Cortes de Cima: Direito ao Atlântico

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text] A menos de três quilómetros do mar, equidistante de Vila Nova de Milfontes, encontramos vinhas defronte do lindíssimo vale do Rio Mira e miramos um verdadeiro Alentejo atlântico, a última fronteira na produção de vinhos em […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

A menos de três quilómetros do mar, equidistante de Vila Nova de Milfontes, encontramos vinhas defronte do lindíssimo vale do Rio Mira e miramos um verdadeiro Alentejo atlântico, a última fronteira na produção de vinhos em frescura e sedução.

TEXTO Nuno de Oliveira Garcia
FOTOS Cortesia do Produtor

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Imagine-se passar a ponte do rio Mira em direção ao sul, deixando Vila Nova de Milfontes atrás, e, em pleno Parque Natural da Costa Vicentina, encontrar um vale com vinhas plantadas em solos de areia com o rio Mira ao fundo, serpenteando. Foi neste território praticamente inexplorado em termos de viticultura que, em 2008, Hans e Carrie Jorgensen decidiram comprar terrenos para complementar o seu projeto na Vidigueira (centrado quase exclusivamente em tintos, com a excepção de Viognier), ao mesmo tempo que buscavam condições de produção de vinho significativamente mais frescas que o restante Alentejo. A este respeito, note-se que a diferença média de temperatura entre Vila Nova de Milfontes e Vidigueira é de cerca de 10ºC, dado verdadeiramente revelador das diferentes condições climatéricas da região!
As primeiras vinhas foram plantadas em solos de areia amarela, com alguma pedra rolada e substrato de argila, com plantas de Chardonnay, Sauvignon Blanc e Pinot Noir, três castas típicas do Novo Mundo à beira mar plantado (do Chile à Nova Zelândia, passando pela África do Sul). Entretanto, mais terra foi adquirida, tarefa nem sempre fácil na área, dada a concorrência de produtores de fruta e hortícolas em estufas. As mais recentes plantações privilegiam já uvas tintas como Syrah, Aragonês e até Jaen, todas em solos de areia cinzenta. Das duas primeiras castas, espera-se um perfil diferente dos vinhos produzidos na Vidigueira, da última pretende exotismo e diferença. Nas novas plantações, o solo mantém-se de origem arenosa, com muita drenagem e pouco material orgânico. Actualmente, são já mais de 60 hectares de vinha plantada, espalhadas por três parcelas: Zambujeira Velha com 19ha, plantados em 2008, Zambujeira Nova com 16,5ha plantados em 2009 e Vinha das Furnas com 24ha, de castas tintas plantadas em 2016.

[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34787″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Nevoeiros matinais e vinhos frescos”][vc_column_text]

No que respeita à vinificação, o maior problema é sanitário pois os nevoeiros matinais podem contribuir com algumas doenças para as castas menos resistentes, como tem sido o caso do Chardonnay, pelo que a palavra de ordem é prevenção e rápida intervenção. A enologia mantém-se a cargo do experiente Hamilton Reis, que trabalha para a empresa há mais uma década, sendo que Anna – filha de Hans e Carrie, e com várias vindimas já um pouco por todo o mundo – monitoriza a operação com mestria e confiança. Pelo que vimos, Hamilton e Anna são mesmo uma dupla a ter em conta em Cortes de Cima.
Tivemos a oportunidade recente de provar todos os vinhos produzidos neste terroir tão específico, quer em versão monocasta, quer em mistura com variedades e uvas plantadas na Vidigueira (caso dos Dois Terroirs recentemente lançados no mercado e abaixo provados). Verdadeiramente espantosa é a evolução dos Sauvignon Blanc provados, com os melhores exemplares a serem os das colheitas de 2013 (bela acidez, jovem ainda e com enorme final) e de 2014 (perfil menos fresco, mas com muito sabor no centro de boca e ainda alguma mineralidade). Igualmente em forma esteve a colheita de 2015 (com notas de lima e gengibre, compacto em boca e com agradável amargo final), sendo que os mais novos – 2016 e 2017, inclusive – revelaram um inevitável fruto jovem exótico e notas primárias muito sedutoras.
A mesma evolução positiva foi confirmada nos Alvarinhos – das colheitas de 2014 a 2017, inclusive –, com destaque para o vinho de 2015, muito tenso e jovem, tudo indicando um futuro radioso. Aliás, no que respeita à casta minhota, é interessante notar que mantém no Alentejo litoral o perfil aromático habitual (com notas de pera e citrino maduro), conjugado, todavia, com um corpo mais amplo e um final de boca muito preenchido. Provámos ainda as três edições do Pinot Noir – 2014 a 2016, inclusive –, todos num perfil de tinto carnudo e especiado, com boa evolução, sendo que a edição de 2016 está a revelar-se particularmente interessante no atual momento de prova.
Em suma, o projeto atlântico Cortes de Cima está ‘de pedra e cal’ e é uma aposta ganha da família Jorgensen, sendo que o joker é mesmo a evolução dos vinhos, em especial do Sauvignon Blanc. Tudo aponta, portanto, para que nos próximos anos tenhamos melhores surpresas ainda deste terroir e deste produtor!

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[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Edição Nº23, Março 2019

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ViniPortugal traz Masters of Wine a três regiões portuguesas

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text] Quinze Masters of Wine (MW) de todo o Mundo estiveram, na última semana de Março, em tour pelo Alentejo, Dão e Bairrada. Numa parceria entre a ViniPortugal e o The Institute of Masters of Wine, este […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Quinze Masters of Wine (MW) de todo o Mundo estiveram, na última semana de Março, em tour pelo Alentejo, Dão e Bairrada. Numa parceria entre a ViniPortugal e o The Institute of Masters of Wine, este grupo de elite do vinho, proveniente de nove países diferentes, reforçou o seu conhecimento sobre castas, regiões e produtores portugueses, tomando contacto com o panorama vinícola nacional e as suas características distintivas.

O grupo de MW, coordenado por Dirceu Vianna Junior, o primeiro MW de língua portuguesa, radicado em Inglaterra, integrou especialistas de renome internacional: Alison Eisermann Ctercteko (Australia), Elsa Macdonald (Canadá), James Lawther (França), Joanna Locke (Reino Unido), Joel Butler (EUA), Matthew Forster (Reino Unido), Olga Karapanou Crawford (EUA), Robin Kick (Suíça), Rupert Wollheim (Reino Unido), Simon Nash (Nova Zelândia), Susan McCraith (Reino Unido), Tim Jackson (Reino Unido), Yiannis Karakasis (Grécia) e Ying Tan MW (Singapura).

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Além de visitas a produtores, estes MW assistiram a várias masterclasses, orientadas pelos colaboradores da Grandes Escolhas Nuno Oliveira Garcia e Dirceu Vianna Junior, e por Luís Lopes, director da publicação. Também palestras de enquadramento global do perfil de cada uma das três regiões vitivinícolas fizeram parte do programa, que seguidas de um debate sobre viticultura.

Foram várias as empresas que colaboraram nesta óptima iniciativa da ViniPortugal, entre elas a Herdade do Esporão, Dona Maria Vinhos, Fundação Eugénio de Almeida, Adega Mouchão, Symington Family Estates, Magnum Vinhos, Julia Kemper Wines, Paços dos Cunhas de Santar/Global Wines, Quinta da Pellada, Casa da Passarela, Quinta dos Carvalhais/Sogrape, Quinta dos Roques, Caves Aliança, Luís Pato e Baga Friends (Quinta das Bágeiras, Sidónio de Sousa, Quinta da Vacariça, Niepoort e Palace Hotel do Buçaco), CVR Dão e CVR Bairrada.

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Pêra-Manca tinto 2014 lançado ontem em Évora

A Adega da Cartuxa, na Quinta de Valbom, em Évora, foi o palco do lançamento oficial da nova edição do mítico Pêra-Manca tinto. Perante várias dezenas de convidados, a equipa de enologia da Fundação Eugénio de Almeida, liderada por Pedro Baptista, estava especialmente satisfeita pelos resultados alcançados com a vindima de 2014 que lhes permitiu […]

O enólogo Pedro Baptista.

A Adega da Cartuxa, na Quinta de Valbom, em Évora, foi o palco do lançamento oficial da nova edição do mítico Pêra-Manca tinto.
Perante várias dezenas de convidados, a equipa de enologia da Fundação Eugénio de Almeida, liderada por Pedro Baptista, estava especialmente satisfeita pelos resultados alcançados com a vindima de 2014 que lhes permitiu apresentar mais uma colheita de grande nível. «O Pêra-Manca tinto 2014 corresponde aos critérios de qualidade extrema a que este vinho obriga e as suas características excepcionais fazem prever uma grande capacidade de evolução», salientou.

Elaborado, como habitualmente, a partir das castas Trincadeira e Aragonês, a edição 2014 do Pêra-Manca tinto tem uma maior percentagem de uvas de Trincadeira, decisão tomada em função das características climáticas do ano e do estado de maturação das uvas. Depois de colhidas, estas foram transportadas para a adega onde passaram por uma mesa de escolha óptica garantindo a selecção bago a bago, sendo sujeitas depois a um esmagamento ligeiro. A fermentação ocorreu nos tradicionais balseiros de carvalho, com maceração prolongada pós-fermentativa. O vinho estagiou 18 meses em tonéis de carvalho francês e em garrafa, nas caves do Mosteiro da Cartuxa, como tem sido habitual.
Com uma produção de cerca de 21 mil garrafas, um pouco superior à edição anterior de 2013, mas ainda assim bem menor do que média dos lançamentos anteriores, o Pêra-Manca tinto 2014 tem um preço de venda à porta da adega de €220.

Leia mais sobre o lançamento do Pêra-Manca tinto 2014 na edição de Maio da Grandes Escolhas.

J.G.

António Nora aparta-se da HMR

O director de vinhos da Herdade do Monte da Ribeira anunciou, recentemente, que “chegou o momento de partir para um novo ciclo”. No entanto, o impulsionador da marca alentejana Pousio disse, em comunicado, que continuará como consultor da administração da empresa: “Foram oito anos e meio espectaculares, a experiência da produção foi muito gratificante, fizemos […]

O director de vinhos da Herdade do Monte da Ribeira anunciou, recentemente, que “chegou o momento de partir para um novo ciclo”. No entanto, o impulsionador da marca alentejana Pousio disse, em comunicado, que continuará como consultor da administração da empresa:

“Foram oito anos e meio espectaculares, a experiência da produção foi muito gratificante, fizemos a marca Pousio crescer, criámos grandes vinhos. Agradeço a toda a equipa que me acompanhou durante este período, assim como à Administração da HMR que sempre me apoiou. Continuarei ligado à HMR como consultor da Administração. E irei prosseguir a minha actividade na área dos vinhos, novos projectos irão surgir brevemente, estarei com o mesmo entusiasmo de sempre neste sector apaixonante. Bem hajam os amigos que sempre me apoiaram”.

Adega de Borba tem novo restaurante

No âmbito do desenvolvimento do seu projecto de enoturismo, a Adega de Borba abre agora as portas de um novo espaço dedicado aos vinhos e sabores que marcam mais de 60 anos de história da casa. Situado junto à Loja de Vinhos, em Borba, o Restaurante Adega de Borba é o local a descobrir para […]

No âmbito do desenvolvimento do seu projecto de enoturismo, a Adega de Borba abre agora as portas de um novo espaço dedicado aos vinhos e sabores que marcam mais de 60 anos de história da casa. Situado junto à Loja de Vinhos, em Borba, o Restaurante Adega de Borba é o local a descobrir para provar pratos fiéis à cozinha tradicional alentejana, em harmonização escolhida “a dedo” com os vinhos da Adega de Borba.

ALENTEJO PREMIUM: Brancos com ambição

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Vinhos brancos de grande qualidade e para todos os gostos revelam uma região cada vez mais diversificada. Se o Arinto aporta, muitas vezes, acidez e frescura aos lotes com Antão Vaz, o leque das castas utilizadas não […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Vinhos brancos de grande qualidade e para todos os gostos revelam uma região cada vez mais diversificada. Se o Arinto aporta, muitas vezes, acidez e frescura aos lotes com Antão Vaz, o leque das castas utilizadas não se fica por aqui…

Texto: Nuno de Oliveira Garcia
Fotos: Ricardo Palma Veiga

A história ensina-nos que o Alentejo foi, durante séculos, uma terra com brancos afamados. A confirmar esse passado de vinhos brancos, temos a existência de mais uma dezena de castas brancas tradicionais – Antão Vaz, Arinto, Fernão Pires, Perrum, Roupeiro, Rabo de Ovelha, Manteúdo, Trincadeira das Pratas, Tamarez, Alicante Branco e Diagalves –, e pelo menos dois terroirs historicamente famosos pelos brancos, caso dos míticos ‘brancos da Vidigueira’ e dos conceituados ‘brancos de Beja’. Também no Alentejo das talhas, nas adegas e tabernas, era (e em certos locais ainda é) o branco o vinho maioritário e o preferido. Às referidas castas poderíamos juntar as variedades Verdelho (muitas vezes Verdejo…) e Gouveio, cada vez mais utilizadas, bem como as denominadas ‘castas melhoradoras’ como seja as nortenhas Alvarinho e o Viosinho, e a francesa Viognier, introduzidas em força nos anos ‘90. O igualmente francês Chardonnay também aparece amiúde e por regra com qualidade sobretudo a norte da região.
Todavia, no final dos anos ’70, e após mais de três décadas cativa do estigma de ser o ‘celeiro de Portugal’, o renascimento da região centrou-se na produção de tintos, à revelia da sua tradição centenária.
Efetivamente, os anos ’80 e a primeira metade dos ’90 foram de aposta na vinha tinta no Alentejo, com vários novos produtores a anteverem que a combinação de um clima tendencialmente quente, solos de boa produção (ainda hoje a produção média é superior a 8 toneladas por hectare), e um mercado sedento por vinhos tintos jovens de taninos maduros, era uma ‘aposta ganha’. E foi; pois o Alentejo tornou-se, em pouco mais de uma década, na região líder no mercado nacional nos vinhos tintos, tanto ao nível da quota de mercado em volume, como em valor, na categoria de vinhos engarrafados de qualidade com classificação DOC e IG, representando quase um ¼ das exportações nacionais de vinhos com aquela classificação.
Sucede que, com o aproximar do novo milénio, e com novos perfis de consumidores cada vez mais à procura de vinhos frescos e leves (acompanhando a tendência internacional, diga-se), os brancos voltaram a ganhar terreno na região, de tal modo que muitos hectares (re)plantados com castas tintas nos anos ’70 voltariam a ser enxertados com castas brancas na segunda metade dos anos ’90. Atualmente, cerca de 25% do encepamento é branco, o que significa uma franca recuperação em relação ao passado recente, com as sub-regiões da Vidigueira, Borba e Reguengos a liderar na área de vinha branca cadastrada.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]E se é verdade que as ditas ‘castas melhoradoras’ se revelaram úteis para produzir em quantidade e qualidade (fundamentais, por exemplo, para a produção de vinhos de sucesso com preço entre €3,5 e €6,5), também o é que muitos produtores buscam atualmente cada vez mais uma matriz regional que distinga os seus produtos dos restantes produzidos pelo país.
Sucede que, com o aproximar do novo milénio, e com novos perfis de consumidores cada vez mais à procura de vinhos frescos e leves (acompanhando a tendência internacional, diga-se), os brancos voltaram a ganhar terreno na região, de tal modo que muitos hectares (re)plantados com castas tintas nos anos ’70 voltariam a ser enxertados com castas brancas na segunda metade dos anos ’90. Atualmente, cerca de 25% do encepamento é branco, o que significa uma franca recuperação em relação ao passado recente, com as sub-regiões da Vidigueira, Borba e Reguengos a liderar na área de vinha branca cadastrada. E se é verdade que as ditas ‘castas melhoradoras’ se revelaram úteis para produzir em quantidade e qualidade (fundamentais, por exemplo, para a produção de vinhos de sucesso com preço entre €3,5 e €6,5), também o é que muitos produtores buscam atualmente cada vez mais uma matriz regional que distinga os seus produtos dos restantes produzidos pelo país.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34346″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Identidade com diversidade”][vc_column_text]Neste âmbito, a conjugação das castas Antão Vaz e Arinto é das que mais sucesso reúne, como demonstra o presente painel onde a parelha é claramente dominante. A estrutura, sabor e firmeza, da primeira uva unem-se na perfeição com a acidez, tensão e mineralidade, da segunda. A completar o triângulo dourado das castas, o Roupeiro – uva disseminada no passado, depois caída em desgraça e agora de novo mais utilizada em vinhos com ambição – transfere perfume citrino e poder de atração. Das três variedades, é grande a tentação em destacar o Antão Vaz, mas, rigorosamente, é o Arinto que mais aparece nos lotes, e que é mais transversal à região.
Sucede, que o Alentejo é uma região enorme, com distâncias significativas entre os limites Norte e Sul, e entre os limites Este e o Oeste. Com quase 22 mil hectares de vinha apta à produção de vinho com Denominação de Origem ou Indicação Geográfica, o Alentejo é um país dentro do país, com diferentes climas e solos. Por isso, a utilização das castas ditas regionais não é sequer uniforme, como sucede, por exemplo, com o Antão Vaz que tem dificuldade em amadurecer a norte de Évora e em regiões húmidas próximas do litoral. A existência de oito sub-regiões de Denominação de Origem, e a circunstância de se produzir vinho um pouco por toda a região – do litoral vicentino ao norte de Portalegre, passando por Montemor – faz da reunião alentejana um labirinto apaixonante para os consumidores exigentes que procuram diversidade. Por isso, podemos encontrar, no limite norte da região, um Chardonnay estagiado em barrica com uma frescura surpreendente (Monte da Raposinha), mas também um blend de Viognier da Vidigueira com Alvarinho e Sauvignon Blanc do litoral costeiro (Cortes de Cima), entre tantas outras variações e declinações.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34344″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Castas brancas do Alentejo” color=”black”][vc_column_text]Antão Vaz é considerada a casta bandeira do Alentejo. O que não deixa de ser curioso para uma variedade que, no início dos anos 80, era quase inexistente fora da Vidigueira. As noites mais frescas desta sub-região alentejana (influência da serra do Mendro) conferem mais frescura, equilíbrio e mineralidade, sobretudo quando plantada em solos de xisto e granito. Fora da Vidigueira, precisa muitas vezes do apoio de uma casta mais ácida. Fruto expressivo, corpo, elegância, são alguns dos seus atributos.

Até à ascensão da Antão Vaz, a Síria (ou Roupeiro, como é conhecida localmente) era a rainha das uvas brancas alentejanas. Ainda hoje mantém o segundo posto, mas longe do predomínio de outrora. Origina vinhos muito aromáticos quando jovens, mas não mostra no clima alentejano a resistência ao tempo que revela no planalto da Beira Interior. Ainda assim, continua a ser de grande utilidade nos lotes.

Arinto é a parceira ideal da Antão Vaz, conferindo-lhe a acidez e frescura que por vezes lhe falta. Uva antiga, presente em todo o país, é muito provavelmente a casta branca portuguesa mais útil, pela sua polivalência, adaptabilidade, acidez natural e aromas e sabores citrinos. Na região do Alentejo e sua utilidade é enorme, sendo mais plástica, polivalente e determinante que a própria Antão Vaz.

Fernão Pires e Rabo de Ovelha, são duas castas tradicionais na região (e em quase todo o Portugal continental, na verdade), mantendo ainda uma pequena presença (pouco mais de 5% cada) nas plantações alentejanas. A Fernão Pires origina vinhos de grande intensidade floral e corpo cheio, mas precisa ser vindimada bem cedo, sob pena de perder a acidez e a graça. Tal como a Fernão Pires, a Rabo de Ovelha tem produtividade elevada, e necessita cuidados acrescidos para originar vinhos de qualidade.

Verdelho, Gouveio e Alvarinho (as primeiras duas são muitas vezes confundidas, até pelos próprios produtores) são castas recentes na região, mas em forte expansão. A elegância aromática, o perfume, a capacidade de manter acidez com a maturação são trunfos importantes a seu favor.

Rabo de Ovelha, Perrum, Diagalves, Manteúdo. Juntamente com o Roupeiro, antigamente encontravam-se por todo o Alentejo, mas estão agora em acentuado declínio. Raramente são objecto de atenção nas novas plantações, ainda que se comece a assistir à redescoberta da Perrum, uma casta de grande qualidade, pela acidez e componente mineral que empresta aos vinhos. (LL)[/vc_column_text][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”extra-color-1″][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Um Alentejo por descobrir”][vc_column_text]A respeito da enorme diversidade da região, António Maçanita (Fita Preta) destaca que, mesmo sem sair de Évora e do Redondo, tem tido descobertas recentes de vários terroirs húmidos e com enorme frescura, alguns deles já com vinha relativamente velha, pelo que, afirma, “não há um só Alentejo”. Hamilton Reis (Cortes de Cima) e Bernardo Cabral (Vicentino e Balanches) destacam os desafios do litoral alentejano com maior dificuldade de amadurecimento e algum risco de podridão, aspectos compensados pela inegável vantagem ao nível da preservação da acidez natural da fruta. Por sua vez, Pedro Baptista (Fundação Eugénio Almeida) destaca a heterogeneidade dos solos. O administrador e enólogo contou-nos que plantou, não há muito tempo, a casta Encruzado num afloramento de granito a poucas dezenas de quilómetros de Évora e inserido numa propriedade de relevo acidentado e com muitos outros solos (em especial xisto quer em solos amarelos, quer em solos pardos). Depois de monocastas de Alvarinho e de Viosinho, entre outras, em 2016 o Scala Coeli branco foi produzido a partir precisamente de uva dessa vinha de Encruzado, com o vinho daí resultante a ser um dos vencedores da prova![/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34343″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Por sua vez, e proveniente de um solo xistoso, a casta Arinto colocou no pódio o produtor Herdade de São Miguel. A propósito do vinho, Alexandre Relvas confessou-nos que desde o início que a empresa separarou um pequeno lote de Arinto, e que o mesmo foi para barricas com a sua evolução monitorizada, mas sem utilização noutros lotes. Daí ter ficado ‘Esquecido’ (denominação comercial do vinho) e, depois de prova recente que confirmou a sua extraordinária qualidade, ter sido decidido o seu engarrafamento em separado.
Por fim, o outro vencedor – Procura Vinhas Velhas –, um branco da Serra de São Mamede, nada mais nada menos do que proveniente de parcelas de uma vinha velha com mais de 80 anos e mistura de castas com baixíssima produção. Susana Esteban, enóloga espanhola de formação, trabalha as várias parcelas desde 2011, sendo que a sua incessante procura da melhor expressão das uvas levou-a a fermentá-las apenas em inox e a estagiar o vinho em barricas da Borgonha verdadeiramente usadas, neste caso, todas com mais de 6 anos. Como se vê, (também) nos brancos, o Alentejo não é um só, é um conjunto que forma um todo. Apaixone-se por ele![/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column centered_text=”true” column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Em prova”][vc_column_text]

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Edição Nº22, Fevereiro 2018

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Uma península com toque alentejano

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A região a que se convencionou chamar de Península de Setúbal contém, em boa parte da sua superfície, largos hectares de área da região, esta administrativa, do Alentejo. É a zona sul, a mais atlântica, que dá […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A região a que se convencionou chamar de Península de Setúbal contém, em boa parte da sua superfície, largos hectares de área da região, esta administrativa, do Alentejo. É a zona sul, a mais atlântica, que dá vinhos diferentes dos que estão a Norte e a Leste. Dois produtores da região mostram isso muito bem.

TEXTO António Falcão
NOTAS DE PROVA João Paulo Martins e Mariana Lopes

Não é a região de Azeitão, Palmela e Fernando Pó, por exemplo. Nem é Reguengos, ou Borba, ou Portalegre. A zona sul da Península de Setúbal é um terroir próprio, dominado pela influência atlântica, boas amplitudes térmicas e pelos solos onde predomina a areia com subsolo de média fertilidade.
“Por aqui não há temperaturas exageradas e a proximidade do mar ameniza tudo”, diz-nos José da Mota Capitão, proprietário da Herdade do Portocarro. E acrescenta, “qui conseguimos incríveis teores de acidez”. A sua colega Jacinta Sobral está de acordo. A proprietária da Serenada nem precisava de o dizer: os seus vinhos mostram bem a influência atlântica na salinidade e na frescura.
Este terroir é tão particular que espanta como é que existam aqui poucos produtores de vinho e de pequena dimensão. Mota Capitão tem pena: “não temos produtores suficientes para fazer massa crítica; somos apenas uma meia dúzia. E alguns estão em evoluções diferentes”. Pior ainda: nenhum dos ‘pesos-pesados’ da Península de Setúbal, com milhões de litros anuais, possui vinhas nesta zona. Podem comprar aqui uva (ou vinho), mas não estão cá. E, ao contrário do que começa a acontecer mais a sul, com a entrada de produtores alentejanos à procura de acidez para os seus vinhos, por aqui não se nota esse movimento.
Jacinta Sobral e José Mota Capitão pode ter pena, mas não perdem uma noite a pensar nisso. Ambos lideram projectos com sucesso, fazem vinhos de que gostam e, melhor ainda, vendem bem.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Serenada / Serras de Grândola” title_align=”separator_align_left” color=”custom” accent_color=”#888888″][image_with_animation image_url=”34328″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][vc_column_text]O nosso primeiro destino está no concelho de Grândola Não é difícil lá chegar porque tem um pequeno hotel, muito charmoso. Tudo é pertença de Jacinta Sobral, farmacêutica de profissão em Lisboa, mas nascida e criada nestas paragens. A propriedade está na família desde pelo menos 1680, porque existe um testamento dessa data, que Jacinta exibe com orgulho. Está, aliás, parcialmente retractado nos rótulos dos seus vinhos mais caros, como o Cepas Cinquentenárias. A quinta tem 23 hectares no total e a primeira vinha nasce em 1961, pelo pai de Jacinta, que plantou apenas um hectare, com castas brancas e tintas, todas misturadas (75% tintas). Não havia grande tradição de vinha na região e Jacinta lembra-se apenas de Pinheiro da Cruz e Melides, aqui de forma muito artesanal. Em 1970 nasceu mais um pedaço de vinha, com outro hectare. A vinha abrange três tipos de solos bastante diferentes, com 7, 65 e 300 milhões de anos de idade. Existem areias, xistos e mesmo argilas. E vários outros minérios, como manganês. Um bom sinal, porque solos diferentes dão vinhos diferentes e Jacinta já reparou que isso acontece, por exemplo, no Verdelho. Poderá ter a ver com diferentes fertilidades de solo, ou quaisquer outras razões. Mas as diferenças existem.
Voltemos à história: nos primeiros anos, o pai de Jacinta fermentava tudo ao mesmo tempo e só uns bons anos depois começou a separar brancos e tintos. Jacinta ajuda no que pode, mas com mais força na vindima e nos últimos anos de vida do pai.
Em 2006, o pai morre e Jacinta faz contas com os dois irmãos, tomando conta da propriedade. Afastada do mundo do vinho, a farmacêutica fica sem saber muito bem o que fazer. Decide plantar mais vinha, mas aconselham-na a arrancar a vinha velha. Antes de tomar decisões apressadas e gastar (bom) dinheiro, Jacinta decide ampliar a sua formação vínica. Em 2007 vai para o Instituto Superior de Agronomia e tira um mestrado: “Foi a melhor coisa que fiz”, diz-nos ela com indisfarçável orgulho. “Ao fim de 2 ou 3 meses percebi que não ia arrancar coisa nenhuma”.
A área de vinha, entretanto, vai crescendo e está hoje nos 6,5 hectares. No total contém mais de 20 castas, porque Jacinta gosta de experimentar.
A vinha está rodeada por floresta, de tal forma que faz pensar, a espaços, nas vinhas do Dão.[/vc_column_text][vc_gallery type=”image_grid” images=”34331,34329,34330″ layout=”3″ gallery_style=”1″ load_in_animation=”none”][vc_column_text]NASCE UMA ADEGA
Em 2008 Jacinta resolveu fazer uma adega (a adega original está em terrenos que ficaram para o irmão). Não vai ganhar prémios de arquitectura, mas está bem equipada para a função de fazer bom vinho. “Já está a ficar pequena”, lamenta Jacinta. “Por causa do estágio”. Pois… a enóloga gosta de vinhos com estágio e, como não tem pressa de vender, as garrafas ocupam muito espaço. Na adega repousam vinhos da sua marca, Serras de Grândola, de 2013 para a frente, brancos sobretudo. Arinto e Verdelho envelhecem muito bem. “Ainda não sei como será o Gouveio…”, diz-nos Jacinta.
A adega está cheia de cubas de pequena capacidade (de 150 a 1.000 litros), herdadas. Mas são ideais para fazer pequenas quantidades e, claro, muitas experiências. “Vou enchendo e só depois faço os lotes”, diz-nos Jacinta. A maior cuba, de 6.000 litros, pouco é usada. Para os tintos existem duas cubas de 2.500 litros. Ou seja, dá tudo um trabalhão, mas a proprietária aprende e diverte-se. Para as cubas que não têm frio, Jacinta usa placas endógenas.
Os vinhos são secos, austeros, sem artifícios. Podem mesmo ser considerados algo difíceis para o consumidor menos enófilo, habituado à actual doçura residual. Mas são muito gastronómicos, porque muito frescos, cheios de carácter. Mas, depois de provar várias colheitas antigas, agradecem o estágio.
Jacinta faz algum vinho de base, em bag-in-box, para consumo local e alguns clientes fiéis. Mas, diz Jacinta Sobral com um sorriso de orelha a orelha: “cada vez faço menos vinho de base e cada vez faço mais vinhos especiais, os que gosto de fazer”.[/vc_column_text][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Em prova”][vc_column_text]

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Herdade do Portocarro” title_align=”separator_align_left” color=”custom” accent_color=”#888888″][image_with_animation image_url=”34333″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][vc_column_text]Apesar de não ser produtor há muitos anos, José da Mota Capitão quase dispensa apresentações. Pepe, como é mais conhecido entre os amigos, é um curioso criador de nomes de vinhos. Do seu portefólio constam Cavalo Maluco, Autocarro 27, Geronimo ou Anima.
A sua herdade do Portocarro fica no concelho de Alcácer do Sal, freguesia do Torrão. Foi adquirida por Pepe há bem mais de uma década, depois de cursar Agronomia em Lisboa, onde vivia. Desde cedo que mostrou sentido e gosto para a agricultura, cultivando arroz nas lezírias sadinas da herdade. A vinha nasceu em 2002, com a assistência técnica de Paulo Laureano, que aqui esteve até 2012. Actualmente é António Rosado que dá a assistência técnica, tanto na vinha como na adega. Os dois complementam-se na vontade de experimentar e fazer melhor. Nestes anos já acumularam um invejável manancial de conhecimentos e é um gosto falar com eles sobre vinha e vinho. Pepe já tem vinhos da casta Boal (famosa na Madeira) e Galego Dourado (de Carcavelos) e possivelmente o vinho mais famoso da casa, o Anima, é feito com a casta italiana Sangiovese. Na altura era único no país (e se calhar ainda é), mas era muito bom e vendeu – e continua a vender – muito bem. A propósito, aparecer uma versão Sangiovese em branco, de nome Manda Chuva.

PRIVILÉGIO PARA A MATÉRIA-PRIMA
A vinha está um brinco, plantada sobretudo em encosta suave. É aqui que Pepe e António passam muito tempo, não só porque gostam da viticultura e querem as melhores uvas, mas também porque têm muitas castas diferentes para cuidar. E só assim a equipa consegue conhecer os “humores” de cada uma, do Cabernet à Touriga Franca, do Galego Dourado ao Sercial. No total são 18 hectares, com várias exposições e altitudes diferentes. O terroir é a menina dos olhos de Pepe: “esta é uma região abençoada para a vinha”.
As uvas vão para a adega, ali ao lado, transformada de um antigo barracão. Mas o que está lá dentro, incluindo um conjunto de dispendiosos balseiros da Seguin Moreau, é material de alta qualidade. Tanto servem para fermentações como para estágio, e todos os vinhos passam por aqui. Os resultados compensam, mas os balseiros dão muito trabalho a higienizar. Tudo é fermentado casta a casta. Lotes, só à posteriori. E não há linha de engarrafamento. Mas, ainda assim, a adega está a ficar pequena…
“O nosso maior lote é de 50 mil litros (Autocarro 27). Os outros têm entre 2.500 e 10.000 litros”, diz-nos António Rosado. Ou seja, pequenas tiragens de vinhos com um perfil especial. “O estilo da casa é sobretudo a frescura, elegância, vegetal”, afirma o proprietário. E manter teores alcoólicos moderados. Em primeiro lugar porque Pepe e António não gostam de fruta exuberante. E depois porque não precisam de forçar nada: graças às maiores amplitudes térmicas na altura antes da vindima, as plantas não param de trabalhar e as maturações fenólicas costumam andar à frente das alcoólicas. No final ambos reconhecem que não fazem os vinhos mais consensuais do mercado: quem goste de vinhos muito encorpados, alcoólicos, de fruta exuberante, tosta e finais adocicados pode procurar em outro lado. A frescura e elegância (e os taninos, nos tintos) são características de vinhos longevos e é por isso que aqui não há pressas em lançar os vinhos para o mercado. O mercado agradece, incluindo o estrangeiro: “Exportamos metade e, melhor ainda, vendemos lá fora os vinhos mais caros do que cá”, revela Pepe. A casa vai de vento em popa, batendo recordes todos os anos. Mas Pepe não está satisfeito…[/vc_column_text][vc_gallery type=”image_grid” images=”34334,34335,34336″ layout=”3″ gallery_style=”1″ load_in_animation=”none”][vc_column_text]À PROCURA DE VINHAS
Ali ao pé, em Melides, em terras de xisto, Pepe entrou num projecto chamado Pego da Moura, em sociedade com Manuel Ricciardi, proprietário de parte das vinhas. O restante vem de parcelas locais, algumas com muitas décadas e outras ainda em pé franco. Fizeram-se alguns acordos com os proprietários locais e daí já nasceu um Boal e um Castelão (2015), da marca Pego da Moura Impossible Vineyads. No meio da sociedade entrou ainda um artista plástico inglês, que também já tem vinhas plantadas com varas retiradas das plantas velhas da região. O provámos é extraordinário e estamos em crer que o futuro ainda trará ainda melhores novidades.[/vc_column_text][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Em prova”][vc_column_text]

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Edição Nº 22, Fevereiro 2019

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A alma da margem esquerda do Guadiana

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Pode até parecer a parte desconhecida do Alentejo vitícola, mas na verdade está em verdadeira mudança. A margem esquerda do Guadiana está a usufruir do renascimento da Cooperativa de Granja, a cargo do empresário Manuel Bio, homem […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Pode até parecer a parte desconhecida do Alentejo vitícola, mas na verdade está em verdadeira mudança. A margem esquerda do Guadiana está a usufruir do renascimento da Cooperativa de Granja, a cargo do empresário Manuel Bio, homem de grande visão e capacidade de gestão.

TEXTO António Falcão
NOTAS DE PROVA Luis Lopes e João Paulo Martins
FOTOGRAFIAS Ricardo Palma Veiga

Ali ao pé de Mourão, o rio Guadiana desvia para dentro do território nacional e deixa de fazer fronteira entre Portugal e Espanha. Faz depois uma espécie de barriga para dentro do território português, inflectindo outra vez para Espanha até desempenhar novamente o papel de divisor dos dois países, uns bons 100 quilómetros mais a sul, ao pé de Alcoutim, já no Algarve. Esta área, de bom tamanho, é o que costuma referir-se como a margem esquerda do Guadiana. Antes uma zona seca e muito quente, agora potencialmente mais fresca e mais húmida graças à enorme albufeira da barragem do Alqueva, quase omnipresente por onde andamos.
Em termos vitivinícolas, parte desta zona – mais a norte – pertence à sub-região Granja-Amareleja, uma das oito existentes no Alentejo. Aqui pontua a Cooperativa Agrícola de Granja, uma empresa com mais de 60 anos de história, fundada em 1952. É a mais pequena das cooperativas alentejanas e começou, com a aguardente de figo e azeite. Ainda faz o Azeite, embora o lagar não seja muito grande (labora até mil toneladas de azeitona). Mas, verdade seja dita, rapidamente a actividade se estendeu aos vinhos. À falta de grandes produtores na sub-região, a Granja sempre foi o maior produtor de vinhos da margem esquerda do Guadiana. No final da década de 80, a sua fama vínica atingiu o seu expoente máximo com um vinho de 1983 que ganhou um concurso de vinhos em Ljubljana (ex-Jugoslávia) e passou a ser conhecido por cá como “Campeão do Mundo”.
Mas, daí para a frente, as coisas começaram a correr mal. Acontece que, conta-nos José Piteira, da enologia da casa, “a cooperativa não se soube actualizar e modernizar nos anos seguintes, ao contrário do que aconteceu com as outras cooperativas alentejanas; ficámos para trás”. Por isso, a Granja Amareleja começa a passar gradualmente por momentos cada vez mais difíceis. De tal maneira que, em 2005 estava num estado de pré-falência, com atrasos no pagamento de quatro ou cinco colheitas aos seus associados![/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34060″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” bg_color=”#f4f4f4″ scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Um grupo em Forte Expansão ” title_align=”separator_align_left” align=”align_left”][vc_column_text]A actividade empresarial de Manuel Bio na região está longe de estar restringida à Adega da Granja. O empresário tem sociedades e parcerias aqui, mas também em outras zonas do país. Por exemplo, com três outras cooperativas: Alijó, no Douro, onde vai inclusive fazer a gestão nos próximos 15 anos; Adega de Penalva do Castelo, no Dão; e Dois Portos, na região de Lisboa (parceria comercial). Mas possui ainda parceria nos Vinhos Verdes, com a holding de cooperativas da região, chamada Viniverde. E, finalmente, o empresário explora a comercialização dos vinhos da Quinta Vale de Fornos (Tejo) e é o maior accionista da Herdade da Madeira Velha (Evoramonte, Alentejo). Existe ainda uma parceria comercial de peso, com a Adega Cooperativa da Vidigueira, Cuba e Alvito (Alentejo). E existe ainda a Amareleza Vinhos, uma sociedade de Manuel Bio e José Piteira, para néctares de grande qualidade, incluindo os vinhos de talha da marca Piteira e José Piteira.

Centro logístico em Mourão
Em Mourão está instalado um enorme parque que concentra toda a distribuição das empresas do grupo. São milhares de metros quadrados de área coberta que conseguem albergar, num dia cheio, mais de 1,2 milhões de garrafas! Luís Bio, responsável pela Exportação (área em grande expansão) e sobrinho de Manuel, diz-nos que vão aqui implementar um sistema de picking com o objetivo de ter erro zero.
Pode parecer uma loucura criar aqui o centro logístico, mas o facto é que o espaço é barato e os acessos bons. Ou seja, importa menos a localização, ao pé de Espanha. Daqui saem os transportes para os maiores clientes (a grande distribuição nacional) e para mais de 20 países. Falamos de praticamente todas as grandes cadeias de supermercados do país e os mercados externos mais relevantes. E existem marcas/vinhos que existem apenas para determinadas cadeias de supermercados em Portugal e no exterior.

Qual é o segredo da equipa?
A estratégia parece simples: assegurar a viabilidade comercial das empresas, e, em alguns casos ir mesmo mais longe. De facto, a comercialização é a tarefa mais complicada para a maioria dos produtores de vinho, grandes e pequenos. Esta é uma das maiores mais-valias da equipa de Manuel Bio: a sua visão estratégica e comercial e a busca de soluções na produção, para dar resposta a esta expansão.[/vc_column_text][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34062″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A Recuperação
Na história entra Manuel Bio, um empresário e gestor originário da zona. O seu pai era associado da Cooperativa e Manuel, por herança, foi ver o que se passava. O que descobriu deixou-o assustado. Mas, como bom filho da terra, propôs-se ajudar. Os seus préstimos na área de gestão (especialmente na área comercial) acabaram por levá-lo à presidência da direcção, em 2007. Manuel Bio tomou conta do negócio e conseguiu, em poucos anos, não só dar credibilidade como também recuperar a colaboração de quase todos os associados; na verdade, sem receber, muitos estavam a entregar a uva a outros produtores de vinho da região alentejana. Pior ainda, outros abandonaram a vinha, seja por idade avançada, seja por venda de licenças de plantação para outras sub-regiões; ou ainda pela simples falta de dinheiro ou motivação para tratar a vinha. Ou tudo junto… “Em dez anos houve uma redução drástica na produção de uva”, considera José Piteira, que observava de perto esta situação.[/vc_column_text][vc_column_text]A vinha da Aldeia da Luz
Com pouca uva, a primeira grande ajuda passou pela vinha da Aldeia da Luz. Para quem não sabe, o enchimento da albufeira do Alqueva submergiu a aldeia original e, em compensação, o estado português fez uma nova aldeia mais acima, respeitando ao máximo o que as pessoas já tinham em termos de áreas e inclusive tentou manter as mesmas vizinhanças. O estado não só ‘ofereceu’ uma vinha ali ao pé, com parcelas atribuídas a cada morador, como investiu cerca de 1 milhão de euros na modernização da Adega da Cooperativa da Granja, para receber e vinificar essas uvas. Estamos a falar de vinha de tamanho considerável, com 80 hectares. Ora, toda a uva vai para a cooperativa de Granja, que beneficiou, e muito, desta solução. Até porque, diz José Piteira, “esta vinha dá uvas de muito boa qualidade”.
Actualmente a Granja Amareleja produz mais de 2 milhões de litros de vinho, quase 90% de tinto. Mas há 40 anos, essa quantidade era, pelo menos, duas vezes maior. E era, em grande maioria, vinho branco! Ficamos boquiabertos. Porquê, se estamos provavelmente na região mais quente de Portugal? José Piteira dá duas hipóteses: “já vem do tempo dos romanos; e depois aqui, numa taberna, quando você pede um copo de vinho, dão-lhe um branco. Se for em Reguengos (ali a 20 Km), esse copo é de tinto”.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34061″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” bg_color=”#f4f4f4″ scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Abegoaria, uma jóia a crescer no Alqueva” title_align=”separator_align_left” align=”align_left”][vc_column_text]Mais recentemente, Manuel Bio adquiriu uma herdade nos arredores de Mourão, com cerca de 500 hectares de terra. A Herdade da Abegoaria é uma pequena jóia, que começa no enorme muro que rodeia as muitas edificações e termina na espantosa entrada, adornada por dois torreões que servem de depósitos de água. Pouco comum no Alentejo, para não dizer único, cortesia de influências espanholas. O território espanhol está a menos de 4 quilómetros! Coincidência curiosa, esta herdade era refúgio de caça de gente poderosa e o próprio Conde de Barcelona – avô do rei de Espanha – tinha aqui o seu quarto.
Ao redor do enorme monte nasceu há dois anos uma vinha com cerca de 55 hectares. Manuel Bio queria mais, mas as autoridades não deixaram: esta é uma área protegida, porque frequentada por espécies migratórias, especialmente Grous e Abetardas, aves de grande tamanho. Mas descansem os enófilos, vão existir uvas mais do que suficientes para fazer vinho em boa quantidade. E aqui o objectivo é claro: fazer os melhores vinhos que for possível, com o melhor enólogo. A adega também já está planeada. Este vai ser aquilo que Manuel Bio apelida de “projecto de referência no Alentejo”, e vai incluir um hotel de 28 quartos e enoturismo a condizer. Na forja está a possibilidade, por exemplo, de os hóspedes poderem fazer os seus próprios vinhos. E têm muitas castas ao dispor, tanto tintas como brancas.
Em 2020, Manuel Bio espera ter quase tudo pronto. Um dos braços da albufeira do Alqueva está ali próximo e o ambiente circundante é muito bonito. A Abegoaria é definitivamente um projecto a seguir com muita atenção.[/vc_column_text][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34064″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]As castas da margem esquerda
José Piteira avança ainda outra razão: a casta branca Diagalves, que, tal como a tinta Moreto, se dá muito bem com o calor, quase sem perder frescura. Este é o terroir certo para estas duas castas, possivelmente as que melhor se adaptam às (potenciais) alterações climáticas que aí vêm. E o resto das brancas eram companheiros de viagem, como a Manteúdo, o Rabo de Ovelha, o Roupeiro ou o Perrum. E, para o provar, Piteira avança-nos um copo de um ‘talha’ branco de 1999, ainda cheio de vida e frescura. Impressionante…
Outra curiosidade: a partir de Mourão em direcção à Amareleja, o solo vai passa de granito a xisto. Amareleja é assim de predomínio xistoso, um pouco como no Douro, com algumas partes de areia. “É nestas terras pobres que o Moreto atinge o seu auge”, considera Piteira. Essas uvas são mais bem pagas à entrada da adega, para incentivar a sua continuação e, inclusive, ampliação de área.[/vc_column_text][vc_column_text]Uma região difícil
Reguengos, fora desta sub-região, tem 12 grandes produtores de vinho. Aqui só existe a cooperativa, um dos maiores empregadores da zona. De facto, a Granja Amareleja possui um generoso corpo de pessoal, mas é de propósito: é uma forma de manter emprego nesta zona, mesmo à custa de alguma rentabilidade. Ou seja, existe aqui consciência social, provavelmente compensando algum distanciamento dos centros de poder. Na verdade, José Piteira considera que a Granja-Amareleja tem sido votada a algum esquecimento, até pelas entidades vitivinícolas e universitárias. Menos mal que dois professores do Instituto Superior de Agronomia aparecem por aqui com frequência: Virgílio Loureiro (já jubilado) e Manuel Malfeito Ferreira são consultores da adega há vários anos. Virgílio Loureiro está aqui desde 2009 e ajudou à formação de José Piteira, ele próprio um autodidacta, mas com grande experiência em vinhos de talha, que começou a fazer desde adolescente, com o padrinho.
Com nova gestão, a adega foi-se modernizando, e não só em equipamentos. Mas a mais-valia continua a ser o seu terroir e o seu conjunto de castas, algumas inéditas no resto do mundo. Melhor ainda: considerando o clima quente e seco, fazer viticultura biológica será mais fácil que em qualquer outro lado. Tudo isto para dizer que, num mundo onde a diferença é cada vez mais valorizada, diz José Piteira com um sorriso nos lábios, “nós estamos mais perto do que muitos outros, porque não nos actualizámos e modernizámos tanto ao longo dos anos”.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34063″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” bg_color=”#f4f4f4″ scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Três perguntas a Manuel Bio” title_align=”separator_align_left” align=”align_left”][vc_column_text]O que o levou a investir numa cooperativa que estaria à beira da falência?
A Cooperativa estava em falência. No entanto, sempre tive uma visão social das empresas e acredito que quem melhor defende a pequena agricultura e os pequenos agricultores são o associativismo e o cooperativismo. Assim não tive dúvidas que o caminho que iria percorrer, passava pela sua recuperação e nunca a deixar cair para depois adquirir os activos. Na verdade, o que construímos foi muito mais do que uma cooperativa, foi uma associação de várias entidades com uma gestão profissional e com o objetivo claro de melhorar o rendimento de todos, dinamizando a economia local e criando postos de trabalho. Esta “Coooperativa” (Cooperativa, Empresas Privadas, Associações) emprega em média mais de 60 pessoas por ano e está de muito boa saúde, apresentando hoje excelentes resultados e libertando anualmente um valor significativo para reinvestir na adega.

Considerando o chamado aquecimento global, não tem receio do futuro agrícola desta sub-região?
Temperaturas extremas há muitos que as temos neste território e cresci aqui com dias de 45 graus em Agosto. As castas que aqui encontramos já estão adaptadas a esse clima. As nossas vindimas para produzir os nossos vinhos de Talha, sempre foram feitas em final de Setembro ou início de Outubro, só assim conseguimos ter adegas climatizadas para uma boa fermentação dos vinhos dentro das talhas .

Que podemos esperar para os próximos anos da Granja Amareleja?
Hoje a Adega da Granja Amareleja tem mais de 95% de produção da região e isso duplica a nossa responsabilidade. Os grandes objectivos estão traçados:
1. Investir mais de 2 milhões de euros na Adega, criando um novo pavilhão de engarrafamento, uma completa recuperação do exterior da Adega, criar um grande espaço de enoturismo e aumentar a capacidade de produção em 50%.
2. Ser a Adega “Coooperativa” que melhor paga a uva dos seus associados. Este objectivo queremos atingi-lo em 2022 (até lá temos de concretizar os investimentos de 2 milhões de Euros).[/vc_column_text][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column centered_text=”true” column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Em prova”][vc_column_text]

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column centered_text=”true” column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Edição Nº21, Janeiro 2019

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