinho, onde o carácter, a frescura e a elegância são denominador comum.

Texto: Valéria Zeferino
Fotos: Ricardo Palma Veiga

A tradição vitivinícola antiga na Beira Interior remonta à época romana, sendo oficialmente demarcada em 1999. Há alguns anos falámos no despertar da Beira Interior, quando surgiram projectos novos a inspirados pelos entusiastas, alguns com raízes na região, outros vindos de fora dela. Enólogos conhecidos, como Virgílio Loureiro, Anselmo Mendes, Rui Madeira, Rui Reguinga ou Patrícia Santos, trouxeram o seu conhecimento, elevaram a qualidade dos vinhos e deram credibilidade à região. O consumidor também despertou, (re)descobrindo uma região antiga na sua versão 2.0 com identidade própria que privilegia frescura e elegância.

Hoje, a região produz mais de 3 milhões de garrafas, apostando cada vez mais na exportação. Nos últimos dois anos a exportação duplicou chegando a 40% de produção. Os principais mercados neste momento são Brasil, Letónia, USA, Canadá, Dinamarca, Bélgica e Holanda, de acordo com os dados da CVRBI. Esta entidade certificadora também assume um papel de promotora da região, apostando fortemente no enoturismo e na internacionalização dos seus vinhos, trazendo potenciais importadores à região através das missões inversas. Nos últimos dois anos foi criada a Rota dos Vinhos da Beira Interior que pretende atrair cada vez mais pessoas ao interior. Até porque a oferta enogastronómica e cultural dentro da região é grande. E não podemos esquecer que das 12 aldeias históricas de Portugal, 11 ficam na Beira Interior.

Identidade geográfica

A altitude, a continentalidade e os solos pobres moldam as condições edafo-climáticas da Beira Interior.  A região estende-se do vale do Douro e Trás-os-Montes no norte ao rio Tejo no sul. Faz fronteira com a Espanha e é separada da Beira Litoral pelas várias formações montanhosas:  Serra da Estrela, do Açor, Gardunha e Lousã, que cortam a influência atlântica, deixando o clima mais seco, com maior amplitude térmica diária e anual.

A continentalidade manifesta-se pelos invernos rigorosos e frios, temperaturas negativas e neve frequente e pelos verões curtos, mas quentes e secos, com muitas horas de sol. A amplitude também ameniza os extremos de temperatura no pico de Verão. As noites frescas criam condições importantes para maturações mais homogéneas e retenção da acidez que mais tarde se traduz na frescura dos vinhos produzidos.

As montanhas e planaltos elevam as vinhas à altitude de 300 a 700 metros, amenizando as temperaturas médias, pois a temperatura baixa 0,6˚C por cada 100 metros.

Os solos são pobres em matéria orgânica e bem drenados, de origem maioritariamente granítica, mas também xistosa em zonas de transição para o Douro, com filões de quartzo e alguma ascendência arenosa.

Existem três sub-regiões, que antes da criação de denominação de origem em 1999, eram três regiões separadas: Pinhel, Castelo Rodrigo e Cova da Beira.

A sub-região de Pinhel com altitude média de 650 metros fica a norte da Guarda e estende-se até Mêda e à serra da Marofa.  A sub-região do Castelo Rodrigo está praticamente colada à de Pinhel, tendo como a linha de separação o rio Côa e uma estrutura montanhosa. Caracteriza-se pelos planaltos a 600 e 750 m de altitude. Ambas as sub-regiões são secas, com precipitação anual raramente a ultrapassar os 500 mm e com grandes amplitudes térmicas.

A Cova da Beira situa-se na zona sul da região, sendo limitada, a Norte, pelas serras da Estrela, Gardunha e Malcata e a sul, pela bacia hidrográfica do Tejo, onde o clima já tem alguma influência mediterrânica. É a sub-região mais extensa da Beira Interior, onde dá para distinguir duas zonas com características um pouco diferentes. Uma mais a Norte, entre as Serras da Gardunha e da Serra, à volta do Fundão e da Covilhã, com a precipitação a variar muito (de 600 a 1.800 mm por ano) em função do relevo. Outra, a Sul da Serra da Gardunha, com temperaturas mais elevadas e de precipitação a rondar os 500-700 mm. Aqui o clima apresenta semelhanças com o Alentejo.

A vindima entre a Cova da Beira e Pinhel pode começar com três semanas de diferença. As geadas de primavera são problemáticas na maior parte da região. Como diz Pedro Carvalho, da Quinta dos Termos, “geada há sempre, a dúvida é se será muita ou pouca”. Por isto as podas são mais tardias, às vezes são feitas em Abril para os abrolhamentos serem mais tarde, não prejudicando a produção em caso de geada.

Castas com carácter

De acordo com os dados do IVV, houve uma diminuição em termos de área plantada nos últimos anos (de 15110 ha para 13874 ha), provavelmente devido  ao abandono da vinha e a algum arranque para plantação de outras culturas. Mesmo que 75% da vinha não tenha DOP/IGP, a área de vinha para vinhos certificados como DOP e IGP aumentou bastante, o que é uma dinâmica muito positiva.

As castas mais plantadas na Beira Interior, segundo o IVV, são Rufete e Siria representando 16,2% e 15,6% da área plantada, respectivamente. O Aragonez também tem uma grande presença na região ocupando 14,5% da vinha.

As primeiras duas castas existiam antes da filoxera, variando um pouco entre as zonas, e expressam mais a região, mas na maior parte dos vinhos entram em lotes. Outras castas antigas são Fonte Cal, Malvasia, Gouveio, Rabigato e Folgasão, nas brancas e Marufo, Bastardo, Tinta Francisca, Donzelinho, entre castas tintas. Com o passar do tempo e novas tendências o encepamento mudou e hoje encontramos na região as castas nacionais de outras regiões (Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca, por exemplo) e estrangeiras como a Chardonnay, Cabernet Sauvignon, Syrah e Merlot. Até Sangiovese e Nebbiolo foram plantadas pela Quinta dos Termos a título de experiência.

A casta Rufete, também é conhecida como Tinta Pinheira no Dão e encontra-se em pouca quantidade noutras regiões, ocupando 2% de encepamento do país. Produz imenso, diz o produtor José Afonso, das Casas Altas. Tirando isto, na sua opinião, é bem amiga do viticultor. Antigamente, quando chovia mais no Outono, verificavam-se problemas de podridão a que a casta é sensível, ultimamente nem isto. Na adega tem tendência para aromas um pouco reduzidos, pelo que convém transfegar logo quando acaba a fermentação.

Pela sua grande produtividade, o Rufete ganhou alcunha de “pai dos pobres”. Nas adegas cooperativas chegava a produzir até 20 tn/ha, perdendo completamente a sua identidade e imagem, e nos anos 80-90 acabou por ser renegada na sua terra natal. O proprietário da Quinta dos Termos, João Carvalho, contou uma vez que em algumas adegas cooperativas até nem se aceitavam novos sócios com muito Rufete, dando preferência a outras castas.

O Rufete origina vinhos de grau alcoólico contido, com pouco tanino, cor aberta e acidez média. Plantada nos sítios certos, em solos pobres, com produções controladas a não ultrapassar 6-7 tn/ha, produz vinhos sérios, mas delicados, com frescura e carácter próprio.

A enóloga e produtora Patrícia Santos (Rosa da Mata), refere que, em termos aromáticos, Rufete tem bastante fruta, mas é delicada, nada de excessos. Tem bastante acidez e evolui bem em barrica.

É sempre uma óptima alternativa a vinhos mais extraídos, carnudos e tánicos que são cada vez mais apreciados pelos enófilos, mas nem sempre a cor mais aberta do Rufete é entendida pelo consumidor geral. José Afonso explica que vende os vinhos de Rufete mais aos conhecedores e hotelaria de luxo do que ao consumidor menos informado, embora as pessoas mais antigas da região, que entendiam o vinho como parte da alimentação, aceitassem bem a cor menos intensa.

A casta Síria no nosso país responde por muitos nomes: Roupeiro no Alentejo e Códega no Douro, são os sinónimos oficiais. Para além disto é conhecida como Alvadourão ou Alvadurão no Dão, Malvasia Grossa e Dona Branca em Bucelas e Crato Branco no Algarve. Até na Beira Interior, na zona de Belmonte, e em Portalegre, usava o sinónimo de Alva. Como vemos é bastante comum em várias regiões e ocupa 3% do encepamento nacional. Mas é na Beira Interior que a casta se destaca pela maior frescura e aromas menos terpênicos, mais delicados e focados, mas que duram mais tempo no envelhecimento em garrafa. Segundo Patrícia Santos, a Síria é uma casta muito versátil e expressa de forma identificativa não só a região da Beira Interior, como também cada sub-região. Na zona de Castelo Branco demonstra mais perfume, mas consegue manter a frescura; na zona de Pinhel é mais discreta, mais selecta; na zona de Figueira é um compromisso entre as outras duas.

A Fonte Cal é uma casta originária da zona de Pinhel e praticamente só existe na Beira Interior, sobretudo nos encepamentos antigos. Representa menos de 1% do encepamento da região, mas encontra-se principalmente em vinhas velhas onde existe uma mistura de muitas castas e por isto não se encontra identificada pelo IVV como Fonte Cal. É uma casta vigorosa, mas não muito produtiva. Precisa de mais tempo para amadurecer do que a Síria, mas perde rapidamente a acidez, pelo que a janela de vindima é muito pequena. Por esta razão entrava sempre nos lotes com Síria ou Arinto com mais nervo.

Patrícia Santos refere que na adega a Fonte Cal também não é fácil. Tem tendência para oxidar e perde aromas rapidamente. Como se não bastasse, apresenta instabilidade em termos de tartaratos de cálcio e tem tendência para o pinking (um fenómeno oxidativo do vinho branco, dando origem a uma evolução da cor para um tom cinzento-rosado). A verdade é que continuam a existir muito poucos vinhos monovarietais de Fonte Cal.

Algumas castas antigas da região são pouco conhecidas hoje em dia e trazem alguma polémica quanto à sua origem. E o caso da Callum, vinificada em extreme pela Quinta dos Termos. As opiniões dividem-se e nem os especialistas chegam a um consenso: uns dizem que é uma das castas antigas na zona que era chamada Pinhal Interior, enquanto existe possibilidade de ser a mesma casta chamada Batoca na região de Vinhos Verdes. Também foi referenciada nos distritos de Aveiro, Leiria, Vila Real e Bragança, com os nomes de Sedouro ou Alvaraça. Mas independentemente da sua origem, não há dúvidas que a casta teve sempre presença naquela zona da Beira Interior. Antes da filoxera entrava nos encepamentos de Sertã, Covilhã e Belmonte. O produtor e enólogo Pedro Carvalho conta que Callum já era autorizada para produção de vinhos na antiga Cova da Beira ainda antes de criação da denominação de origem.

Tudo começou quando a Quinta dos Termos adquiriu em 2015 outra propriedade – Herdade de Lousial, onde plantou nos cerca de 2 hectares 92 clones de Callum, provenientes de zonas distintas do pais, incluindo o Minho. Fizeram-se cerca de 1200 garrafas de um vinho único desta casta em 2020 e a experiência foi repetida em 2021, com mais de 3 mil garrafas.

A casta Fernão Pires não é muito associada à Beira Interior, ocupando cerca de 1% de vinha, mas tem na zona de Pinhel uma expressão bem interessante. Patrícia Santos ficou fascinada pela performance da casta que em Pinhel mostra uma quase salinidade inexplicável. Compara com vinhos de Sancerre, que, feitos de uma casta aromática, naquela região revelam uma personalidade diferente. No final de fermentação o vinho passa para as pipas de 500 litros, onde permanece pelo menos um ano. A produtora gosta de vinhos com madeira para dar outra dimensão ao vinho, desde que não seja exagerada. Deste vinho produz  apenas 1500 litros, mas faz um vinho de que gosta e que reflecte o terroir.

Na zona de transição para a região do Douro, os solos são xistosos e nota-se grande presença das castas durienses. As vinhas da Casas do Côro, na aldeia histórica de Marialva a poucos quilometros de Mêda, são velhas com quase 100 anos, com produções baixíssimas de 1500 kg/ha e ficam numa altitude de 600 metros. Entre as castas tintas predominam Mourisco e Touriga Franca e nas brancas Rabigato e Códega, aos quais se juntam uvas de Rabigato, Verdelho da Madeira e Donzelinho, provenientes da primeira vinha plantada em 2009.

Projectos novos e antigos

Na Beira Interior nota-se um movimento em direcção à qualidade e valorização da região. Já há produtores de renome, marcas associadas aos vinhos de autor, com personalidade vincada, que começam a ficar emblemáticas para a região, como a Casas de Côro, Biaia, Quinta dos Termos (também é uma das mais antigas) e Rui Madeira, entre outros.

E quase todos os anos aparecem projectos novos de grande dedicação e com propósito. Podem não ter ainda dimensão, mas contribuem para o nível qualitativo da região. Um dos mais interessantes é o de Miss Vitis Wines com marca Bal da Madre. Gil Taveira conta que o projecto começou no Douro pelo seu avó e com ele teve continuação. Há poucos anos resolveu apostar na Beira Interior para fazer vinhos de agricultura biológica, já que a região reúne as condições para isso. Em conjunto com produtores de azeite e mel, entre outros produtos, exportam para o Reino Unido, transportando a mercadoria em veleiros (para reduzir a pegada ecológica). O nome Bal da Madre significa “Vale da Mãe” em língua mirandesa e presta homenagem à mulher e à videira, onde tudo começa. A primeira colheita foi de 2017. O perfil dos vinhos é muito limpo, delicado, com uma simplicidade cativante.

A notoriedade constrói-se com resiliência e dedicação e pequenos projectos por vezes seguem conceitos bem sucedidos, são rapidamente captados pelos radares dos enófilos e propagados, valorizando a imagem global da região.

(Artigo publicado na edição de Junho de 2022)

 

Trafaria (com) Prova com mais de 7000 visitantes

trafaria com prova

Depois de dois anos de ausência devido à pandemia, a Trafaria voltou a viver momentos intensos com o festival Trafaria (com) Prova que decorreu entre 8 e 10 de Julho numa organização do Município de Almada e produção da Grandes Escolhas. Com a presença de 20 expositores de vinhos, representado várias regiões vinícolas do país […]

Depois de dois anos de ausência devido à pandemia, a Trafaria voltou a viver momentos intensos com o festival Trafaria (com) Prova que decorreu entre 8 e 10 de Julho numa organização do Município de Almada e produção da Grandes Escolhas.

Com a presença de 20 expositores de vinhos, representado várias regiões vinícolas do país e uma presença internacional dos vinhos da Moldávia, a que se juntaram os deliciosos petiscos locais de oito restaurantes participantes e de quatro pastelarias, o evento atraiu muitos visitantes que puderam disfrutar de bons momentos à beira Tejo.

O imenso calor que se fez sentir no fim de semana não desencorajou os participantes e foram muitos os que aproveitaram as condições únicas do Passeio Ribeirinho da Trafaria para passar momentos descontraídos. Para os consumidores mais exigentes as provas de vinho comentadas pelo critico Luís Antunes foram um momento alto e muito participado. Actividades para crianças, actuação de bandas e tunas musicais, teatro de rua e DJs, completaram a oferta de uma festa que foi concebida para agradar a toda a família.

 

Dora Simões é a nova presidente da direcção da CVR dos Vinhos Verdes

Dora Simões Presidente

Duas mulheres eleitas para a liderança no mandato 2022-2025 Dora Simões acaba de ser eleita para o cargo de Presidente da Direcção da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) para o triénio 2022-2025, contando com Óscar Meireles e Rui Pinto como Vogais, em representação do Comércio e da Produção, respectivamente. Natural do […]

Duas mulheres eleitas para a liderança no mandato 2022-2025

Dora Simões acaba de ser eleita para o cargo de Presidente da Direcção da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) para o triénio 2022-2025, contando com Óscar Meireles e Rui Pinto como Vogais, em representação do Comércio e da Produção, respectivamente.

Natural do Porto e licenciada em English for International Business pela University of Central Lancashire, no Reino Unido, Dora Simões conta com um percurso profissional de mais de 25 anos em que se destacam funções de relevo no sector dos vinhos, desde gestão de Marketing na Europa Central da Ernest & Julio Gallo Winery, à Direcção-Geral da ViniPortugal ou a Presidência da Direcção da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), onde lançou e desenvolveu o Plano de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA) que constitui uma referência a nível nacional e internacional. Dora Simões foi eleita por unanimidade para suceder a Manuel Pinheiro, Presidente da Direcção da CVRVV durante cerca de duas décadas, na qual assumiu 7 mandatos.

Pela primeira vez, a CVRVV conta com duas mulheres na liderança da Região, com Celeste do Patrocínio a assumir a Presidência do Conselho Geral, numa instituição em que historicamente a Direcção dos Departamentos é maioritariamente assumida no feminino.

“É um enorme orgulho e uma grande responsabilidade assumir a liderança de uma Região que se posiciona com diferenciação pela qualidade e que tem sido um exemplo a nível nacional e na promoção da marca Vinho Verde em mais de uma centena de mercados externos. Esta Direcção tem como missão manter esse crescimento nas exportações e no mercado nacional, reforçando o papel pioneiro que a CVRVV tem tido no desenvolvimento de ferramentas de apoio aos viticultores, na promoção do trabalho de produtores e engarrafadores e no aumento da base de consumidores dos vinhos desta Região única no Mundo”, destaca Dora Simões, Presidente da Direcção da CVRVV.

 

 

Começa hoje e até Domingo – Trafaria com Prova

TRAFARIA COM PROVA

O Trafaria Com Prova está de regresso para três dias de degustação de vinhos e petiscos, provas de vinho comentadas, visitas guiadas e animação no passeio ribeirinho desta vila piscatória. De 8 a 10 de julho, venha conhecer duas dezenas de produtores de vinhos nacionais e os restaurantes e pastelarias que irão propor iguarias de […]

O Trafaria Com Prova está de regresso para três dias de degustação de vinhos e petiscos, provas de vinho comentadas, visitas guiadas e animação no passeio ribeirinho desta vila piscatória. De 8 a 10 de julho, venha conhecer duas dezenas de produtores de vinhos nacionais e os restaurantes e pastelarias que irão propor iguarias de sabor local. Além dos vinhos e petiscos, há ainda visitas guiadas ao núcleo histórico da Trafaria, nos dias 9 e 10, e animação para toda a família ao longo do fim de semana.

Trafaria com Prova

O acesso ao recinto é livre. Para quem vai de Lisboa, uma óptima opção será apanhar o barco da Transtejo que sai de Belém. Consulte horários aqui.

A degustação dos vinhos expostos é condicionada à compra do copo (5 €).

Para inscrições prévias nas provas comentadas envie um e-mail para: eventos@grandesescolhas.com

Local

Passeio ribeirinho da Trafaria

Horários

8 e 9 julho | 17h-22h

10 julho | 15h-20h

Programa

Sexta-feira – 8 de julho

17h | Abertura
17h | 19h – Banda d’Aldeia (animação de rua) “São cinco os Espantalhos que compõem a Banda da Aldeia. A Gaita de Foles, o Acordeão, O Saxofone e o Tambor são os instrumentos que vão animar miúdos e graúdos, com música alegre de raiz tradicional!  Há sempre um truque na manga, e a Banda da Aldeia surpreende o público com números de malabarismo e magia cómica!”
17h | 22h –  DJ com música ambiente
20h | Atuação da tuna masculina da FCT NOVA – ANTUNIA
22h | Encerramento do recinto

Sábado – 9 de julho

17h – Abertura
17h – Atuação do Coro Polifónico da Trafaria RDT
18h – Visita guiada ao Núcleo Histórico da Trafaria, organizado pelo Centro de Arqueologia de Almada. Ponto de encontro: Junto à Estação Fluvial (gratuito, sem marcação prévia)
17h | 22h –  DJ com música ambiente | Animação infantil (jogos tradicionais, pinturas faciais e modelagem de balões) | Animação de Rua

19h30 – Prova de vinhos comentada por crítico da Revista Grandes Escolhas – Vinhos Brancos – Terroir e Personalidade – no Auditório da Junta de Freguesia da Trafaria. Entrada livre mediante inscrição prévia no Balcão de Atendimento do evento ou através de email: eventos@grandesescolhas.com

20h – Atuação da tuna feminina da FCT NOVA – TunaMaria
22h –  Encerramento do recinto e início das Festas da Vila da Trafaria, no largo da Igreja

Domingo – 10 de julho

15h | Abertura
15h | 20h –  DJ com música ambiente | Animação infantil (jogos tradicionais, pinturas faciais e modelagem de balões) | Animação de Rua
17h – Visita guiada ao Núcleo Histórico da Trafaria, organizado pelo Centro de Arqueologia de Almada. Ponto de encontro: Junto à Estação Fluvial (gratuito, sem marcação prévia)

18h30 – Prova de vinhos comentada por crítico da Revista Grandes Escolhas – Vinhos Tintos – elegância e equilíbrio – no Auditório da Junta de Freguesia da Trafaria. Entrada livre mediante inscrição prévia no Balcão de Atendimento do evento ou através de email: eventos@grandesescolhas.com

19h – Atuação da tuna do Instituto Universitário Egas Moniz – Inspiritus
20h – Encerramento do evento

Alijó celebrou os vinhos e sabores dos “Altos”

Alijó Vinhos sabores

Pelo 3º ano, mas com dois de intervalo devido à pandemia, Alijó celebrou a especificidade dos vinhos do planalto de Alijó e Favaios. Desta vez no espaço agradável e mais fresco do Parque da Vila, 30 expositores de vinhos e um dezena de sabores regionais expuseram durante três dias os seus produtos aos milhares de […]

Pelo 3º ano, mas com dois de intervalo devido à pandemia, Alijó celebrou a especificidade dos vinhos do planalto de Alijó e Favaios. Desta vez no espaço agradável e mais fresco do Parque da Vila, 30 expositores de vinhos e um dezena de sabores regionais expuseram durante três dias os seus produtos aos milhares de visitantes que ali acorreram.

Numa organização do Município de Alijó e com produção da Grandes Escolhas, a Feira de Vinhos e Sabores dos Altos procura evidenciar e divulgar as características únicas dos vinhos produzidos nas zonas mais elevadas do Douro, plenos de elegância e frescura. Isso mesmo foi evidenciado durante as provas de vinhos comentadas pelos especialistas da Grandes Escolhas, Fernando Melo, Valéria Zeferino e Luis Antunes. Paralelamente decorreu um concurso de vinhos muito participado com mais de 60 vinhos em prova que foram avaliados por um painel qualificado de 14 jurados. Fazendo jus à qualidade evidenciada, o júri atribuiu 25 medalhas, entre Ouro, Prata, e Melhores Vinhos em cada uma das categorias consideradas: Brancos, tintos e vinhos fortificados.

Alijó Vinhos sabores
Preparação do Concurso no museu de Favaios.
Alijó vinhos sabores
Vencedores do concurso.

Os grandes vencedores foram Família Silva Branco 2019 na categoria vinhos brancos, da Branco Wines Family, Costureiro 2016, da Foz do Tua, nos vinhos tintos, e Fragulho Moscatel do Douro Reserva 2011, da Casa dos Lagares na categoria Vinhos Fortificados.