Dom Pérignon lança Edição Limitada Lenny Kravitz

Um ano depois da Dom Pérignon nomear Lenny Kravitz como director criativo, é lançada uma edição exclusiva e limitada do Champagne Dom Pérignon Vintage 2008, com a assinatura do artista. A Portugal, chegam apenas 150 garrafas, disponíveis Club do Gourmet do Corte Inglés por €199. Lenny Kravitz (e o seu estúdio Kravitz Design) aprimorou o […]

Um ano depois da Dom Pérignon nomear Lenny Kravitz como director criativo, é lançada uma edição exclusiva e limitada do Champagne Dom Pérignon Vintage 2008, com a assinatura do artista. A Portugal, chegam apenas 150 garrafas, disponíveis Club do Gourmet do Corte Inglés por €199. Lenny Kravitz (e o seu estúdio Kravitz Design) aprimorou o icónico rótulo, através da manufactura de ourives, tendo o escudo sido trabalhado com metal martelado.

O músico tem já um longo relacionamento com a Maison Dom Pérignon. Verdadeiro conhecedor das bolhinhas desta casa, é também amigo do chefe de cave, Richard Geoffroy. Após várias trocas criativas, esta colaboração com a Maison é, acima de tudo, uma história de amizade autêntica.

Tintos de Setúbal: Um sucesso sem segredos

A Península de Setúbal é uma região multifacetada, mas também um enorme sucesso comercial, assente num perfil de vinhos de que toda a gente gosta. Desde tintos com relação preço-qualidade absolutamente irresistível até ao que de melhor se produz em Portugal. Terra de Castelão, mas também das ubíquas Syrah e Touriga Nacional, e até do […]

A Península de Setúbal é uma região multifacetada, mas também um enorme sucesso comercial, assente num perfil de vinhos de que toda a gente gosta. Desde tintos com relação preço-qualidade absolutamente irresistível até ao que de melhor se produz em Portugal. Terra de Castelão, mas também das ubíquas Syrah e Touriga Nacional, e até do Alicante Bouschet cada vez mais utilizado. Uma região que é um festim para os sentidos.

TEXTO Nuno de Oliveira Garcia

FOTOS Ricardo Gomez

Entre Almada, a sul de Lisboa, e Santiago do Cacém na fronteira com o Alentejo, é tudo área geográfica do vinho Regional Península de Setúbal. É, portanto, uma extensão significativa, ainda que não seja uma das maiores regiões nacionais. Por outro lado, e apesar do cultivo da vinha ocorrer de forma dispersa por toda a região, existem dois núcleos principais com características orográficas distintas: um a Sul e Sudoeste, zona montanhosa e recortada por vales, formada por serras (a da Arrábida, a mais conhecida) e montes (o de Palmela, em destaque); a outra, prolonga-se em extensa planície junto ao rio Sado e não muito distante do rio Tejo. Com maior precisão encontramos dois terroirs clássicos, os calcários da Serra da Arrábida e as areias de Fernando Pó, com primazia para o segundo ao nível da superfície com vinhedo.
Na região, a vinha é abundantemente plantada, sendo um dos seus principais cultivos. Basta percorrer de carro a autoestrada A2, ou as estradas N4 e N10, para se ter a sensação clara da imersão numa zona vitivinícola. Não espanta, por isso, também que as tradições de vinho sejam profundamente enraizadas – terão sido os Fenícios e os Gregos os primeiros a introduzir a vinha nas encostas da Arrábida e na zona ribeirinha do Tejo, cultivo depois impulsionado pelos Romanos e os Árabes –, com centenas de propriedades a dispor de adega e de cave, ambas, tradicionalmente, afastadas da casa principal. De resto, são muitas as pequenas vinhas no meio de outras de maior dimensão. Mesmo a mais breve passagem por Palmela, Vila Fresca de Azeitão, Pegões ou Fernando Pó, confirma a tese de que o vinho nesta região tem uma importância popular enorme.
Um clima verdadeiramente mediterrânico – muito próximo do subtropical com fracas amplitudes térmicas e influenciado pela proximidade do mar e das bacias hidrográficas do Tejo e do Sado – solos com diferentes rendimentos (desde areias pouco produtivas a calcários compactos e férteis), e a utilização de castas que permitem elevadas produções mantendo qualidade (Syrah ou Alicante Bouschet), fazem da região um paradigma recente de sucesso. Atualmente, dos 9400 hectares em produção, mais de 6200 hectares encontram-se aptos à produção de vinho certificado. Igualmente determinante para o sucesso da região tem sido a reconversão de vinhas dos últimos anos, cada vez mais se recorrendo a material vegetativo selecionado (com potencial quantitativo e qualitativo), bem como a democratização da utilização de rega da vinha devido ao clima quente e seco de verão e à baixa retenção de água de grande parte dos solos, sobretudo das areias.

Um sucesso no mercado

Também ao nível da aceitação por parte dos consumidores, a Península de Setúbal dá cartas e, com quase 15 anos a escrever sobre vinhos (inaugurei o primeiro blog de vinhos em Portugal em 2005), nunca conheci um consumidor que não gostasse dos vinhos desta região. Actualmente, e apenas quanto a vinhos certificados, a região é a que mais vende em Portugal depois do Alentejo e Minho, ficando mesmo à frente do Douro. E, note-se, trata-se de uma tendência em progressão tendo sido, em 2018, a região que mais cresceu em relação a anos anteriores. De 2005 para cá a produção de vinho tem aumentado, sendo que, no que respeita a vinho certificado, a subida é mesmo estratosférica, tendo triplicado em pouco mais de 10 anos! Com tantos aspectos favoráveis, a este respeito, pode até afigurar-se surpreendente o número relativamente pequeno de produtores com vinhos certificados e engarrafados, mas isso explica-se pelo facto de existirem fortes players na região que, perante tanto sucesso, são obrigados a comprar muita uva, caso da Casa Ermelinda Freitas, José Maria da Fonseca e Bacalhôa, para além de importantes Adegas Cooperativas, como Pegões e Palmela. Apesar desta realidade poder diminuir a versatilidade da oferta de produtos da região, a verdade é que a tem tornado rentável para os pequenos viticultores, sem impedir que novos produtores apareçam. Tal é bem visível nesta prova que contou com vinhos de projectos relativamente recentes como seja Damasceno, Herdade da Arcebispa, e Herdade da Barrosinha. Igualmente importante é realçar a presença de vinhos de perfil mais atlântico, da margem sul do rio Sado, do qual são bons exemplos José Mota Capitão e Brejinho da Costa (Resigon), prova de vitalidade e do surgimento de novos caminhos na região.

Castelão domina, Syrah cresce

Ao nível do encepamento, o domínio das castas tintas – 78% do total – é manifesto, o que se explica, em parte, pela hegemonia do Castelão (ver Caixa) ocupando cerca de 60% do encepamento total da Península de Setúbal. A par do Castelão, a Aragonez e a Syrah são largamente plantadas (a área de Syrah tem mesmo crescido significativamente nos últimos anos), sendo a omnipresente Touriga Nacional a quarta casta mais plantada. Por outro lado, a casta branca mais representativa da região – o Moscatel de Alexandria –, plantado de preferência na serra, mas também cada vez mais nas areias, é sobretudo utilizado para a produção do famoso generoso. Isso significa que o papel dos vinhos brancos, por vezes, fica relegado para segundo plano, apesar de tanto a Fernão-Pires como a Arinto (e até a Verdelho, aposta mais recente) proporcionarem vinhos de qualidade e originalidade.
Na prova realizada foi possível discernir os vinhos mais tradicionais com a utilização exclusiva, ou quase, de Castelão proveniente de solos de areia, daqueles com pendor mais moderno e até experimentalista. Na primeira vertente, resultou muito claro uma linha clássica com a casta a lembrar alguns tintos de Montepulciano e de Maremma (Toscana, em ambos os casos), sobretudo no desenho dos taninos e no perfil gastronómico evidente, por vezes quase rústico. São tintos com óptima capacidade de envelhecimento e acidez firme, disso não temos dúvidas e a nossa experiência na prova de Castelão com muitos anos em garrafa demonstra-o. Nesta toada, para além do Primo (versão sofisticada de Castelão) e do Leo d’ Honor (perfil clássico muito concentrado), apreciámos muito o vigor e carácter do Reserva da Herdade da Espirra (bela surpresa). Igualmente em destaque estiveram alguns vinhos mais conceptuais, com a utilização de várias castas a privilegiar a elegância e a complexidade que só um lote pode, colheita após colheita, proporcionar. Caso notório do Hexagon (excelente edição), mas também do Herdade da Arcebispa Grande Reserva e do Damasceno Reserva.
O conjunto da prova, resultou na confirmação da capacidade da região para produzir não apenas “best sellers” mas também tintos de muito grande nível, expressando em terroirs e estilos distintos. O sucesso nunca acontece por acaso…

A CLÁSSICA CASTELÃO

É certamente a casta tinta mais cultivada no sul de Portugal, com boa capacidade de adaptação a diferentes condições climáticas. Na região da Península de Setúbal, ainda é conhecida por Periquita, nome que terá tido origem na propriedade chamada Cova da Periquita, localizada em Azeitão, onde José Maria da Fonseca a plantou por volta de 1830. Apesar de se dar bem tanto na serra como na planície, todos os enólogos que contatámos afirmaram que os melhores tintos provém dos terrenos arenosos e das vinhas velhas da região, podendo mesmo ser equacionada plantação em pé-franco. De tal forma está ligada à região que, para a produção dos vinhos tranquilos tintos DO Palmela, é obrigatória a inclusão de, pelo menos, dois terços de Castelão. São vinhos geralmente estruturados, com fruto, acidez e sabor em boca, com notas mais complexas de pinhão, bolota ou castanha. Regra geral, apresentam boa capacidade de envelhecimento num perfil clássico e tendencialmente seco (dependendo, obviamente, da enologia), originando uma curiosa nota citrina com o passar dos anos. Para mais detalhe, veja-se o artigo de MW Dirceu Vianna na edição de Abril.

Edição Nº26, Junho 2019

O sonho do Marquês

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Não é fácil falar de Rioja sem referir a Marqués de Riscal. E, definitivamente, não se fala de arquitectura de adega sem se apontar este produtor. Um gigante da região, que não poupa na qualidade dos vinhos.

TEXTO Mariana Lopes

FOTOS Marqués de Riscal

O caminho do aeroporto de Bilbau para Elciego, onde se encontram as “bodegas” Marqués de Riscal, faz-se por estradas rápidas rodeadas por grandes aflorações rochosas e vegetação de tons verdes. Uma hora e meia de viagem que dá para lavar a vista, em que o cenário induz uma espécie de acalmia. Entretanto, começamos a pensar nessas rochas e em como será assim o solo da Rioja e da zona onde estão as vinhas da Marqués de Riscal. Errado! À medida que vamos ficando mais perto, começa a aparecer um argilo-calcário bem evidente para nos lembrar que a diversidade também assiste à Espanha vitivinícola.

Bodegas de los Herederos del Marqués de Riscal, é o nome. Em 1858, D. Guillermo Hurtado de Amézaga, o dito Marquês, fundou ali em Elciego a adega que lhes daria origem. O seu filho, D. Camilo, continuou o negócio, um diplomata e editor liberal, proprietário do jornal El Día, que acabou por se apaixonar profundamente pela arte de fazer vinho. Estes não tardaram em convidar um mestre adegueiro francês, Jean Pineau, para que os métodos bordaleses fossem ali aplicados. Na verdade, o sonho de D. Guillermo era construir um autêntico “château” à maneira francesa naquelas terras, que à data tinham o nome Finca de Torrea. Assim o fez, implementando técnicas científicas à frente do seu tempo, tanto na vinha como na adega, e na engenharia dos edifícios. Colocou ao seu dispor, inclusive, uma tanoaria para que o seu vinho descansasse nas melhores barricas.

Em 1862, já estavam a ser engarrafados os primeiros vinhos, bem antes do reconhecimento oficial da Rioja como Denominação de Origem Controlada (em Espanha “Calificada”), que se deu em 1991, apesar de a região em si já existir e produzir há um par de séculos. É uma região com uma área de vinha plantada total de mais de 61 mil hectares, e a Marqués de Riscal, na sub-região de Rioja Alavesa, utiliza uvas de 1500, sendo 500 dos quais próprios e os restantes de fornecedores controlados pela empresa. Mais de metade desses vinhedos, todos de uvas tintas e vindimados manualmente, estão em regime orgânico, apesar das garrafas ainda não o ostentarem e lá não pode faltar, pela importância que tem nesta DOC, a uva Tempranillo (a nossa Tinta Roriz), que representa 92% da produção de Riscal. Predominante, é uma uva de ciclo curto e cultivo sensível, tanto em Portugal como no país vizinho. Depois, a variedade Graciano, de amadurecimento tardio, vigorosa e bastante produtiva, está presente em 7% e confere as notas de bosque aos vinhos. Também a uva Mazuelo, de carácter mais rústico e, actualmente, a desaparecer, se encontra em quantidades residuais, oferecendo frescura e notas especiadas. A Cabernet Sauvignon, por sua vez, também desempenha um papel bastante importante nos tintos destas bodegas, mas a situação não é simples, pois esta casta tão popular no Mundo já não pode ser plantada na Rioja, proibida pelo conselho regulador da Denominação. No entanto, há uma excepção: por ter sido plantada nos solos da Marqués de Riscal muito antes da criação da região vitivinícola, é autorizada a sua utilização nos vinhos desta casa, desde que não conste em rótulos e fichas técnicas e enquanto apenas aquelas parcelas lá plantadas existam. Escusado será dizer que são videiras cuidadas com muita preocupação. Assim, quando se lê “e outras”, no rol de castas escrito numa garrafa deste produtor, já sabemos que estamos perante uma percentagem de Cabernet Sauvignon. Curiosa também é a idade das vinhas: as mais novas com 15 anos e a mais velha de 1902. De facto, é o produtor com mais vinhas de idade superior a 80 anos, em toda a Espanha e, segundo os próprios, “com maior número de vinhas plantadas antes de 1970, em todo o Mundo”.

Bastante mais tarde, a Marqués de Riscal chegou à Rueda, começando a fazer vinho branco nesta região em 1972, tendo sido impulsionadora da criação desta Denominação de Origem em 1980. A uva autóctone Verdejo era (e é) a eleita, como não poderia deixar de ser, mas a empresa introduziu ali a francesa Sauvignon Blanc, em 1974, para dela também fazer vinhos monovarietais.

La Ciudad del Vino

Este espírito vanguardista é algo que se perpetuou ao longo das gerações seguintes desta família. Sempre com a ambição de liderar o movimento tecnológico da Rioja, a Marquês de Riscal instalou, em 1995, a primeira mesa de escolha de uva da região. Cinco anos depois, começaram a ampliar as instalações de vinificação, onde trabalham 120 pessoas em permanência, que incluem um pavilhão impactante de 125 depósitos de inox, com capacidade para 20 mil quilos, onde fermentam, separadamente, 10 milhões de quilos de uva, por ano. Os padrões de qualidade da matéria-prima da empresa são altos, e é por isso que a qualidade geral, para tanto vinho, é muito elevada. As uvas que não correspondem a esses padrões, são vendidas a outros produtores, e tudo é aproveitado: várias prensagens com destino a vários vinhos, e as películas das uvas para cosmética e fertilizantes naturais.

Na parte antiga da adega, construída em pedra arenisca, encontram-se depósitos de betão onde toda a pisa é feita a pé. Lá fora, não passam despercebidas as muitas paredes verdes que ajudam a climatizar os labirintos que escondem 37 mil barricas. São todas de 225 litros, pois assim a Rioja o ordena, de carvalho americano (para as gamas mais baixas) e francês (para os vinhos mais ambiciosos).
Em 2006, com a finalização do hotel, todo o recinto foi inaugurado como La Ciudad del Vino. E que hotel! Assinado pelo arquitecto canadiano Frank O. Gehry, é uma autêntica escultura em tamanho gigante, cujas cores ondulantes se vêm de longe, na estrutura de titânio e aço: o rosa, a representar o vinho, o dourado, da malha que cobre a garrafa mais famosa do produtor, e o prateado, que simboliza a cápsula. “Tinha de ser algo que estivesse bem integrado com o terreno, as vinhas, com o povo de Elciego e a catedral. Tinha de ser festivo e apaixonante porque, acima de tudo, o vinho é alegria e prazer”, foi a declaração de O. Gehry. Os 43 quartos de luxo passarão, em breve, a 57, numa experiência que inclui um SPA Caudalie e dois restaurantes premium. Um deles, o Gastronómico Marqués de Riscal, galardoado com uma Estrela Michelin, é conduzido pelo chef Francis Paniego, o primeiro da Rioja com Estrela.
Com as Sierras de la Demanda e de Cantabria em plano de fundo, este hotel e a adega trazem 120 mil visitantes por ano àquele sítio, tendo grande impacto também no turismo da região. Um projecto de mais de 40 milhões de euros, que vale cada cêntimo.

Vinhos surpreendentes

Honrando o legado familiar, Francisco (Paco) Hurtado de Amézaga é o director técnico da empresa, na Rioja, e o seu filho Luís faz a enologia da parte Rueda. São 12 milhões de garrafas, no total, sete na primeira região e cinco na segunda, das quais 60% vai para 103 países. Em Portugal, a distribuidora Vinalda representa seis das referências do portefólio Marqués de Riscal: Sauvignon Blanc Bio branco, Limousin branco, Reserva tinto, Grande Reserva tinto, Baron de Chirel tinto e Proximo tinto. Com a filosofia “drinkability”, este produtor junta quantidade a uma qualidade surpreendente. Só do Marqués de Riscal Reserva, o tinto icónico da casa com a sua malha dourada envolta na garrafa, são feitos 4 milhões de exemplares por ano. Falamos de um vinho já com alguma seriedade. Importante é referir que, em Espanha, um vinho só pode ser Reserva se sair da adega passados três anos do seu ano de colheita, tendo um de ser de estágio em garrafa. De outros mais ambiciosos ainda, como o topo de gama Frank Gehry tinto, são feitas cerca de 3000 garrafas, apenas quando o ano assim o justifica.
Nunca tendo deixado de prosperar, a Marqués de Riscal é um exemplo de um grande negócio gerido de maneira exemplar, desde o vinho ao enoturismo. Fazer milhões é com eles, sem sacrificar qualidade, pelo contrário. Se fosse vivo, o Marquês D. Guillermo haveria de estar orgulhoso.

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Edição Nº26, Junho 2019

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Os vinhos dos Paulistas

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Ninguém iria adivinhar que, a 10 quilómetros do centro de Lisboa, se estão a fazer vinhos especiais. E que este é um projecto ‘fora da caixa’, quase de inspiração… digamos… divina.

TEXTO António Falcão NOTAS DE PROVA João Paulo Martins FOTOS Ricardo Gomez

A terra chama-se Apelação e era, até 2013, uma das freguesias do concelho de Loures. Não há muito que enganar: trata-se de um ambiente típico de arredores de Lisboa, com uma mistura de casas antigas e muitos prédios modernos, especialmente de construção económica. Pelo meio, um enorme terreno murado alberga a Quinta Rainha dos Apóstolos. É aqui que estão as instalações da congregação Paulista. No seio da igreja católica, os Paulistas estão encarregues da comunicação, incluindo edições em papel. “Ou seja, evangelizamos através da comunicação”, diz-nos o padre José Carlos Nunes, à frente desta congregação. Os Paulistas possuem várias edições, em vários formatos (veja aqui) e uma rede de seis livrarias.
Ora, calhou que o padre José Carlos, em diversos eventos, fosse conhecendo dois técnicos ligados à vinha e ao vinho. E as conversas iam surgindo, ao mesmo tempo que a amizade. Como diz o sacerdote, “a amizade traz bons frutos”, e desta vez deu mesmo: Um belo dia, António Cláudio, especialista em viticultura, e Filipe Sevinate Pinto, enólogo, desafiaram o padre Nunes a plantar vinha na quinta. Afinal, a congregação, que é internacional, presente em 38 países, precisa de vinho de missa. E, à parte a água, o vinho, convém não esquecer, é o líquido mais referenciado na Bíblia (a seguir à água). E, como se isso não bastasse, foi o vinho que constituiu o primeiro milagre de Jesus, que transformou água em, note-se, bom vinho. Ora, havendo espaço e fundos para isso, porque não avançar para uma vinha?

Nasce uma vinha

Regressemos um pouco atrás: houve de facto uma vinha neste local, mas apenas para subsistência dos locais. Nesta quinta chegaram a viver, nos anos 50, cerca de 70 seminaristas e 12 padres; existiam mesmo dois caseiros, um para o gado, outro para a agricultura. Nos anos 80 começaram a escassear as vocações, os caseiros foram-se embora e a vinha ficou ao abandono.
E eis que chega 2014. Decidida a plantação, António e Filipe escolheram as castas a plantar, no pressuposto de que as uvas teriam de ir para dois lados: vinhos de consumo (branco e tinto), e vinhos de missa (licoroso). Antes da decisão final, os técnicos provaram alguns vinhos de missa, só para verem o estilo. E a escolha foi para a casta branca Malvasia, num clone “muito amoscatelado”, isto é, a pender para aromas mais intensos e adocicados. António sabe do que fala porque é ele o distribuidor dos Viveiros Rauscedo, um dos fornecedores de plantas mais prestigiados do mundo, com origem em Itália. “Esta Malvasia é uma casta terpénica, que nos permite fazer macerações longas e vinhos com longevidade”, adianta Filipe. Ao lado da Malvasia, entrou a cada vez mais popular Alvarinho, direccionada sobretudo para o vinho não-generoso. Nos tintos ficou a casta Merlot e um bocadinho de Alicante Bouschet. Esta última faz um pouco o papel do Cabernet Franc no lote com Merlot, tão típico de Saint Emillion. Filipe tem excelentes experiências com Merlot na Quinta de São Sebastião e achou que aqui se iria dar bem.
Não foi planeado, mas o primeiro pé de videira foi plantado a 13 de Maio de 2014, 97 anos depois da primeira aparição em Fátima. Foi escolhida a parte mais fácil, mais plana e desmatada. Pareceu milagre, mas as plantas pegaram muitíssimo bem e já houve uvas no ano seguinte! O entusiasmo foi tanto que ficou decidido plantar mais vinha, que entrou na encosta, que teve de ser desmatada. O padre José Carlos explica: “o reino de Deus, simbolizado com vinha, tem que ser expandido”. No total estão agora quatro hectares mas existe mais algum terreno para ampliações. A comunidade, de apenas 9 membros permanentes, ajuda no que pode no amanho da vinha e na vindima. Menos mal que António Cláudio, que supervisiona a vinha, mora a 5 minutos, e existe ainda uma espécie de feitor, que trata de todos os espaços verdes. Nos trabalhos maiores contrata-se gente, até porque alguns membros da congregação são já de idade avançada. Em contrapartida, reza-se muito no seio da vinha e a mesma é benzida todos os anos. Talvez por isso seja tudo muito natural: “evitamos ao máximo o uso de produtos químicos; queremos tudo o mais biológico possível”, refere o padre José Carlos. António Cláudio reforça: “esta zona é boa e a vinha não é problemática; aliás, as maturações mostram-se até agora muito homogéneas”. Tudo a correr de feição, portanto.

Falta a adega

A quinta teve em tempos uma adega e os restos ainda por lá estão, incluindo algumas velhas pipas em ruínas. Enquanto a adega não é restaurada (se é que alguma vez irá acontecer), as uvas para os brancos e tintos são vinificadas na Quinta de São Sebastião, onde Filipe dirige a enologia. As uvas para o vinho de missa vão para a Quinta do Piloto, em Palmela, onde existem melhores condições para o trabalho com a aguardente. Diz Filipe Sevinate Pinto que a designação “vinho de missa é um bocado genérica e simples; é um vinho puro, sem aditivos, que normalmente se faz como um licoroso, para não se estragar”. Não leva, portanto, qualquer aditivo salvo aguardente: nem sulfuroso, correctores de acidez ou de outros, etc. Este é o primeiro vinho de missa feito por uma congregação.
Neste momento, António e Filipe estão em processo de aprendizagem e vão variando estilos e lotes. O primeiro vinho para o mercado será o de 2017, que será disponibilizado nas livrarias da congregação (só vinho de missa) e outros mercados (branco e tinto). No caso do vinho de missa, e segundo as leis canónicas, faltava a autorização do Cardeal Patriarca de Lisboa. A marca já foi decidida e será Vinha de São Paulo mas os rótulos estão em fase de produção.
O ideal agora era trazer cá o Papa Francisco, para abençoar a vinha. Pode parecer uma quimera, mas nunca se sabe: afinal, o padre José Carlos é o tradutor do Papa em Portugal…

NA FOTO

Equipa abençoada: Filipe Sevinate Pinto, António Cláudio e o padre José Carlos Nunes.

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Edição Nº26, Junho 2019

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Borges renova imagem dos seus monovarietais

Os monovarietais da Sociedade de Vinhos Borges, Touriga Nacional (Dão) e Alvarinho (Vinho verde), chegam agora ao mercado com uma nova imagem. Seguindo a mesma linha das gamas Borges Reserva e Borges Grande Reserva, a empresa pretende aliar modernidade e tradição. “Esta nova imagem veio reforçar a linha de comunicação na qual a Sociedade dos […]

Os monovarietais da Sociedade de Vinhos Borges, Touriga Nacional (Dão) e Alvarinho (Vinho verde), chegam agora ao mercado com uma nova imagem. Seguindo a mesma linha das gamas Borges Reserva e Borges Grande Reserva, a empresa pretende aliar modernidade e tradição.

“Esta nova imagem veio reforçar a linha de comunicação na qual a Sociedade dos Vinhos Borges tem apostado no último ano. Queremos imprimir às nossas referências uma roupagem contemporânea, acompanhando as tendências do design actual, não esquecendo de reforçar a tradição e o know-how da marca em produzir vinhos de alta qualidade, que o nosso consumidor tão bem conhece”, refere Ana Montenegro, Gestora de Comunicação e Relações Públicas da Sociedade dos Vinhos Borges.

Melgaço vibrou com o The White Experience

Foi a 19 e 20 de Outubro e o local escolhido não poderia ter sido mais perfeito: as Termas de Melgaço, um edifício circular com o seu interior em tons de verde, vitrais coloridos em toda a sua volta e a fonte termal no centro. O evento Monção e Melgaço – The White Experience, (organizado […]

Foi a 19 e 20 de Outubro e o local escolhido não poderia ter sido mais perfeito: as Termas de Melgaço, um edifício circular com o seu interior em tons de verde, vitrais coloridos em toda a sua volta e a fonte termal no centro. O evento Monção e Melgaço – The White Experience, (organizado pela CVR dos Vinhos Verdes e pelo Município de Melgaço, com produção da Grandes Escolhas) parecia um lugar encantado, vibração que era acentuada pela presença dos 36 produtores, ansiosos por partilhar o seu vinho e o seu terroir com cada um dos cerca de 1500 visitantes. Mas não eram apenas agentes económicos da região do Vinho Verde nem da sub-região Monção e Melgaço. Para celebrar os grandes vinhos brancos do país e do Mundo, oito produtores de outras regiões portuguesas e oito de países estrangeiros também brilharam. Foi parte da nata do vinho português (e estrangeiro), reunida em dois dias e à distância de um copo para todos os amantes de vinho. Também as provas comentadas por Luís Lopes, crítico e director da Grandes Escolhas, e João Paulo Martins, crítico e redactor da mesma revista, foram um sucesso, bem como a conferência de viticultura, que teve o input de alguns dos melhores técnicos desta área. E em 2020 haverá mais, e melhor do que nunca.

Os expositores do The White Experience 2019:

MONÇÃO E MELGAÇO E VINHO VERDE

Adega de Monção

Valados de Melgaço
João Portugal Ramos
Quinta do Regueiro
Quinta das Pereirinhas
Soalheiro
Poema
Encosta da Capela
Quintas de Melgaço
PROVAM Alvarinho
Lua Cheia em Vinhas Velhas
Dona Paterna
Adega do Sossego
Reguengo de Melgaço
Anselmo Mendes
Dom Ponciano
VERCOOPE
Casa de Cello
Quinta D’Amares
Quinta de Santa Cristina
Vinhos Borges
Estrangeiros
PORTFOLIO VINHOS – VILLA MARIA ESTATES
ZARATE
SATTLERHOF
DIRECT WINE – DOMAINE HUBERT BROCHARD
DIRECT WINE – S.A. PRÜM
BODEGAS FILLBOA
DIEMERSDAL WINE ESTATE
BODEGAS TERRAS GAUDA
Outras regiões portuguesas
LUIS PATO
ROCIM
MURGANHEIRA
ADEGAMAE
RUI ROBOREDO MADEIRA VINHOS
QUINTA DAS BÁGEIRAS
CASA DA PASSARELA
AZORES WINE COMPANY

Santa Vitória inaugura lagar de azeite sustentável

A Santa Vitória, empresa de vinhos e azeites regionais alentejanos pertencente ao grupo Vila Galé, acaba de inaugurar um lagar de azeite no Alentejo, resultante de um investimento de 3,5 milhões de euros. O novo equipamento surge na propriedade de 1.620 hectares localizada perto de Beja, onde o grupo já tem a adega dos vinhos […]

A Santa Vitória, empresa de vinhos e azeites regionais alentejanos pertencente ao grupo Vila Galé, acaba de inaugurar um lagar de azeite no Alentejo, resultante de um investimento de 3,5 milhões de euros.

O novo equipamento surge na propriedade de 1.620 hectares localizada perto de Beja, onde o grupo já tem a adega dos vinhos Santa Vitória e o hotel rural Vila Galé Clube de Campo.

Com esta aposta, e empresa reforça a sua posição na agricultura, sector no qual tem actividade desde 2002, mas também no agro-turismo e enoturismo. Actualmente, o olival da Santa Vitória estende-se por cerca de 200 hectares e entre as variedades de azeitona existentes estão a Galega, Cobrançosa, Cordovil, Picual, Arbequina, Koroneiki e Arbosana. Daqui resulta azeite virgem extra de alta qualidade, comercializado sob a marca Santa Vitória nos hotéis Vila Galé, em grandes superfícies e em lojas especializadas.

Entre as principais características do lagar, destacam-se:

– O pátio de recepção de azeitona cuja linha de limpeza e lavagem pode processar 50 toneladas por hora;

– A sala de extracção com equipamento que pode moer até 10 toneladas de azeitona por hora;

– A sala de depósitos com 35 depósitos de circulares com capacidade entre os 5.000 e os 30 mil litros;

– A linha de engarrafamento, capsulagem e rotulagem com cadência de 1.200 garrafas por hora.

Além da moderna tecnologia e da inovação, as boas práticas ambientais e a sustentabilidade também são preocupações da Santa Vitória. Por exemplo, neste lagar o caroço de azeitona que resulta da produção serve combustível à caldeira de aquecimento de água. Já as águas residuais são encaminhadas para fossas de decantação e depois aproveitadas para uso agrícola.

O novo lagar está aberto ao público e proporciona visitas guiadas e provas de azeite, mediante marcação prévia. O espaço conta ainda com uma sala de provas e área preparada para showcooking aptas a receber grupos, eventos de empresas e demonstrações gastronómicas.

AETERNUS: Um vinho para a eternidade

TEXTO João Geirinhas Como celebrar a vida de um Homem que se confunde com a sua obra? Como homenagear o empresário que marcou uma época? Mais importante que tudo, como eternizar o nome de um Pai? Luísa Amorim, CEO da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, pensou que a melhor maneira de o conseguir […]

TEXTO João Geirinhas

Como celebrar a vida de um Homem que se confunde com a sua obra? Como homenagear o empresário que marcou uma época? Mais importante que tudo, como eternizar o nome de um Pai? Luísa Amorim, CEO da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, pensou que a melhor maneira de o conseguir seria fazer um vinho. Não mais um vinho, que desses e bons já os fazia com metódica regularidade. Desta vez teria de ser um vinho que marcasse a diferença, que fosse sublime, claro, mas que transportasse consigo toda a emoção que a saudade amplia e que o enlevo da filha exigia.

Como dizia o Poeta, o homem sonha e a obra nasce. O vinho é o Aeternus e Américo Amorim o homem que o inspira. Da colheita de 2017, data da sua morte, um vinho quer vencer a lei da vida e desafia assim a eternidade. Luísa explica que “Américo Amorim sabia que o futuro só tinha lugar se preservássemos a história de um lugar. Adorava o Douro, os socalcos centenários, e os quilómetros de muros de xisto”, amava o vinho de tal forma que quando vendeu a empresa produtora que detinha na altura, quis conservar esse pequeno pedaço de paraíso que era a Quinta Nova e o entregou à mão cuidadora da filha Luísa, intuindo que esta garantia a continuidade do legado. Luísa desafiou a equipa de viticultura liderada pela Ana Mota e entusiasmou o enólogo Jorge Alves na tarefa de conceber e produzir o vinho que cumprisse o desígnio.

Tinha de ser um vinho raro. De um ano quente e seco como o Douro nos presenteia. Feito a partir das vinhas centenárias das encostas xistosas da Quinta Nova. A produção, baixíssima, não chega a meio quilo por planta e a concentração era evidente. A vindima foi precoce, como se a natureza tivesse pressa em apresentar o seu fruto. Daí para a frente, os dados estavam lançados e o vinho cumpria o seu destino. Os 12 meses de estágio em barricas novas de carvalho francês burilaram o perfil. E as provas sucessivas acabaram por afinar o conjunto. Pouco mais que 3500 garrafas que estarão no mercado a €140. Desvendado ali, na noite da sua apresentação perante dezenas de convidados, na casa que foi da família e que é hoje da Fundação Albertina Ferreira de Amorim, Aeternus é mais que um vinho, é sobretudo a sua circunstância e quando o comentamos não podemos esquecer isso. Evoca o Douro clássico, mas transcende a região porque projecta a emoção de uma memória que é viva e que se quer perene. Eterna, é claro.

Projecto CV3 analisa impacto dos millennials no sector do vinho

O “Projecto CV3 – Criação de Valor na Vinha e no Vinho”, que tem como objectivo mobilizar os agentes económicos através da apresentação pública de casos, da organização de eventos e de estudos em contexto académico, realizou, em parceria com a Adega de Ponte de Lima, o seu 6º evento. Nesta Adega, que completa agora […]

O “Projecto CV3 – Criação de Valor na Vinha e no Vinho”, que tem como objectivo mobilizar os agentes económicos através da apresentação pública de casos, da organização de eventos e de estudos em contexto académico, realizou, em parceria com a Adega de Ponte de Lima, o seu 6º evento. Nesta Adega, que completa agora 60 anos, propôs-se a análise um dos aspectos mais debatidos sobre o futuro do sector do vinho, do ponto de vista comercial: o impacto que a nova geração de consumidores vai provocar nos produtores e na distribuição.

Fátima Carioca, da AESE Business School, foi a principal oradora da iniciativa, explicando quem são os consumidores millennials, os seus hábitos de consumo, e apresentando estratégias de comunicação, promoção e venda, tendo como alvo esta geração.

No painel de debate que aconteceu após a apresentação de Fátima Carioca, entraram em cena o enólogo Anselmo Mendes, Manuel Carvalho (director do jornal Público), Ricardo Silva (da Adega de Ponte de Lima), Beatriz Casais (professora de Comércio Digital da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho) e Lúcia Palma, responsável de vinho da Auchan Cascais. Este grupo de luxo discutiu se o sector do vinho está preparado para receber a nova geração de consumidores e referiu que, como indicado em comunicado de imprensa, “Tal como noutros negócios, no mercado do vinho não são apenas os produtos que estão em causa, mas também a história por trás de cada um e as relações, a experiência de compra e tudo o que a envolve são tão importantes como o próprio produto”, e concluiu que “A experiência exigida pelo consumidor está a mudar o paradigma da relação com o cliente, pelo que a organização se deve adaptar, olhando para o futuro”.

Foto de Anabela Trindade

Vinicom “agarra” vinhos Montez Champalimaud

A distribuidora Vinicom passa agora a distribuir, em exclusivo, os vinhos Quinta do Côtto, do Douro, e Paço de Teixeiró, dos Vinhos Verdes, referências da casa Montez Champalimaud. Miguel Montez Champalimaud, actual administrador da empresa, revela que, com esta parceria, pretendem “reforçar o projecto de reposicionamento dos vinhos da Quinta do Côtto e Paço de […]

A distribuidora Vinicom passa agora a distribuir, em exclusivo, os vinhos Quinta do Côtto, do Douro, e Paço de Teixeiró, dos Vinhos Verdes, referências da casa Montez Champalimaud.

Miguel Montez Champalimaud, actual administrador da empresa, revela que, com esta parceria, pretendem “reforçar o projecto de reposicionamento dos vinhos da Quinta do Côtto e Paço de Teixeiró”, e acrescenta: “Estas são duas marcas que beneficiam de uma enorme reputação junto do consumidor, pelo que procurámos um parceiro dinâmico e dedicado que partilhasse não apenas a nossa ambição, mas sobretudo os nossos valores e filosofia”.

Já Duarte Sousa Coutinho, director comercial da Vinicom, assume ser “um enorme privilégio poder integrar os vinhos da casa Montez Champalimaud no nosso portefólio, que se vê agora reforçado. Ambas as marcas são detentoras de uma longa história e de muito prestígio no mercado nacional, pelo que é a nossa responsabilidade garantir que serão trabalhadas com rigor e um profundo respeito. Esta é, aliás, a nossa filosofia há mais de 15 anos”.