Sabores tradicionais em destaque no Continente

Alheira de Mirandela, Queijo da Serra da Estrela, Farinheira do Fundão, Queijo de Azeitão e Morcela da Guarda são apenas algumas opções que pode encontrar em mais uma feira de Queijos, Enchidos e Vinhos da cadeia de supermercados Continente. No total são centenas de produtos de origem portuguesa, de quase todas as regiões do país. […]
Alheira de Mirandela, Queijo da Serra da Estrela, Farinheira do Fundão, Queijo de Azeitão e Morcela da Guarda são apenas algumas opções que pode encontrar em mais uma feira de Queijos, Enchidos e Vinhos da cadeia de supermercados Continente. No total são centenas de produtos de origem portuguesa, de quase todas as regiões do país. A feira decorre até 25 de Fevereiro e inclui ainda uma selecção de mais de 200 vinhos, em todas as faixas de preços. Destaque ainda para uma secção de acessórios para o vinho. Pode consultar o portefólio (e comprar online) no site do Continente.
A “tempestade perfeita”, mas em bom

Portugal está na moda e os seus vinhos também. Milhões de visitantes cheios de “sede”; portugueses cada vez mais interessados; restaurantes e bares atentos à onda. Tudo isto conjugado e fica assim explicado o aparente paradoxo de, em contraciclo com o resto da Europa, o consumo de vinho estar a aumentar entre nós. Bebe-se mais […]
Portugal está na moda e os seus vinhos também. Milhões de visitantes cheios de “sede”; portugueses cada vez mais interessados; restaurantes e bares atentos à onda. Tudo isto conjugado e fica assim explicado o aparente paradoxo de, em contraciclo com o resto da Europa, o consumo de vinho estar a aumentar entre nós. Bebe-se mais e bebe-se melhor.
TEXTO Luís Francisco FOTOS Ricardo Palma Veiga
FINAIS da segunda década do século XXI. O consumo de vinho desce um pouco por toda a Europa produtora de vinho. Toda? Não! Num cantinho da península sudoeste do continente, um punhado de irredutíveis lusitanos continua de copo na mão a desafiar a lógica. Bom, valha a verdade que não estão sozinhos… Mais de 20 milhões de visitantes em 2017 deram o seu contributo para esta curiosidade estatística: Portugal é o país do mundo com maior consumo de vinho per capita!
Se dividirmos os 54 litros anuais que em 2015 as estatísticas “serviram” a cada um dos portugueses com mais de 15 anos, isso representa um copo diário por cabeça. Não parece muito, mas é. As médias são sempre enganadoras. Porque há muita gente que não consome bebidas alcoólicas (as estatísticas apontam para quase metade da população) ou bebe apenas ocasionalmente. Assim, os outros teriam de ficar com a sua quota-parte…
Dados revelados recentemente pela Nielsen mostram que, pela primeira vez nos últimos dez anos, o crescimento do mercado do vinho na restauração é superior ao da distribuição. Na verdade, foi o dobro, nos primeiros três trimestres de 2017: oito por cento, contra quatro no comércio.
E, no entanto, os números existem. Bebe-se mais em Portugal (per capita, convém salientar) do que em qualquer outro país de mundo, incluindo o insuspeito Vaticano, estrela da tabela em muitos anos anteriores. E bebe-se mais do que no passado recente: registavam-se valores de mais de 60 litros per capita no final do século XX, mas depois a tendência foi sempre descendente, até se aproximar nos 40 litros no início desta década.
Mistério? Não. As explicações estão à vista de todos: primeiro, a vaga de notoriedade dos vinhos portugueses; segundo, o boom no turismo; terceiro, e conjugando os dois anteriores, a crescente popularidade do vinho entre os consumidores, que agora podem frequentar wine bars, beneficiar de serviço a copo em cada vez mais locais, desfrutar de um serviço cada vez mais atento nos restaurantes e ancorar as suas escolhas num número crescente de fontes de informação. Beber vinho está na moda.
Dados revelados recentemente pela Nielsen, a empresa de estudos de mercado que trabalha, entre outros, com o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), mostram que, pela primeira vez nos últimos dez anos, o crescimento do mercado do vinho na restauração é superior ao da distribuição. Na verdade, foi o dobro, nos primeiros três trimestres de 2017: oito por cento, contra quatro no comércio. E isso representa outra inversão nas tendências recentes: em 2001, indicam os números da Nielsen, o comércio retalhista representava 67 por cento do mercado de vinho, enquanto a restauração movimentava os restantes 33 por cento; pouco mais de década e meia depois, em 2017, essas percentagens passam, respectivamente, a 82 e 18 por cento. Ou seja, a restauração estava há muito a perder importância. Agora, os restaurantes são o sub-grupo mais dinâmico do mercado, com um crescimento de 12 por cento face a 2016.
Portugueses gastam mais por garrafa
Outro fenómeno está a acontecer: Vende-se mais vinho e a um preço mais alto no chamado “on-trade” (retalhistas), com uma subida de 3,22 euros para 3,33 euros/média por garrafa e as pessoas a optarem cada vez mais por vinhos um pouco mais valorizados; vende-se mais vinho a um preço ligeiramente menor no “off-trade” (canal Horeca), com a média por garrafa a passar de 8,68 para 8,51 euros. Porque muitos responsáveis pelos restaurantes e cafés estão a apostar numa política de preços mais atractiva, que fomenta o consumo de vinho às refeições.
“Prefiro vender mais a menor preço. Assim as pessoas não se encolhem de pedir a bebida e pedem vinho. E os que já pediam acabam por beber um vinho melhor.” Sara Almeida, gerente da Casa Aleixo, um clássico restaurante do Porto, resume uma ideia muito ouvida por estes dias: quando não se exagera na margem de lucro dos vinhos engarrafados, essa opção acaba por compensar financeiramente devido ao aumento do volume de vendas. “O consumo de vinho tem vindo a subir na nossa casa, penso que devido à política de não carregar no preço”, corrobora José Pinto, proprietário do icónico lisboeta Os Courenses, onde a clientela é maioritariamente portuguesa.
Por outras paragens, e com outra freguesia, a verdade é que o discurso não muda muito. Manuel Janeiro, proprietário do algarvio Veneza, enumera os factores que explicam a subida do consumo de vinho no seu estabelecimento: “O turismo, a qualidade dos nossos vinhos e os preços acessíveis.” Aqui, não há percentagens sobre o preço das garrafas. Cobram-se dez euros pelo serviço, seja num vinho de seis euros (que passa a custar 16), seja num de 30 (que fica pelos 40)… O resultado é um consumo bem mais acentuado de vinhos de gamas mais altas.
Sabia que…
Em 2017, não só a mítica barreira dos 750 milhões de euros em exportações foi ultrapassada como se previa que o total das vendas para o exterior superasse os 800 milhões.
No lisboeta Solar dos Presuntos, Pedro Cardoso, o proprietário, não tem notado um aumento do consumo de vinho. E era difícil… “Sempre vendemos muito vinho e continua a ser assim. É quase impossível vender mais do que isto.” Já no Porto, Maria Luísa, proprietária do restaurante Antunes, tem notado “a diferença desde que começou esta vaga do turismo” e destaca o facto de a clientela estrangeira apontar para mais alto na tabela de preços. “O português bebe mais o vinho corrente; os turistas vão para preços mais razoáveis, não os mais caros, mas a outro nível.”
Os frequentadores dos restaurantes bebem mais e estão muito mais informados. Nomeadamente os portugueses: “Começam a perceber cada vez mais de vinho, bebem melhor e mais caro.” Quanto aos estrangeiros, “conhecem menos, não arriscam em
marcas menos conhecidas”, relata Pedro Cardoso. Mas… “Quem os viu e quem os vê! Há 30 anos, havia quem pedisse gelo para pôr no vinho. Agora extasiam-se com vinhos de 20/30 euros que nos seus países custam o triplo.”
“Nota-se a evolução, em termos de vinho e de gastronomia. Mesmo os estrangeiros, em muitos casos, sabem o que procuram, o que mostra que tem havido um bom trabalho de divulgação dos produtores lá fora”, acentua Sara Almeida. Quanto a Manuel Janeiro, depois de salientar que “há muita gente mais informada” sobre o que quer na mesa, ressalva, no entanto, que no Veneza muitos ainda pedem aconselhamento. “Talvez porque temos 1.500 referências na carta de vinhos…” Pois.
Novos padrões de consumo
O universo do vinho tem sofrido uma autêntica revolução em Portugal nas últimas duas/três décadas, olhando para o campo da produção. Mas os últimos anos têm sido ainda mais intensos no outro extremo da cadeia: o consumo. E grande parte do cenário actual fica marcado pelo turismo. Subitamente, o mundo descobriu Portugal e apaixonou-se. Pelo país e pela sua mesa: gastronomia e vinhos são um dos factores de agrado mais citados por quem nos visita. Simultaneamente, a imprensa especializada norte-americana começou a dar destaque aos vinhos portugueses, intensificando, claro, a curiosidade de quem nos visita.
É a “tempestade perfeita”, mas em bom, para os vinhos portugueses. O mercado interno dispara (e os dados da Nielsen não incluem, por exemplo, os negócios feitos em lojas de produtores), as exportações batem recordes. Mas deixemos os mercados externos para outras análises e vamos então olhar mais de perto para a frente interna. E aí dominam os vinhos do Alentejo, com 35,7 por cento do mercado na distribuição e 30,3% na restauração. Nos restaurantes e similares, o Minho (+10%, para uma quota de mercado de 16,7%) e o Douro (+24%, para uma quota de 8,0%) estão a crescer muito, mas os vinhos do Tejo (+48%, para 2,6%) são os que mais sobem nas preferências dos clientes. Lisboa (+26%), Península de Setúbal (+18%), Douro (+15%) e Dão (+14%) são as regiões que mais crescem no retalho.
Com a economia a crescer, o desemprego em baixa e a confiança dos cidadãos em alta (85%, apenas dois pontos percentuais abaixo da média europeia), os portugueses estão mais disponíveis para gastarem dinheiro no lazer e tempos livres.
No terreno, na relação com os clientes, as tendências são mais palpáveis. Para começar, a localização de um restaurante pode potenciar vinhos da região em que está inserido. No Veneza, “vende-se muito vinho do Algarve”; na Casa Aleixo, “principalmente Douro e Vinhos Verdes – estes últimos são os preferidos dos japoneses”. Para quem visita um país de vinhos, há sempre a curiosidade de provar o produto da terra, claro. Mas, como realça, Pedro Cardoso, o gosto pessoal e a aposta do dono do estabelecimento também são relevantes. “Como gosto muito do Douro, esses são os vinhos que mais vendo no Solar dos Presuntos.” Nos Courenses, Douro e Alentejo são líderes, naturalmente, mas José Pinto destaca ainda outra região: “O Dão está a aparecer com coisas diferentes e boas.”
Outra nota unânime é o peso crescente dos brancos no total de vendas. “A nota mais forte dos últimos tempos é mesmo o vender-se cada vez mais branco”, relata Pedro Cardoso. “Estão cada vez melhores…”, justifica Manuel Janeiro. Quanto ao Vinho do Porto, “é mais estrangeiros do que portugueses”, sintetiza Sara Almeida.
Com a economia a crescer, o desemprego em baixa e a confiança dos cidadãos em alta (85%, apenas dois pontos percentuais abaixo da média europeia), os portugueses estão mais disponíveis para gastarem dinheiro no lazer e tempos livres. Aliando esse factor ao poder de compra dos milhões de visitantes que por cá passam, entre outras coisas, para beber um copo, então o sector do vinho tem todos os motivos para encarar o futuro próximo do mercado interno com confiança. E não há grandes segredos para ganhar esta batalha: “O crescimento passa por continuar a criar a apetência ao vinho como produto nacional de grande qualidade e com uma boa relação qualidade/preço, ganhando consumidores a outras categorias”, sintetiza Manuel Carvalho Martins, New Business Development Manager da Nielsen.
Números
45
Quase metade (45%) das vendas de vinho nas grandes superfícies comerciais em 2017 aconteceu no âmbito de promoções. Esta percentagem mais do que duplicou em dez anos (era de 21% em 2008)
42,5
A garrafa (42,5%) foi a embalagem mais popular nos primeiros nove meses deste ano, seguida do bag-in-box (39,6%), “outras” (14,2%) e garrafão (3,6%). Nos últimos quatro anos, o bag-in-box estabilizou e a garrafa ganhou terreno.
61,7
Quase dois terços (61,7%) do vinho vendido em Portugal este ano tem denominação de origem. O resto do mercado pertence aos vinhos de mesa (38%) e estrangeiros (0,3%).
Academia Vinhos de Portugal forma sommeliers espanhóis

Promover o interesse e o conhecimento pelos vinhos portugueses em Espanha são os principais objectivos da iniciativa que a Academia Vinhos de Portugal, da ViniPortugal, vai realizar junto de sommeliers daquele país. Serão realizadas acções em 10 cidades de Espanha e pretende-se chegar aos 300 formandos. O projecto arranca no dia 15 de Janeiro, em […]
Promover o interesse e o conhecimento pelos vinhos portugueses em Espanha são os principais objectivos da iniciativa que a Academia Vinhos de Portugal, da ViniPortugal, vai realizar junto de sommeliers daquele país. Serão realizadas acções em 10 cidades de Espanha e pretende-se chegar aos 300 formandos. O projecto arranca no dia 15 de Janeiro, em Madrid.
A Academia Vinhos de Portugal enquadra-se na estratégia de reforço da educação e promoção da marca Wines of Portugal no mercado espanhol, em particular junto de sommeliers, que têm um papel fundamental no aconselhamento e na recomendação de vinhos junto de profissionais de hotelaria e restauração bem como junto dos clientes finais.
As formações serão ministradas por Sofia Salvador, Wine Educator da ViniPortugal, e Sara Peñas, Sommelier e Formadora de Vinhos nas melhores instituições de ensino espanholas. A primeira sessão, liderada por Sofia Salvador, decorrerá no dia 15 de Janeiro, na Escuela de Hostelaría de Madrid. As restantes sessões, ministradas por Sara Peñas, decorrerão em datas e locais a divulgar em breve.
Cada formação, certificada com o Nível de Iniciação da Academia Vinhos de Portugal, terá a duração de três horas e dará a conhecer a realidade dos vinhos portugueses, nomeadamente tipos de vinhos, castas, regiões, climas e solos, prova de vinhos e a sua capacidade de harmonização gastronómica.
Redescobrir o rum da Madeira

[vc_row][vc_column][vc_column_text] O enquadramento legal desenhado em 2011 abriu caminho para a era moderna do Rum Agrícola da Madeira, um produto tão antigo quanto a própria presença humana na ilha. Sim, há rum feito em Portugal. E é excelente. TEXTO João Paulo Martins FOTOS DR IR à procura dos primeiros engenhos de açúcar na ilha […]
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O enquadramento legal desenhado em 2011 abriu caminho para a era moderna do Rum Agrícola da Madeira, um produto tão antigo quanto a própria presença humana na ilha. Sim, há rum feito em Portugal. E é excelente.
TEXTO João Paulo Martins FOTOS DR
IR à procura dos primeiros engenhos de açúcar na ilha da Madeira é mergulhar na história mais antiga da ilha, uma vez que o açúcar terá sido das primeiras colheitas a vingarem no território, plantadas pelos colonos portugueses. Após o fracasso de um primeiro ciclo do trigo (cereal de que sempre fomos deficitários), a cana mostrou uma óptima adaptação. E com a cana vieram os engenhos e veio também a destilação do açúcar, método através do qual se obtém o rum.
A produção é, assim, muito antiga e a área que estava reservada ao seu cultivo chegou a atingir os 6.500 hectares, números fabulosos se comparados com os actuais 155 hectares. Apesar disso contam-se 806 produtores de cana e cinco engenhos de destilação, dois deles de dimensão familiar. Desde sempre usado para a produção da poncha – bebida local à base de rum –, o rum agrícola viu o seu estatuto ser elevado à categoria que merecia em 2011, com normas e regras que permitiram obter destilados de grande categoria, já premiados em concursos de espirituosos. Temos, por exemplo, a indicação de idade, que vem no rótulo e que se estende dos 3 aos 25 anos, e passou a haver redobrados cuidados com a apresentação do produto, como se comprova no exemplo que mostramos.
A prova deste rum foi, devo confessar, uma enorme surpresa, pelo equilíbrio que mostrou, pela evolução que teve em casco, pelo carácter e grande nervo que revelou ao longo da prova. Mais um daqueles casos em que a prova cega nunca nos aproximaria da Madeira e muito provavelmente nos encaminharia para as Caraíbas. Escolhemos um topo de gama, um rum raro até pela pequena quantidade engarrafada, mas a prova que fizemos no Funchal não nos deixou dúvidas: estamos perante um grande destilado. A conhecer. O preço indicado refere-se à Garrafeira Nacional, em Lisboa, onde se encontra à venda.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_empty_space][vc_row_inner el_class=”remove-space-vinhos”][vc_column_inner width=”1/3″][vc_single_image image=”2616″ img_size=”medium” alignment=”center”][vc_raw_html]JTNDZGl2JTIwY2xhc3MlM0QlMjJnZS1kYWRvcyUyMiUzRSUwQSUwQSUzQ3NwYW4lMjBjbGFzcyUzRCUyMnBvbnR1YWNhbyUyMiUzRTE4JTNDJTJGc3BhbiUzRSUwQSUzQ3NwYW4lMjBjbGFzcyUzRCUyMnByaWNlJTIyJTNFJUUyJTgyJUFDNTQlMkM5MCUzQyUyRnNwYW4lM0UlMEElM0NzcGFuJTIwY2xhc3MlM0QlMjJpY29uJTIyJTNFJTNDaW1nJTIwd2lkdGglM0QlMjIyOCUyMiUyMHNyYyUzRCUyMiUyRndwLWNvbnRlbnQlMkZ1cGxvYWRzJTJGMjAxNyUyRjA3JTJGaWNvbi1iZWJlci5wbmclMjIlM0UlM0MlMkZzcGFuJTNFJTBBJTBBJTNDJTJGZGl2JTNF[/vc_raw_html][td_block_text_with_title custom_title=”970 Single Cask Edition” header_text_color=”#ac1e2c” el_class=”initial-title”]Rum Agrícola da Madeira
J. Faria & Filhos
Bonito na cor topázio com reflexos esverdeados, aroma pungente e intenso, com notas de frutos secos, de leve fruto tropical seco e alguma especiaria. Muito bem na boca, volumoso mas fino, com grande harmonia e uma sensação final longa e muito delicada ao fruto. (55,8%)[/td_block_text_with_title][/vc_column_inner][/vc_row_inner][/vc_column][/vc_row]
Museu do vinho do Dão… na net

O vinho do Dão já tem um museu virtual e a iniciativa pertenceu à Lusovini – Vinhos de Portugal, dinâmica empresa que tem sede em Nelas, no coração do Dão. A liderança do projecto coube ao empresário Casimiro Gomes, CEO da Lusovini, que explicou o motivo porque decidiu embarcar neste empreendimento: “Decidimos investir num museu […]
O vinho do Dão já tem um museu virtual e a iniciativa pertenceu à Lusovini – Vinhos de Portugal, dinâmica empresa que tem sede em Nelas, no coração do Dão. A liderança do projecto coube ao empresário Casimiro Gomes, CEO da Lusovini, que explicou o motivo porque decidiu embarcar neste empreendimento: “Decidimos investir num museu virtual da região vinícola em que temos a nossa sede, o Dão, porque 70% dos nossos vinhos são vendidos no estrangeiro e, portanto, a grande maioria dos nossos clientes não tem possibilidades práticas de nos visitar”. Não há visita física, fica a visita virtual. A coordenação ficou entregue a Virgílio Loureiro, um confesso apaixonado e conhecedor da história do vinho. Este professor aposentado do Instituto Superior de Agronomia começou por dizer que o projecto foi extremamente difícil de concretizar porque “a história do vinho do Dão ainda está por fazer”. De facto, Virgílio Loureiro teve que lidar com a exiguidade de vestígios, arquivos e prévias investigações, todos eles grandes obstáculos ao empreendimento.
No entanto, o resultado é bom, bastante vivo e com conteúdos de qualidade, tanto a nível de textos como de imagens. E o coordenado já garantiu que o site irá ter actualizações, à medida que novas investigações tragam novos elementos ao acervo.
Seis grandes capítulos
O site está dividido em seis grandes temas, começando com o surgimento da vinha e do vinho, há cerca de 8.000 anos. O capitulo seguinte lida com a chegada da videira e do vinho à Península Ibérica. Só em “O vinho no Dão” se entra no século XII e nos primeiros indícios da chegada do néctar das uvas a esta região de Portugal. Os três restantes capítulos lidam com a Paisagem do Dão, as suas castas principais e um interessante sobre “O vinho à mesa aristocrática”. Sabemos assim que, desde há muitas décadas, o vinho era tratado com muito respeito pelas grandes famílias da região. E mais não digo, que há muitas outras nuances…
O site contém ainda alguns jogos, indicados para os mais pequenos.
Os conteúdos estão para já em duas línguas – português e inglês – mas num futuro próximo estarão em mandarim (chinês) e francês.
Para visitar o museu, aponte para o endereço www.museuvirtualhistoriadovinho.com/pt/
Franceses vão testar túnel protector sobre a vinha

Está farto de fazer tratamentos contra doenças da vinha provocadas por excesso de humidade? Pois bem, pode haver uma solução para isto, cortesia de uma empresa francesa start-up, a Mo.Del. O produto chama-se Viti-Tunnel e no fundo é uma espécie de estufa que vai cobrir uma – ou parte – de linha de vinha. O […]
Está farto de fazer tratamentos contra doenças da vinha provocadas por excesso de humidade? Pois bem, pode haver uma solução para isto, cortesia de uma empresa francesa start-up, a Mo.Del. O produto chama-se Viti-Tunnel e no fundo é uma espécie de estufa que vai cobrir uma – ou parte – de linha de vinha. O bom da questão é que esta espécie de manga só será esticada quando há o perigo de elementos naturais – como a chuva – provocarem doenças na videira. Falamos de doenças provocadas por fungos (míldio, oídio) mas também de outras, como o ‘black-rot e a escoriose, ligadas à excessiva humidade. Este ano (e em 2019) vão ser dez os produtores a testar o produto, todos de Bordéus (cada um pagou 10.000 euros). Estes testes vão ser seguidos de perto e de forma cientifica pelo Instituto Francês da Vinha e do Vinho.
O sistema de esticar/encolher a manga (estilo telescópio) funcionará a energia solar e de forma automática, reagindo a sensores de humidade. Cada túnel irá, para já, proteger entre 50 e 100 metros de vinha. O modo de ancoragem não foi revelado mas parece que o revestimento irá ser puxado por cabos suspensos em postes.
O promotor da iniciativa, Patrick Delmarre, estima que “no melhor dos cenários, o Viti-tunnel deverá permitir uma redução de 80 % nos tratamentos”. Mas, mesmo se forem necessários, a estrutura da manga permitirá fazer pulverizações anti-fúngicas nesse espaço. As vantagens podem não acabar por aqui: o sistema poderá proteger ainda contra geadas ou gelo, embora tal esteja ainda sujeito a testes. O preço de uma destas soluções não foi divulgado, mas só deverá ser rentável para vinhas que dão origem a vinhos topos-de-gama. (AF)
Quinta da Pellada: as muitas faces de uma vinha

Se as vinhas recebessem medalhas pelos vinhos que produzem, a Quinta da Pellada seria talvez a vinha mais medalhada da região do Dão. Foi Álvaro Castro quem a tornou um ícone. Ou terá sido o contrário? TEXTO João Afonso FOTOS Ricardo Palma Veiga POR trás de um vinho está sempre uma vinha. E a […]
Se as vinhas recebessem medalhas pelos vinhos que produzem, a Quinta da Pellada seria talvez a vinha mais medalhada da região do Dão. Foi Álvaro Castro quem a tornou um ícone. Ou terá sido o contrário?
TEXTO João Afonso FOTOS Ricardo Palma Veiga
POR trás de um vinho está sempre uma vinha. E a pergunta que surge é se uma vinha, por si só, é condição suficiente para fazer um grande vinho.
“Não tive qualquer mérito” – foi a resposta de Álvaro Castro à suposição. E assim nos invade um certo e insondável pragmatismo da mãe-Natureza que, quando reúne condições óptimas de expressão, fá-lo em modo decorrente e magnífico. E por sempre desconhecermos, objectiva e concretamente, as razões de como o faz, ainda mais nos interrogamos, gratos por tal dádiva.
Este engenheiro civil que nunca chegou a desempenhar funções relacionadas com a formação tomou conta das terras da família em Pinhanços ainda muito novo, com pouco mais de 20 anos de idade. Em 1989, com 37 anos, e no início do despertar do “novo Dão”, decide deixar de vender a uva das vinhas plantadas pelo seu pai e lançar-se na procura do vinho de seu gosto. Entrou no momento certo e com o pé direito.
Nesta época Portugal tinha acabado de despertar para a questão varietal, assunto nunca abordado até então, num país onde a enorme quantidade de castas e respectivas sinonímias (mais de um nome para a mesma casta) representavam quase sempre um labirinto pesado e inabordável, em termos sistemáticos, para a maioria dos viticultores nacionais.
A coqueluche de então era a Touriga Nacional, que Álvaro Castro soube explorar como ninguém. E aqui sim, teve o enorme mérito de fazer com que a vinha deixada pelo seu pai desempenhasse um papel brilhante, não só na produção de excelente vinho como também na satisfação dos enófilos consumidores das novas tendências.
A vinha mais representativa deste produtor é a vinha velha da Pellada, de onde Álvaro “cozinhou” de modo assertivo e inteligente os primeiros vinhos e as primeiras marcas. Havia e há também a Quinta de Saes, sempre num segundo plano (ainda que o primeiro Saes branco tenha sido, de facto, o primeiro Primus, porque foi feito com uva da vinha velha da
Pellada) e mais tarde, já com Álvaro Castro perfeitamente estabelecido como um dos principais produtores de vinho do Dão, a aquisição da Quinta do Outeiro, ao antigo proprietário da Casa Passarella, Manuel Santos Lima.
Um verdadeiro mestre a criar marcas fortes, Álvaro Castro é por isto mesmo, e sem realmente o buscar, um dos produtores mais mediáticos de Portugal. De momento possui 26 referências de vinho, e 8 vêm da Quinta da Pellada, um verdadeiro tesouro, herança de família, para o qual soube construir a chave com que o abrir.
Várias vinhas numa vinha
A Quinta da Pellada é constituída por várias parcelas de vinhas que somam um total de 26 hectares. A vinha velha, plantada pelo seu pai nos idos anos 50, encontra-se a nascente de uma casa solarenga usada para os maiores eventos da empresa. É a partir dela que a história deste produtor se faz.
Está situada num pequeno promontório a noroeste da linha obliqua do sopé da serra da Estrela (com orientação NE/SW). Pela manhã, do solheiro promontório da Quinta da Pellada, com a palma da mão a dar sombra e conforto aos olhos, podemos admirar o imponente, escuro e sombreado maciço montanhoso da serra da Estrela.
Levemente elevado, a uma cota máxima de 545 metros de altitude, este cabeço/promontório, de forma larga e aplanada, tem leve inclinação/exposição a Sudoeste. Do pequeno alto podemos sentir as excelentes condições de drenagem natural que aqui existem. E não falo apenas da água, pois estamos numa zona de elevada pluviosidade (entre 1000 e 1400 l/m2/ano), mas também do frio intenso invernal e primaveril. Do alto da serra, em noites calmas, desce a assassina geada que pode aniquilar muita florescência na fase inicial do ciclo vegetativo. Como bem elucida Álvaro Castro, “o frio é como a água, temos de lhe dar saída para não causar estragos”.
O solo é de granito muito antigo, erodido em areia. Solo rico em sílica com pH ácido que dificulta a alimentação da videira controlando e ajustando (juntamente com a poda) a produção de uva por cepa a um nível baixo, que permite a excelência na qualidade.
Neste solo está um dos grandes trunfos da vinha velha da Pellada. Bem drenado, pouco fértil e com um complemento argiloso que faz a diferença durante a estação quente e seca. A orografia e características do subsolo desta fantástica parcela permitem à sua vinha velha, mesmo nos anos mais difíceis (como este de 2017), uma maturação lenta e continuada das uvas.
Neste contexto, Álvaro Castro opta por ser o menos interventivo possível e adopta desde há alguns anos práticas antigas, tais como as do pastoreio. “A melhor maneira de termos um solo fresco e húmido durante o Verão, é mantê-lo alimentado sem intervenções técnicas ou mecânicas, e as ovelhas através da suave compressão da camada mais superficial de solo e através do seu regime alimentar, ajudam muito a fertilizar, a controlar o coberto vegetal e a guardar alguma frescura para a estação seca.”
Por último o pote das castas: “Nesta vinha, acho que tenho um excelente exemplo do que é o Dão em termos de castas ou de field blend, como agora se usa dizer” – comenta Álvaro.
E este é talvez o grande segredo desta vinha. O material usado não vem de clones selecionados, com a feição produtiva direccionada que lhe conhecemos, mas sim de uma selecção massal feita na região desde há séculos e onde a diversidade varietal toma outro e mais complexo potencial aromático e gustativo.
As diferentes Pelladas
Depois de 24 vindimas e de muita observação e avaliação, os 8,5 hectares de vinha velha desmultiplicaram-se em 5 parcelas de que resultam desde a colheita de 2013, quatro vinhos de micro-parcelas: o branco Primus e os tintos Quinta da Pellada “Alto”, “Casa” e “49” (aos quais em breve se juntará o “Fundo”); mais o lote tradicional de tinto da Quinta da Pellada (saído das parcelas do Alto, Casa e Fundo com mais 25% de Touriga Nacional e Jaen).
As parcelas foram separadas a partir da colecção varietal e das características de solo de cada uma. Na de branco, no canto noroeste do pequeno plateau rectangular que é a vinha velha da Pellada, dominam as castas Encruzado e Bical, seguidas de Cerceal, Verdelho, Malvasia Fina, Terrantez, Fernão Pires e outras mais. Daqui sai o vinho Quinta da Pellada Primus, um branco topo de gama feito por duas vindimas, a primeira para as castas mais precoces (Bical, Fernão Pires e Malvasia) e a segunda para as outras.
Quanto às quatro parcelas de tinto, na do “Alto” (localizada na parte superior e mais a Leste do retângulo e de solo menos argiloso e mais arenoso) dominam as castas Jaen, Alvarelhão, Tinta Pinheira, Tinta Carvalha, Bastardo, e outras com reduzida expressão como a Touriga Nacional, o Português Azul e o Negro Mouro; na parcela “Casa”, junto ao solar, de solos mais compactos com alguma argila e forte presença de quartzos, dominam as castas Alfrocheiro, Touriga Nacional e Jaen, acompanhadas pelo Tinto Cão, Tinta Amarela e Tinta Pinheira; e na parcela “49”, de solos graníticos mais heterógenos, com mais línguas de areias e argila, recolhem-se e fermentam-se em separado as castas Alfrocheiro e Touriga Nacional, sendo o resto das uvas conduzidas para outros vinhos.
Os varietais e os outros
A Touriga Nacional já foi o centro das atenções de Álvaro Castro. O produtor dá atenção agora a outras variedades menos cotadas, como a Jaen, a casta mais presente nas vinhas de todo o Dão num total de cerca de 2.760 hectares, e o Alvarelhão, com uns singelos 23 hectares de área total regional, que anunciam o pouco interesse geral dado a esta variedade.
Estes tintos são feitos a partir da vinha velha depois de vindima cirúrgica destas castas. Videiras velhas, pouco produtivas e de excelente saúde, são as eleitas para a produção
destes exemplares varietais. O fantástico Jaen prova que a casta, além de excelente em vinho de lote, consegue brilhar “a solo” como as melhores, quando bem cuidada, claro está. Quanto ao Alvarelhão, talvez o lote seja o melhor encaixe, ainda que não existam suficientes dados, ou suficientes vinhos estremes, para se ser conclusivo.
Adjacente ao bloco rectangular da vinha velha e em direcção à montanha, uma suave encosta de exposição Sul contém mais nove parcelas de vinha responsáveis por mais dois vinhos emblemáticos da Quinta da Pellada. São eles o talhão de Touriga Nacional da Entrada que dá origem ao conhecido Carrocel, e o talhão 12, que produz um soberbo e elegantíssimo Quinta da Pellada Baga. Neste caso mais um mérito para Álvaro Castro, dos raros produtores regionais a defender uma variedade originária do Dão, que ocupa o 2ºlugar nas tintas mais plantadas (2.332 hectares), que é corresponsável pelo prestígio do Dão antigo e que continua a ser desprezada pela região não só a nível vitícola como também institucional (não surge entre as castas recomendadas para DOC Dão).
Estes vinhos não foram incluídos na prova que aqui relatamos por não pertencerem à vinha velha que constitui o embrião do projecto de Álvaro Castro e que serviu de rampa ao produtor para ele subir ao podium dos vignerons nacionais. Esta vinha e muitas outras espalhadas por Portugal constituem um repositório genético importantíssimo para o presente e futuro do país vinhateiro.
Adega da Vidigueira inaugura Casa das Talhas

A Adega Cooperativa da Vidigueira, Cuba e Alvito (ACVCA) criou, nas suas instalações, um espaço próprio para alojar sete talhas. Em 2017 já aí foram vinificadas cerca de 4 toneladas de uva, que deram origem a 4 vinhos de talha. A inauguração oficial contou com a presença de José Miguel Almeida, presidente do Conselho de […]
A Adega Cooperativa da Vidigueira, Cuba e Alvito (ACVCA) criou, nas suas instalações, um espaço próprio para alojar sete talhas. Em 2017 já aí foram vinificadas cerca de 4 toneladas de uva, que deram origem a 4 vinhos de talha. A inauguração oficial contou com a presença de José Miguel Almeida, presidente do Conselho de Administração, que afirmou na altura: “a nossa adega está a dar cada vez mais ênfase a esta arte milenar e ao processo de vinificação tão utilizado nesta região do Alentejo. É desta forma que conseguimos honrar a herança que nos foi deixada pelos romanos, ao mesmo tempo que conseguimos preservar as vinhas centenárias e mais antigas da região (…)”.

José Miguel Almeida (e a sua equipa de gestão), refira-se ainda, foi reconduzido no seu cargo em eleição realizada durante a Assembleia Geral da ACVCA, em meados de Dezembro. A sua lista conseguiu 91% dos votos, indicando a satisfação inequívoca dos associados com a gestão destes últimos anos.