Aguardente Bagaceira Velha Soalheiro surge após 20 anos de envelhecimento

Após mais de 20 anos a envelhecer, em alternância entre cascos de carvalho novos e usados, a Aguardente Bagaceira Velha Soalheiro – produzida a partir da destilação dos melhores bagaços da casta Alvarinho – surge no mercado em garrafas numeradas. Em comunicado, é aplicado o processo de produção desta aguardente especial: “As películas aromáticas das […]

Após mais de 20 anos a envelhecer, em alternância entre cascos de carvalho novos e usados, a Aguardente Bagaceira Velha Soalheiro – produzida a partir da destilação dos melhores bagaços da casta Alvarinho – surge no mercado em garrafas numeradas.

Em comunicado, é aplicado o processo de produção desta aguardente especial: “As películas aromáticas das uvas da casta Alvarinho, separadas do mosto por prensagem na vindima, fermentam durante cerca de um mês em ambiente sem a presença de ar (anaerobiose). Esta fermentação transforma o açúcar residual existente em álcool, extraindo os melhores aromas das películas. A destilação lenta em alambique tradicional contribui para concentrar esses aromas, dando origem a uma aguardente muito aromática característica da casta Alvarinho”.

A primeira edição desta Bagaceira Velha Alvarinho surgiu em 1999, com o lançamento da primeira série de 1428 garrafas numeradas.

Veja o vídeo:

Esta notícia é mais uma que se insere no tema “coisas boas que acontecem no meio da adversidade”, neste caso, a pandemia da Covid-19. Tudo tomou forma a partir de um repto, lançado nas redes sociais, de Miguel Ferreira, autor da magazine digital A Lei do Vinho:

“A Unidade de Saúde da Mealhada contactou as farmácias locais no sentido de se criar uma equipa de trabalho para produzir álcool gel a partir de aguardente vínica. Para tal necessitam com urgência de espaços de destilação onde o produto possa ser produzido. A todos os produtores bairradinos que possam ajudar, agradeço que me contactem por mensagem privada ou contacto com Mafalda Melo. Com o apoio de todos podemos ultrapassar mais depressa este flagelo”.

À data desta notícia, a publicação já tinha atingido 145 partilhas, o que levou ao sucesso do apelo. Mário Sérgio Nuno, da Quinta das Bágeiras, foi o primeiro produtor a disponibilizar as suas destilarias. Seguiu-se a destilaria Levira, situada em São Lourenço do Bairro, na pessoa de Pedro Carvalho, uma das maiores de Portugal. E outros seguirão o exemplo.

Como revela o Sapo24, a farmacêutica da Mealhada referida no pedido de Miguel Ferreira, Mafalda Melo, declarou que “O objectivo é minimizar a dificuldade de acesso [ao gel desinfectante] por parte da população não ligada aos serviços de saúde. Já escasseiam as soluções e a Bairrada, com forte tradição na produção de derivados vinícolas, estaria disposta a ceder a matéria-prima para posterior destilação. É uma ideia transversal a enfermeiros e farmacêuticos. A proximidade aos produtores é grande e eles questionam-nos sobre essa eventual possibilidade”.

Quinta da Aveleda com prova exclusiva de aguardente

“Os Segredos da Aguardente” é o nome da prova exclusiva que a Quinta da Aveleda passa agora a organizar, às quintas-feiras de 9 de Janeiro a 6 de Fevereiro. Este programa de enoturismo pretende fazer os participantes imergir no universo das aguardentes, destacando as produzidas na região dos Vinhos Verdes. Com lugar num espaço tricentenário, […]

“Os Segredos da Aguardente” é o nome da prova exclusiva que a Quinta da Aveleda passa agora a organizar, às quintas-feiras de 9 de Janeiro a 6 de Fevereiro. Este programa de enoturismo pretende fazer os participantes imergir no universo das aguardentes, destacando as produzidas na região dos Vinhos Verdes.

Com lugar num espaço tricentenário, a prova tem início num passeio pelos bonitos jardins e vinhas da quinta, seguindo-se uma visita ao imponente alambique Charentais que, em pleno funcionamento, permitirá assistir ao processo de destilação. Segue-se um momento especial para respirar o ambiente da Adega Velha e fazer uma prova de casco de aguardentes em fase de envelhecimento. Para terminar, o enólogo Pedro Costa, que acompanha todo o programa, convida todos os participantes a degustar quatro aguardentes, de diferentes idades e perfis, devidamente harmonizadas com queijos e outros produtos da Quinta da Aveleda.

Informações e reservas junto de enoturismo@aveleda.pt.

A Mosca ataca de novo

A Casa José Maria da Fonseca (JMF) acaba de colocar no mercado uma nova aguardente, recuperando um clássico da casa, a Mosca. Muito frequente em todos os cafés deste país há 50 anos, era companheira habitual da bica e por isso muito conhecida e divulgada em todo o território nacional. Criada em 1937, existiu até […]

A Casa José Maria da Fonseca (JMF) acaba de colocar no mercado uma nova aguardente, recuperando um clássico da casa, a Mosca. Muito frequente em todos os cafés deste país há 50 anos, era companheira habitual da bica e por isso muito conhecida e divulgada em todo o território nacional.

Criada em 1937, existiu até aos anos 80 e era então uma aguardente bagaceira feita de moscatel. Depois de um longo interregno a JMF veio recriar a marca, mantendo o look original mas alterando substancialmente o conteúdo. Assim, deixou de ser uma aguardente bagaceira e passou a ser, em boa verdade, um brandy, ou seja, partiu-se de uma aguardente vínica branca e neutra, adicionaram-se os elementos autorizados neste tipo de aguardentes, como o caramelo que ajusta a cor, e foi depois colocada em cascos anteriormente usados no moscatel de Setúbal, durante cerca de 6 meses. Desta forma há uma ligação ao produto original, conserva-se no essencial a imagem mas melhora-se o conteúdo.

Para já foram feitos 4500 litros e, segundo nos informou o produtor, é um projecto para continuar. A par da renovada Mosca, a casa JMF dispõe também da aguardente Espírito, mas sem pontos de contacto com esta, uma vez que a Espírito terá bem mais de 50 anos de casco e tem um perfil totalmente diferente, na opinião do enólogo Domingos Soares Franco.

J.P.M.