Adega de Vidigueira lança 1498, o seu topo de gama

Foi com grande pompa e circunstância que a Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito (ACVCA) lançou aquele que será o seu vinho mais especial até à data. O vinho chama-se 1498 e é um tinto alentejano Grande Reserva, da colheita de 2014. O nome do vinho está ligado ao ano da chegada de Vasco […]

Foi com grande pompa e circunstância que a Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito (ACVCA) lançou aquele que será o seu vinho mais especial até à data. O vinho chama-se 1498 e é um tinto alentejano Grande Reserva, da colheita de 2014. O nome do vinho está ligado ao ano da chegada de Vasco da Gama à India, à 520 anos atrás. A sessão de lançamento decorreu no Convento das Relíquias, edifício inserido no perímetro da Quinta do Carmo em Vidigueira. Era exactamente aqui que em tempos (1593) ficaram os restos mortais do navegador português, antes de serem transladados para Lisboa. José Miguel d’Almeida, o presidente da ACVCA, referiu por isso que o vinho “deseja comemorar esse encontro de culturas, entre o Ocidente e o Oriente”.

A sessão contou com a apresentação de Jorge Gabriel e com testemunhos de duas historiadoras, Susana Maia e Silva e Alexandra Pelúcia, que falaram brevemente de Vasco da Gama e da sua ligação à Vidigueira. Natural de Sines, Vasco da Gama recebeu o Condado da Vidigueira pelo rei Dom Manuel I, em agradecimento pelos feitos à Coroa Portuguesa. O evento contou ainda com intervenções de autoridades locais e do Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural.

Luís Morgado Leão, enólogo da ACVCA
Luís Leão, enólogo da ACVCA

Mas voltemos ao 1498, que foi apresentado pelo enólogo Luis Leão. Resulta de um lote de uvas de Alicante Bouschet e Syrah, que foram colhidas a 10 e 2 de Setembro, respectivamente. Os talhões foram previamente seleccionados, com a ajuda de técnicos da ATEVA, a associação de viticultores do Alentejo. As duas castas foram a vinificar em lagar, com pisa diária. O resultado foi para barricas de carvalho francês, onde fez a fermentação maloláctica. Aí esteve durante 26 meses, uma enorme quantidade de tempo para os padrões modernos. Diremos desde já que o vinho não tem excesso de madeira, provavelmente porque a sua forte estrutura, ajudada pelos mais de 15 graus de álcool, ‘aguentaram’ bem o impacto da madeira. Das 48 barricas, apenas 7 (4 de Alicante, 3 de Syrah) foram seleccionadas para o 1498. Finalmente, o vinho esteve 14 meses em garrafa. Luis Leão confessou-nos que, desde que entrou para a ACVCA que tinha o sonho de “fazer um vinho mítico, que mostrasse bem o terroir da Vidigueira”. Pois bem, ele aqui está, numa edição limitada de apenas, curiosamente, 1498 garrafas, todas elas numeradas, com certificado de posse e disponibilizadas dentro de uma mini arca de madeira de nogueira polida. A adega abre a possibilidade de coleccionadores ou simples interessados poderem desde já fazer a reserva de certas garrafas numeradas, ficando assim com a possibilidade de escolher certos números, que signifiquem datas, referências ou momentos especiais para si, ou até ofertas. Os interessados deverão formalizar os pedidos através do email info@adegavidigueira.pt , fornecendo também a indicação do nome que deverá ser gravado no certificado de posse. O preço também tem a ver com o nome: 98 euros, um valor que o coloca como um dos mais caros vinhos tintos de Portugal. (AF)