Forno d’Oro em Lisboa é uma das melhores pizzarias do mundo

O chef nepalês Tanka Sapkota, que, em 2022, recebeu o prémio “Restaurante Cozinha do Mundo”, da Grandes Escolhas, pelo restaurante Come Prima, em Lisboa, acaba de ver o seu Forno d’Oro, localizado também na capital portuguesa, a subir para o 61º lugar no guia 50 Top Pizza World 2025. É, por conseguinte, o único restaurante […]
O chef nepalês Tanka Sapkota, que, em 2022, recebeu o prémio “Restaurante Cozinha do Mundo”, da Grandes Escolhas, pelo restaurante Come Prima, em Lisboa, acaba de ver o seu Forno d’Oro, localizado também na capital portuguesa, a subir para o 61º lugar no guia 50 Top Pizza World 2025. É, por conseguinte, o único restaurante português a constar neste ranking internacional. Esta distinção junta-se, assim, ao reconhecimento do 50 Top Pizza Europa, no qual está nos primeiros dez lugares da respectiva tabela.
Radicado em Portugal há quase três décadas, Tanka Sapkota abriu o Forno d’Oro em 2014, onde a pizza napolitana ganha destaque na ementa. Aliás, o chef nepalês é conhecido pelo trabalho que tem vindo a fazer no mundo das pizzas, com o foco neste tipo de massa, projetando o nosso país no contexto mundial da cozinha italiana. O segredo? Está na massa, submetida a uma levedura com duração de 36 horas e a uma cozedura a 450 ºC, em forno a lenha revestido a folhas de ouro, para que cada pizza esteja pronta em menos de um minuto.
Reveja o momento da atribuição do prémio “Restaurante Cozinha do Mundo” atribuído pela Grandes Escolhas em 2022
100 vinhos inesquecíveis

Qual a melhor maneira de uma publicação de vinhos celebrar a sua centésima edição? Com vinho, é evidente. Desde maio de 1997 passaram pelas nossas mesas de prova dezenas de milhares de garrafas, vinhos de todos os tipos, origens e segmentos de preço, descritos e avaliados por mais de uma dezena de provadores. Resolvemos agora […]
Qual a melhor maneira de uma publicação de vinhos celebrar a sua centésima edição? Com vinho, é evidente. Desde maio de 1997 passaram pelas nossas mesas de prova dezenas de milhares de garrafas, vinhos de todos os tipos, origens e segmentos de preço, descritos e avaliados por mais de uma dezena de provadores. Resolvemos agora mergulhar na nossa história vínica e escolher os 100 vinhos que mais impressionaram quem os provou. Nesta selecção, apenas a qualidade absoluta conta: estes foram, simplesmente, os vinhos que pontuaram mais alto, sem preocupações de distribuição geográfica ou representatividade.
Claro está, ainda assim, houve que estabelecer critérios. Por exemplo, é certo que repetimos produtores, (olhando para tantos milhares de provas, percebe-se que há quem tenha um compromisso bastante consistente com a excelência…), mas não repetimos referências (em muitos casos, injustamente, várias colheitas do mesmo vinho mereciam igual destaque). E em igualdade de circunstâncias demos preferência a vinhos que deslumbraram mais do que um provador. Aqui ficam, pois, 100 vinhos que não se esquecem. E que fazem parte da nossa história.
Uma nota final: os preços indicados remetem para o momento em que o vinho foi provado. E ainda, a ordem dos vinhos apresentados nada tem a ver com as classificações obtidas, mas sim alfabética.
(Artigo publicado na edição 100 de Agosto de 2025)
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Anselmo Mendes Private
Branco - 2021 -
Anselmo Mendes A Torre
Branco - 2019 -
Aldeia da Fogueira
Tinto - 2012 -
Barbeito O Americano
Fortificado/ Licoroso - -
Bacalhôa
Fortificado/ Licoroso - 1983 -
Bacalhôa 1931 Vinhas Velhas
Branco - 2021 -
Aeternus
Tinto - 2019 -
António Maçanita Os Paulistas
Tinto - 2018 -
Anselmo Mendes Tempo
Branco - 2016 -
Abandonado
Tinto - 2011
-
Conde Vimioso Edição Comemorativa 30 anos
Tinto - 2005 -
Barca Velha
Tinto - 2015 -
Dalva
- -
Blandy’s
Fortificado/ Licoroso - 1976 -
Casa Ferreirinha
- 2014 -
Croft Quinta da Roeda Sérikos
- 2017 -
Coche By Niepoort
Branco - 2018 -
Casa da Passarella
Tinto - 2009 -
Conceito Único
Branco - 2019 -
Chryseia
Tinto - 2018
-
Graham’s
Fortificado/ Licoroso - -
Gloria Reynolds
Tinto - 2011 -
Herdade do Sobroso Élevage
Branco - 2019 -
Guru NM
Branco - -
Gene
Tinto - 2007 -
Ferreira Vinhas Velhas vintage
Fortificado/ Licoroso - 2016 -
Estremus
Tinto - 2015 -
Graham’s The Stone Terraces Vintage
Fortificado/ Licoroso - 2016 -
Herdade do Rocim Clay Aged
Tinto - 2015 -
Esporão Private Selection
Tinto - 2012
-
Kompassus
Espumante - 2016 -
Justino’s
Fortificado/ Licoroso - 1940 -
Mamoré de Borba Vinhas de Sequeiro
Tinto - 2020 -
Élevage
Tinto - 2022 -
Kopke 50 Years
Fortificado/ Licoroso - -
José Maria da Fonseca Kingsman Century Edition
Fortificado/ Licoroso - 1919 -
Kompassus Private Collection
Branco - 2016 -
Luis Pato Quinta do Ribeirinho
Branco - 2019 -
Legado
Tinto - 2015 -
Júlio B. Bastos
Tinto - 2012
-
M Mingorra
Rosé - 2023 -
Morgado de Oliveira
Branco - -
Monte Branco XX
Tinto - -
Montanha Real 80 Anos
Espumante - 2013 -
Outrora
Tinto - 2019 -
Memórias Alves de Sousa
- -
Murganheira Assemblage
Espumante - 2006 -
MOB Gauvé
- 2016 -
Marquês de Borba
Tinto - 2019 -
Murganheira Esprit de la Maison ( 1500ml)
Espumante - 2011
-
Pintas
Tinto - 2022 -
Poeira 37 barricas
Tinto - 2021 -
Quanta Terra “Golden Edition”
- 2016 -
Palmer
Fortificado/ Licoroso - 1935 -
Pedra Cancela Intemporal
Branco - 2015 -
Quinta da Bacalhôa Centenarium
Tinto - 2015 -
Pêra-Manca
Tinto - 2015 -
Quanta Terra Inteiro
Tinto - 2011 -
Poeira Vinha da Torre
Tinto - 2017 -
Poças Very Old Tawny
Fortificado/ Licoroso - 1918
-
Quinta das Bágeiras
Branco - 2021 -
Quinta da Giesta
Branco - 2021 -
Quinta da Boavista Vinha do Oratório
Tinto - 2020 -
Quinta do Crasto Vinha Maria Teresa
- 2019 -
Quinta da Boavista Vinha do Ujo
Tinto - 2017 -
Quinta da Rede Vinha do Pinheiro
Branco - 2019 -
Quinta da Manoella VV
Tinto - 2018 -
Quinta do Crasto Honore
Tinto - 2015 -
Quinta do Crasto Vinha da Ponte
Tinto - 2015 -
Quinta das Bágeiras Pai Abel
Tinto - 2011
-
Quinta do Noval Nacional
Fortificado/ Licoroso - 2022 -
Quinta do Vale Meão
Tinto - 2020 -
Quinta do Noval Vinhas do Passadouro
Tinto - 2020 -
Quinta do Monte Xisto
Tinto - 2019 -
Quinta do Regueiro Jurássico II
Branco - 2020 -
Real Companhia Velha
Fortificado/ Licoroso - 1927 -
Ramos Pinto RP30- 30 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Quinta Vale D. Maria Vinha da Francisca
Tinto - 2018 -
Quinta do Noval
Tinto - 2017 -
Quinta dos Carvalhais Branco Especial
Branco -
-
Urtiga
Tinto - 2019 -
Terrenus Clos dos Muros
Tinto - 2021 -
Susana Esteban Foudre
Branco - 2022 -
Segredo 6
Tinto - 2019 -
Ribeiro Santo Vinha da Neve
Branco - 2019 -
Torre
Tinto - 2017 -
Rozès
- 1935 -
Scala Coeli
Tinto - 2016 -
Tapada de Coelheiros
Tinto - 2012 -
Taylor’s Vargellas Vinha Velha Vintage
Fortificado/ Licoroso - 2017
-
Vallado Vinha da Granja
Tinto - 2019 -
Van Zellers & Co
Fortificado/ Licoroso - 1934 -
Vasques de Carvalho
Fortificado/ Licoroso - -
Vinha dos Utras Criação Velha 1ºs Jeirões
Branco - 2020 -
Vértice RD
Espumante - 2007 -
Xisto
Tinto - 2018 -
Vinha da Micaela
Tinto - 2018 -
Vale D. Maria Vinha de Martim
Branco - 2019 -
Vértice
Espumante - 2011 -
Villa Oliveira Segunda Edição L 2015-2019
Branco -
Importadores internacionais confirmados na feira Vinhos & Sabores 2025

São já conhecidos alguns dos importadores, jornalistas e sommeliers que vão marcar presença na próxima Grandes Escolhas Vinhos & Sabores 2025, a decorrer entre 18 e 20 de Outubro, na FIL, Parque das Nações, em Lisboa. A participação destes profissionais é o resultado de um esforço da organização da feira que contou com o apoio […]
São já conhecidos alguns dos importadores, jornalistas e sommeliers que vão marcar presença na próxima Grandes Escolhas Vinhos & Sabores 2025, a decorrer entre 18 e 20 de Outubro, na FIL, Parque das Nações, em Lisboa. A participação destes profissionais é o resultado de um esforço da organização da feira que contou com o apoio da ViniPortugal, do Turismo de Portugal e do AICEP, no sentido de proporcionar aos produtores presentes contactos e reuniões de trabalho que possibilitem a abertura de novas linhas de negócio e de um incremento das exportações de vinhos para os respectivos mercados. Realce-se ainda que após a participação na feira, muitos destes importadores participarão ainda num wine tour pela região centro, com visitas a produtores da Bairrada, do Dão e da Beira Interior, numa jornada de três dias que conta com o apoio das CVR’s envolvidas e do Turismo Centro de Portugal.
De Singapura, chega Bryan Liew, Purchase Manager do 67 Pall Mall, o primeiro grupo mundial de clubes privados de vinho. Além de Singapura, está em Londres e Verbier, e tem inaugurações previstas em Bordéus, Beaune e Melbourne. Também oferece a adesão “En Primeur” em Hong Kong. O objetivo deste clube é incentivar os membros a abrir uma garrafa e descobrir novos vinhos.
Do mesmo país do sudoeste asiático vem o empresário Patrick Sng, que lidera a One Minor Group, uma das principais plataformas de venda online de vinhos, espirituosas e sake no país, através da One Cellar, marketplace crucial para ampliar a visibilidade das marcas nacionais no segmento premium em Singapura, abrindo caminho a novas oportunidades comerciais e ao aumento das exportações.
Paul Bunn e Max Cousins representam, por sua vez, a Archipelago Choice Ltd, a operadora turística do Reino Unido, que, para 2026, está a planear lançar uma série de programas de férias em Portugal dedicados ao vinho e à gastronomia. Por conseguinte, a feira Grandes Escolhas Vinhos & Sabores 2025 é uma oportunidade para ambos conhecerem propriedades, vinhos e gastronomia de cada região.
O trabalho da operadora turística sueca Din Vinresa, centra-se em experiências de alta qualidade, que combinam vinho, gastronomia e cultura. Eis a razão pela qual Sandra Piksis, fundadora da empresa, considera Portugal um destino estratégico para o enoturismo, graças às regiões vitivinícolas, à diversidade de castas autóctones e à riqueza patrimonial e culinária, para propor aos seus clientes suecos.
Dos Países Baixos está presente Yvonne de Boer, fundadora da Local Colours & Wine, cujo foco é criar viagens personalizadas centradas no vinho, na gastronomia e na cultura regional, o que pode contribuir para a reputação do país como destino premium no âmbito do enoturismo.
Ruud de Meer marca presença pela Ambiance Travel, operador turístico dos Países Baixos especializada em circuitos personalizados. Tem como público-alvo pessoas com elevado poder de compra, interessadas em cultura, natureza e restaurantes especiais, bem como em aprofundar conhecimento sobre os vinhos de Portugal e nos espaços de enoturismo singulares.
Também dos Países Baixos está presente Robert Biever, da Alentejo Wijnen, importadora directa de vinhos portugueses naquele país. Trabalha com restaurantes e lojas de vinhos, promove provas de vinhos e proporciona visitas guiadas a produtores portugueses.
Karel Geers, da Portugal Wijnimport, importadora de vinhos portugueses nos Países Baixos, representa uma vasta lista de vinhos portugueses, entre espumantes, Vinho do Porto, Moscatel, tranquilos e aguardentes, além de azeites. Também está a dar os primeiros passos numa empresa focada no enoturismo português, através da organização de viagens.
Da Lituânia, chega Dalius Raskinis, da empresa importadora Portugalisko Vyno Ambasada. Procura como fornecedores sobretudo pequenas empresas familiares. Promove cursos de vinho nacionais e tem uma loja física e online de vinhos e vários produtos portugueses.
Liderada por Christian Schiesser, a empresa MIROPA Handelsg.m.b.H, operadora austríaca especializada em comércio internacional, com forte presença no sector de importação e distribuição de vinhos.
Francesco Riccio, da FR Selection, importador suíço, quer aumentar a representação de vinhos portugueses de grande qualidade, para ir ao encontro das necessidades dos seus clientes – lojas de vinhos, restaurantes e clientes empresariais.
A Torben Ryttersgaard, que importa, distribui e comercializa vinhos portugueses em toda a Dinamarca, continua a procurar novos parceiros com vinhos de alta qualidade provenientes, de preferência, de pequenas produções.
Leena Stroomberg, responsável pela LCS Wines, importadora de vinhos fundada em 2004, na Finlândia, tem, entre os seus clientes, a Alko, o monopólio finlandês para o álcool. Trabalha com uma rede de restaurantes e vende vinhos para clientes empresariais.
A Key Stone Importers, nos EUA, tem como missão representar produtores que valorizem a singularidade do terroir e praticam a sustentabilidade. Neste contexto, John Brinjac tem como objectivo estabelecer contactos com produtores portugueses de qualidade, para expandir a sua presença nos mercados da Pensilvânia e Nova Jérsia.
Daniel Glisky, da Kindred Vines Import Company, nos EUA, proprietário das empresas de distribuição de vinho Woodberry Wine, no Michigan, e Global Wines Iowa, no Iowa, vem com a finalidade de aumentar o seu portefólio.
Lillian Lai e Rosemarie Sepulveda, da The House of Burgundy, Inc., empresa norte-americana especializada em importação e distribuição de vinhos finos, vem com a finalidade identificar vinhos de determinadas regiões portuguesas para importação e distribuição nos Estados Unidos, com foco em Nova Iorque e, possivelmente, nas regiões de Washington DC, Virginia e Maryland.
A norueguesa NBS Solutions AS está a iniciar a sua atividade nos Estados Unidos. Como tal, Victoria Hoeydal e Dennis Yaczina, representantes desta empresa, participam na feira Grandes Escolhas Vinhos & Sabores 2025, com o intuito de estabelecer parcerias, refinar o conceito e desenvolver uma rede de parcerias comerciais com produtores portugueses.
Jakob Søfelde-Hansen e Jakob Skovbjerg Lund, da Portvinsfestival.dk ApS e da SALUTE Wine & Food, vêm representar esta última, uma vinoteca e restaurante localizado em Odense, na Dinamarca, está a preparar um evento vínico em grande, previsto para o próximo ano, com foco nos vinhos portugueses (brancos, rosés, tintos e espumantes). Para o efeito, conta com o apoio do parceiro comercial Lars Selmer, da Selmer Vin, que realiza as importações em seu nome.
O sommelier Colin Hofer é outra das presenças confirmadas no evento. É conhecido pela sua experiência como Director de Vinhos e Diretor-Geral, função assumida no já encerrado restaurante Porto, em Chicago, onde, enquanto elemento da equipa, contribuiu para a conquista da estrela Michelin, em 2021. Em 2022, foi distinguido como Sommelier do Ano pelo Guia Michelin.
A Grandes Escolhas Vinhos & Sabores 2025 conta, ainda, com a presença de Peter Eder, jornalista na área da gastronomia, com experiência editorial em meios de comunicação na Alemanha, na Áustria e no Tirol do Sul, com destaque para a PROST Magazine e Kalk & Kegel, vê a feira Vinhos & Sabores uma oportunidade para estabelecer contactos relevantes, para realizar vários artigos no âmbito da viticultura, das castas autóctones e na gastronomia típica de cada região, tanto em formato impresso, como digital.
Inês Salpico e Laura Bianco, ambas representantes da revista Decanter, contribuem para a valorização dos vinhos portugueses no mercado britânico e internacional, através de artigos, provas temáticas e eventos, como o Decanter Fine Wine.
Vinho e infusões sem fronteiras

Da parceria entre a Infusões com História e o produtor vitivinícola dos Castelares resultou a estreia do Fronteira Infusion rosé. Trata-se de uma referência vínica infusionada, a qual denota notas de chá e morango, e baixo teor alcoólico. No alinhamento desta união, foram criados dois lotes de infusão, a Tranquilizante e Digestiva, e o chá […]
Da parceria entre a Infusões com História e o produtor vitivinícola dos Castelares resultou a estreia do Fronteira Infusion rosé. Trata-se de uma referência vínica infusionada, a qual denota notas de chá e morango, e baixo teor alcoólico. No alinhamento desta união, foram criados dois lotes de infusão, a Tranquilizante e Digestiva, e o chá Detox, os quais foram inspirados na flora da sub-região do Douro Superior e desenvolvido para a Quinta.
Este trio faz parte do packaging do Fronteira Infusion rosé, cuja apresentação teve lugar na Sala dos Espelhos do The One Palácio da Anunciada, em Lisboa, evento celebrado com um menu assinado pelo chef executivo do hotel. A harmonização, feita com infusões e vinhos do referido produtor, esteve nas mãos do escanção André Figuinha. Este momento exclusivo foi complementado pela experiência olfativa da perfumista Cláudia Camacho, bem como a estreia do novo blend inspirado nos jardins do The One Palácio da Anunciada e personalizado para este hotel de cinco estrelas.
Sobre este dia, Pedro Martins, Diretor-Geral e enólogo da Casa Agrícola Manuel Joaquim Caldeira, afirma: “conseguimos mostrar que, apesar do sector dos vinhos ser um sector clássico, também se consegue inovar.” Miguel Moreira, CEO e Teamaker da Infusões com História, confirmou uma vez mais que é possível “fazer uma refeição com uma harmonização perfeita entre Infusões e vinho”.
Duorum: a primeira vindima na nova adega

Construída de raiz em Vila Nova de Foz Côa, na sub-região do Douro Superior, sob o pilar da sustentabilidade, a nova adega pertencente ao Grupo João Portugal Ramos Vinhos, está pronta para abrir as portas às uvas vindimadas este ano, na Quinta de Castelo Melhor. De acordo com os parâmetros estabelecidos no âmbito da eficiência […]
Construída de raiz em Vila Nova de Foz Côa, na sub-região do Douro Superior, sob o pilar da sustentabilidade, a nova adega pertencente ao Grupo João Portugal Ramos Vinhos, está pronta para abrir as portas às uvas vindimadas este ano, na Quinta de Castelo Melhor.
De acordo com os parâmetros estabelecidos no âmbito da eficiência energética, contexto extensível à selecção de materiais de construção, foram instalados painéis fotovoltaicos na cobertura desta nova unidade de produção dos vinhos da Duorum, com o propósito de fomentar a produção de grande parte da energia consumida. A cave para estágio do vinho em barricas está semi-enterrada, de modo a ficar protegida da luz solar e, simultaneamente, manter os níveis de temperatura e de humidade apropriados. A cobertura, em betão armado pré-fabricado, será ajardinada, por forma a contribuir para o controlo da temperatura do edifício. A nova adega será dotada ainda de uma ETAR monitorizada, que permitirá o tratamento das águas a serem reutilizadas na lavagem do pavimento e na rega.
Cais da Ferradosa: E o Douro aqui tão perto…

Não será fácil lá chegar, tantas são as curvas e a montanha russa de subidas e descidas que a orografia do Douro nos impõe. Mas também isso, afinal, faz parte do encanto do lugar. A ansiedade, uma certa fadiga e um estômago com fome são condicionantes que nos ajudam a apreciar melhor, depois de chegados […]
Não será fácil lá chegar, tantas são as curvas e a montanha russa de subidas e descidas que a orografia do Douro nos impõe. Mas também isso, afinal, faz parte do encanto do lugar. A ansiedade, uma certa fadiga e um estômago com fome são condicionantes que nos ajudam a apreciar melhor, depois de chegados e relaxados, a tranquilidade e incrível beleza do lugar. Fica este restaurante na antiga estação de caminho de ferro de Ferradosa, mesmo à beira do Rio Douro majestoso em instalações recuperadas pelo Município de São João da Pesqueira.
A esplanada sobranceira ao curso de água, onde deslisa vagarosamente um barco turístico e o comboio que passa, de quando em vez, na margem oposta, compõem o postal. À frente do projecto está a figura de Fernando Gomes, com grande experiência na restauração, ou não estivesse ele também ligado, por relações familiares, a outro grande ícone da gastronomia do Douro, como o é a Toca da Raposa, em Ervedosa. Na cozinha, a esposa, Sandra Carvalho, afina os temperos e apruma os sabores.
Aqui, contudo, construiu-se algo de diferente. O Cais da Ferradosa é a montra de uma cozinha com raízes claramente regionais, mas com um toque de elegância, e até de sofisticação, que contrasta com a rusticidade do velho edifício. Como não poderia deixar de ser, a presença do rio vai para além das vistas e manifesta-se na ementa, com uma oferta tentadora de peixe em escabeche ou na sápida sopa, que nos aquece a alma. No tempo deles, os espargos silvestres encontram a companhia ideal dos ovos húmidos e fofos. As alheiras, servidas em bolinhas crocantes e estaladiças, aguçam-nos o apetite e preparam-nos para o conforto de uma refeição, que apela a memórias esquecidas, como é caso dos milhos transmontanos, suculentos e substanciais, que provámos a seguir. O lombo de bacalhau, previamente confitado e colocado sobre um guisado de feijocas, eleva-nos a um patamar superior.
Outras opções possíveis, dependendo da época do ano ou da disponibilidade dos ingredientes, podem levar-nos para o pernil de porco fumado, o rabo de boi, o cabrito estufado ou a posta de vitela. Tudo isto com uma apresentação cuidada, mas em que o sabor não se deixou ofuscar pela tentação de só parecer bonito. As sobremesas seguem o mesmo padrão, clássicas e intemporais. Os vinhos do Douro e do Porto fazem valer os seus créditos, com uma oferta abrangente, que vai além do óbvio e, no final não salga a conta, como infelizmente tanto se vê por aí.
Cais da Ferradosa, EN 222-3 Ferradosa; 5130 – São João da Pesqueira
Não encerra. Só serve almoços das 12:00 às 16:00 horas
Tel: 254 402 899; info@caisdaferradosa.pt
José Maria Vieira representa a Boann Distillery

A empresa de distribuição nacional reforça o portefólio de bebidas espirituosas com a representação exclusiva, em Portugal, da prestigiada destilaria irlandesa. O acordo entre a José Maria Vieira Distribuição e a Boann Distillery assinala a entrada exclusiva de uma gama de três destilados premium irlandeses no mercado nacional. São eles: o single malt The Whistler […]
A empresa de distribuição nacional reforça o portefólio de bebidas espirituosas com a representação exclusiva, em Portugal, da prestigiada destilaria irlandesa.
O acordo entre a José Maria Vieira Distribuição e a Boann Distillery assinala a entrada exclusiva de uma gama de três destilados premium irlandeses no mercado nacional. São eles: o single malt The Whistler “P.X. I Love You” produzido segundo a tradição irlandesa, com tripla destilação e cujo processo de envelhecimento ocorre em duas fases: a primeira em barricas previamente usadas para bourbon e a segunda por nove meses, em barricas de Xerez Pedro Ximénez; o The Whistler Triple Oak, whiskey resultante de um blend que combina Pot Still (mistura de cevada e outros cereais), Single Malt (cevada 100% maltada) e Single Grain (mistura de cevada maltada e não maltada); e é submetido a um estágio feito em cascos de bourbon, Xerez Oloroso (produzido com a casta Palomino) e Xerez Pedro Ximénez; e o Merrys Irish Cream, um licor cremoso baseado na combinação do melhor do whiskey irlandês de tripla destilação com o creme de leite.
Este trio de referências da Boann Distillery, destilaria familiar localizada em Drogheda, na Irlanda, reforça a aposta da empresa na autenticidade, qualidade e sofisticação dos produtos que oferece, está disponível na JMV Loja Online.
Sardinhas: A delícia marinha mais popular

Enquanto não chega a primavera, o português vive inquieto e suspira junto ao mar pela sua muito amada sardinha. O necessário e obrigatório defeso termina em Abril, e a grande corrida começa. A abundância varia de ano para ano, e a festa dura até ao Outono. Preparemos, então, as grelhas e as brasas, que elas […]
Enquanto não chega a primavera, o português vive inquieto e suspira junto ao mar pela sua muito amada sardinha. O necessário e obrigatório defeso termina em Abril, e a grande corrida começa. A abundância varia de ano para ano, e a festa dura até ao Outono. Preparemos, então, as grelhas e as brasas, que elas aí vêm.
Todo o peixe tem a sua época ideal de captura e consumo e na costa portuguesa continental a reprodução ocorre numa janela temporal bastante alargada. É entre Outubro e Abril que acontece, o que coincide com o defeso decretado sobre a espécie “Sardina pilchardus”, que é a nossa.
Cerca de um ano depois, a sardinha atinge a fase adulta, pronta a dar-nos muitas alegrias. É essa que nos é oferecida por esta altura do ano, e é com essa que somos muito felizes. Apresenta-se com cerca de quinze centímetros de comprimento e forte conteúdo de ácidos gordos do tipo ómega-3, estruturante na alimentação humana.
A pescaria dá-se sobretudo no Atlântico norte e nenhuma sardinha é mais saborosa que a nossa. A atestá-lo estão a fecundidade e os nutrientes do nosso maravilhoso oceano. São, além disso, muitas as espécies marinhas e aves especiais que se alimentam da amiga sardinha. De certa forma, o frágil equilíbrio do planeta seria ainda mais complexo se não existisse o irrequieto e vigoroso peixe. A abundância, contudo, faz-nos acreditar que há sempre sardinhas. Pesca-se através da arte do cerco, afectando-se uma área grande e profundidade suficiente para que os pequenos peixes fiquem retidos e a pescaria abranja peixes semelhantes. Cavala, sarda, biqueirão, carapau e petinga são confinados nas redes e a segunda arte consiste em devolver ao mar o que não pertence na altura capturar. Pequenos crustáceos, por exemplo, essenciais na alimentação da própria sardinha, vêm frequentemente para cima, juntamente com o peixe.
Dá gosto assistir à chegada à lota para ver e sentir a tremenda azáfama dos enérgicos peixes quando as caixas começam a levar destino
Vinhão e… vinho Madeira da casta Malvasia
Valorizamo-la mais quando a canícula aperta e os santos populares despertam, mas pode não ser essa a melhor altura para a comer. Uma fatia de pão com uma sardinha assada em cima é festa bastante para o português, e come-se com batata cozida e pimentos assados nas brasas. Quanto ao vinho, precisamos geralmente de treinar. Estamos perante um peixe gordo, pelo que o vinho deve ter acidez pronunciada para cumprir correctamente a sua missão de neutralizar pelo corte da acidez fixa.
Um verde tinto da casta Vinhão pode ser o indicado, mas há sempre opções a considerar. Na prova pública que me coube organizar, aquando da eleição das sete maravilhas da cozinha portuguesa, foram servidas sardinhas com dois vinhos. Vinhão e… vinho Madeira da casta Malvasia. E todos preferiram a maridagem com o Madeira. Não pela doçura, mas pela acidez do vinho, que conseguiu destruir o núcleo gordo do peixe, tornando-o mais digerível. Foi um momento feliz, há que dizê-lo. Os dogmas só fazem sentido quando são interrogados e postos em causa. A prova aconteceu em 2011 e deixou algumas marcas profundas.
A sardinha desperta em nós a sensação de abundância. No nosso entendimento, há sempre sardinhas. Mas nós queremo-las gordas e ovadas. E sobretudo baratas, que a vida não está para excessos. O que acontece é que acabamos por facilitar e contemporizar com as pequenas adversidades com que deparamos. A irrequieta sardinha está sempre a ginasticar-se e gosta da vida de cardume. Dá gosto assistir à chegada à lota para ver e sentir a tremenda azáfama dos enérgicos peixes quando as caixas começam a levar destino. Ficamos logo mais enérgicos só de ver a energia disponível que têm. E no fundo a reacção é real. A sardinha faz bem ao corpo e à alma.
Uma fatia de pão com uma sardinha assada em cima é festa bastante para o português, e come-se com batata cozida e pimentos assados nas brasas
As sardinhas congelam e conservam bem
Se encontrar na praça sardinhas que lhe agradam muito, não hesite, congele! Desde que ao descongelar respeite a integridade do paixe, vai correr bem. Respeitar a integridade significa aqui manter o peixe inteiro e intacto, como se de um peixe de bitola maior se tratasse. Há que embalar muito bem, para evitar propagação do cheiro. O facto de estarmos a temperaturas de 15 graus negativos não impede que o cheiro povoe o congelador. O ideal é utilizar sacos de congelação individuais e herméticos, feitos por um bom fabricante. Depois deixe na parte mais baixa do frigorífico de um dia para o outro, e no dia seguinte vai ter belas sardinhas para cozinhar ou transformar como mais gosta. Trata-se de um peixe rico em ácidos gordos e só por isso é já capaz de preservar melhor as características e propriedades originais. Se há vontade e arte, pode optar por filetar e depois congelar. Em preparações do tipo tempura, vai fritar muito bem e ficar cheia de sabor. As boas peixarias fazem esse trabalho por si e em casa vai poder dar asas à sua criatividade.
Chegamos a um momento chave da exploração da sardinha enquanto alimento de elevado valor nutritivo: a conserva. Para muitos, trata-se de uma opção menor, mas não há qualquer razão para assim acontecer. Uma boa lata de sardinhas contém peixe de elevadíssimo gabarito, que podemos e devemos trabalhar para os mais elevados fins. Sabemos que é staple food, mas isso não significa que seja encarada como comida de emergência. É notável o que a indústria conserveira moderna evoluiu, e o que tem feito para dignificar ao mais alto nível o produto dos nossos mares. Temos hoje petinga – a sardinha mais pequena – que facilmente integramos em saladas frias e legumes e que podem bem constituir refeição completa. Ovo cozido, feijão-frade e pimentos assados, por exemplo, dão uma salada fria maravilhosa. Falando de maridagens de sucesso, o resultado pode ser brilhante com um Alvarinho jovem da região dos vinhos verdes, especialmente se a salada incluir frutos tropicais. Seja como for, há glória em cada pequenina lata de sardinhas, glória essa que contém muita história.
Nos santos populares e não só
A sardinha assada nas brasas estala nos santos populares. Mas até pelo que atrás se disse nessa altura não está no seu zénite. Há que a deixar engordar para estar no seu melhor de textura e rendimento de sabor. O momento é excelente para dar a conhecer as maravilhosas festas de Santa Bebiana, que ocorrem em pleno Inverno em Belmonte e Caria. Trata-se de uma festa pagã que promove sempre o casamento entre São Martinho e Santa Bebiana. Importante é que se beba a rodos. Curiosamente, há uma irmandade que, ano após ano, garante a continuidade das festas. Em Caria festeja-se no dia dois de Dezembro, já dia de São Martinho aconteceu e a água-pé já se produziu, a seguir às pisas nos lagares. Se eu não tivesse assistido, ainda hoje não acreditaria.
Cumpridos vários rituais, que incluíram, por exemplo, a confissão de que tínhamos falhado porque estivemos sóbrios na maioria do ano, a procissão termina num largo, com as competentes e rubras brasas à espera das sardinhas geladas, e o povo vai soltando glosas como “Santa Bebiana, senhora de muita Graça, não tem capela mas tem o Largo da Praça”. E é neste largo, com uma multidão a postos, que se leva as sardinhas à grelha. Estamos em contraciclo total com os santos populares, mas a devoção popular é impressionante. Está prestes, de resto, a ser classificado como património imaterial pela Unesco. É mais que bem vindo um vinho tinto da casta Rufete. Mineralidade a toda a prova, taninos presentes sem dominar, e muito sabor. Viajar é mesmo ganhar. A sardinha representa bem a portugalidade.
Em plena Expo’98, coube-me acolher e acompanhar um dos grandes empresários do Japão, accionista principal de uma grande empresa americana. As coisas não correram muito bem na véspera, quando fui recebê-lo ao aeroporto de Lisboa. Estendi-lhe a mão para o cumprimentar, o que vim a saber mais tarde nunca devia ter feito. Não se pode olhar nos olhos nem tocar num shogun. Já na exposição universal, visitámos o pavilhão do Japão, de onde saiu irritado por assistir ao vídeo em português, para mais com a música “Vamos fazer um farol”. A desgraça anunciava-se. Seguimos para jantar no pavilhão dos EUA, buffet tipicamente americano, convenientemente harmonizado com excelentes Cabernet Sauvignons e Merlots de Napa Valley. Gostou muito dos vinhos, odiou a comida. “Aqui não há nada para eu comer, quero ir para o hotel”. Lindo serviço, e eu com vontade de perder a cabeça com os maus modos do japonês poderoso. Combinámos almoçar no dia seguinte.
Ele estava mais calmo e pediu-me que o almoço fosse de peixe. Assim foi. Fomos ao Mercado do Peixe, no Caramão da Ajuda. Ao contrário do sucedido na véspera, estava muito bem disposto, até contou duas anedotas no caminho para o restaurante. Fui-lhe explicando que iria escolher o peixe e que o mesmo iria ser cozinhado como ele determinasse. Deu uma gargalhada grande e aproveitou para dizer que não me preocupasse, que ele iria gostar. Confesso que temi o pior, face à sua boa disposição. Chegámos e tínhamos a nossa mesa reservada num espaço relativamente reservado. Propus-lhe um Arinto fresco de Bucelas para a empreitada gastronómica, que de novo com maus modos rejeitou liminarmente. Escolheu um Cabernet Sauvignon da Península de Setúbal. Tinto, portanto. Fomos até ao expositor de peixe, para escolher o conteúdo do apaziguador almoço que forçosamente teríamos de conseguir realizar. Fui-lhe descrevendo os diferentes peixes do expositor, e como poderíamos cozinhar cada um.
De repente, apontou para as sardinhas e começou a bater palmas. Não cabia em si de felicidade. E começou a conversar directamente com o cozinheiro, dando-lhe indicações de como queria o peixe. Grelhado fechado, como nós grelhamos as sardinhas, servido sobre uma fatia grossa de pão, salada de pimentos grelhados ao lado. Fiquei de boca aberta, nunca podia ter imaginado que a catástrofe da véspera podia ter sido evitada de forma tão simples. Foi notável a sua desenvoltura na exploração das sardinhas grelhadas sobre a fatia de pão, directamente com as mãos.
Uma boa lata de sardinhas contém peixe de elevadíssimo gabarito, que podemos e devemos trabalhar para os mais elevados fins
Gostamos de arraiais
Qualquer dia de festa com amigos, em casa ou restaurante, vira arraial, e o assunto invariavelmente vai ter às sardinhas. Dei-me conta, há poucos meses, de uma verdade insofismável. O português sabe acender o lume certo com carvão e acendalhas em três tempos. Tenho convivido ao longo da vida com argentinos e absorvi este facto notável: aprende-se na escola primária da Argentina a grelhar carne. Com algumas varas de lenha, até num lavatório de casa de banho conseguem criar condições para grelhar uma peça de carne. Tive acesso a preciosa e ricamente ilustrada literatura argentina que faz parte o programa de ensino básico. Consta, por exemplo, o repto de jamais passar demasiado a carne, com desenhos das fibras a suar e sofrer pelo excesso de calor. Passar o ponto ideal de cozedura é para os argentinos carbonizar a carne.
A conversa mais recente sobre o assunto aconteceu justamente em casa de amigos da Argentina. Mas eles têm a casta Malbec, que o tempo e a tradição depuraram até chegar à harmonização ideal. Claro que fico enciumado e claro que já experimentei com as nossas sardinhas nas brasas. Não funciona. Curiosamente, com um bom Tinta Roriz jovem sem estágio em madeira consegue-se excelentes resultados com grelhados no carvão. Se nunca experimentou, não hesite em fazer o teste no seu jardim ou varanda. Sardinhas em sal grosso, pimentos, batatas, melancia, e está montado o arraial da nossa satisfação. Não há português que não adore um bom arraial, mas geralmente o comportamento em relação ao vinho é entre o incerto e o incorrecto. Triunfa normalmente a sangria. Os amigos espanhóis têm o “Tinto de Verano”, que é vinho traçado com gasosa e cumpre a missão importante de afastar a canícula da mesa. Conseguimos, com um bom Roriz servido frio, o mesmo efeito. Fica aqui a confissão.
O piquenique perfeito e a sardinha
Uma das experiências vínicas que gosto muito de fazer acontece com a bôla de sardinha de Lamego. Perto de São João de Tarouca, onde hoje encontramos algumas casas produtoras de excelentes espumantes, foi onde outrora os monges de Cister instalaram e cuidaram a casta Malvasia Fina. Que é também provavelmente a primeira casta importada para Portugal. Juntando as peças todas como num puzzle, por que não fazer uma prova de vinho do Porto branco com bôla de sardinha? Melhor ainda, por que não fazer essa experiência sentados no chão de uma vinha dessa casta? As interrogações sucedem-se, assim como as inquietações. Temos de ser ousados e não ter receio de enveredar por caminhos menos usados. Na dúvida, sigamos a sardinha!
(Artigo publicado na edição de Julho de 2025)