Herdade dos Grous: Um Alentejo sustentável

A produção agrícola da Herdade dos Grous está ligada, de forma indelével, ao trabalho feito por Luis Duarte, 59 anos, gerente e enólogo principal da empresa desde que ali começou a plantar as primeiras vinhas. Sempre com olho no terroir, tem usado tudo o que aprendeu no curso que tirou em Vila Real, nos muitos […]
A produção agrícola da Herdade dos Grous está ligada, de forma indelével, ao trabalho feito por Luis Duarte, 59 anos, gerente e enólogo principal da empresa desde que ali começou a plantar as primeiras vinhas. Sempre com olho no terroir, tem usado tudo o que aprendeu no curso que tirou em Vila Real, nos muitos anos em que esteve no Esporão e desde 2004 até hoje, experimentando e fazendo, para produzir vinhos de qualidade, sem descurar o mercado, e com o seu cunho. E fez isso apostando, desde o início, na sustentabilidade, melhorando os solos da propriedade, usando ovelhas para eliminar as ervas e acrescentar matéria orgânica e criando, entre outros, condições para atrair morcegos, para darem o seu contributo na eliminação de pragas. Tudo isto acreditando que as empresas se gerem melhor com regras estabelecidas, e que as certificações de qualidade, sustentabilidade e outras contribuem para tudo acontecer de forma mais fluída e fácil para fornecedores, colaboradores e clientes. Desde que chegou, a empresa tem dado sempre lucros, apesar dos investimentos que têm sido feitos em terras e noutras áreas de negócio, como a produção de azeite e gado.
Hoje a Herdade dos Grous vende os seus vinhos sobretudo em Portugal, e 40% da sua produção anual para mais 24 países
Vinhos e hotelaria
Luis Duarte começou por ser consultor da empresa em 2002. Naquela altura ainda trabalhava na equipa da enologia da Herdade do Esporão, mas já tinha liberdade para fazer algumas consultorias para produtores, onde se incluíam a Quinta do Mouro, em Estremoz, ou a Herdade Grande, na Vidigueira.
“Comecei por dar aqui um apoio na plantação das vinhas”, conta, acrescentando que foram inicialmente 21 hectares, que foram crescendo, ao longo do tempo, para os 133 hectares actuais.
Em 2004 saiu do Esporão em definitivo e assumiu o projecto. No ano seguinte lançou os primeiros vinhos, um Herdade dos Grous e um Herdade dos Grous Reserva, ambos tintos. O segundo, feito, na altura, com uvas da primeira vinha que plantou, ainda muito nova, ganhou o prémio de Melhor Vinho do Alentejo. Para Luís Duarte, foi sorte e “um bom presságio para o futuro”, que “demonstrou que a qualidade do vinho era boa” e contribuiu para alavancar um projecto que começou “bastante bem” logo desde o início.
Nessa altura a propriedade tinha cerca de 500 hectares e incluía um hotel dividido em dois blocos, tal como acontece hoje. Está integrado nos Hotéis Vila Vita, tal como a unidade de Armação de Pêra, no Algarve e outras que o grupo detém também na Alemanha e Áustria, que oferecem mais de 650 quartos, para além de restaurantes e bares. Apesar de estarem disponíveis para o público em geral, destinam-se sobretudo a incentivos para os mais de 50 mil colaboradores da Deutsche Vermögensberatung, empresa de serviços de consultoria financeira com sede em Frankfurt, na Alemanha. Fundada em 1975 por Reinfried Pohl, este gigante do sector financeiro gere uma carteira de clientes com um valor superior a 250 milhões de euros. Segundo Luís Duarte, esta empresa usa incentivos como períodos de férias nas suas unidades hoteleiras para recompensar quem cumpre objectivos . “Vêm da Alemanha passar férias para a Herdade dos Grous e outros sítios que o grupo tem no mundo inteiro, sempre na companhia de um responsável, um chefe de equipa, que os incentiva em relação à empresa”, conta o gerente.
Foi isso que levou o grupo e comprar espaços com essa função, mas também a organizar cruzeiros para os seus quadros superiores. “Toda a gente sonha ir neles, porque isso demonstra que atingiram os seus objectivos”, salienta Luis Duarte, acrescentando que, ainda hoje, o hotel da Herdade dos Grous é ocupado sobretudo por pessoas da empresa, que voam diretamente para o aeroporto de Beja. “Todos os sábados chegam cerca de 20 pessoas, que passam uma semana aqui e vão depois embora, o que é um descanso para o negócio de turismo da herdade, que está praticamente ocupado a 100% todo o ano”, diz o responsável. Acrescenta que a Herdade dos Grous arrenda o espaço ao Vila Vita do Algarve, que tem um contrato com a empresa mãe alemã que lhe permite receber todas estas pessoas.
Quando se procura ter um negócio agrícola sustentável e duradouro, não é preciso mais nada do que água, matéria orgânica e solo para produzir
Pioneira na sustentabilidade
Antes de ser adquirida, a Herdade dos Grous era arrendada sobretudo para pastoreio de gado. Como os solos estavam muito explorados, Luis Duarte apostou, desde o primeiro dia, na inversão da degradação a que tinham sido sujeitos, “fazendo sementeiras directas de prados sem mobilização dos solos, o que não era muito usual na altura, em 2004”, para aumentar a matéria orgânica dos solos. Também foi implementada uma viticultura regenerativa, com cuidados especiais com o solo, incluindo a sua análise microbiológica. “Fomos dos primeiros, que eu saiba, a fazê-lo aos solos na região, para procurar encontrar formas de equilibrar a sua flora e fauna a este nível, ou seja, os seus fungos com as bactérias e os nemátodos, algo contrário ao que me foi transmitido quando estudava enologia, em que havia só um tipo de microorganismos bons e o resto era para eliminar”. Hoje a tendência é procurar que vivam todos em equilíbrio, pois não é necessário matar tudo o que está no solo para produzir uvas, azeitonas ou outro produto agrícola qualquer. Pelo menos quando se procura ter um negócio agrícola sustentável e duradouro, não é preciso mais nada do que água, matéria orgânica e solo para produzir.
Ainda hoje, durante o inverno, andam, na propriedade, mais de duas mil ovelhas, incluindo as dos vizinhos, a pastar. “Só com isso deixei de fazer duas passagens com tractores na vinha e no olival para cortar ervas, poupando no gasóleo, no desgaste das máquinas e diminuindo a poluição ambiental resultante deste trabalho, deixando de ter custos com um trabalho que é feito pelas ovelhas”, explica Luís Duarte. Para além disso, as ovelhas vão estrumando o solo, aumentando os seus níveis de matéria orgânica.
A Herdade dos Grous foi a primeira empresa certificada pelo Programa de Sustentabilidade do Alentejo “e é hoje um exemplo em termos de sustentabilidade, incluindo os pilares ambiental, social e económico, essencial porque isto não teria sentido se não desse dinheiro, já que uma empresa agrícola é um negócio como outro qualquer”. Para além das certificações ambientais, a herdade tem o seu sistema de gestão da qualidade e da segurança alimentar certificados por normas ISO. As certificações obrigam a regras que têm de ser seguidas, algo comum a tudo o que é feito na empresa. “Até as nossas fichas técnicas obedecem a procedimentos escritos”, salienta Luis Duarte, acrescentando que o controlo de todos os documentos lhe permite gerir a empresa de forma tranquila, porque tem pessoas responsáveis que se ocupam das questões como a qualidade ou a sustentabilidade.
Horticultura e azeite
Actualmente trabalham, na Herdade dos Grous e na Quinta de Valbom, propriedade duriense do grupo, que Luis Duarte também gere, um total de 28 colaboradores a tempo inteiro. “Mas, durante o ano, há sempre mais pessoas a trabalhar na vinha, olival, gado e nos 12 hectares que de hortofrutícolas da empresa, cuja produção se destina sobretudo para a sua cantina e a do Vila Vita, no Algarve, onde trabalham 400 pessoas”.
Desde que Luís Duarte assumiu a gestão da Herdade dos Grous, o projecto foi crescendo. Dos 500 hectares iniciais, a propriedade passou para os 1050 hectares actuais. Para além da vinha, também foram plantados 110 hectares de olival, a que se juntaram mais 40 hectares de um olival antigo de uma das propriedades adjacentes que foram sendo compradas. E há ainda áreas de prados permanentes para pastoreio de gado bovino da raça Mertolenga, produção de porco preto e ovinos e está iniciada uma nova plantação de medronheiros, seguindo as curvas de nível do relevo da propriedade, tal como Luis Duarte dispôs a vinha. Para o futuro, quem sabe se vai existir um novo produto na Herdade dos Grous, o medronho, mas é algo que ainda só está na fase de estudo.
Para além da marca própria, o azeite é também vendido a granel, “porque é um negócio mais rentável do que a venda de azeite em garrafa”, explica Luís Duarte, salientando que esta forma de comercialização é essencial para a sustentabilidade do negócio da Herdade dos Grous, porque é dinheiro pago antes da saída do azeite da propriedade. “Não o vendemos de outra forma”, afirma. Actualmente a sua empresa engarrafa entre 40 e 50 mil unidades de meio litro de azeite por ano, que vende a 8,5 euros, com uma margem significativamente inferior ao granel por causa dos custos com o engarrafamento, a garrafa, o rótulo, a cápsula e outros. O azeite tem sido comercializado a granel a 10 euros por litro. “Ou seja, ganho mais dinheiro a vender a granel do que em garrafa, mas tenho de fazer isso para estabelecer a marca no mercado”, defende.
Novas histórias
Os vinhos da Herdade dos Grous são vendidos apenas em garrafa. O seu portefólio é relativamente simples e fácil de entender por quem compra os seus vinhos. “Quando pensei nele achei que não deveria criar muitas coisas para não haver confusão, algo que talvez tenha a ver com a escola que tive no Esporão, onde os volumes de vinho produzidos e comercializados eram relativamente grandes, o que me fez pensar e acreditar que era necessário produzir volume para criar marca”, conta o responsável. Por isso, o portefólio da Herdade dos Grous tem apenas uma, comum a todos as suas referências, incluindo um branco e um tinto colheita, um branco e um tinto reserva, mais um Moon Harvest e um Concrete branco e tinto. Este último veio da necessidade de a empresa criar um produto novo para o mercado. Para a sua produção foi utilizada o depósito Galileu. “Fiz ensaios e gostei muito do efeito do cimento no vinho branco, pois dá-lhe textura, torna-o mais elegante e acrescenta-lhe salinidade”, explica Luís Duarte. Agora já produz também tinto e tem quatro depósitos para fazer este tipo de vinhos. “No fundo, a ideia foi criar, dentro da família da Herdade dos Grous, mais um patamar, que são os vinhos em cimento, para além dos fermentados em aço inoxidável e em barrica, para alargar o portefólio e chamar a atenção para a marca criando também novas histórias”, conta.
Hoje, a Herdade dos Grous vende os seus vinhos sobretudo em Portugal, e 40% da sua produção anual, que anda entre 800 e 900 mil garrafas, para mais 24 países, sobretudo para o Brasil, Luxemburgo, Suíça e Alemanha. As vendas para o grupo andam entre os 7 e os 8%.
(Artigo publicado na edição de Junho de 2025)
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Herdade dos Grous
Tinto - 2022 -
Herdade dos Grous Concrete
Tinto - 2023 -
Herdade dos Grous Moon Harvested
Tinto - 2023 -
Herdade dos Grous 23 Barricas
Tinto - 2023 -
Herdade dos Grous
Tinto - 2023 -
Herdade dos Grous
Rosé - 2024 -
Herdade dos Grous Concrete
Branco - 2023 -
Herdade dos Grous
Branco - 2023 -
Herdade dos Grous
Branco - 2024
Pop-Up Glamping no Alentejo: 3ª edição

A Mainova, projecto vitivinícola iniciado em 2020, está a preparar mais uma temporada dedicada às férias de enófilos, e não só, no meio da paisagem típica do Alentejo. De 28 de Agosto a 5 de Outubro é possível pernoitar junto às oliveiras milenares da Herdade da Fonte Santa, localizada na freguesia do Vimieiro, no concelho […]
A Mainova, projecto vitivinícola iniciado em 2020, está a preparar mais uma temporada dedicada às férias de enófilos, e não só, no meio da paisagem típica do Alentejo.
De 28 de Agosto a 5 de Outubro é possível pernoitar junto às oliveiras milenares da Herdade da Fonte Santa, localizada na freguesia do Vimieiro, no concelho de Arraiolos. Este é apenas do ponto de partida para eleger, estas férias, o Pop-Up Glamping da Mainova, uma experiência que já vai na 3ª edição e permite mergulhar na natureza e na calmaria habituais do Alentejo, em tendas de luxo da Glamping Revolution, às quais foram atribuídos nomes de vinhos deste projeto familiar: Mainova e Matremilia. Cada uma foi desenhada para receber até quatro pessoas e instaladas num cenário idílico, palco de um pôr do sol imperdível.
Explorar as vinhas, refrescar-se no tanque, visitar a adega e provar os vinhos são atividades a considerar durante a estadia. Sem descurar os piqueniques, recheados de produtos regionais selecionados, a solicitar com antecedência, nem o pequeno-almoço caseiro. As reservas e informações são, respetivamente, feitas e pedidas através do tel.: 912 257 559.
Enquanto aguarda pela data de abertura do Pop-Up Glamping, conheça ou explore toda a gama de produtos produzidos, de forma sustentável, na Herdade da Fonte Santa na loja temporária da Mainova. Aberta no nº 18 da rua Campo de Ourique, em Lisboa, até ao dia 5 de Agosto, no sentido de reforçar a aproximação com o público urbano, este espaço garante manter viva a alma alentejana, na garrafa e no copo.
Intemporal: A aposta pessoal de Miguel Laffan

A casa que estava em ruínas desde os anos 60 do século passado foi, entretanto, recuperada com um projecto da arquitecta Paula Arez e a concessão entregue ao grupo multinacional Wellow Network que aqui se estreia no negócio da restauração. Mas foi Miguel Laffan que se apaixonou pelo espaço e imaginou fazer dele a sua […]
A casa que estava em ruínas desde os anos 60 do século passado foi, entretanto, recuperada com um projecto da arquitecta Paula Arez e a concessão entregue ao grupo multinacional Wellow Network que aqui se estreia no negócio da restauração. Mas foi Miguel Laffan que se apaixonou pelo espaço e imaginou fazer dele a sua casa e com isso regressar à “linha” para uma aposta muito, mesmo muito pessoal. No piso térreo, uma cozinha de apoio e 4 lugares ao balcão do chefe. No piso superior, frente a uma generosa janela que nos traz até à mesa o mar de Oeiras em todo o seu esplendor, 12 a 14 lugares apenas.
Espaço intimista, pois, próprio para uma contemplação demorada às cores, aromas e sabores de uma cozinha muito personalizada, com bastante bagagem acumulada e extremamente segura de si. Como o nome indica, o conceito foi construído em torno do tempo. A carta varia em função das quatro estações (nós provamos o menu Primavera) em que se procura tirar o máximo partido da frescura dos produtos sazonais, enquanto se cruzam memórias numa combinação de sabores de raiz portuguesa perfumada com um toque cítrico de inspiração oriental que tanto seduziu o chefe. Miguel Laffan aposta forte, não esconde que o objectivo deste seu fine dining é mesmo conquistar a ambicionada estrela Michelin que já foi sua quando esteve no L’And and Vineyards em Montemor-o-Novo. Não tenho dúvidas que o conseguirá tal é o rigor e a precisão que coloca na criação de cada prato.
No caso do menu Primavera, este é dividido em cinco partes: Prelúdio, com 3 snacks, onde destaco os “ovos rotos” com barriga de atum (!) e uma Gyosa de lagostim, Passagem, 2 momentos, onde o destaque vai o “Maladrinho” de arroz de carabineiro, o Permanência, onde o pão de massa mãe e manteiga de botarga acompanham toda a refeição, Demora, onde os 4 momentos passam por criações inspiradas em torno de lulas em tandoori, goraz em caldeirada, espargos e cogumelos morilles com molho béarnaise e finalmente o cordeiro com legumes de Primavera. O menu termina com Eternidade com os 2 momentos que compõem a sobremesa, da responsabilidade da chefe de pastelaria Letícia Silva, um em torno dos morangos com gengibre e limão e outro ananás dos Açores, lima e o vinho de Carcavelos. O serviço de vinhos, da responsabilidade do sommelier Luis Feiteirinha, revelou-se competente e atento com propostas entre o seguro e o desafio que valorizaram o conjunto da refeição.
Intemporal
Menu Primavera: €120, com harmonizações vínicas (6 vinhos) Intemporal a €45 e Experience a €90 por pessoa.
Rua Vista Alegre, 2770-046 Paço d’Arcos
Horário (de terça a sábado): Almoços 12:30 às 15:00 e das 19:30 às 23:00
E-mail: reservas@intemporalrestaurante.pt
Telefone: 968 432 288
Milhares de pessoas no Trafaria (Com) Prova

O evento promovido pela Revista Grandes Escolhas reuniu, em três dias, milhares de pessoas no Passeio Ribeirinho da Trafaria, em Almada. Além de provas comentadas e degustações vínicas, houve tapas, petiscos, espaço cultural, exposições e muita animação de rua. O Trafaria Com Prova teve lugar no fim de semana de 4 a 6 de Julho […]
O evento promovido pela Revista Grandes Escolhas reuniu, em três dias, milhares de pessoas no Passeio Ribeirinho da Trafaria, em Almada. Além de provas comentadas e degustações vínicas, houve tapas, petiscos, espaço cultural, exposições e muita animação de rua.
O Trafaria Com Prova teve lugar no fim de semana de 4 a 6 de Julho e juntou 18 adegas produtoras de vinho representativas da produção nacional distribuídas por 20 stands instalados ao longo do Passeio Ribeirinho da Trafaria, à beira do rio Tejo, no concelho de Almada. Ao longo dos três dias, a degustação vínica, acompanhada pela oferta gastronómica dos restaurantes locais e pela doçaria local, registou uma enorme adesão por parte dos visitantes. Já o momento alto ficou marcado pelas duas provas comentadas por Valéria Zeferino, crítica de vinhos da Revista Grandes Escolhas.
Aos melhores vinhos e sabores juntaram-se as visitas guiadas ao centro histórico da cidade, organizadas pelo Centro de Arqueologia de Almada, e os passeios de bicicleta, promovidos pelo Clube de Ciclismo de Almada. As partidas de xadrez e os jogos tradicionais desafiaram os presentes de várias idades. A animação de rua, a cargo da UH!TOPIA, e os ritmos vários, ora de música ambiente , ora de música tradicional, proporcionaram descontração total, a par com as pinturas faciais, feitas por Rita Neves Araújo, que encantaram os mais novos.
Aceda AQUI e veja todas as fotos do evento!
Churchill’s regressa à Vinalda

Os vinhos DOC Douro e os vinhos do Porto da Churchill’s voltam a fazer parte do portefólio de distribuição da Vinalda. Esta parceria representa uma aposta estratégica no reforço da oferta de referências vínicas de assinatura. Para Bruno Amaral, administrador da mais antiga distribuidora de bebidas alcoólicas em Portugal, a Churchill’s produz uma gama de […]
Os vinhos DOC Douro e os vinhos do Porto da Churchill’s voltam a fazer parte do portefólio de distribuição da Vinalda. Esta parceria representa uma aposta estratégica no reforço da oferta de referências vínicas de assinatura.
Para Bruno Amaral, administrador da mais antiga distribuidora de bebidas alcoólicas em Portugal, a Churchill’s produz uma gama de referências vínicas “que refletem sofisticação, autenticidade e caráter, tudo o que procuramos representar enquanto distribuidores”.
Zoe Graham, Co-CEO da Churchill’s e rosto da segunda geração da família, esta nova fase da parceria é vista com muito agrado. “Estamos entusiasmados por continuar a fazer crescer a nossa marca em conjunto, com projetos de vinhos novos e inovadores no horizonte”.
Recordamos que a Churchill’s foi fundada em 1981 por Johnny Graham, enólogo e representante da quinta geração de uma família com profundas raízes no Douro. Esta casa foi criada com o propósito de produzir vinhos com identidade própria, aliando a tradição familiar dos lotes a uma abordagem mais fresca no que diz respeito aos vinhos do Porto e DOC Douro, mais contemporânea e de mínima intervenção. Este compromisso foi consolidado com a compra da Quinta da Gricha. Localizada na sub-região do Cima Corgo, é constituída por 40 hectares de vinhas letra ‘A’, algumas com mais de 80 anos, e conhecida pelas práticas agrícolas sustentáveis.
Enoturismo: Romana Vini

Na Região Vitivinícola de Lisboa, entre o Atlântico e os seus murmúrios constantes e a memória calcária dos solos, a Denominação de Origem Controlada (DOC) Óbidos ergue-se como um testemunho enológico da relação íntima entre o homem, a natureza e o vinho. A sua paisagem não se impõe mas insinua-se, subtil, quase tímida. O relevo […]
Na Região Vitivinícola de Lisboa, entre o Atlântico e os seus murmúrios constantes e a memória calcária dos solos, a Denominação de Origem Controlada (DOC) Óbidos ergue-se como um testemunho enológico da relação íntima entre o homem, a natureza e o vinho.
A sua paisagem não se impõe mas insinua-se, subtil, quase tímida. O relevo é marcado por suaves colinas e encostas irregulares, espraiando-se entre os 50 e os 200 metros de altitude, e desempenha um papel decisivo na proteção natural das vinhas e na distribuição das parcelas, num mosaico agrícola que responde, com sensibilidade, à orografia do território.
Entre o vento e a vinha
O clima é atlântico por vocação e identidade. Aqui, a proximidade do oceano não é apenas geográfica, é uma presença constante que sopra de Oeste, moderando temperaturas, prolongando a maturação das uvas e mantendo a humidade elevada. Esta influência oceânica confere aos vinhos de Óbidos uma frescura vibrante, uma acidez natural e um perfil aromático tenso, elegante, muitas vezes mineral.
A pluviosidade, abundante e bem distribuída ao longo do ano, alimenta o solo e desafia o viticultor. O desafio, porém, não é obstáculo, mas condição. A videira, nesse cenário húmido, exige atenção e saber. E os solos, predominantemente argilo-calcários, com boa capacidade de retenção de água e drenagem eficaz, proporcionam um equilíbrio vital entre vigor e restrição, permitindo que a vinha se expresse com autenticidade. Na sua condução predominam os sistemas em cordão bilateral e Guyot, adaptando-se à orografia e às exigências da sanidade num clima de elevada humidade relativa. A gestão do coberto vegetal e a orientação das linhas seguem uma lógica quase filosófica: proteger sem sufocar, expor sem queimar, guiar sem domesticar.
Quanto às castas, Óbidos guarda em si uma paleta de contrastes. Nas tintas, impera a Touriga Nacional com a sua alma floral e vigorosa, acompanhada da Aragonez, da Castelão e da Trincadeira, castas tradicionais que, no contexto climático local, encontram expressão em vinhos de corpo médio, boa acidez e capacidade de envelhecimento discreta, mas promissora.
Nas brancas reina a frescura. A casta Arinto, com sua acidez cortante e longevidade, é a espinha dorsal da produção, ao lado da Fernão Pires, da Vital e da Rabo de Ovelha. Nos últimos anos, novas interpretações da Chardonnay e da Sauvignon Blanc também têm marcado presença, muitas vezes com fermentação em barrica ou estágio sobre borras, revelando o potencial da sub-região para brancos complexos e estruturados.
Mas mais do que um conjunto de dados técnicos, na Denominação de Origem Óbidos é um lugar de encruzilhadas. Aqui, a tradição e a inovação caminham lado a lado, o passado agrícola e o futuro enoturístico dialogam, o rigor técnico e a intuição do viticultor entrelaçam-se. É uma sub-região que, embora discreta perante o brilho de outras denominações nacionais, se afirma com carácter, autenticidade e uma serenidade que só a maturidade da terra pode oferecer. E, ainda assim, cada vindima é uma promessa nova, uma pergunta lançada à natureza e ao saber humano: que vinho será este ano o espelho da terra?
No fundo, a DOC Óbidos não é apenas uma denominação de origem. É uma forma de estar no mundo entre o vento e a vinha, o calcário e o mar, o que foi e o que está por vir. É filosofia líquida embalada em garrafas, memória do Atlântico vertida em cada copo.
Num deambular pela Região de Lisboa, os ventos atlânticos sussurram-me aos ouvidos uma expressão que me deixou curioso – “Romana Vini”.
Em Alguber, no concelho do Cadaval, entre colinas suaves e o “uivo” constante do Atlântico, repousa a Quinta do Porto Nogueira. Integrada na sub-região DOC Óbidos, em plena Região Vitivinícola de Lisboa, esta quinta secular é mais do que um espaço agrícola, é um lugar onde a terra e o pensamento se encontram, onde a vinha se faz expressão de uma filosofia paciente e de um saber transmitido entre gerações.
Onde a terra se serve à mesa
No Concelho de Cadaval, a gastronomia é mais do que sustento. É expressão viva de um território onde o tempo ainda respeita os ciclos da terra e os saberes antigos resistem ao esquecimento. Esta região, aninhada entre vales férteis e a majestade tranquila da Serra de Montejunto, oferece uma riqueza culinária que nasce do diálogo íntimo entre o homem e a natureza.
A Pera Rocha do Oeste DOP, símbolo maior da fruticultura local, é aqui mais do que um produto agrícola, é orgulho coletivo, fruto de gerações que moldaram, com paciência e técnica, um dos sabores mais delicados do país. Cadaval é reconhecida como a “capital” desta pera, cuja textura fina e doçura equilibrada falam tanto do solo que a alimenta como das mãos que a colhem.
Nas mesas cadavalenses, os pratos tradicionais revelam a alma rural do concelho — sabores robustos, enraizados na terra e na partilha. Do cabrito assado no forno de lenha, com aromas de alecrim e alho bravo, à suculência dos enchidos artesanais, ao coelho à aldeia, passando pelas sopas rústicas de feijão e couve, tudo respira autenticidade. O bacalhau à lagareiro e os grelhados ao carvão são mais do que receitas, são narrativas familiares transmitidas de geração em geração, muitas vezes cozinhadas em lume brando e degustadas com tempo e conversa.
A doçaria é outro capítulo de afeto. O pão-de-ló artesanal da Ti Piedade, com a sua textura húmida e alma conventual, é já um ícone local, enquanto o bolo doce de Figueiros traz, à memória, os domingos antigos e os cheiros de forno que atravessavam os quintais.
E da Serra do Montejunto, onde o silêncio é cortado apenas pelo zumbido das abelhas e pelo sopro do vento, chega um mel de características únicas, âmbar e intenso, destilado da flora bravia que cobre os caminhos serranos. É a natureza no seu estado mais puro, transformada em doçura lenta.
No Concelho de Cadaval, comer é um gesto ancestral de gratidão. Cada produto, cada prato, cada doce, carrega consigo a marca da identidade e a beleza de um lugar onde o essencial ainda tem valor. É uma cozinha que não se limita a alimentar. Convida a pertencer.
Regresso às raízes com olhar no futuro
Há histórias que fermentam lentamente, como os grandes vinhos. Crescem em silêncio, de geração em geração, amadurecendo no coração das famílias que sabem escutar a terra. Assim é a história da Casa Romana Vini, projeto familiar nascido de um legado rural profundo e de um reencontro com a vocação que o tempo, por momentos, apenas adormeceu.
Na família Mendes Barreira o amor pela vinha não se aprendeu nos livros, mas no campo, ao lado dos que sabiam ler o ciclo das estações. O avô Manuel Gerardo Barreira foi um desses guardiões da sabedoria rural. Cuidava, com mãos sábias e humildes, pequenas vinhas em terrenos que hoje integram a Quinta do Porto Nogueira, no concelho do Cadaval. Foi ele quem transmitiu ao filho, José Pereira Barreira, não apenas o saber técnico, mas a reverência pela terra. E foi entre os serões da aldeia, ao calor da lareira, que o neto, António Mendes Barreira, escutou — mais do que histórias — uma herança silenciosa, feita de paciência, trabalho e encantamento. Passadas algumas décadas, já depois de percursos empresariais noutros domínios, António Mendes Barreira e esposa, Maria Isabel Policarpo, sentiram renascer esse chamamento.
O campo voltou a falar-lhes com a linguagem que nunca esqueceram. Decidiram, então, investir nos terrenos que herdaram e adquiriram, divididos entre a histórica Quinta do Porto Nogueira, datada do século XVIII, na Região Vitivinícola de Lisboa, e a Quinta da Escusa, na região dos vinhos do Tejo. Plantaram a vinha em 2010, não como quem planta apenas um cultivo, mas como quem semeia um propósito. O objetivo era claro – produzir vinhos de qualidade premium, nos melhores terroirs, a partir de castas nacionais e internacionais, vinificadas com rigor em adega própria.
Assim nasceu a Casa Romana Vini, cuja primeira colheita, 2015, logo deu frutos, dois vinhos galardoados com Grande Ouro no Concurso de Vinhos de Portugal de 2017. Desde então, os prémios sucedem-se, mas é a coerência da filosofia, e não o brilho das medalhas, que continua a orientar o projeto.
Na Romana Vini, o trabalho do enólogo António Ventura é mais do que uma prática técnica, é um exercício de escuta profunda. Escuta da terra, do tempo, da vinha e do silêncio que antecede cada vindima. Reconhecido como um dos nomes maiores da enologia em Portugal, Ventura não impõe estilo, antes interpreta o carácter de cada parcela com a precisão de um artesão e a humildade de um filósofo do vinho.
Este produtor possui 28 referências, somando os vinhos das duas Quintas. Nelas estão cultivadas várias castas brancas, com destaque para o Arinto, Alvarinho, Encruzado, Sauvignon Blanc, Chardonnay e Sémillon e, nas tintas, para o Pinot Noir, Touriga Nacional e Syrah.
Desde 2019, cultivam não apenas a terra, mas também o ideal da agricultura 100% biológica, assumindo um pacto com o tempo e a natureza e recusando as imposições químicas da produtividade desenfreada.
Cada vinho é apresentado como uma narrativa — com corpo, alma e contexto. E cada gole é um convite ao pensamento, à pausa, à escuta do que o vinho tem para dizer
Harmonia com o ecossistema
Mas esta história começou bem antes da certificação. Há muitos anos, abriram mão dos herbicidas e fertilizantes químicos, escolhas que, embora discretas, revelam uma filosofia profunda: a de que a terra só devolve plenitude quando é tratada com respeito.
Hoje, vão mais longe — rejeitam também pesticidas e quaisquer substâncias sintéticas. Não por capricho, mas por convicção. Protegem a biodiversidade não como quem segue uma moda verde, mas como quem escuta o silêncio das raízes e reconhece, na harmonia do ecossistema, uma sabedoria ancestral que não cabe nos frascos da indústria. Num mundo em que a velocidade e o lucro ditam as regras, escolher o caminho da biologia pura é um ato de resistência. E, talvez, de esperança.
Na casa Mendes Barreira, António Ventura encontrou um terreno fértil, não apenas em solos, mas em visão partilhada. Trabalha lado a lado com a natureza, respeitando os ritmos biológicos e buscando sempre a pureza da expressão varietal. Cada vinho da Romana Vini leva, assim, a marca discreta, mas firme da sua mão: equilíbrio, elegância e autenticidade.
Mais do que criar vinhos premiados, António Ventura cultiva narrativas líquidas, onde cada garrafa é um lugar, um ano e uma memória. Porque, para ele, a enologia não é só ciência, é também contemplação, diálogo e arte.
Na visão da família, o enoturismo não é um apêndice do vinho, mas uma extensão natural do seu espírito. Por isso, em 2022, a Quinta do Porto Nogueira passou a acolher o Wine Hotel, unidade que se funde com a paisagem e convida à imersão. Não se trata apenas de oferecer alojamento, mas de criar experiências sensoriais alinhadas com o vinho, o bem-estar e a contemplação do essencial.
Hoje, com o envolvimento dos filhos, Pedro e João Barreira, a Casa Romana Vini e o Wine Hotel assumem-se como duas faces do mesmo projeto de vida. Produzir grandes vinhos e proporcionar experiências autênticas, junto à vinha, no compasso do campo, mantendo sempre o fio condutor: a exigência, a simplicidade e o cuidado. Tudo isto num ambiente onde o luxo não é ostentação, mas a beleza subtil de se estar próximo da terra e, por isso mesmo, mais próximo de si próprio.
É esse o espírito que perdura desde os tempos do avô Manuel. Não se trata apenas de fazer vinho. Trata-se de honrar a terra, a memória e o futuro, com o mesmo respeito silencioso que, geração após geração, sussurra entre as videiras.
Num vale onde o silêncio das vinhas se mistura ao rumor antigo das pedras, ergue-se a Adega Romana Vini, que não é apenas um produtor de vinho, mas um altar onde o tempo é colhido em cachos. A sua existência é mais do que uma resposta ao mercado, é um manifesto. Romana Vini vive como um pensamento sólido vertido em líquido, onde cada garrafa é uma tese embebida de história, um ensaio sobre a terra, o homem e o divino labor da fermentação.
No coração da sua filosofia está uma arqueologia da alma vitivinícola. O nome não é apenas um aceno ao império que civilizou a vinha, mas um compromisso com a memória. A Romana Vini retoma os métodos, o espírito e a solenidade dos romanos, para quem o vinho era mais do que bebida — era linguagem, contrato e culto. Não por acaso, cada estágio de produção ecoa esse espírito: pisa a pé, envelhecimento em ânforas, diálogo entre a tradição e a tecnologia sem que uma suplante a outra.
O enoturismo… um circuito de experiências
Há lugares onde o tempo desacelera, não por inércia, mas por respeito. Na Romana Vini cada passo do visitante é um convite ao reencontro com o essencial: a terra, o silêncio, o gesto lento da vinha, o saber do vinho. O circuito de visitação enoturística criado pela família Mendes Barreira não é apenas uma proposta de lazer, é um itinerário sensorial e filosófico, onde o vinho deixa de ser um produto e se torna linguagem.
Implantado na Quinta do Porto Nogueira, em Alguber, o projeto da Romana Vini alicerça-se em duas ideias fundadoras: autenticidade e cuidado. É a partir destas premissas que nasce um percurso de visita que vai muito além da clássica prova de vinhos. Aqui, cada etapa do circuito da vinha à adega, da cave ao copo, da mesa ao horizonte, é uma celebração do tempo certo das coisas.
A visita começa, como deve ser, na vinha, onde o visitante é convidado a caminhar entre os alinhamentos de Arinto, Alvarinho, Touriga Nacional ou Pinot Noir, sentindo no rosto a brisa atlântica que molda os vinhos da casa. É uma imersão no terroir, uma aproximação física àquilo que normalmente só se saboreia em silêncio num cálice. O guia não é apenas um informador técnico, mas um mediador entre o visitante e o espírito da paisagem. Fala-se de solos argilosos, de conduções em cordão bilateral, de viticultura biológica, mas fala-se sobretudo da relação entre o homem e a terra, entre o fazer e o esperar.
Segue-se a passagem pela adega, moderna, mas discreta, onde a tecnologia respeita a natureza e a intervenção é mínima. Aqui, o enólogo é visto como um tradutor da vinha, e não como um criador absoluto. A cave, com os seus barris silenciosos e o cheiro ancestral de madeira e mosto, conduz inevitavelmente à contemplação. Há uma ética do tempo em cada estágio, uma filosofia da lentidão que nos interpela num mundo apressado.
A prova de vinhos, longe de ser um ritual apressado, é conduzida com a mesma atenção ao detalhe. Em salas envidraçadas com vista para as vinhas, ou em recantos ao ar livre rodeados de oliveiras e silêncio, os visitantes experimentam vinhos que trazem consigo a memória do lugar. A acidez vibrante de uma Arinto, a mineralidade de um Encruzado, a estrutura austera de uma Touriga. Cada vinho é apresentado como uma narrativa — com corpo, alma e contexto. E cada gole é um convite ao pensamento, à pausa, à escuta do que o vinho tem para dizer.
Mas a experiência vai além do vinho. Na Quinta do Porto Nogueira Wine Hotel o visitante pode prolongar o encontro com a terra. O alojamento, discreto e acolhedor, funde-se com a natureza. Há trilhos, piqueniques entre vinhas, jantares vínicos, sessões de meditação ao entardecer, provas horizontais e verticais, experiências sensoriais alinhadas com o ciclo da vinha e com o ciclo interior de cada pessoa.
É um enoturismo que se propõe como caminho — no sentido mais pleno da palavra. Um caminho de regresso ao natural, ao simples, ao que tem substância. Em vez de espetacularidade, há silêncio. Em vez de pressa, há cuidado. Em vez de consumo, há encontro.
Não há excessos nem ostentação, apenas uma elegância silenciosa que se revela em cada detalhe: na decoração sóbria e requintada, nos tecidos que respiram conforto, nas linhas clássicas que acolhem com modernidade contida
Um momento de encontro…
Na Romana Vini, cada visita é desenhada como um momento de encontro com o vinho, o lugar e a história silenciosa que atravessa cada cacho. Quem visita, escolha ou não pernoitar no sereno refúgio do Wine Hotel, é sempre convidado a mergulhar numa experiência vínica que começa muito antes do primeiro gole.
A visita pode é realizada por profissionais com sólida formação. Quando o pedido exige um toque mais íntimo e exclusivo, é feito pelos proprietários da casa. Não são raros os visitantes que desejam escutar a história da Romana Vini da voz de quem a sonhou e aqui, a hospitalidade é tão artesanal quanto os vinhos.
Concluído o passeio, o destino é o Tasting Room, onde o tempo parece abrandar para que os sentidos possam enfim despertar. A prova de vinhos pode incluir entre três e seis referências, consoante a escolha do visitante, numa curadoria que privilegia a diversidade de castas, estilos e terroirs. Mais do que uma degustação técnica, trata-se de uma vivência sensorial e meditativa: cada vinho é apresentado como um capítulo de um livro que se escreve com a terra, o clima e a mão humana.
Na Romana Vini, provar vinho não é apenas apreciar aromas e sabores, é escutar a paisagem que o gerou, sentir o gesto que o cuidou e compreender o tempo que o moldou. Por isso, a experiência, seja qual for o formato escolhido, nunca é genérica. É sempre pessoal. É sempre reveladora.
E talvez seja isso que distingue este lugar. A consciência de que o vinho, quando verdadeiramente vivido, não se limita a ser bebido. É partilhado e compreendido.
A Romana Vini não oferece apenas um circuito de visita. Oferece um modo de estar. E, nesse gesto, recorda-nos algo fundamental, que o vinho é terra transformada, é tempo engarrafado, é cultura líquida. Mas, acima de tudo, é uma ponte entre o que somos e o que podemos ainda vir a ser, se tivermos a coragem de escutar a terra.
Dormir nas nuvens… viver no paraíso
Na serenidade da paisagem de Alguber, no concelho do Cadaval, ergue-se a Quinta do Porto Nogueira – Wine & Charming Countryhouse, um lugar onde o tempo abranda e a beleza encontra o seu lugar natural. Aqui, tudo parece estar, subtil e intencionalmente, no sítio certo. Não há excessos nem ostentação, apenas uma elegância silenciosa que se revela em cada detalhe: na decoração sóbria e requintada, nos tecidos que respiram conforto, nas linhas clássicas que acolhem com modernidade contida.
Com 15 quartos e uma villa privada, todos superiormente decorados com a mestria de Maria Isabel Policarpo, proprietária e anfitriã, a quinta oferece um refúgio onde o luxo se expressa pela harmonia entre o espaço, a luz e o silêncio. Esta tudo no sítio certo. A piscina convida à contemplação mais do que ao movimento, inserida numa envolvência de vinhas e colinas suaves, onde o olhar se perde em verdes compassados.
Mas esta não é apenas uma casa para dormir — é um lugar para viver com intensidade serena. A experiência gastronómica privilegia os sabores da terra e da região, produtos locais, frescos, tratados com respeito e criatividade. Nas provas de vinhos, guiadas com saber e paixão, descobre-se o que a vinha tem para dizer, em cada casta, em cada ano, em cada copo.
A natureza não é apenas cenário, é protagonista. Os hóspedes são convidados a caminhar pelos trilhos, a visitar as vinhas, a respirar fundo. E ao final do dia, quando o sol se despede em tons de ouro e cobre, há um momento que se repete com a delicadeza dos rituais verdadeiros, conversas demoradas ao pôr do sol, com um copo de vinho na mão — ou, para os que celebram a leveza efervescente da vida, um excelente espumante a marcar o compasso do entardecer.
Aos que amam o vinho como quem ama a vida — com vagar, com intensidade e com reverência ao tempo — a Quinta do Porto Nogueira – Wine & Charming Countryhouse oferece mais do que uma estadia, propõe um reencontro. Aqui, onde a vinha respira com a cadência das estações e a mesa celebra os sabores da terra, cada momento é uma oportunidade para habitar o presente com todos os sentidos. É um convite para os apaixonados pelo enoturismo, pela gastronomia e pelo vinho a mergulharem numa experiência imersiva, onde o luxo está na autenticidade, e a beleza nasce do equilíbrio entre o silêncio da paisagem e o tilintar de um copo erguido ao pôr do sol.
Caderno de visita
COMODIDADES
– Línguas faladas: português, inglês, francês, alemão, italiano
– Loja de vinhos: Sim
– Restaurante apenas para hóspedes (20 lugares no inverno e 30 no verão)
– Bar com capacidade para 20 pessoas
– Sala de eventos para 30 pessoas
– Sala de reuniões para 30 pessoas
– Parque para automóveis ligeiros com 30 lugares
– Espaço para parqueamento de três autocarros
– Posto de carregamento de carros elétricos: Sim
– Provas comentadas (ver programas);
– Wifi gratuito disponível: sim
– Visita às vinhas: sim
– Visita à Adega: sim
EVENTOS
Eventos corporativos até 30/40 pessoas
Atividades team building à medida dos interesses do cliente
PROGRAMAS
(Para duas a 30 pessoas)
Visita à Quinta do Porto Nogueira + Prova de três vinhos – 42€/pessoa
Inclui visita às Vinhas, Adega e Sala de Barricas e termina na sala de provas com a visualização de um filme. Segue-se a degustação de três vinhos (colheita, monovarietal e reserva) na companhia de pão, queijos e enchidos.
Duração: 1h30 aprox.
Visita à Quinta do Porto Nogueira + Prova de cinco vinhos – 57€/pessoa
Inclui visita às Vinhas, Adega e Sala de Barricas e termina na sala de provas com a visualização de um filme. Segue-se a degustação de cinco vinhos na companhia de pão, queijos e enchidos.
Duração: 1h30/2h aprox.
Visita à Quinta do Porto Nogueira + Prova de seis vinhos – 70€/pessoa
Inclui visita às Vinhas, Adega e Sala de Barricas e termina na sala de provas com a visualização de um filme. Segue-se a degustação de seis vinhos na companhia de pão, queijos e enchidos, um doce e um café.
Duração: 2h aprox.
Visita à Quinta do Porto Nogueira + Almoço + Prova de cinco vinhos – 95€/pessoa
Inclui visita às Vinhas, Adega e Sala de Barricas e termina na sala de provas com a visualização de um filme. Segue-se uma prova de cinco vinhos e um almoços composto por couvert, prato principal, sobremesa e café.
Duração: 2h30 aprox.
Prova de cinco vinhos com um membro da família – 105€/pessoa
Inclui visita às Vinhas, Adega e Sala de Barricas e termina na sala de provas com a visualização de um filme. Segue-se uma degustação de cinco vinhos na companhia de pão, queijos e enchidos, um doce e um café.
Duração: 2h aprox.
Contactos
Romana Vini
Quinta do Porto Nogueira,
2550-012 Alguber
Cadaval – Portugal
Site: www.romanavini.pt
Email : geral@romanavini.pt
Tel.: (+351) 918 659 092
(Artigo publicado na edição de Junho de 2025)
Sustentabilidade da Corticeira Amorim duplamente premiada

A revista internacional World Finance distinguiu a empresa portuguesa nas categorias de “Melhor Empresa na Redução de Carbono na Indústria de Produtos Vínicos” e “Empresa Mais Sustentável na Indústria dos Produtos Vínicos”, respectivamente, nos World Finance Carbon Awards 2024 e nos World Finance Sustainability Awards 2025. Este duplo reconhecimento provém do alinhamento da consolidação da […]
A revista internacional World Finance distinguiu a empresa portuguesa nas categorias de “Melhor Empresa na Redução de Carbono na Indústria de Produtos Vínicos” e “Empresa Mais Sustentável na Indústria dos Produtos Vínicos”, respectivamente, nos World Finance Carbon Awards 2024 e nos World Finance Sustainability Awards 2025.
Este duplo reconhecimento provém do alinhamento da consolidação da posição da Corticeira Amorim no âmbito da sustentabilidade em todas as suas operações, gerando um impacto real nos domínios ambiental, social e económico. De acordo com a revista World Finance, no primeiro caso, a empresa nacional lidera as tendências de descarbonização, graças à redução do impacto nas pessoas e no planeta, realidade alicerçada na introdução de tecnologias inovadoras e avançadas, que permitem o combate às emissões de CO2, capturando-as, armazenando-as, removendo-as e evitando-as.
Em relação ao segundo prémio, que tem vindo a conquistar desde 2019, a Corticeira Amorim destaca-se no contexto do cumprimento das exigências regulatórias, através da implementação de novos padrões em matéria de responsabilidade climática, equidade social e inovação sustentável.
De um modo geral, a Corticeira Amorim é enaltecida pelo avanço significativo no combate à redução das emissões de carbono e pelo papel ativo na preservação e no desenvolvimento sustentável dos montados, preservando, a longo prazo, o ecossistema e a biodiversidade. Este compromisso reflete o aumento da utilização de energia renovável controlada, que atingiu 68,3%, a par com o investimento no reforço de fontes de energia limpa e a contínua aposta em operações que reduzam as emissões de CO2.
Há uma forte aliada nas degustações vínicas

A Água Monfortinho engarrafada é a mais recente novidade em matéria de águas minerais naturais de Portugal e considerada uma mais-valia para os provadores de vinho exigentes. Proveniente da serra de Penha Garcia, fornece, desde 1907, as águas medicinais das Termas de Monfortinho, localizadas no concelho de Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco. Agora, está disponível […]
A Água Monfortinho engarrafada é a mais recente novidade em matéria de águas minerais naturais de Portugal e considerada uma mais-valia para os provadores de vinho exigentes.
Proveniente da serra de Penha Garcia, fornece, desde 1907, as águas medicinais das Termas de Monfortinho, localizadas no concelho de Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco. Agora, está disponível em garrafa, em contexto premium, e é apresentada como uma forte aliada à fidelidade sensorial durante provas de vinho.
Na lista de vantagens, merecem destaque o equilíbrio mineral, que proporciona a neutralidade precisa, a concentração de sílica (53%), responsável pela regeneração das papilas gustativas, e as propriedades hídricas, perfeitas para refrescar, hidratar e reabilitar as mucosas, o que proporciona a revitalização dos sensores gustativos. Ou seja, graças à composição leve desta água (com um pH de 5,8), a avaliação de cada prova vínica torna-se mais fiel em relação à avaliação do perfil de cada vinho, desde o aroma delicado à textura mais complexa.
Mas as propriedades desta água não ficam por aqui. No campo da saúde e da beleza, é ideal para quem tem problemas dermatológicas, renais, respiratórios, hipertensão, entre outras. Contribui, ainda, para a elasticidade dos vasos sanguíneos e redução do risco de aterosclerose, a formação de colagénio, mineralização óssea e redução do risco de osteoporose, o apoio na absorção do cálcio, magnésio e potássio, e a proteção das células contra os danos causados por radicais livres.
Acresce o compromisso com a redução da pegada ecológica e os benefícios para o planeta. Afinal, a Água Monfortinho é engarrafada em embalagens de alumínio totalmente recicláveis a bem do meio-ambiente.