Azores Wine Company: O cantar do caranguejo

Azores Wine Company

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[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]2021 é o ano em que a Azores Wine Company vê a peça que lhe faltava ganhar forma física: uma adega própria, impressionante da estética à funcionalidade. Mas, como isso não bastava, surgem também novos e ambiciosos vinhos.

Texto: Mariana Lopes
Fotos: Azores Wine Company e Mariana Lopes

Azores Wine Company 

Dizem os antigos que as melhores vinhas dos Açores são aquelas “onde se ouve o cantar do caranguejo”, ou seja, as que estão na bordadura das ilhas, mais próximas do mar. Mas também da nova adega da Azores Wine Company quase se ouve esse cantar, situada em Bandeiras, concelho da Madalena. Esta adega era um sonho da empresa, praticamente desde a sua fundação em 2014, mas já lá vamos… A sementinha que fez nascer o projecto foi plantada quatro anos antes disso. Em 2010, António Maçanita (filho de açoriano e há muito interessado nos vinhos dos Açores) ingressou num projecto de recuperação das castas locais — Arinto dos Açores, Verdelho, mas sobretudo da Terrantez do Pico, em São Miguel — apoiado pelo Governo Regional, que só aumentou ainda mais o seu entusiasmo pela região e pelos seus vinhos.

Em 2013, António teve a iniciativa de dar consultoria aos outros produtores do Pico, que nessa altura eram cerca de seis. Mas esse projecto de consultoria incluía um workshop que, embora gratuito, teve adesão apenas de um dos produtores e, à data, presidente da Comissão Vitivinícola Regional dos Açores, Paulo Machado, dos vinhos Insula. Assim, sem intenção inicial, Paulo foi o “chosen one” de António Maçanita, que acabou por lhe lançar o desafio: “Esquece o workshop, e se fizéssemos um vinho juntos?”. O produtor acabaria por ser a pessoa ideal para formar um projecto vínico com Maçanita, por ser agrónomo, vir de uma família dedicada à viticultura do Pico há varias gerações, e denotar muito conhecimento sobre a vinha e os vinhos da ilha. Desse repto, e ainda em 2013, nasceu um Arinto dos Açores que foi o pontapé de saída para tudo o estava por vir. Pouco tempo depois, juntou-se também Filipe Rocha, formador em hotelaria e turismo, em Ponta Delgada, para assumir a gestão financeira e comercial daquele projecto embrionário.

Estava formado o trio fundador da Azores Wine Company em 2014, e, como hoje é de aceitação generalizada, os vinhos do Pico estavam prestes a passar por uma revolução como nunca antes: voltaram a estar no mapa, a nível nacional e internacional, o que hoje resulta num price point das uvas e dos vinhos muito superior ao que se praticava na altura, e numa bastante maior área de vinha em produção. A qualidade esteve sempre lá, mas afinal o que lhes faltava, era alguém que a alavancasse, e que soubesse comunicar os vinhos com paixão e destreza.

Azores Wine Company
As pedras vulcânicas que compõem os muros dos currais.

(Re)Descobrir o Pico

 A Azores Wine Company começou apenas com as vinhas de Paulo Machado, que na altura totalizavam doze hectares mas, naturalmente, isso não bastava. Assim, o “trio maravilha” lançou-se na recuperação e plantação de vinhas, adquirindo terreno, arrendando parcelas e comprando uvas a outros viticultores. Hoje, têm já 56 hectares de vinha própria — 55 na zona da adega, em Bandeiras, e um na Criação Velha — e arrendam 33 em São Mateus e 38 em Baía de Canas. As castas plantadas, são sobretudo  as brancas Arinto dos Açores, Verdelho (o mesmo que há na Madeira), Terrantez do Pico, Boal de Alicante e Malvasia (chamam-lhe Boal dos Açores) e as tintas Saborinho (Tinta Negra), Bastardo, Rufete e Malvarisco. Falamos de vinhas muito especiais, únicas, diferentes de tudo o que existe no resto do Mundo. Nesta ilha, que é a mais nova do arquipélago dos Açores, com idade entre os 300 e os 400 mil anos (a mais velha é Santa Maria, nos 8.12 milhões de anos), a paisagem vitícola, sempre com o vulcão em plano de fundo, é composta por quadrículas feitas com amontoados de pedras vulcânicas, os chamados currais, que albergam as videiras e as protegem do impacto directo dos ventos salgados, que de outra forma as queimariam. Se pensarmos que já houve um cenário, antes da grande praga de oídio em 1853 e de filoxera algumas décadas mais tarde, em que o Pico teve cerca de 15 mil hectares deste tipo de vinha, é, de facto, impressionante. Em 2003, existiam apenas 120 hectares, que com muito sacrifício e paixão dos viticultores da ilha passaram para 340, em 2014. Mas mais surpreendente ainda, é o facto de, após sete anos de Azores Wine Company, esse número ter passado para o milhar. É o poder do exemplo…

Uma das prioridades da empresa foi, logo desde o início, fazer uma pesquisa genética e histórica sobre as castas, os solos, o clima (moderado a frio) e todo o Pico vitivinícola. As primeiras vinhas foram plantadas no final do século XV. Em 1580, esta já era uma ilha de vinho, com as vinhas distribuídas por toda a orla costeira, o mais próximo do mar possível (as tais vinhas do “cantar do caranguejo”). E isto tinha e tem uma razão de ser: posto de uma forma mais simples, quanto mais próximos estamos da montanha, mais chove.

No centro da ilha, caem mais de 5 mil mililitros de água por ano e, as extremidades, menos de mil. Depois, como demonstrou António Maçanita, há o efeito Foehn, no qual o vento que vem de Norte, húmido e frio, bate na montanha, sobe e depois desce, já quente. Já os solos têm características tão rústicas que só servem praticamente para viticultura, não havendo assim concorrência de culturas. São solos litólicos, extra resistentes que, em certas zonas, são compostos por terra em cima da rocha-mãe. Reduzem-se a dois tipos: o “chão de lagido”, mais duro e opaco, quase exclusivamente usado para vinha, em que as videiras estão plantadas nas fissuras das rochas, indo mais fundo à procura do que precisam; e o “chão de biscoito”, com uma textura mais de calhau (daí o “biscoito”) à superfície, o qual pode ser arável depois de retirados os componentes mais grosseiros. Depois de sabermos isto, de estarmos lá no terreno a olhar com cara de espantados para o que se estende à nossa frente, e de tentarmos transitar pelo meio dos ditos currais, percebemos porque é que a ilha do Pico tem uma das viticulturas mais caras do planeta, com uma produção média de apenas 1200kg por hectare. O trabalho nestas vinhas é todo  manual, muito exigente e minucioso, e Paulo Machado explicou-nos que, hoje, investem em operações que podem fazer diferença, mais tarde, na qualidade das uvas, como as intervenções em verde, para aumentar a exposição dos cachos ao sol e ao arejamento, promovendo a sua suspensão. A tratar das vinhas em permanência, têm 25 pessoas.

Para juntar “à festa”, a Azores está com dois hectares em processo de certificação bio, sendo os primeiros a fazê-lo. Num desses hectares, na Criação Velha, as uvas custam uns impressionantes 18 euros por quilograma. O preço-médio das uvas da ilha é de cerca de 5 euros por quilo, mas Paulo garante que já chegaram “a comprar Terrantez por 7,90, em 2019”. Não é difícil perceber que, para tudo isto ser rentável, o posicionamento de preço dos vinhos tem de ser alto.

Azores Wine CompanyAdega de sonho

 A nova adega ficou pronta este ano, e era a peça do puzzle que faltava para a Azores Wine Company fechar o ciclo. Recuando um pouco, foi em 2015 que António, Filipe e Paulo começaram a pensar no projecto adega. Sempre quiseram que ela fosse construída no meio da vinha porque, como diz Filipe, “a vinha é ela própria um museu”. Em 2018, iniciou-se a obra, que acabou por durar três anos. “Foi um projecto bem caro”, confessou António Maçanita, “só o betão é cerca de 30 a 40% mais caro aqui do que em São Miguel”. A julgar pela quantidade de “betão à vista”, não é difícil acreditar, mas foram três milhões e meio de euros que valeram muito a pena… O edifício — desenhado a quatro mãos, por duas duplas de arquitectos, os portugueses SAMI e os ingleses DRDH — perfaz um quadrado perfeitamente inserido no terreno, e foi revestido, na parte exterior, a rocha vulcânica. A vista a partir dele é idílica, sobre o mar e as ilhas São Jorge e Faial. Mas esta não é apenas uma adega, em stricto sensu.

Com sala de provas, um espaço para eventos e restaurante, cinco quartos com vista mar e um apartamento T2, além das três salas de barricas e da zona mais industrial, com todo o equipamento de recepção de uvas e vinificação, este é um autêntico centro enoturístico de luxo, como nunca antes visto no Pico. Além disto, o edifício foi construído com uma determinada inclinação, para recolher água, especificamente 1500 m3 de água por ano (as vinhas no Pico não retêm água). Bem no centro, está um logradouro com um mini-jardim, onde há tanques com água e Dragoeiras, uma árvore mítica, da Macronésia, muito típica dos Açores, que se diz ter nascido da luta entre um dragão e um leão. É também muito utilizada como tintureira, e a sua seiva vermelha é vulgarmente apelidada de “sangue do dragão”. Os quartos estão mesmo em frente, e foram uma das prioridades do projecto. “Queríamos ter quartos na adega porque, tradicionalmente, no Pico as pessoas não recebem os convidados em casa, mas sim nas adegas”, contou Filipe Rocha. A arquitecta de interiores Ana Trancoso deu-lhes um feeling industrial e minimalista, mas os apontamentos mais calorosos são da curadoria de Judith Martin, responsável de enoturismo e, como ela própria diz, “de tudo um pouco”.

Uma das maiores surpresas, foi o restaurante, que está agora a dar os seus primeiros passos. A equipa deste espaço gastronómico é bem jovem, composta pelo chef José Diogo Costa (curiosamente, Madeirense), a sub-chef Angelina Pedra e a chefe de sala Inês Vasconcelos. O que vem para a mesa, é reflexo de todo o conhecimento que José Diogo acumulou, ao lado de Inês, nas suas viagens e nas dezenas de restaurantes em que trabalharam, pelo Mundo fora: uma cozinha moderna, elegante, culta, com muito foco nas matérias-primas locais e onde todos os sabores se conjugam em harmonia.

Vinhos muito especiais

 Além das novas colheitas de vinhos que já faziam parte do portefólio da Azores Wine Company — como os Rosé e Branco Vulcânico, o Arinto dos Açores, Terrantez do Pico (já provado anteriormente na GE) ou o Vinha Centenária — foram apresentadas quatro novidades absolutas: Arinto dos Açores São Mateus, Arinto dos Açores Bandeiras, Canada do Monte e Vinha dos Utras 1os Jeirões. Estes últimos dois, juntamente com o Vinha Centenária, provêm de vinhas velhas da zona da Criação Velha, o último núcleo de vinhas velhas do Pico. Mas se, até agora, o Vinha Centenária estava no topo da hierarquia de vinhos da empresa, acabou de ser destronado pelo Vinha dos Utras 1os Jeirões 2019 e pelo Canada do Monte 2018. Este branco, com 95% de Arinto dos Açores e o resto de castas misturadas na vinha (como Verdelho, Malvasia Fina e Boal de Alicante), vem de uma parcela adquirida em 2018 pela Azores, com 60 a 80 anos de idade, quase encostada ao mar em “chão de lagido”, que recebe mais horas de sol, o que resulta “numa maior concentração e forte marca marítima”. É uma das que está em processo de conversão para biológico. O sítio é muito especial e, acreditem, tudo isto se reflecte na garrafa. Na adega, as uvas são prensadas directamente, com as primeiras prensagens (70%) a ser vinificadas em inox — em cuba deitada “para que as borras finas se estendam no fundo e fiquem em contacto com o máximo de área de vinho, protegendo-o”, como explicou Maçanita — e as segundas em barricas de carvalho francês de 3º uso, sem bâtonnage, durante 12 meses. O Canada do Monte, por sua vez, tem origem numa bolsa de vinhas com o mesmo nome, que resistiu à extinção pela filoxera. A vinificação é em tudo semelhante à do Vinha dos Utras.

Azores Wine Company
A Viticultura na Ilha do Pico é extremamente dura.

A Azores Wine Company produz hoje mais de 100 mil garrafas por ano, o que não é assim tão pouco quando consideradas as condições difíceis de viticultura e a baixa produtividade das vinhas. Acima de tudo, este foi o projecto que veio fazer a real diferença na ilha do Pico (e nos Açores) enquanto região vitivinícola e denominação de origem. E no futuro, depois deste completar de ciclo para a Azores… talvez um licoroso?

(Artigo publicado na edição de Julho 2021)

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Pêra-Manca tinto 2015 chega ao mercado

Pêra-Manca 2015

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TEXTO João Geirinhas

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Produzido, como habitualmente, a partir das tradicionais castas Aragonez e Trincadeira, a versão 2015 tem uma ligeira preponderância da primeira sobre a segunda (55% e 45%), formula que é sempre ajustada em função das particularidades de cada vindima. Segundo os responsáveis da Cartuxa, o ano 2015 decorreu seco, com falta de humidade no solo originando um fraco vigor vegetativo das videiras, assim como a formação de bagos de reduzidas dimensões que apresentaram, assim, uma boa relação película-polpa propícia à obtenção de vinhos de grande concentração.
Como sempre acontece na elaboração dos Pêra-Manca, as técnicas de vinificação são rigorosas e e exigentes: maceração pelicular pré-fermentativa, fermentação em grandes balseiros de carvalho francês com temperatura controlado a 27ºC e remontagens manuais seguidas de longas macerações. O vinho beneficia depois de um estágio de 18 meses em balseiros e de mais 48 meses em garrafa.

Ao contrário do que tem acontecido em colheitas anteriores, o 2015 esperou 6 anos para ver a luz do dia em vez dos habituais 4 ou 5 anos de estágio. Talvez por isso o vinho nos pareceu já pronto para consumo, apesar do potencial evolutivo que promete.

Numa primeira apreciação, o Pêra-Manca tinto 2015 surpreende porque conjuga, com souplesse, a habitual concentração e taninos robustos com frescura notável e uma boca macia, indicando que está pronto a ser degustado com grande prazer. No jantar de lançamento, elaborado pelo Chef José Júlio Vintém, isso ficou particularmente evidente quando o vinho acompanhou uma versão da perdiz estufada e a harmonização com o prato fez realçar, em pleno, todas as suas virtudes.

A apresentação do Pêra-Manca 2015 foi uma cerimónia muito concorrida, na qual sobressaiu um forte contingente de jornalistas e compradores brasileiros, fruto da enorme popularidade de que a marca desfruta no Brasil. Haverá vinho para todos, porque a produção atingiu nesta colheita o valor recorde de 44 mil garrafas. O único óbice poderá ser o preço, já que sai da loja da adega a €275 e este valor tem tendência, com o passar do tempo, a aumentar bastante nas prateleiras das garrafeiras.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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Tintos do Alentejo até €15: Prazer no copo, a um preço justo

Tintos Alentejo

No intervalo de preço entre os 8€ e os 15€, o Alentejo entrega tintos com grande qualidade por um valor mais do que justo. E, nos melhores casos, oferece ainda inquestionável carácter. Se somarmos a tudo isto uma consistência entre vindimas acima da média, e uma colocação eficiente nos vários canais de distribuição, não é […]

No intervalo de preço entre os 8€ e os 15€, o Alentejo entrega tintos com grande qualidade por um valor mais do que justo. E, nos melhores casos, oferece ainda inquestionável carácter. Se somarmos a tudo isto uma consistência entre vindimas acima da média, e uma colocação eficiente nos vários canais de distribuição, não é difícil compreender por que os vinhos do Alentejo estão entre os principais favoritos dos consumidores.

Texto: Nuno de Oliveira Garcia

Fotos: Ricardo Palma Veiga

A nossa intuição diz-nos que uma das regiões do país com maior capacidade de produzir tintos de grande categoria com preço entre os 8€ aos 15€ é o Alentejo. Porquê? Por um lado, encontramos na região uma vasta mancha de vinha e, em medida significativa, com capacidade para produções interessantes por hectare, acima da média nacional. Por isso mesmo, é um território que viu aparecer, nas últimas décadas, diversos players dinâmicos com dimensão, ambição e, cada vez mais, preocupações de sustentabilidade, sendo disso bons exemplos casas mais antigas como Esporão, Fundação Eugénio de Almeida e J. Portugal Ramos, não tão antigas, como Casa Relvas ou Herdade dos Grous, ou mesmo recentes, como Symington Family Estates, entre muito outros. E isto sem esquecer as adegas cooperativas que funcionam muito bem e apresentam produtos de qualidade, como comprovam os resultados no nosso painel. A própria extensão geográfica, que é enorme – é a maior região do país, de Almodôvar a Nisa, e de Vila Nova de Mil Fontes a Elvas – e a diversidade de influências climatéricas e de solos (como referiremos abaixo em notas rápidas), são verdadeiros atributos. Por outro lado, a modernização de parte da vinha (com clones adequados e a introdução das denominadas ‘castas melhoradoras’) e a orografia gentil de segmentos do território (sobretudo a sul) também ajudam, bem como o progressivo melhoramento no acesso a água para rega, compensando a pouca chuva decorrente de um clima tendencialmente continental, e com a enorme vantagem da estabilidade climática, mesmo na época de vindima na qual raramente chove.

Por fim, destacamos a percepção geral muito positiva que os vinhos alentejanos conseguiram ao longo dos anos granjear junto do público, nacional e fora do país, sendo inequívoco que a marca Alentejo é das mais fortes no sector do vinho, fruto da qualidade geral nas várias gamas, mas também de rótulos badalados e afamados, sendo um dos melhores exemplos os clássicos Mouchão, Tapada do Chaves, Quinta do Carmo, Pêra-Manca/Cartuxa, bem como os topos de gama do Esporão ou de Júlio Bastos. A somar a estas marcas consolidadas, projectos modernos pululam, quase sempre resultado do trabalho de jovens produtores e enólogos que viram no Alentejo uma região com menos obstáculos do que as demais, e não perderam a oportunidade para investir, caso, por exemplo, de Catarina Vieira/Pedro Ribeiro (Rocim), Luís Louro (Adega do Monte Branco), Tiago Cabaço e António Maçanita (Fita Preta). O facto de algumas marcas de nicho também terem o seu espaço e sucesso – a Quinta do Mouro, com os seus seguidores leais, será o pináculo mais evidente –, é, por fim, o último vértice deste triângulo dourado de marcas.

Não espanta, assim, que mesmo em anos tão complicados como 2020, a exportação dos vinhos alentejanos tenha apresentado resultados positivos. Como nos destaca Francisco Mateus, Presidente da CVR do Alentejo (CRVA), mesmo com as consequências terríveis do COVID no canal Horeca (consumo fora de casa, nomeadamente hotelaria e restauração) e não só, e ainda a sentirem-se as pesadas quebras registadas em mercados anteriormente determinantes para a região como Angola, o Alentejo manteve-se em linha com anos anteriores exportando 17,7 milhões de litros (+0,1%) no valor de 59,1 milhões de euros (-0,5%), de acordo com os dados estatísticos oficiais (INE). Efectivamente, é de destacar que, em 2020, a região teria atingido os melhores números na exportação desde 2014, não fossem os resultados negativos em países como Angola, China ou Rússia. Ora, todas as razões acima elencadas são fundamentais para que num segmento de preço médio a ‘premium’ se encontre qualidade e consistência. Esse segmento médio é fundamental para o Alentejo continuar a reinar nas prateleiras das grandes superfícies (apesar da concorrência forte da região da Península de Setúbal e mesmo do Douro), da mesma forma que o segmento ‘premium’ só vence no canal Horeca se os preços se mantiverem competitivos.

Tintos AlentejoProfissionalismo a todos os níveis

Fomos, então, falar com alguns enólogos que, a par do Alentejo, trabalham noutras regiões para saber se o pressuposto com que começámos este texto se encontra correcto. Diogo Lopes, que na região assessora António Lança (Herdade Grande) na Vidigueira e Couteiro Mor (Herdade do Menir) em Montemor-o-Novo, confirmou-nos que uma das vantagens da região são, precisamente, os resultados actuais da reestruturação das vinhas que começou nos anos ‘90 do século passado. O enólogo, que trabalha noutras regiões como Lisboa ou Açores (Terceira), identifica os progressos na selecção de castas e na introdução de rega (presente em quase toda a região, com a excepção de algumas vinhas velhas em Portalegre, Borba e Granja-Amareleja), mas também na orientação de linhas e nos sistemas de condução, como condição de sucesso. Sucesso esse que permite, no seu entender e experiência, produzir até 10 toneladas por hectare com grande qualidade e consistência, nível de produção esse que é sensivelmente o dobro da média nacional (que é muito baixo, em qualquer caso). Mas, note-se, não se julgue que 10 toneladas é excessivo pois, para termos uma ideia comparativa, uma casta como o Alicante Bouschet pode produzir, com relativa qualidade e em solo adequado para o efeito, até 25 toneladas por hectare, ou mais… Sobre castas, Diogo Lopes revela-nos que tem sido positivamente surpreendido pelo carácter dos vinhos das clássicas variedades Tinta Grossa e Tinta Caiada das vinhas velhas, que actualmente vindima separadamente para as conhecer melhor e, quem sabe, pensar num novo vinho para o futuro… Ainda sobre uvas, o enólogo reconhece a qualidade do Alicante Bouschet na região, e a tendência para que entre em lotes com Touriga Nacional e Syrah, uma “fórmula” de grande sucesso junto do público.

Igualmente muito interessante foi o feedback de Luis Patrão, enólogo da Tapada de Coelheiros, que conhece muito bem a região, desde o tempo em que oficiou no Esporão. O enólogo, que tem um projecto familiar na Bairrada, identifica a escala da planície alentejana, a dimensão de alguns produtores e das próprias propriedades como factores determinantes para se conseguir muito bom vinho a bom preço. Com efeito, é essa escala que permite aos produtores diluírem investimentos avultadíssimos em adegas e no profissionalismo da viticultura. Como nos confidenciou, existem adegas apetrechadas em todo o país, mas mecanização topo de gama de vindima, de rega e de poda, ou instrumentalização sofisticada (como pulverisadores geo-referenciados a partir imagens de satélites), como sucede no Alentejo, é raro encontrar nas demais regiões. A este respeito, a ideia generalizada parece mesmo ser a de que o Alentejo introduz e é pioneiro no país em tecnologia de ponta, ou seja, “começa a fazer”, e frequentemente só anos depois as outras regiões seguem a tendência.

Aposta na sustentabilidade

Pedro Pereira Gonçalves, administrador e enólogo do Monte da Ravasqueira, destaca ainda o factor tempo, no sentido em que no Alentejo consegue entregar, em 12 meses, um vinho de qualidade e pronto a beber, algo que beneficia a indústria no geral – potenciando parcerias, evitando stocks, beneficiando a tesouraria – e isto não é fácil de encontrar noutras regiões.  O dinâmico e irreverente António Maçanita (Fita Preta, Azores Wine Company, entre outros projectos) também não tem dúvidas que o Alentejo é, generalizando, a região portuguesa mais profissional na produção de vinho, igualmente destacando que para tal contribui largamente a área média das propriedades que é, por regra, superior às restantes regiões.  Mas chegados aqui, somos forçados a concluir que será então a diferenciação, e os segmentos de preço mais elevados, os principais desafios e objectivos do Alentejo, posto que na área da produção e boas práticas só existem, como vimos, notícias positivas. Nesse capítulo, António Maçanita tem sido dos mais activos a divulgar algum do património histórico da região. Com efeito, é sabido que o encepamento do Alentejo foi fortemente renovado nos últimos 35 anos, sendo hoje menos presentes castas que antigamente marcavam a paisagem vitícola regional. Casos do Castelão e da própria Trincadeira, e das mais raras Tamarez, Alfrocheiro ou Tinta Carvalha. A procura de boa cor e boa maturação, fez privilegiar castas como o Aragonez ou o Alicante Bouschet; por sua vez, a necessidade de uma consistência na qualidade fez triunfar a Syrah ou a Touriga Franca. Já Maçanita, a partir de um vinhedo muito velho – Chão dos Eremitas – procura recuperar o património perdido, comercializando uma excelente gama de monocastas que divulgam um Alentejo diferente e com grande valor acrescentado.

Por falar em divulgação, esse é outro desafio do Alentejo. Região de grande dimensão como nós referimos, e com várias sub-regiões e uma enorme diversidade de solos, não é fácil criar um único padrão e imagem em torno da marca Alentejo. Como acima também dissemos, dúvidas não existem que a marca é muito forte junto do público, todavia associada, em regra, a vinhos de planície e de clima quente o que, sendo verdade em relação a algumas das sub-regiões, deixa outras de fora e é uma imagem redutora dos múltiplos terroirs e castas alentejanos. Em todo o caso, é injusto não referir que o Alentejo foi das primeiras regiões a criar um laço de relação e comunicação fortes com os consumidores. Como nos diz Pedro Pereira Gonçalves a este respeito, a região foi inovadora na imagem e no packaging em geral, criando um modelo de vinho que o consumidor sabe que lhe vai agradar.

Outra demonstração da modernidade e inovação da região, tem sido o investimento e trabalho em projectos vanguardistas de sustentabilidade, mantendo-se, todavia, uma região “amiga dos enólogos” como ouvimos muitas vezes dizer. Nesse aspeto particular, bem como na viticultura de vinhas com extensão, o Alentejo não tem rival. Tendo como parceiro principal a Universidade de Évora, a Comissão Vitivinícola Regional do Alentejo tem vindo a desenvolver e promover melhores práticas no que respeita à sustentabilidade, mantendo a competitividade. Projecto pioneiro no país, o Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo centra-se na viticultura e na adega. A par do essencial, a conservação do ambiente e a utilização mais eficiente dos recursos, trata-se de um projeto com impacto económico positivo nos produtores, uma vez que são já vários os ‘tenders’ – propostas de aquisição – vindos de países do norte da europa, sobretudo aqueles com mercado organizado em monopólio, a dar prevalência na compra de vinhos com selos de sustentabilidade…

Em suma, e como vimos, são vários os factores que contribuem para o sucesso do Alentejo nos tintos entre os €8 e os 15€. Mas não nos esquecemos é no segmento abaixo dos 5€, e mesmo dos 3€, que a grandíssima fatia do mercado se foca. Ora, também nessas gamas, o Alentejo – pelas mesmas razões acima aduzidas – tem posição de destaque, ainda que a concorrência seja cada vez maior. E o mesmo se diga nos perfis modernos e internacionais da gama ‘premium’, sempre cativantes e de enorme aprumo, e ainda num estilo clássico e revivalista a que cada vez mais assistimos, muitas vezes assente em castas antigas e/ou no uso da talha, que constitui sem dúvida uma mais-valia para a região no que toca aos consumidores mais exigente. Ou seja, o Alentejo tem tudo!

O Alentejo em poucas palavras

Tintos Alentejo
Portalegre (Quinta da Fonte Souto)

 

Solos: Território marcado por um clima continental, tendencialmente seco (pouca chuva), com excepção dos terroirs de influência atlântica, tem nos múltiplos tipos de solos um dos principais factores de diversidade. Dos granitos e xistos, às areias e argilas, passando pelos calcários e mármores, sendo comum que, num espaço de poucos quilómetros, alguns desses solos convivam em extrema proximidade, caso por exemplo da região da Vidigueira, e à volta de Estremoz, ou mesmo na Serra de São Mamede onde encontramos autênticos solos de fusão entre xisto, argila (argilo-limoso) e granito. Na sub-região de Borba o xisto é muito presente, mas ali também se encontra argila e mármore; no Redondo o xisto também é protagonista, encontrando-se ainda alguns filões de granito. Já na Granja-Amareleja, os solos são sobretudo de barro e extremamente pobres.

Clima e altitude: O clima, como acima escrevemos, é tendencialmente continental, mas mais uma vez existem variações. As sub-regiões de Borba, Redondo, Reguengos e Évora, são claramente sujeitas a um clima continental, tal como a Vidigueira apesar de esta beneficiar da influência da Serra do Mendro na retenção das brisas atlânticas para algum orvalho nocturno. No Alto Alentejo são comuns vinhas em altitude, como sucede em Portalegre, por vezes acima dos 600 metros do nível do mar, descendo para cerca de 300 metros em Estremoz. Em ambos os casos, as temperaturas no Verão, sendo elevadas, não são tão escaldantes quanto no resto da região. No Sul, as regiões de Moura e Granja-Amareleja são naturalmente cálidas e solarengas, pelo que o clima é extremo apesar das vinhas (sobretudo Moreto) a isso estarem habituadas.

Castas: Também as castas são um factor de diversidade, encontrando-se em grandes manchas o Aragonez e o Alicante Bouschet e, em menor dimensão, a Trincadeira e o Castelão. As omnipresentes Touriga Nacional e Syrah (extremamente consistente) também são baluartes para se produzir com qualidade, com a Touriga Franca também a ganhar espaço. Para as bordalesas Cabernet Sauvignon e Petit Verdot não haverá talvez melhor região no país, e as tradicionais Alfrocheiro, Tinta Caiada, Tinta Grossa e Moreto marcam igualmente presença. Quanto a esta última, que tem na sub-região Granja-Amareleza o seu porto-seguro, é cada vez mais elogiada pelo seu carácter (sobretudo se vinificada em talha).

Certificação: Não existindo qualquer hierarquia entre as duas categorias de vinho certificados, os de Denominação de Origem (ou seja, DOC Alentejo), e os de Indicação Geográfica (os Regional Alentejano), os DOC são sujeitos a regras mais rígidas, sobretudo no que respeita à utilização de castas tidas como mais tradicionais, e têm necessariamente que provir das 8 sub-regiões estabelecidas. Já os Regionais podem provir da vasta área de vinha situada fora das sub-regiões, até mesmo do litoral vicentino onde se produzem brancos muito interessantes.

Tintos Alentejo
Vidigueira (Herdade Grande)

(Artigo publicado na edição de Maio de 2021)[/vc_column_text][vc_column_text]

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Quinta da Fonte Souto tem novo Centro de Visitas

Fonte Souto centro visitas

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Situada em Portalegre, no terroir único da Serra de São Mamede, a propriedade alentejana da Symington Family Estates, Quinta da Fonte Souto, já abriu o seu novo Centro de Visitas. Sob o mote “um outro vagar”, este […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Situada em Portalegre, no terroir único da Serra de São Mamede, a propriedade alentejana da Symington Family Estates, Quinta da Fonte Souto, já abriu o seu novo Centro de Visitas.

Sob o mote “um outro vagar”, este Centro de Visitas integra várias experiências de enoturismo, como visitas guiadas, provas de vinhos, passeios, petiscos, piqueniques, entre outras. Os visitantes têm ainda a oportunidade de descobrir particularidades sobre a sub-região de Portalegre, preservação do território e da natureza, o cuidado com as vinhas e ainda compreender o processo de vinificação e produção a partir da data da vindima. No armazém, é explicado o processo de estágio, o tipo de barricas utilizado e a evolução do vinho.

Quanto a provas de vinho, há duas: A Prova Clássica (15€) dá a conhecer três vinhos produzidos na propriedade: Florão Branco, Florão Tinto e Quinta da Fonte Souto Tinto. Já a Prova Premium (25€) inclui uma seleção mais alargada, colocando em degustação os vinhos Florão Branco e Tinto, o Quinta da Fonte Souto, também Branco e Tinto, e ainda o Vinha do Souto Tinto. Há também uma carta de vinhos a copo que podem ser acompanhados com vários petiscos, como tábua de queijos ou enchidos, azeitonas ou amêndoas torradas.

Para quem quiser contactar ainda mais com a natureza da Quinta da Fonte Souto, há passeios pelas vinhas. Nesta primeira fase de abertura, os visitantes podem usufruir apenas de um percurso pré-definido, mas em breve serão três os roteiros, que dão a conhecer alguns dos recantos da propriedade de 207 hectares.

A Quinta da Fonte Souto sugere ainda um piquenique com produtos regionais para encerrar esta experiência no Centro de Visitas. O menu, pensado para duas pessoas, inclui iguarias como pão rústico, chutney de cogumelos e coentros, queijo curado alentejano, paio do cachaço de porco preto, azeitonas, broas de bolota e ainda fruta da época. O piquenique inclui água e uma garrafa de Florão Branco. Há ainda a possibilidade de ser adicionado um menu de criança (por 12€) que inclui pão rústico, fruta da época, doce de castanha e erva-doce, um snack de batatas fritas ou frutos secos, água e um sumo de laranja. Esta experiência deve ser reservada com 48 horas de antecedência e tem o custo de 40 euros.

A Symington lembra que o Centro de Visitas da Quinta da Fonte Souto pode ser visitado todos os dias da semana, das 10h00 às 19h00. Nesta primeira fase do projecto, as experiências do enoturismo estarão disponíveis até 31 de Outubro, regressando depois na Primavera de 2022.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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ViniPortugal recebe prémio internacional “Campanha Comercial do Ano”

ViniPortugal campanha comercial

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Os prémios britânicos Drinks Business Awards 2021 elegeram a campanha “Wines of Portugal Month – June is for Indies!”, da ViniPortugal, como Campanha Comercial do Ano. Durante o mês de Junho de 2021, a marca Wines of […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Os prémios britânicos Drinks Business Awards 2021 elegeram a campanha “Wines of Portugal Month – June is for Indies!”, da ViniPortugal, como Campanha Comercial do Ano.

Durante o mês de Junho de 2021, a marca Wines of Portugal promoveu a #JuneIsForIndies, campanha orientada para o sector do retalho independente do Reino Unido, também conhecidos por indies. Com o objetivo de aumentar a visibilidade dos vinhos portugueses junto dos comerciantes locais, a campanha da Wines of Portugal contou com a participação de 15 indies e de 15 influenciadores locais. Cada indie contou com um influenciador de redes sociais da região para o ajudar a divulgar e a aumentar a notoriedade dos vinhos portugueses na sua loja através dos hashtags #JuneIsforIndies e #WinesofPortugalUK e do incentivo dos seus seguidores a apoiar o comerciante local (indie).

Frederico Falcão (à direita na foto), presidente da ViniPortugal, expressou o seu contentamento: “O Reino Unido é o terceiro maior mercado para os nossos vinhos, sendo com enorme satisfação que recebemos este prémio e que se traduz numa prova do nosso interesse em aproximarmo-nos dos comerciantes locais. É nosso objectivo consolidar a presença dos vinhos de Portugal neste mercado, através da melhoria do seu posicionamento estratégico. Em 2020, as exportações de vinho português para o Reino Unido cresceram cerca de 18% em valor. Com estes resultados, estamos ainda mais optimistas com o nosso objetivo em aumentar a nossa quota de mercado no Reino Unido.”.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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Moscatéis portugueses voltam a brilhar no concurso Muscats du Monde

Muscats du Monde Moscatéis

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[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Nos passados dias 7 e 8 de Setembro decorreu, na Occitânia (região do Sul de França), a 21ª edição do concurso internacional Muscats du Monde, no qual três Moscatéis de Setúbal e um Moscatel do Douro integraram o TOP 10: Bacalhôa Moscatel de Setúbal Superior 10 Anos 2004, Adega de Palmela Moscatel de Setúbal 10 Anos, Venâncio da Costa Lima Moscatel Roxo de Setúbal Reserva da Família 2017; e Adega de Favaios Moscatel do Douro 2000.

Dos 19 países representados, Portugal conquistou um total de onze medalhas – seis de Ouro e cinco de Prata – nove das quais atribuídas a Moscatéis de Setúbal. Além dos Moscatéis já referidos, também os vinhos Venâncio da Costa Lima Moscatel de Setúbal Reserva 2009 e Adega de Favaios Moscatel do Douro obtiveram Ouro. Já os vinhos Adega de Palmela Moscatel de Setúbal 2018, Paço do Bispo Moscatel Roxo de Setúbal 2019, Casa Ermelinda Freitas Moscatel de Setúbal Superior 2009, Venâncio da Costa Lima Moscatel de Setúbal 2018 e Contemporal Moscatel Roxo de Setúbal receberam medalha de Prata.

Durante os dois dias do concurso Muscats du Monde, foram provados 182 moscatéis de todo o Mundo. O júri internacional atribuiu 60 medalhas, 35 de Ouro e 25 de Prata. [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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Six Senses Douro Valley cria programa de fidelização Wine Moments

Six Senses Wine Moments

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[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Pleno de vantagens para os clientes do Six Senses Douro Valley, o Wine Moments é um programa de fidelização que vem prolongar a relação do hotel duriense de luxo com os enófilos.

O Wine Moments tem duas modalidades de afiliação — Tawny e Vintage — e ambas incluem um kit de boas-vindas, um pack de visitas guiadas a produtores do Douro, uma degustação de vinhos, o envio de caixas de vinho “mistério” algumas vezes por ano, condições especiais para eventos de vinho no hotel e desconto de 5% em vinhos disponíveis na loja do Six Senses Douro Valley. O programa é anual e renovado automaticamente, estando disponível uma política de cancelamento.

Para mais informações ou inscrição, os interessados no Wine Moments deverão ligar para o número +351254660600, ou enviar um e-mail para sommelier-dourovalley@sixsenses.com ou mario.claro@sixsenses.com. No caso de estarem hospedados no Six Senses Douro Valley, basta abordar um dos funcionários neste sentido.

O hotel Six Senses Douro Valley está situado nas margens do rio Douro, e é composto por 60 quartos e suites. Inserido numa propriedade com 8 hectares, tem três restaurantes que dão especial realce a produtos locais e a uma lista de vinhos produzidos na região.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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Mateus será um dos primeiros vinhos a ter U-Label

U-Label vinhos

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]No dia 30 de Setembro será apresentado o U-Label, um projecto-piloto europeu para rótulos electrónicos de vinhos e bebidas espirituosas. Com o Mateus a ser comercializado com este tipo de rótulos no início de 2020, a Sogrape […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]No dia 30 de Setembro será apresentado o U-Label, um projecto-piloto europeu para rótulos electrónicos de vinhos e bebidas espirituosas. Com o Mateus a ser comercializado com este tipo de rótulos no início de 2020, a Sogrape passa a ser a primeira empresa portuguesa, e uma das primeiras 15 europeias, a integrar esta plataforma que tem o objectivo de aumentar a transparência e o acesso à informação, por parte do consumidor.

Garrafa de Mateus Rosé com U-Label.

Este projecto, promovido pelo Comité Européen des Entreprises Vins (CEEV) e pelo spiritsEUROPE, permite que, através de um QRCode no rótulo electrónico, as empresas de vinho e de espirituosas forneçam ao consumidor informações como nome, imagem, categoria de produto, país de proveniência, lista de ingredientes, declaração nutricional e outras afectas à sustentabilidade do produto, bem como mensagens sobre consumo responsável. 

Raquel Seabra, administradora da Sogrape, refere: “É com muito orgulho que somos uma das primeiras empresas a integrar o projeto U-Label. Trabalhamos todos os dias para inspirar vidas mais felizes e mais responsáveis. Através desta plataforma, seremos capazes de fornecer mais informação aos nossos consumidores, aliando a tradição e a cultura vínica a uma ferramenta digital inovadora, em prol de um futuro melhor e mais transparente”.

O U-Label será apresentado num evento digital, a partir das 16h00. Assista à apresentação AQUI.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo premiado nos IRGAwards

Alentejo IRGAwards

Os IRGAwards — prémios promovidos pela Deloitte, há mais de três décadas — estrearam este ano uma nova categoria, a “Sustainability Initiative Award”, e a primeira entidade a receber este galardão foi o Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA), um projecto da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA). Segundo a Deloitte, este novo prémio […]

Os IRGAwards — prémios promovidos pela Deloitte, há mais de três décadas — estrearam este ano uma nova categoria, a “Sustainability Initiative Award”, e a primeira entidade a receber este galardão foi o Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA), um projecto da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA).

Segundo a Deloitte, este novo prémio pretende reconhecer iniciativas que “tenham tido um impacto significativo na melhoria das condições do governo societário ou do mercado, visando nomeadamente atender à responsabilidade pelos impactos sociais e ambientais da atividade empresarial”.

“Foi com muito orgulho que recebemos a distinção dos IRGAwards, de um programa que coloca a região do Alentejo como pioneira na implementação de políticas e medidas de agricultura sustentável, e que vão ao encontro dos objectivos traçados para a construção de um futuro melhor”, afirma Francisco Mateus, presidente da CVRA.

O Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejofoi criado em 2015 e conta já com 448 membros associados, que representam mais de 42% da área de vinha do Alentejo. Este programa foi já distinguido com outros prémios internacionais, como o “The Drinks Business Green Awards”; os Prémios Europeus de Promoção Empresarial, uma iniciativa da Comissão Europeia e coordenada, em Portugal, pelo IAPMEI; ou o título de Embaixador Europeu de Inovação Rural pelo projeto LIAISON, uma Parceria Europeia de Inovação para a Produtividade Agrícola e Sustentabilidade lançada, igualmente, pela Comissão Europeia.

Vinhão vs. Sousão: A dupla face de uma uva

vinhão sousão

Vinhão no Minho e Sousão no Douro e no resto do país – dois nomes da mesma casta, duas realidades unidas geneticamente e separadas estilisticamente, duas faces da mesma moeda, cara e coroa, yin e yang. Uma casta intensa, com tudo no máximo – cor, acidez, tanino, onde as possíveis fraquezas são consequências das suas virtudes.   […]

Vinhão no Minho e Sousão no Douro e no resto do país – dois nomes da mesma casta, duas realidades unidas geneticamente e separadas estilisticamente, duas faces da mesma moeda, cara e coroa, yin e yang. Uma casta intensa, com tudo no máximo – cor, acidez, tanino, onde as possíveis fraquezas são consequências das suas virtudes.  

Texto: Valéria Zeferino

Como no caso de Syrah e Shiraz, é mais do que uma sinonimia regional, trata-se de diferenças no perfil de vinhos produzidos. O Vinhão representa um vinho popular, por vezes rústico, franco e imediato na fruta e no modo de consumo e o Sousão refere-se ao vinho de nicho, menos divulgado e mais selectivo, onde a forte personalidade da casta fica moldada pela abordagem enológica.

Entretanto, está-se a assistir a uma mudança de paradigma: há Vinhões que ultrapassam a estigma do “vinho do ano” e Sousões a fingir que são Vinhões, como é o caso do Sousão Divina Lampreia da Quinta do Vallado ou de Maçanita Vinhos, onde esta questão se coloca mesmo no rótulo: é Sousão ou será Vinhão?

Na viragem do século, Vinhão/Sousão era a quarta casta tinta mais plantada em Portugal, representando 3% da plantação nacional. Hoje é a 10ª casta mais plantada, com 3772 ha a nível nacional, sendo a região do Minho responsável pela maioria das plantações. Com alguma expressão e peso no Douro, encontra-se também nas regiões de Trás-os-Montes, Alentejo e até no Algarve, mas é claramente minoritária, sendo mais uma curiosidade do que tendência.

Na terra de “nuestros hermanos” chama-se Sousón e está bastante presente na região de Galícia: DO Monterrei, Valdeorras, Rias Baixas, sobretudo nas sub-regiões Condado do Tea e O Rosal “coladas” ao rio Minho do outro lado da fronteira.

Planta-se também algum Vinhão/Sousão na África do Sul, Austrália e Califórnia, mas nos dados estatísticos aparece na categoria “outras castas” e normalmente é usada para produção dos vinhos licorosos.

Vinhão ou Sousão?

É uma casta originária do Minho, mais precisamente da ribeira do Lima. Viajou para o Douro no século XVII, por volta de 1790. Nesta altura, uma das principais castas do Douro era Bastardo, muito precoce, de teor alcoólico alto, mas com intensidade de cor baixíssima, por isto o Vinhão, assumindo o nome de Sousão, veio para conferir a sua cor intensa aos vinhos do Porto como alternativa às bagas de sabugueiro.

Mas existia no Minho outra casta, também antiga, com o nome Sousão. Aparecia mencionada nos estatutos da DO Vinho Verde até há relativamente pouco tempo. Esta casta não tinha nada a ver com Vinhão, nem com Sousão no Douro, mas o nome idêntico era suficiente para criar confusão. A questão resolveu-se com alteração do nome Sousão para Sezão em 2012 na lista de castas aptas à produção de Vinhos em Portugal, passando o Sousão do Douro a sinónimo oficial do Vinhão no Minho. Existem 7 clones homologados da casta e as características variam bastante em termos de rendimento, acidez e teor alcoólico.

É ou não é tintureira?

Ao contrário de maioria das castas com antocianinas concentradas na película, numa casta tintureira estas substâncias estão também presentes na polpa, ficando esta corada. As verdadeiras tintureiras são Alicante Bouschet, Petit Bouschet, Grand Noir ou Saperavi, entre mais algumas. Todas possuem a polpa corada. O nosso Vinhão ou Sousão, não tem esta característica, pelo menos de uma forma homogénea.

O Visconde de Villa Maior, na sua obra “O Douro Ilustrado”, afirma que a matéria corante do Sousão reside, como em todas as castas, na película. Embora Cincinnato da Costa, no seu “Portugal Vinícola”, mencione que Vinhão “é a casta mais retinta que conheço” e aponte outros nomes, bem sugestivos em relação à cor, como Negrão, Tinta ou Espadeiro da Tinta, ao mesmo tempo refere que “nem todos os bagos do mesmo cacho apresentam a polpa corada”.

Tiago Alves de Sousa, que representa a nova geração da empresa familiar duriensa Alves de Sousa, confirma que existe muita heterogenidade em termos de cor nos bagos de Sousão: alguns são levemente corados, outros completamente pigmentados. O produtor e enólogo Anselmo Mendes explica que aos 12-13% de álcool potencial, o Vinhão não tem cor na polpa. Existe uma grande concentração de antocianinas na película que migram para a polpa na última fase de maturação.

O mais importante de tudo é que a cor nesta casta é altamente extraível, por isto, tintureira ou não, tinge tudo e alegra aqueles que apreciam a sua cor retinta característica.

vinhão sousão
Casa Santa Eulália

 

Vinhão no Minho

De entre outras castas do Minho, Vinhão é a mais conhecida e mais divulgada. Tem maior expressão nas sub-regiões de Lima, Basto, Ave. E Amarante é afamada pelos seus vinhos tintos com predominância de Vinhão, sobretudo da zona de Gatão. Não é por acaso que o primeiro “Gatão” da Borges, lançado em 1935, era tinto.

Em 1999, Vinhão ocupava 7 928 ha, em 2017 apenas metade – 3 447 ha, mas é uma das castas mais utilizadas no âmbito de restruturação da vinha (518 ha), sendo a única casta tinta a ser replantada com esta dimensão.

É curioso, que a casta Vinhão, quase ignorada no resto do país, na região dos Vinhos Verdes faz parte da vivência e hábitos gastronómicos. Nas tascas e restaurantes locais é indispensável na época da lampreia. Antigamente, o vinho de lavrador guardava-se em pipas, hoje muitos proprietários têm cubas de 100 a 500 litros para servir vinho tinto a copo e também vendê-lo a granel aos habitantes fiéis ao sabor da tradição. A partir de Novembro começa-se a procurar os melhores vinhos pelas tascas da região. E não são baratos! Compra-se a 5 euros um litro de um bom Vinhão, enquanto o vinho branco nestas condições custa um pouco mais de 1 euro por litro. Os antigos diziam que um tinto é bom quando suja as paredes das canecas ou malgas em que é bebido. Hoje em dia, a cor é ainda uma qualidade essencial, enquanto a presença de gás carbónico já é menos importante, conta o produtor da marca Sapateiro, Tiago Soares.

É entusiasmante ver alguns pequenos produtores com vontade e ambição de mudar o paradigma e mostrar ao mundo que o Vinhão é muito mais do que um vinho de garrafão, que a casta, desde que acarinhada e vinificada para potenciar as suas qualidades, é capaz de originar vinhos com personalidade e certo nível de elegância. Este potencial da casta nunca antes foi explorado na sua região de origem.

Tiago Soares fez o seu Sapateiro Vinhão perseguindo o propósito de mostrar que a casta pode dar um vinho sério, pleno e de guarda. Na qualidade de sal e pimenta adicionou 2,5% de Azal Tinto (Amaral) e 2,5% de Touriga Nacional. O estágio decorreu durante 24 meses em barrica nova de carvalho francês. O vinho foi engarrafado sem adição de CO2 e ainda estagiou 10 meses em garrafa antes de ser lançado para o mercado.

Outro pequeno produtor com um belo Vinhão de nova geração é António Sampaio da AJTS que abraçou o projecto familiar com um estilo incrível. O Vinhão, neste caso, provém de uma vinha plantada pelo seu pai em 2002. Não é uma casta muito vigorosa e no solo granítico muito pobre produz apenas 2-3 tn/ha, não necessitando de monda. As uvas são pisadas a pé em lagar, segue um estágio de 16 meses em barricas de carvalho francês e mais 9 meses em garrafa.

O Vinhão tem, de facto, a capacidade e estrutura para integrar a barrica, mantendo a sua fruta primária viva e adquirindo complexidade. Uma certa rusticidade contribui para lhe apurar o carácter.

O enólogo e produtor Anselmo Mendes tem uma abordagem completamente diferente. A uva provém de 2 ha de uma vinha velha em Ponte da Barca, que na sua opinião é a melhor zona para Vinhão. Considerando a casta muito rústica e um pouco desiquilibrada, produz “uma versão mais civilizada”, sem grande extração. Resulta num Vinhão mais ligeiro e aberto, mas que mostra o seu cartão de visita: acidez e estrutura significativa para aguentar algum tempo em garrafa.

vinhão sousão
Costa Boal crédito Paulo Pereira

Sousão no Douro

A casta Sousão no Douro ocupa 325 ha e maioritariamente é uma componente de lote, quer para vinhos de mesa quer para vinhos do Porto, sobretudo Vintage.

No Douro dá-se melhor nas zonas mais frescas do Baixo Corgo e em algumas partes do Cima Corgo. Já o Douro Superior é demasiado seco e quente para Sousão, pois a casta, embora preserve bem a sua acidez natural, em condições quentes, sobretudo com falta de água, tende a desidratar e passificar rapidamente e perde um pouco a sua famosa cor retinta de rubi violáceo. Como diz o enólogo e produtor António Maçanita, “o Sousão é tramado, um pouco como a Trincadeira: ou está verde ou está em passa”.

Na Quinta do Vallado fazem um monovarietal de Sousão desde 2004. Francisco Ferreira, um dos proprietários da quinta e responsável pela produção, gosta da casta pelo seu carácter vincado e consistência em termos de qualidade. Uma vinha de 5 ha de Sousão já com 25 anos fica mesmo por cima da adega, virada a poente. Francisco Ferreira conta que não precisa de fazer monda de cachos, pois a produção naturalmente não passa dos 3 500 kg/ha. Se fosse virada a Sul, não produzia nada. É normalmente vindimada na terceira semana de Setembro.

O vinho fermenta em lagar: depois do corte de 3-4 horas, durante a fermentação só molham a manta 1-2 vezes por dia. Tiram do lagar antes de acabar a fermentação. Faz maloláctica e estagia em barricas, 40% novas e 60% de 2º ano. São vinhos bastante duros no início, precisam de tempo em garrafa. Por isto agora, extraem menos, retiram mais cedo do lagar, usam menor percentagem de barrica nova e com menos tosta. O vinho fica bebível mais cedo sem perder o potencial de guarda. A partir de 2017 fazem no Vallado um Sousão na versão “Vinhão”. É feito de uvas de uma vinha mais nova, também em lagar, mas sem madeira, e lançado em Dezembro do ano de vindima, para a época de lampreia.

Para Tiago Alves de Sousa, Sousão é uma “casta extraordinária com alguns caprichos”. O interesse surgiu no âmbito do estudo das vinhas velhas do Abandonado. Fizeram o primeiro Sousão monocasta em 2009. Aprecia a sua frescura aromática com lado mais herbal, estrutura, e espinha dorsal de acidez e tanino robusto. Mas se não tiver maturação suficiente, tudo acaba por estar em demasia, angular, e o lado herbal passa a vegetal. Por outro lado, a exposição é importante. No Vale da Raposa (Baixo Corgo) com altitude 300-350 metros a vinha pode ser virada a poente, enquanto no Pinhão, na cota mais baixa tem tendência para emurchecer, por isso, lá a vinha é virada à nascente. Estagia 18 meses, 50% barricas novas e 50% de 2º ano. Uma parte é carvalho nacional que, pela experiência de Tiago Alves de Sousa, funciona bem com o perfil da casta, pois “se a madeira for muito subtil, o vinho come-a”.

O Sousão dos irmãos Maçanita é o mais provocativo de todos no Douro, não só pela sua graduação baixa (12,5%), como pelo estilo. António Maçanita explica que não foi propositadamente, é mais uma constatação do que a casta proporcionou. E não foi vindimado mais cedo, a Joana indica que uvas foram colhidas em Setembro depois da Touriga Nacional de letra A. Provavelmente, tem a ver com clone específico. A vinha fica no Cima Corgo, entre Pinhão e Ferrão, numa zona com vegetação e bastante água, não permitindo grande desidratação. Fica a macerar num lagarete até arrancar a fermentação (sem inoculação). O vinho dá aromas de tinta-da-china, faz lembrar Vinhão. É bruto, é rijo, é ácido – por isso procuraram o conforto na barrica nova para aconchegá-lo um pouco, onde ficou 11 meses.

vinhão sousãoO futuro da casta

Pelas suas caractarísticas intrínsecas, Vinhão/Sousão dificilmente chegará ao estrelato de uma Touriga Nacional. Continuará como um vinho de nicho, a despertar o interesse dos enófilos, sobretudo nos mercados mais maduros, onde se procura diferença de estilos e se aprecia o carácter de castas autóctones.

Nesta prova foi especialmente interessante constatar a mudança de paradigma nas mãos de produtores irriquetos, capazes de agarrar numa casta rústica e teimosa e mostrar o seu brilho interior. Imaginem Tarzan musculado, rijo e bruto a ser educado e vestido por um alfaiate de alta costura. É o que se pode fazer com Vinhão/Sousão.

(Artigo publicado na edição de Junho 2021)[/vc_column_text][vc_column_text]

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