Fundação Eugénio de Almeida cria fundo financeiro para ajudar comunidade

Já não é a primeira nem a segunda vez que a Fundação Eugénio de Almeida (FEA) entra em cena para ajudar a comunidade. Sediada em Évora, a também produtora dos reconhecidos vinhos Cartuxa, EA ou Pêra-Manca acaba de constituir um Fundo Financeiro Extraordinário no valor de 600 mil euros, com o objectivo de minimizar os […]

Já não é a primeira nem a segunda vez que a Fundação Eugénio de Almeida (FEA) entra em cena para ajudar a comunidade. Sediada em Évora, a também produtora dos reconhecidos vinhos Cartuxa, EA ou Pêra-Manca acaba de constituir um Fundo Financeiro Extraordinário no valor de 600 mil euros, com o objectivo de minimizar os impactos negativos sentidos pelas pessoas, famílias e organizações sociais da sua região, promover o combate à pobreza e a inclusão social. Este fundo é constituído por capitais próprios da FEA e será aplicado ao longo do próximo ano.

Algumas das medidas do Fundo já estão em execução, como o fornecimento de refeições a pessoas em situação de vulnerabilidade através da Cozinha Social e a doação de géneros alimentares ou o desenvolvimento de projectos de voluntariado. A fase de candidaturas para apoio social de emergência e apoio à comunidade artística já começou. A FEA é também conhecida pela sua ligação permanente às várias formas de arte. Mas também serão apoiadas organizações sociais, o empreendedorismo e a inovação, a área da educação e o combate ao desemprego.

Francisco Senra Coelho, Presidente da FEA, explica: “Com esta iniciativa, e como é sua missão, a Fundação Eugénio de Almeida dá um abraço solidário à comunidade; um abraço de esperança e coragem, um abraço de apoio concreto aos que dele precisam para ultrapassarem as dificuldades e retomarem o caminho de plena autonomia e projecto de vida”.

Aveiro: Latina Adega vai fazer provas à distância e entrega o kit em casa

Não são as típicas provas de vinho digitais, que já têm vindo a ser feitas por muitas empresas durante esta fase de isolamento social. São provas harmonizadas com iguarias especiais feitas pela Latina – Pastelaria, referência gastronómica da cidade de Aveiro, vizinha da Latina – Adega, ambas propriedade do empresário e formador José Francisco Silva. […]

Não são as típicas provas de vinho digitais, que já têm vindo a ser feitas por muitas empresas durante esta fase de isolamento social. São provas harmonizadas com iguarias especiais feitas pela Latina – Pastelaria, referência gastronómica da cidade de Aveiro, vizinha da Latina – Adega, ambas propriedade do empresário e formador José Francisco Silva. Válido para a zona de Aveiro, é entregue em casa, mediante inscrição e pagamento de €20 (€10 são dedutíveis em compras dos vinhos em prova na Latina – Adega), um kit com os sete vinhos em prova, acomodados em garrafas de 50ml próprias para o efeito; o menu de sete harmonizações comestíveis, criado pelo chef da casa Alexandre Dias; um saca-rolhas e um copo universal da marca Gabriel Glass.

Latina – Adega. Foto de Anabela Trindade para Grandes Escolhas.

A primeira prova, que a Latina apelidou de “Um encontro digital entre vinhos, comida e amigos”, aconteceu ontem, dia 17 de Junho, e juntou vinhos da Ideal Drinks a seis iguarias como mil folhas de salmão fumado e sementes de sésamo ou pastel de massa tenra com caril de legumes. Mas esta foi a apenas o início de uma série de provas, com data a anunciar, feitas na plataforma Zoom e moderadas por José Francisco Silva, Alexandre Dias e um convidado que apresenta os vinhos. Mais informações através do e-mail adega@pastelarialatina.com.

Restaurante VINUM vai ter noite de São João, em segurança

Para que todos estejamos em segurança, os Santos Populares portugueses são, este ano e de forma geral, passados no conforto de uma mesa. E no Porto, a noite de São João, a 23 de Junho, não será excepção, com os tradicionais martelos a perder o protagonismo que sempre tiveram, apesar de ser apenas temporário. Mas […]

Para que todos estejamos em segurança, os Santos Populares portugueses são, este ano e de forma geral, passados no conforto de uma mesa. E no Porto, a noite de São João, a 23 de Junho, não será excepção, com os tradicionais martelos a perder o protagonismo que sempre tiveram, apesar de ser apenas temporário. Mas isso não significa que a mítica noite da Invicta não possa ser celebrada e o VINUM, restaurante e wine bar situado nas caves Graham’s, em Vila Nova de Gaia, tem uma proposta aliciante, mantendo a segurança de todos os que desejarem estar presentes.

Alheira de Mirandela na grelha com pimentos.

Com a capacidade do espaço reduzida para metade (cerca de cem pessoas), o VINUM terá um menu especialmente desenhado para celebrar aquela que é a noite mais longa do ano nesta cidade, recordado as cores e os sabores dos típicos arraiais de rua. Isto significa que a “rainha dos Santos” marcará presença e será servida numa Tarte de Sardinha, com salmorejo e folhas da estação. Depois, vem a Alheira de Mirandela na grelha, acompanhada por pimentos. De seguida, um Costeletão de Vaca Velha de Trás-os-Montes, aqui junto de crocantes batatas fritas e uma fresca salada de alface e cebola. A finalizar a refeição, a saborosa Tarte Fina de maçã e as gulosas Trufas de Chocolate. A harmonização será feita com uma selecção de vinhos de várias regiões portuguesas.

Não faltará também música ao vivo, que estará a cargo do Duo Belíssimo, composto por Beatriz de Luca, na voz, e Elias Borges, no saxofone.

O menu de São João do VINUM Restaurant & Wine Bar tem um valor de €90por pessoa (sem bebidas). Recomenda-se reserva antecipada através do número 220 930 417 ou do e-mail reservas@vinumatgrahams.com.

Mesa de Lemos já reabriu com muitas novidades

Situado em Passos de Silgueiros, na Quinta de Lemos, no Dão, o único restaurante com estrela Michelin da região Centro, reabriu este mês com várias novidades. Com chef Diogo Rocha ao leme, o regresso do Mesa de Lemos traz um novo menu, nova esplanada e novos eventos gastronómicos. “Estava a ver que nunca mais convidavas…” […]

Situado em Passos de Silgueiros, na Quinta de Lemos, no Dão, o único restaurante com estrela Michelin da região Centro, reabriu este mês com várias novidades. Com chef Diogo Rocha ao leme, o regresso do Mesa de Lemos traz um novo menu, nova esplanada e novos eventos gastronómicos.

“Estava a ver que nunca mais convidavas…” é o nome do irreverente evento que arranca já com o primeiro jantar no dia 18 de Junho e terá como convidado Miguel Gameiro. A ideia é mesmo essa, ter sempre um convidado especial na área da gastronomia, música e outros tipo de arte. Neste primeiro, os participantes serão “brindados” com um momento musical. Diogo Rocha afirma: “Além da solidez na proposta gastronómica, queremos continuar a inovar e a conquistar novos públicos para o Centro de Portugal, e em particular para o distrito de Viseu, com a certeza de toda a segurança e compromisso de proporcionar bons momentos à nossa Mesa”. O jantar “Chef Diogo Rocha convida Miguel Gameiro” tem um custo de €100 por pessoa e as reservas podem ser feitas através de reservas@mesadelemos.com ou 961158503.

Já a nova ementa do Mesa de Lemos, conta com dois menus degustação: o “Menu Chef”, que contempla sete momentos (o valor é de €105, com pairing de vinhos por €40): “Da nossa Horta – A Cenoura; Do Algarve – A Anchova; Da Islândia – O Bacalhau; Do Atlântico Nordeste – O Cantarilho; Da Serra da Estrela – O Borrego; Dos Açores – O Ananás; e Do Lobão da Beira – O Morango. A outra proposta na ementa, de cinco momentos, é o “Menu Lemos” (€80, com pairing de vinhos a €25) que mantém todas as propostas do menu mais longo, com excepção da Anchova e do Morango.

Vai haver uma maratona mundial de provas de vinho

O nome é Wine on Earth Taste-a-Thon e é uma iniciativa da Wine Origins Alliance. Esta maratona mundial de provas de vinho vai acontecer já amanhã, 17 de Junho de 2020, de forma virtual e atravessando 16 regiões vitivinícolas, de oito países, da Austrália aos Estados Unidos. Com o apoio de diversos produtores das regiões […]

O nome é Wine on Earth Taste-a-Thon e é uma iniciativa da Wine Origins Alliance. Esta maratona mundial de provas de vinho vai acontecer já amanhã, 17 de Junho de 2020, de forma virtual e atravessando 16 regiões vitivinícolas, de oito países, da Austrália aos Estados Unidos.

Com o apoio de diversos produtores das regiões envolvidas, em Portugal esta maratona terá a Sogevinus como “promotor”, através de duas provas: uma conjunta moderada pelo IVDP – Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (membro fundador da Wine Origins Alliance), divulgada via Facebook e Youtube; e uma prova da própria Sogevinus, intitulada “À descoberta dos vinhos do Douro: a mais antiga região demarcada e regulamentada do Mundo”, preparada para ser transmitida no canal de YouTube do Grupo a partir das 09h00 de amanhã. Em comunicado, a empresa explica ser “Uma introdução online que pretende iniciar todos aqueles que não conhecem o Douro, para descobrir o melhor do vinho do Porto e os vinhos tranquilos da região. Os enólogos Ricardo Macedo (responsável pelos vinhos Douro) e Carlos Alves (responsável pelos vinhos do Porto) irão acompanhá-lo pelos 250 hectares de vinha (…)”.

Valle Pradinhos: Um branco muito especial

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Poucos produtores poderão gabar-se de vender os vinhos brancos mais caros que os tintos. Mas é mesmo isso que acontece aqui, em Macedo de Cavaleiros, na histórica casa do Valle Pradinhos, fundada há mais de um século […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Poucos produtores poderão gabar-se de vender os vinhos brancos mais caros que os tintos. Mas é mesmo isso que acontece aqui, em Macedo de Cavaleiros, na histórica casa do Valle Pradinhos, fundada há mais de um século em Trás-os-Montes.

TEXTO João Paulo Martins
FOTOS Valle Pradinhos

A casa, solarenga e imponente, será bem antiga, muito provavelmente do séc. XVIII mas foi em 1913 que a família Pinto de Azevedo a adquiriu e tomou conta dos mais de 500 hectares da propriedade. Hoje são 450 porque “o meu avô doou algumas parcelas a trabalhadores da casa” como nos lembra Maria Antónia Pinto de Azevedo, a actual proprietária e neta do fundador, aos comandos dos negócios da casa desde os inícios dos anos 90. Na zona vulgarizou-se o nome de Casal em vez de quinta ou herdade e é esse o nome que se conservou, Casal de Valle Pradinhos.
Estamos em zona de planalto, a uma altitude entre os 550 e 650 metros e na propriedade, além da vinha também há muitas oliveiras e sobreiros, as outras fontes de rendimento da empresa familiar. Valle Pradinhos foi durante décadas a única marca de referência de toda a região de Trás-os-Montes e, a partir dos anos 70 ganhou notoriedade com a chegada de João Nicolau de Almeida, então um jovem enólogo que estava a chegar dos estudos em Bordéus e que então dividia o seu trabalho entre a Ramos Pinto e esta propriedade que ele tanto admirava. Recordo as suas palavras quando dizia que “esta terra parece abençoada, tudo o que se planta produz bem e muito”. Na linguagem popular poderia traduzir-se assim: é como o cebolo, é preciso é pô-lo!

Curiosamente pouco se sabe exactamente sobre o que se plantava aqui em termos de castas quando se começou a produzir vinho. Na casa existe a mais antiga garrafa de branco, datada de 1940, mas a composição do vinho é incerta. Com os tintos passa-se um pouco a mesma coisa. Seguramente haveria Tinta Amarela e Tinta Roriz nos tintos, eventualmente, Bastardo. Rui Cunha, o actual enólogo que há 20 anos é responsável da enologia (hoje coadjuvado por Rui Pinto, enólogo residente) recorda-nos que numa velha parcela, muito anterior à época de João Nicolau de Almeida, havia Alicante Bouschet e Petit Bouschet “quem sabe para vender para o Douro para substituir a baga de sabugueiro como aumentador de cor…!”. Nos brancos o mais seguro seria haver Malvasia Fina mas quanto ao resto há lacunas nas fontes.
João Nicolau de Almeida chegou ainda nos anos 70 e resolveu plantar novas vinhas e esse plantio marcou indelevelmente os vinhos da casa. Fez campos experimentais das castas que pretendia e só ao fim de 4 ou 5 anos é que se tomou a decisão sobre o que plantar e em que quantidade. Assim, em terrenos marcados pelo xisto misturado com quartzo, juntou Cabernet Sauvignon à Tinta Amarela e à Tinta Roriz e, nos brancos, adicionou Gewürztraminer e Riesling à Malvasia Fina. O conceito, defendido por Nicolau de Almeida durante muito tempo era conseguir “castas melhoradoras” (o termo é dele) para equilibrar as nossas castas, então mal estudadas e pouco conhecidas. Naturalmente os conhecimentos actuais já dispensam as “melhorias” das castas de fora, mas a verdade é que os vinhos ganharam um perfil que agora há que manter. Há novos plantios, introduziu-se a Touriga Nacional, o Syrah em pequena parcela (gosto pessoal da proprietária) mas também Gouveio e Códega, correspondendo também a algum alargamento do portefólio: além das marcas-âncora (Valle Pradinhos Reserva em branco e tinto) existe o Grande Reserva, Lost Corner e Porta Velha (tintos). O branco é Reserva mas não existe um não Reserva, algo que é difícil de compreender. E, dizem-nos, fazer aprovar na Câmara de Provadores do IVDP (entidade certificadora da DOC Trás-os-Montes) um branco como Reserva e sem madeira não é nada fácil (Rui Cunha). Quanto a este tema, Maria Antónia defende que a diferença será mais evidente quando tiverem um branco Grande Reserva, algo que está na calha mas para isso há que alargar a área de vinha do branco e ir além dos actuais 12 ha. Todos se recordam também que a marca Planalto (Sogrape) também ostenta o nome Reserva e nunca houve outro e não tem qualquer madeira. Argumento a favor, portanto.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_gallery type=”nectarslider_style” images=”45690,45689,45691,45688,45687,45686″ bullet_navigation_style=”scale” onclick=”link_no”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Castas de fora a mostrarem o seu valor

Das opções então feitas por João Nicolau de Almeida ficou um legado e Rui Cunha aplaude: “as duas castas brancas estrangeiras revelaram-se muito regulares na produção, muito consistentes, apesar de não produzirem muito e por isso dão-nos uma grande margem de segurança. A área de vinha não permite variações: não se faz um varietal de Riesling ou Gewürztraminer porque não há uvas que permitam, depois, manter consistentemente a marca. E, apesar da tradição alsaciana de fazer Colheita Tardia com Gewürztraminer, aqui não há planos: “nem pensar, isso de fazer uma pequena quantidade é demasiado arriscado para quem tem poucas uvas à disposição”, lembra Rui. A casta Riesling aqui mostra um lado mais tropical e por isso não se enquadra na versão Mosela/Reno, sendo mais próxima da Alsácia. A levedura que usam para esta casta também ajuda a um lado um pouco mais terpénico; são usadas levaduras diferentes e há uns 10 anos chegaram a ter de usar leveduras de final de fermentação para compensar alguma falta de azoto no solo, algo que está já resolvido.

As produções são baixas. Na Riesling estamos com 4 a 5 toneladas por hectare, na Gewürztraminer entre 2 e 3 ton/ha e na Malvasia Fina entre 5 e 6 ton/ha. Globalmente falamos de 15 000 garrafas/ano, rapidamente absorvidas pelo mercado. É essa apetência voraz que leva a que apenas sejam deixadas para arquivo 40 por ano. Caixas? Indagámos. Não, garrafas! Claramente insuficiente ou “um desrespeito pelo património”, diriam vozes mais radicais…
A composição final do branco resulta assim de 65% de Malvasia Fina, 35% de Riesling e 5% de Gewürztraminer, praticamente todo ele absorvido no mercado interno. O alargamento da área de vinha com mais castas portuguesas aponta exactamente para uma aposta mais forte nos mercados externos onde, dizem, jogar com castas portuguesas é mais original e gera mais interesse.

Uma prova de brancos com carácter

A prova que fizemos contemplou quase 20 vinhos e três décadas da história da marca. Nos arquivos já não há de todos os anos, pela razão atrás exposta. Foram provados os vinhos das colheitas de 1987, 93, 94, 95, 97, 98, 2001 e 03. A partir da colheita de 2007 provámos todas as colheitas, incluindo uma pré-prova do 2019, ainda em cuba e longe de estar finalizado. Todos os brancos provados contemplam as três castas atrás referidas, com muito pequenas variações das percentagens de cada uma.
Primeira constatação após a vertical: todos os vinhos deram prova, com mais ou menos prazer mas nenhum estava impróprio. Cores carregadas a sugerirem muita oxidação mas acidez muito viva a permitir e autorizar a prova. Notas de frutos secos e chá a sobreporem-se à fruta mas sempre com alguma finura de conjunto. Classificações a balancearem entre 15,5 e 16. Foi assim até ao 1997 (16,5) que, surpreendentemente, nos fez lembrar um Alsácia de Colheita Tardia, terpénico, com fruta madura, avelãs e nozes no aroma que se revelou complexo e até mais interessante do que na prova de boca. De 1998 a 2003, surgiram-nos de novo vinhos com clara oxidação, carregados na cor, com notas evoluídas mas, de novo, com boa acidez que segurou o conjunto. No 2003 (16,5), no meio das notas dos frutos secos, alguma reminiscência de lichias e o vinho mostrou-se ainda muito gastronómico.

O 2007, com rolha sintética, mostrou-se simples, com boa acidez mas com pouco corpo, açúcar residual evidente, mas depois recupera no final com algum prolongamento (15,5); o 2008 mostrou muita harmonia aroma/sabor, com um estilo maduro mas salvo por acidez ainda muito viva e que lhe mantém o carácter gastronómico (16). As colheitas de 2009 e 2010 revelaram traços comuns, aqui com aromas excelentes a mostrar o carácter das castas estrangeiras que lhe dão personalidade. Ambos com acidez perfeita, o 2009 também mais açucarado, tudo ainda com muita vida, o que surpreende (ambos com 17). Um pouco menos estruturado, mais citrino e leve, o 2011 deu boa prova (16,5) e o 2012 mostrou ainda juventude, muito boa definição do carácter terpénico das castas estrangeiras (17). O ponto alto da prova foi o 2013, com muito ligeira redução o que lhe acentuou o lado mais mineral e maior carácter de pedra raspada que associamos ao Riesling; encorpado (mais açúcar residual do que a maioria) mas fresco, boa estrutura de boca (17,5). O 2014 (16,5) acabou por funcionar como resposta ao 13, com carácter mais fechado, mais austero, menos aberto e falador, todo ele mais discreto mas a mostrar que evoluiu bem em cave e que ainda nos poderá vir a surpreender no futuro. Muito bem o 2015 (17) e 2016 (16,5), o primeiro mais terpénico a mostrar bem o carácter do Riesling e o segundo mais citrino, fino e elegante, muito macio e delicado na boca. Das colheitas mais recentes damos conta a seguir.
Nota final: não há que ter pressa em beber estes brancos porque alguns anos de cave fazem-lhes muito bem e trazem para primeiro plano o carácter das castas que aqui lhes dão a originalidade que João Nicolau de Almeida pensou e realizou, com Rui Cunha a manter agora o perfil que tanto sucesso tem junto do consumidor.
Ainda que não seja o objecto desta prova, não deixámos de notar e verbalizar que, até para dar valor às tradições regionais, falta neste portefólio um varietal de Tinta Amarela, a casta emblemática da região. E, quem sabe, de Malvasia Fina. Assunto a seguir com atenção.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Edição nº 35, Março de 2020

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Herdade de Pegos Claros: Um hino ao Castelão

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[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Pegos Claros é um produtor clássico com uma gama completa – branco, rosé e três tintos – assente na variedade Castelão. É, todavia, no seu tinto Reserva que se concentra a melhor relação preço-qualidade, com um vinho de muito bom nível que mantém um inegável perfil regional.

TEXTO: Nuno de Oliveira Garcia
FOTOS: HPC – Herdade de Pegos Claros

Já em tempos me referi a Pegos Claros é um dos símbolos da casta Castelão. Falamos de uma vinha velha (facto agora orgulhosamente realçado em alguns dos rótulos da marca), com solos de areia pobre e sem rega, sita em Santo Isidro de Pegões, Palmela, quase em transição para o Alentejo. Ali se produz vinho pelo menos desde 1920, sendo que foi só no início da década de ’90 do século passado que o nome Pegos Claros ficou gravado no coração dos enófilos. A herdade, bastante extensa e maioritariamente florestal (como é apanágio na região), passou por vários proprietários nos últimos 30 anos, e só recentemente a adega começou a ter as condições que o enólogo Bernardo Cabral pretende. Actualmente, a herdade está numa fase de velocidade de cruzeiro, com uma produção total de 100 mil garrafas, podendo crescer entre 20% a 30% nos próximos 5 anos, em parte devido à reconversão de uma área de 6 hectares de vinha em 2013.

Em provas recentes efectuadas, foram vários os vinhos dos anos ’90 que me marcaram – 1993, 1995 e 1996, todos da autoria de João Portugal Ramos, então enólogo consultor da propriedade – e, já nos anos mais recentes, o mesmo sucedeu com o Garrafeira 2005 elaborado por João Corrêa (ao serviço da Companhia das Quintas que tinha passado a gerir a herdade). Com a passagem, em 2010, da gestão da propriedade para a ‘Terra Team’ e mais concretamente para o veículo constituído para o efeito – ‘HPC’ –, a marca consolida-se e o portefólio expande-se.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_gallery type=”nectarslider_style” images=”45662,45663,45677,45675,45680,45665,45678,45679,45664,45676,45666″ bullet_navigation_style=”scale” onclick=”link_no”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Vinha mesmo muito velha

À frente da HPC encontra-se José Miguel Gomes Aires e a enologia, conforme referido, está a cargo de Bernardo Cabral. A par de um rosé e de um Castelão vinificado em branco, e bem assim de um novo topo de gama denominado Primo, o projeto alicerça-se nos tintos Reserva e Grande Escolha. Toda a vinha da propriedade é muito velha, sendo o Grande Escolha produzido a partir de uvas de cepas com mais de 90 anos, e o Reserva com as uvas de vinhas com “apenas” 70 anos… Ambos os vinhos são feitos de forma tradicional, com recurso a lagar e uma pequena percentagem de engaço, e um prolongado estágio em garrafa.

O Reserva é, e pretende continuar a ser cada vez mais, o porta-estandarte do projecto. Com o centenário de Pegos Claros à porta (1920-2020), a imagem do vinho foi sujeita a um restyling, mantendo o rótulo negro, mas agora com nuances e margens douradas, destacando-se ainda a referência expressa a “Vinhas 70 anos”. Dir-se-á que a imagem está hoje mais consentânea com a qualidade do vinho, que é muita, e só o preço – a cerca de 10€ por garrafa – é que parece destoar, demasiado acessível (mas mais vale assim, dirá o consumidor…). O vinho disponível no mercado é o da colheita 2015, pronto a beber, mas podendo evoluir muito bem em garrafa.

Um vinho que perdura…

Para o comprovar, provámos algumas colheitas anteriores, todas em grande forma, com fruto muito vivo, álcool a não ultrapassar os 13,5%, e incrivelmente jovens! As colheitas de 2011 a 2014, foram todas já engarrafadas sob a supervisão de Bernardo Cabral, sendo que o lote de 2011 (ano em que não se produziu Grande Escolha) foi elaborado por Frederico Falcão, na data enólogo da propriedade. Muito bem o 2011, balsâmico e especiado, fruto maduro, perfil sério e gastronómico (17 pontos). Belíssimo o 2012, com fruto encarnado vivo, chá preto e casca de árvore, complexo e muito ágil e leve em boca (17,5). Muita qualidade também no 2013, com perfil mais exuberante e fresco, toque a verniz e ligeira barrica (17). Finalmente, provámos o 2014 (ano em que não houve Grande Escolha), com fruto ainda jovem, nota a alcaçuz, balsâmico; bom corpo em boca tendo em consideração o ano chuvoso e muito sabor no final (17). No conjunto, estes vinhos reforçam a consistência de qualidade e perfil da marca Pegos Claros, e evidenciam a complexidade e carácter que as vinhas velhas de Castelão implantadas em solos de areia imprimem. Elegância, frescura, longevidade, belos vinhos que honram a região que os viu nascer.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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Edição nº 35, Março de 2020

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Top 20 Vinhos “Boa Escolha”, de todas as cores

Porque um arco-íris pode ser pintado ao gosto de cada um… Branco, rosé ou tinto – O nosso Top 20 de BOAS ESCOLHAS (vinhos com melhor relação qualidade/preço, com o nosso selo Boa Escolha) de todas as cores e sabores. *provas realizadas até Abril de 2020 (dispostos sem critério de ordem) Clique em cada vinho para […]

Porque um arco-íris pode ser pintado ao gosto de cada um…

Branco, rosé ou tinto – O nosso Top 20 de BOAS ESCOLHAS (vinhos com melhor relação qualidade/preço, com o nosso selo Boa Escolha) de todas as cores e sabores.

*provas realizadas até Abril de 2020 (dispostos sem critério de ordem)
Clique em cada vinho para ver a nota de prova.

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