Malhadinha Nova celebrou 18ª vindima com pompa e circunstância

No passado dia 27 de Setembro, a família Soares e toda a equipa da Malhadinha partilharam, com os seus convidados, mais um de final de época da vindima na Herdade da Malhadinha Nova. Este ano, celebrou-se não só a décima oitava vindima como também mais um “ano de sucesso”, como refere em comunicado de imprensa. […]
No passado dia 27 de Setembro, a família Soares e toda a equipa da Malhadinha partilharam, com os seus convidados, mais um de final de época da vindima na Herdade da Malhadinha Nova. Este ano, celebrou-se não só a décima oitava vindima como também mais um “ano de sucesso”, como refere em comunicado de imprensa. Na festa “Natural Wine Party”, que se realizou numa das novas unidades hoteleiras da Herdade, a Casa do Ancoradouro, foi feito um tributo à terracota, produzida com o barro da região.
A Malhadinha brindou os convidados com vinhos lançados já este ano, o Monte de Peceguina rosé e o branco de 2018, bem como monocastas brancos e tintos, entre eles o Antão Vaz, Verdelho e Arinto de 2018, assim como o Aragonez 2016 e o Touriga Nacional 2015. No decorrer do evento, os enólogos Luís Duarte e Nuno Gonzalez apresentaram colheitas antigas como Monte da Peceguina tinto 2013, e gamas superiores, como Pequeno João 2015 e MM da Malhadinha 2013.
Mas há novidades: em 2017 a Malhadinha Nova iniciou um projecto de ampliação da oferta turística com a recuperação de várias ruínas existentes na propriedade. Para além dos 10 quartos que já existiam no Monte da Peceguina (actual Malhadinha Nova Country House & Spa), este ano surgirão mais 20 quartos distribuídos por várias unidades.
Santa Vitória – Belos Vinhos da Planície

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No Baixo Alentejo, entre Beja e o mar, situa-se a Herdade de Santa Vitória, que se assume como unidade agrícola de várias valências. Da fruta ao azeite e ao vinho, e da terra para o consumidor final. As 32 unidades hoteleiras consomem 30 por cento da produção. E entre Portugal e Brasil escoa-se o milhão de garrafas que ali se produzem anualmente.
Texto João Paulo Martins
Fotos Ricardo Gomez
Estamos em terras alentejanas, lá bem para o sul, mas, ao contrário do que se poderia pensar, aqui não se caça; sorte para lebres e perdizes que por lá existem. Estamos em terras quentes onde se faz sentir o calor forte de Verão, onde o vento do sul, geralmente conhecido por “vento suão”, pode queimar a vinha de uma dia para o outro. Estas agruras do clima obrigam a uma adaptação às condições específicas da região para se poder pensar em produzir vinho. Na verdade, o vinho não tem por aqui história que mereça ser contada e pode mesmo dizer-se que até ao séc. XXI, estas terras alentejanas não estariam vocacionadas para a vinha.
Foi mesmo nestas terras de pequenas elevações e muita planície que nasceu a herdade da Casa de Santa Vitória, projecto agrícola do grupo Vila Galé, que inclui várias valências, desde a vinha, o olival e a produção frutícola – pêra rocha, as nectarinas, damascos e pêssegos – além de montado. A crescer de importância nesta zona, o amendoal vai ser uma aposta de futuro. O azeite ganha cada vez mais preponderância e ainda este ano será inaugurado um lagar que permitirá assim controlar todo o processo. Intensivo, super-intensivo, variedades locais, variedades espanholas e gregas, de tudo se pode encontrar aqui.
O grupo Vila Galé está especialmente vocacionado para a hotelaria e tem presença forte em Portugal e Brasil. São neste momento 32 as unidades hoteleiras e, tal como estava previsto desde o início, também aqui na herdade há um hotel e restaurante com aposta forte na gastronomia regional, como pudemos testemunhar. Com uma área muito grande de terra – 1.620 hectares – dos quais a vinha ocupa 127, a produção vinícola teve sempre a condicionante da água porque cedo se percebeu que dificilmente haveria uma viabilidade do projecto sem a rega da vinha. Esse problema resolveu-se com a água que chega do Alqueva. É assim há já 15 anos, tantos quanto o projecto tem de vida. A rega continua a ser tema de debate entre produtores e enólogos e esse debate estende-se a várias regiões do país. Os adeptos da não-rega sustentam que se a videira não é resistente à seca e à falta de água, então é porque a escolha da casta e do porta-enxerto terá sido mal feita; já os adeptos da rega opinam que sem água (e com as consequentes baixas produções) a actividade vitivinícola não seria viável. Aqui esse debate não chegou sequer a ter lugar, já que a opção pela rega foi clara.
Pelo clima quente que a região tem, a opção mais evidente seria naturalmente a produção de uvas tintas, mas até respondendo às solicitações do mercado, o branco teve aqui um comportamento que justificou a forte aposta, nomeadamente na casta Arinto. A surpresa, a bem dizer, só o será para quem não acredita que esta é a mais original e importante casta branca portuguesa.
Mudanças na viticultura
O técnico Nuno Cancela de Abreu esteve no arranque da aventura vínica do grupo Vila Galé. Mas hoje a orientação técnica está a cargo de Bernardo Cabral e Patrícia Peixoto, que são o rosto enológico da casa. Foi com eles que fizemos uma visita às vinhas, agora em período de crescimento acelerado da vegetação.
A aposta inicial nas castas – à época com a consultoria de Martim Avillez – apontou para as mais tradicionais do Alentejo, aquelas que no início deste século eram apontadas como as mais indicadas para a região – Aragonez, Trincadeira, Alfrocheiro nos tintos e Arinto e Antão Vaz nos brancos. Na verdade, sentiu-se aqui o mesmo problema, ou se se quiser, o mesmo dilema de todas as novas zonas alentejanas até então “virgens de vinha”: o que plantar e como plantar – densidade, compasso, produção por hectare – quando não havia histórico anterior que pudesse ser bom conselheiro. Entende-se assim melhor que algumas das opções dos primeiros plantios tivessem de ser emendadas. Levou-se então a cabo um trabalho de reenxertia de algumas castas – caso do Antão Vaz que se dá mal com estes solos pobres, tal como o Alfrocheiro; no caso do Aragonez foi preciso deslocar de local, em função da maior ou menor produtividade do solo. Esta casta tende a ser excessivamente produtiva e por isso precisa de solos realmente pobres e bem arejados.
Com novas plantações chegaram também novas castas, umas nacionais e outras vindas de fora, num movimento que tem sido muito comum em todas as novas vinhas alentejanas. Nos tintos chegaram Cabernet Sauvignon, Merlot, Touriga Nacional e Syrah; nos brancos, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Viosinho e Verdelho.
Com o passar dos anos, uma casta mostrou aqui especiais virtudes, o Arinto, “uma casta excepcional, para não dizer mesmo incrível, tal a capacidade que tem de produzir bem e sempre com qualidade”, diz Bernardo. A vindima desta casta, salienta Patrícia Peixoto, “pode estender-se por três semanas, o que nos permite planear a vindima conforme o tipo de vinho que queremos produzir”. Grande parte da apanha da uva é feita à máquina que, em 8 horas de trabalho, faz o equivalente a 80 vindimadores. Quando se tem 127 ha de vinha, a apanha mecânica é uma enorme ajuda. E, reconhecemos que longe vão os tempos em que as máquinas de vindimar eram olhadas de soslaio por muitos produtores que lhe notavam defeitos vários na qualidade do que colhiam. Actualmente a melhoria técnica já convenceu os mais cépticos.
A agricultura que por aqui se pratica é de protecção integrada, fazem-se entre 7 e 9 tratamentos por ano e a produtividade é média, de cerca de 8 toneladas/ha. Se as geadas e o granizo não são assunto e de míldio pouco se fala, já outras doenças são mais preocupantes, como a Esca (doença de lenho) e a Cicadela (ou Cigarrinha verde, insecto que ataca as folhas da videira). O clima quente é favorável para a não ocorrência de várias moléstias da vinha, mas não todas e por isso aqui não se arrisca e fazem-se os tratamentos necessários.
Uma adega com muitas valências
A adega da Casa Santa Vitória é um puzzle. Uma misturada enorme de barricas de todas as dimensões e de múltiplas origens. Porquê? A resposta veio rápida: “fazemos prestação de serviços para três produtores, desde a Herdade da Bombeira, em Mértola, até à marca Vicentino, cuja herdade fica perto do mar (além de um produtor novo). Isso obriga a equacionar imensas variáveis conforme os requisitos de cada produtor e os que temos são extremamente exigentes”, lembra Bernardo. E acrescenta: “mas isso também tem algo de muito curioso porque passamos da prova de uma barrica do Alentejo mais interior para outra onde temos um vinho atlântico completamente diferente; isso é muito desafiante”. No conjunto, os três produtores a quem a equipa presta assistência, representam meio milhão de garrafas.
Na adega inoculam-se todos os brancos com leveduras. Bernardo diz que “é muito mais seguro”; mas muitos dos tintos não são inoculados, fermentam com as leveduras indígenas. Este continua a ser hoje um tema de debate entre produtores, enólogos e winewriters de todo o mundo, mas por aqui sabe-se que o risco é grande se toda a fermentação não decorrer de forma controlada.
Para Santa Vitória adquirem-se 30 barricas novas/ano, uma quantidade objectivamente pequena, mas agora, que as novas tendências do gosto mudaram, é sobretudo a barrica usada que tem mais uso, em detrimento da barrica nova. Por isso é hoje bem menor o “peso” da barrica nos vinhos, quer nos brancos quer nos tintos.
Novos projectos em carteira
E, quanto a projectos, há novidades. Para já no Douro onde foi adquirida uma quinta (com estadia de alguns quartos), perto da foz do rio Torto e ao lado da Quinta de Nápoles. A quinta dispõe de 22 ha de vinha e onde já se fez a vindima de 2018. Bernardo não se poupa em elogios ao que lá se colheu, “uvas fabulosas, estou convencido que vamos conseguir fazer ali grandes vinhos”. Há vontade de avançar na região dos Vinhos Verdes, mas para já não há decisões. E quanto ao Alentejo, é possível que se avance para um vinho de talha. “Já plantámos Moreto” e, apesar de todos dizerem que é cada vez mais difícil comprar talhas, “esse assunto está controlado”, como nos lembrou Bernardo Cabral. No capítulo dos espumantes é provável que se dê o salto do exclusivo consumo interno do que se produz para uma produção que vise a ida para o mercado. Os vinhos têm mudado de estilo, acompanhando as modas, neste caso as boas modas: tintos com menos grau e menos extracção e brancos com mais frescura e menos barrica nova. O consumidor avisado só pode mesmo aplaudir.
NA FOTO: Bernardo Cabral e Patrícia Peixoto.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
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Edição Nº26, Junho 2019
A terceira vida do Barrocal

O hotel rural de luxo perto de Reguengos de Monsaraz está a produzir carne, legumes, ervas, compotas — e tudo o que o Alentejo der. TEXTO Ricardo Dias Felner FOTOS São Lourenço do Barrocal/Filipe Lucas Frazão Manuel Calado não é um homem qualquer. Tem a pele dura, um chapéu que lhe ensombra os olhos, beata […]
O hotel rural de luxo perto de Reguengos de Monsaraz está a produzir carne, legumes, ervas, compotas — e tudo o que o Alentejo der.
TEXTO Ricardo Dias Felner
FOTOS São Lourenço do Barrocal/Filipe Lucas Frazão
Manuel Calado não é um homem qualquer. Tem a pele dura, um chapéu que lhe ensombra os olhos, beata na boca, a pose de quem é capaz de sacar de uma pistola e acertar numa lebre atrás de uma oliveira enquanto fala sobre a origem do enorme menir nas suas costas. Manuel Calado, arqueólogo, o Indiana Jones de Borba, está ali para explicar porque é que o Barrocal é uma terra predestinada.
Os montes da herdade foram a terra escolhida por diversas tribos sedentárias do Neolítico, nela se fixando os primeiros agricultores. A selecção terá obedecido a vários critérios de sobrevivência, segurança e alimentação — razões idênticas às que terão estado na origem, sete mil anos depois, do nascimento de São Lourenço do Barrocal.
O arqueólogo do Barrocal conta ainda, no âmbito das caminhadas pela propriedade organizadas pelo hotel do Barrocal, que no século XIX, nos mesmos afloramentos graníticos com vista para Monsaraz, ergueu-se uma pequena aldeia agrícola, detida pela família de que o actual proprietário, José António Uva, é descendente em oitava geração.
Aqui chegaram a produzir-se cereais, vinho, legumes, gado, bem como centros de produção como padaria e matadouro — actividade que obrigava ao alojamento de 50 famílias dentro da herdade. Mas duzentos anos passaram e a propriedade foi definhando, acabou nacionalizada com o 25 de Abril e, lentamente, foi sendo abandonada.
TEMPO DE REABILITAR
Quando José António Uva decidiu reabilitá-la, em 2002, já só a casa do hortelão estava habitável. A ideia era recuperar os tempos gloriosos de antigamente, primeiro como hotel rural de charme, com todos os requintes de um cinco estrelas e o dedo de Eduardo Souto Moura na reabilitação, depois como centro produtor de bens gastronómicos.
É esta faceta que agora se refina — para a terceira vida do Barrocal. Primeiro, apareceu o restaurante a cargo de José Júlio Vintém, o cozinheiro alentejano do Tomba Lobos, em Portalegre. Depois, estenderam-se mesas junto à piscina, com uma carta apropriada ao veraneio, também da autoria de Vintém. Ao mesmo tempo, a enóloga Susana Esteban começou a trabalhar nas vinhas da propriedade e a cultivar outras. E o olival, essencialmente de galega, passou a ser tratado, com as azeitonas a serem espremidas no lagar do vizinho — “e amigo” — Esporão. Decidiu-se que tudo o que ali florescia devia ser aproveitado — das ervas aromáticas aos limoeiros —, que se haveria de voltar a semear a terra, e que os bovinos de raça alentejana cruzados com saler francesa continuariam a pastar por ali, acabando às mãos de José Júlio Vintém, para assados e pratos de tacho.
Neste momento, a produção ainda se faz por tentativa e erro, mas tem o entusiasmo das primeiras coisas, de uma vontade de fazer único e fazer bem.
CRIAR UMA REDE DE PRODUTOS AUTÓCTONES
Para além deste esforço de auto-suficiência, sempre em regime biológico, José António Uva está ainda a criar uma rede de fornecedores locais. Parte dos produtos que ainda é preciso comprar fora, para servir no Barrocal — seja ao pequeno-almoço, ao almoço ou ao jantar — vem de pequenos produtores das redondezas. Há peixes de rio do Alqueva, como o lúcio perca que Vintém aproveita para ceviche, há queijos de ove-lha e cabra, mel, pão do Baldio, enchidos da Montanheira, tudo produtores parceiros do Barrocal.
José António Uva vê assim prestes a concretizar-se a segunda fase do seu sonho. Voltar a tornar a propriedade, não apenas num hotel, mas num lugar de parti¬lha e de produção de comida boa. A história do Barrocal contada por Manuel Calado começou há 7.000 anos. Mas não acaba aqui.
NA FOTO: José Júlio Vintém assegura a restauração do Barrocal.
Edição Nº25, Maio 2019
Morais Rocha Um regresso à Vidigueira

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O que começou em 2006 como forma de matar saudades da terra, toma agora ar de coisa mais séria. Os vinhos da casa Morais Rocha representam um portefólio vasto, com qualidade e carácter regional.
TEXTO E FOTOS Luís Lopes
JJMR, as iniciais que dão nome à sociedade agrícola, significam José Joaquim Morais Rocha. Este empresário nasceu na Vidigueira, de onde sua família é originária, mas muito cedo fez de Lisboa sua residência e da logística portuária e dos trânsitos de importação e exportação o seu modo de vida. À vila foi voltando para descansar nos fins de semana, mas em 2005 recebeu por herança as propriedades familiares e resolveu investir na agricultura, ampliando o património e apostando sobretudo no olival e na vinha.
A estrutura fundiária da Vidigueira pouco tem a ver com a de outras zonas do Alentejo. Aqui impera o minifúndio e as propriedades são muito fragmentadas. Para adquirir áreas com alguma dimensão é preciso comprar a dezenas de proprietários. Foi isso que José Joaquim foi fazendo. Com a terra, as oliveiras e as videiras, nasceu um lagar de azeite, de prensagem a frio, e uma pequena, mas bem equipada adega. A primeira vindima decorreu em 2006, 7.000 garrafas, vendidas para “os amigos”. Com o tempo, o crescimento das propriedades e da produção, aquilo que começou quase como um hobby tornou-se uma coisa muito mais séria. É que hoje são já 100 hectares de olival, que originam 45 mil litros de azeite, parte vendido a granel, parte com a marca Herdade dos Veros. A vinha corresponde a 18 hectares, plantados com as castas tintas Aragonez, Trincadeira, Syrah, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon e as brancas Antão Vaz, Arinto e Verdelho (Verdejo, no caso). Mas mais 20 hectares serão plantados em breve.
CRESCER COM AJUDA DE PROFISSIONAIS
A profissionalização do projecto de José Joaquim Morais Rocha chegou há três anos, dinamizada pela sua filha Ana, que agora gere o dia a dia da empresa, com o apoio técnico dos enólogos Ariana Ramalho (residente) e Diogo Lopes (consultor), lidando com cerca de 180 mil garrafas/ano, número que obriga já a nova ampliação da adega e armazenagem.
O portefólio da JJMR tem na base de gama a marca Sei Lá, seguindo-se na hierarquia a linha JJ, depois a Herdade dos Veros, e culminando com os topo Morais Rocha, Reserva e Grande Reserva. Este último, que se estreia agora ao mercado com a colheita de 2013, representa bem o carácter mais clássico da Vidigueira, assente nas castas Trincadeira, Aragonez e Alicante Bouschet, e com muito bom equilíbrio ácido a compensar a maturação elevada. Um vinho que vem dar mais “músculo” ao negócio de uma família que viu no regresso às origens e na agricultura uma opção de futuro para as gerações vindouras.
NA FOTO: Ana, José Joaquim e João Morais Rocha.
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Edição Nº25, Maio 2019
Os topos de gama do Quetzal

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Chama-se Quetzal Família e enche de orgulho o proprietário, o milionário holandês Cees de Bruin. Até agora só tinha saído um branco, de 2012. Desta vez saíram dois vinhos, mais um branco e um tinto, com uma coisa em comum: apenas estão disponíveis em garrafas magnum, de 1,5 litros.
TEXTO António Falcão
NOTAS DE PROVA Mariana Lopes
FOTO Quinta do Quetzal
São de facto os vinhos mais caprichados da casa Quetzal, localizada junto a Vila de Frades, Vidigueira. De tal maneira que apenas são produzidos em anos que a qualidade foi muito acima da média e apenas são engarrafados em garrafa de litro e meio, vulgarmente chamado de magnum. Cees de Bruin, o proprietário da Quinta do Quetzal, estava radiante. “Estou orgulhoso de apresentar os vinhos da família. Quando comecei a produzir, não acreditava que fosse possível atingir esta qualidade”. O orgulho é justificado, porque os dois vinhos apresentados são de facto muitíssimo bons. Foram introduzidos por Rui Reguinga, o enólogo consultor, que explicou como foram conseguidos: “já temos um histórico das vinhas e escolhemos as melhores uvas das melhores parcelas para os vinhos Família”. A grande parte deste trabalho recaiu nas mãos de José Portela, o responsável de viticultura e enólogo residente.
Portela está desde o início do projecto na Quinta do Quetzal (2003) e conhece por isso cada palmo dos 49 hectares de vinha aí existentes.
O branco, da colheita de 2014, foi feito com uvas de Antão Vaz, de uma parcela adquirida há alguns anos a um vizinho, coronel de profissão, e por isso a vinha ficou com o nome de Vinha do Coronel. Tem quase 40 anos e está localizada na zona mais alta da quinta. O Antão Vaz daqui é por isso mais concentrado, mas também mais fresco. O mosto foi a fermentar com leveduras indígenas em barricas de 500 litros. Por ali ficou 18 meses, com bâtonnage semanal. Depois foi a engarrafar e por lá ficou dois anos.
Quanto ao tinto, da colheita de 2013, foi feito com uvas de Alicante Bouschet e Syrah. Rui Reguinga achou que o Alicante por si só não seria suficiente para fazer um grande vinho. Daí o Syrah, que trouxe notas de chocolate e especiarias. A vinha escolhida foi a que a equipa chama das Pedras, ao pé da adega. É uma terra pobre, muito pedregosa, e a vinha produz pouco, mas com excelente qualidade. Na adega, Rui Reguinga optou mais uma vez pelo minimalismo, a começar pelas leveduras indígenas e macerações longas (6 semanas). O vinho estagiou dois anos em barricas de 500 litros. Ambos os vinhos custam 65 euros a garrafa.
A apresentação decorreu na mesma altura em que o Quetzal festejou outra faceta importante do seu proprietário: a arte. A exposição “Mitos da Caverna – Espeleologia infinita)” foi inaugurada na mesma altura em que os Família foram oficialmente lançados. A exposição está patente no Quetzal e pode ser visitada até ao final de Março do próximo ano. Aproveite e almoce (ou jante, na sexta e sábado) no restaurante da quinta, dirigido pelo chef alentejano João Mourato. Pode fazer as suas reservas pelo site da casa: quintadoquetzal.com.
NA FOTO: Pedro Mendes (chef consultor do restaurante), Rui Reguinga (enólogo consultor), Reto Jorg (gestor do Quetzal), João Mourato (chefe do restaurante), Carla Caramba (brand ambassador Quetzal) e José Portela (responsável de produção).[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]Edição Nº25, Maio 2019
Os “single vineyard” de João Portugal Ramos

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João Portugal Ramos é produtor multifacetado, com projectos espalhados por várias regiões. Mas é em Estremoz, no Alto Alentejo, que estão as suas origens vitivinícolas e a sua principal adega, de onde nos últimos anos têm saído grandes novidades, como estes dois tintos.
TEXTO Nuno de Oliveira Garcia
FOTOS J. Portugal Ramos

João Ramos tem vindo a concentrar a sua atenção no Alentejo, com investimentos na adega e na vinha, bem como em ‘rebranding’ e nova imagem. Por outro lado, os seus vinhos da região dos Vinhos Verdes conservam um nível alto (Alvarinho, Loureiro, Alvarinho Reserva e espumante Alvarinho) e os clássicos da Quinta de Foz de Arouce (branco, tinto e Vinhas Velhas de Santa Maria) estão consolidados num nicho de mercado. No Douro, a parceria com José Maria Soares Franco – Duorum Vinhos – é cada vez mais um referencial na região.
Ao mesmo tempo que se ocupa da ‘passagem geracional’ – o produtor tem dois dos seus filhos a trabalhar com ele –, João Ramos não pretende parar no que respeita a lançamentos de novos vinhos. Na verdade, foi o seu filho João Maria, que entrou na empresa em 2014 e cada vez mais se encarrega da área de enologia (e que também já tinha desenvolvido a gama Pouca Roupa), a identificar dois vinhos de parcelas e a convencer o pai em engarrafá-los separadamente. Nasceram assim, de solo alentejano, dois vinhos novos de duas vinhas – o Vinha de São Lázaro e o Vinha do Jeremias, esta última mesmo ao lado da casa da quinta em Estremoz. O primeiro provém de uvas de Touriga Nacional a partir de solos de origem calcária, e o segundo maioritariamente de Syrah de solos xistosos, ambos fermentados em lagares de mármore, com pisa a pé e estágio em barrica.
Destaque para o Vinha do Jeremias que é uma bonita homenagem a um funcionário da empresa com esse nome, falecido em 2017, e que sempre se dedicou à viticultura, tendo trabalhado ao lado de João Ramos durante décadas, e que sempre gostou muito da vinha de onde este tinto nasceu. O vinho agora lançado é de 2015 mas João Ramos já anunciou que não haverá edição de 2016. No entanto, tudo indica que será reeditado na colheita de 2017.

O conceito de ambos os tintos remete para a concepção de ‘single vineyard’ ou, como acontece no nosso país vizinho, para os ‘viños de pago’ (se bem
que estes não se confundem necessariamente com vinhos de uma vinha só). A ideia é apresentar ao público (mais) um vinho de grande qualidade, com uma identidade muito própria e, neste caso, monocasta. A própria imagem dos vinhos (rótulos, entenda-se) inspira-se num ambiente ibérico, o que se deve também à proximidade de Estremoz com a fronteira, com algo de, simultaneamente, barroco e másculo. Os vinhos podem ser adquiridos numa bonita caixa cinzenta com duas garrafas e preço irá situar-se na mesma fasquia que a gama bivarietal Quinta da Viçosa – ou seja, cerca de 25€. Será privilegiado o canal horeca (hotéis e restauração), uma vez que as quantidades não são generosas (entre 3.000 a 4.000 garrafas). A qualidade de ambos os tintos é inquestionável, e o perfil é intenso e capitoso, um pouco à margem das tendências mais modernas que privilegiam néctares menos concentrados mas que, sem dúvida, serão do agrado generalizado do público. O ano de 2015 foi tendencialmente quente e ajudou no desenho de vinhos com muito fruto e taninos completa¬mente maduros. São assim ambos os vinhos agora lançados, com o Syrah (e um pouco de Viognier, incluindo as películas da uva, como é habitual em Côtes du Rhône) a revelar-se intenso e capitoso, e o Touriga Nacional ligeiramente mais elegante. Tudo somado, temos mais duas excelentes criações de João Portugal Ramos – e família –, com a vantagem de terem um preço que, não sendo barato, é perfeitamente ajustado.
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[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]Edição Nº25, Maio 2019
Esporão lança novos Private Selection

O Esporão Private Selection Branco foi lançado em 2001 com o intuito de criar um vinho branco alentejano marcante. As vinhas com idade média de 22 anos conjugadas com a aposta na casta Sémillon e a selecção cuidadosa das barricas novas de carvalho francês, foram os ingredientes usados para a colheita de 2017. Já o […]
O Esporão Private Selection Branco foi lançado em 2001 com o intuito de criar um vinho branco alentejano marcante. As vinhas com idade média de 22 anos conjugadas com a aposta na casta Sémillon e a selecção cuidadosa das barricas novas de carvalho francês, foram os ingredientes usados para a colheita de 2017.
Já o Esporão Private Selection Tinto é uma continuidade do Esporão Garrafeira Tinto, lançado pela primeira vez em 1987. Na colheita de 2014, conjugaram-se as castas Syrah e Alicante Bouschet com a Aragonez. Depois das uvas serem pisadas a pé, na Adega dos Lagares, o vinho passou por um estágio em barrica de carvalho francês, durante 18 meses.
Para a produção destes dois vinhos, segundo o enólogo David Baverstock, estes são aspectos importantes: “Antes da vindima, seleccionamos as melhores uvas para estes vinhos. Depois, a maneira como nós fazemos o processo de vinificação, permite que estes adquiram uma grande estrutura, longevidade e potencial para guarda”.
O rótulo do Esporão Private Selection Branco 2017 (€19,99) é ilustrado pelo artista Albuquerque Mendes. Uma fotografia do arquitecto e fotógrafo Duarte Belo ilustra o rótulo do Esporão Private Selection Tinto 2014 (€49).
Chegou mais um Évora Creative Market

É já a 20 e 21 de Setembro que a Fundação Eugénio de Almeida recebe a terceira edição do Évora Creative Market. No Páteo de São Miguel, localizado na zona do antigo castelo medieval de Évora, nascerá um mercado com 40 artesãos de vários países, com produtos criativos nas áreas do design, decoração, moda, cerâmica, […]
É já a 20 e 21 de Setembro que a Fundação Eugénio de Almeida recebe a terceira edição do Évora Creative Market. No Páteo de São Miguel, localizado na zona do antigo castelo medieval de Évora, nascerá um mercado com 40 artesãos de vários países, com produtos criativos nas áreas do design, decoração, moda, cerâmica, joalharia e gourmet.
O Évora Creative Market pretende, numa era de massificação, valorar o que é singular e o que demora tempo a criar, o que é diferenciado. Música não faltará neste evento, nem street food, complementados por diversas actividades para participar em família, como oficinas de olaria, tecelagem e cestaria, ou até desportos radicais, como escalada.
Mais informações aqui.

















