Lista de Compras: Gourmet da Vila – Orgulho em ser português

Chama-se Gourmet da Vila e é uma loja gourmet/vinhos que apenas tem produtos nacionais. Deverá ser inédito, mas é um facto que não só existe, como está a singrar no mercado nacional e… mundial. TEXTO António Falcão FOTOS Ricardo Gomez Daniel Rocha não tinha nada a ver com vinhos nem com produtos gourmet. Pelo menos […]

Chama-se Gourmet da Vila e é uma loja gourmet/vinhos que apenas tem produtos nacionais. Deverá ser inédito, mas é um facto que não só existe, como está a singrar no mercado nacional e… mundial.

TEXTO António Falcão
FOTOS Ricardo Gomez

Daniel Rocha não tinha nada a ver com vinhos nem com produtos gourmet. Pelo menos não como profissional. Durante a juventude, nem sequer se podia ‘esticar’ na comida e bebida, porque era atleta profissional. Natural de Vila Boim, vila do concelho de Elvas, Daniel foi guarda-redes da equipa de futebol do Campo Maiorense. Já aposentado da profissão, decidiu mudar de vida, veio para a capital e tornou-se personal trainer num ginásio. De fácil relacionamento, Daniel passou a oferecer produtos da sua terra aos clientes, cimentando relações e expandindo os seus contactos na capital. Rapidamente começaram os pedidos de azeite, queijos, enchidos, etc.
Seria caso para dizer que Daniel ajudava os clientes a emagrecer, por outro, mas por outro enchia-os de coisas boas e que às vezes engordam (risos). Seja como for, esta aparente sinergia deu bons resultados. Pelo meio, Daniel decidiu ainda dedicar-se aos estudos. Cursou assim Gestão de Empresas, mas nunca perdeu a ligação à terra natal. Quando chegou a altura de escolher um tema para o trabalho de uma das cadeiras, a decisão foi por isso relativamente fácil: criar de raiz uma empresa que se dedicasse ao comércio de produtos gourmet. De projecto de curso até à realidade, a empresa acabou depois por surgir em 2013 e continuou a crescer pouco a pouco. “Afinal já tinha produtos de alta qualidade, de pequenas regiões e clientes com interesse na aquisição e poder de compra. Ora, são produtos de pequenos produtores, difíceis de arranjar (só indo lá); eu iria servir de ‘elo de ligação’”, diz-nos Daniel. Como vários clientes tinham empresas, surgiram os cabazes de Natal, área onde a empresa fez um grande trabalho de personalização e criatividade. “Não temos tantos produtos, temos menos, mas de alta qualidade, e conseguimos fazer diferente todos os anos”, refere o proprietário. Ainda hoje é uma das forças da empresa e tem um catálogo próprio, com uma imagem muito caprichada.
A coisa correu tão bem que há cerca de dois anos Daniel teve de arranjar mesmo uma loja física de boas dimensões. Encontrou este espaço, ao pé do Sintra Retail Park, à beira da conhecida IC19, a frenética estrada que liga Lisboa a Sintra.

 

A ‘warehouse wine shop’ de Daniel
Chegar lá é relativamente fácil (viva o GPS) e parar o carro ainda mais: a loja fica encostada a uma espécie de parque de estacionamento com lugares de sobra, quase em frente à entrada. Neste aspecto existem poucas lojas em Portugal com esta facilidade. O local não é imediatamente perceptível e poucos certamente param lá de passagem. Ao lado da porta, uma série de sofás rústicos e uma mesa, tudo ao ar livre: “é para os nossos clientes poderem estar aqui a relaxar um pouco”, informa-nos Vera, companheira de Daniel e a pessoa responsável pelo cada vez mais importante marketing digital da empresa, incluindo o blog.
Entramos e quase trememos de frio. Daniel não deixa os vinhos apanhar calor e faz bem.
Olhamos em volta e detectamos que a loja não tem luxos e tudo foi feito de forma económica, prática, mas com gosto. E depois o espaço é folgado e arejado, de formato rectangular. Pela simplicidade, Daniel chama-lhe “warehouse wine shop”. Centenas de garrafas de vinho estão organizadas num móvel central, que divide a loja ao meio, e pelas prateleiras encostadas às paredes. A selecção é grande, separada por regiões e não faltam os grandes ícones vínicos nacionais.
Ao fundo, em dois espaços, os produtos alimentícios: de um lado as conservas várias, do outro, queijos e enchidos das mais diversas proveniências, arrumadas numa cave climatizada. O portefólio não é gigante, mas há de tudo um pouco, e só não há mais porque Daniel já não tem tempo disponível para viajar à procura de outros produtos por esse Portugal fora. A situação está prestes a mudar porque o proprietário está a em processo de recrutamento, para mais duas pessoas. “Quero viajar mais e levar clientes comigo, para conhecerem pequenos produtores”, diz Daniel, sempre à procura de novas ideias.

 

Eventos e jogos
Uma das ideias é, por exemplo, ter novidades na loja todas as sextas e sábados. Daniel acredita que isso estimula os clientes. Mas faz muito mais por isso: ele está sempre a ter ideias e encontrou uma bem engraçada a que chamou de Jogo do Vinho. Consiste numa caixa com três garrafas tapadas com um papel opaco e já sem cápsula, para manter ainda mais o anonimato. Na caixa vão seis folhas duplas com uma espécie de formulário e dicas de prova para preencher ou orientar os provadores (em português e inglês). O objectivo é, através da prova cega, tentar identificar da região até ao produtor e respectivo vinho. Acertar em tudo será quase impossível, mas o objectivo é que os jogadores se divirtam e aprendam ao mesmo tempo. Se um grupo de seis se juntar, diz Daniel, “o jogo sai a cerca de 10 euros por cabeça”. O kit tem tudo, incluindo toalhas de prova, um saca-rolhas. Não falta mesmo um envelope fechado com as respostas correctas dadas por um especialista. Só falta mesmo é o copo… O jogo do vinho está ligado ao clube do vinho, acabado de lançar. Pode consultar todas as condições no site. Mas fique ciente que Daniel já tem feito eventos na loja com este jogo e dispõe para isso de cinco mesas altas na loja.
Outros eventos com clientes na loja usam as caixas de aromas para ajudar na prova de vinhos com a presença do produtor ou enólogo.

 

A força do digital
A maior força de vendas na casa está, contudo, no digital. A maioria da facturação é feita on-line e, dentro desta, cerca de 70 a 80%, pasme-se, vai para o estrangeiro. O site é bilingue (português-inglês) e Daniel não tem problemas em expedir para quase todo o mundo. Na loja virtual estão cerca de 6.000 produtos, mas a grande maioria das facturas está no vinho. Diz Daniel que “não é fácil estar online, que exige um investimento constante. Não procuramos a perfeição, mas a melhoria constante, porque sentimos que o online é o futuro”.

“Um dos melhores vinhos brancos do país, elogiado por críticos e consumidores avançados”. €48,24

“Uso muito para, por exemplo, juntar a entradas ou para massas, risotto, pizzas e quiches”. €5,60

“Lote de Cordovil, Cobrançosa e Galega. É um azeite de azeitonas verdes frutado médio, complexo, muito fresco e equilibrado. Recomendo”. €10,49

“Para muitos a melhor marmelada do país, ganhando todos os anos esse reconhecimento com vários prémios; a qualidade da matéria prima faz toda a diferença.” €7,82

“Um mel de alta qualidade, mas diferente porque tem flor do sal. Pode ser usado em assados de carnes ou peixes ou confeccionar salteados de verduras. Ou finaliza saladas.” €13,52

“Projecto iniciado por um italiano. Este queijo é único e completamente diferente na forma como é feito, com textura cremosa e sabor intenso. Adoro este queijo.” €6,60

 

 

GOURMET DA VILA
Rua Retiro dos Pacatos, 10, 2635-047 Sintra
Tel. 963 488 957
www.gourmetdavila.pt
Horário: 10 às 13 e das 14 às 20, de segunda a sábado

 

 

Edição Nº30, Outubro 2019

 

20 rosés para receber o Verão …e beber todo o ano

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Já não há dúvida que os rosés estão cada vez mais presentes na vida dos consumidores. Um pouco por todo o mundo o rosé, sobretudo na versão inspirada nos vinhos da Provence, veio para ficar. Deixamos aqui as nossas sugestões de rosés de gama alta para todo o ano.

TEXTO E NOTAS DE PROVA: Nuno de Oliveira Garcia
FOTOS: Ricardo Gomez

O maior desafio de um rosé em Portugal, e na maior parte dos países, é ser levado a sério enquanto vinho, e ser comprado mesmo quando o preço é considerado alto. Claro que a definição de um preço alto varia de país para país – um rosé acima de €10 é caro em Portugal, acima de €20 é caro na Alemanha, e acima de $80 é caro nos Estados Unidos da América. Contudo, são mesmo estes dois últimos países – Alemanha e EUA – que lideram a importação de vinhos da Provence francesa, a mais famosa região de origem de rosé.  De tal forma o rosé é um sucesso mundial que vários produtores americanos se especializaram recentemente apenas neste tipo de vinhos. Também a crítica tem vindo a contribuir para este fenómeno, sendo disso o melhor exemplo a presença de alguns rosés na prestigiosa lista TOP 100 da Wine Spectator.

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Também em Portugal, os rosés têm vindo a trilhar um caminho seguro. Cada vez menos visto como um subproduto, ou um refresco de verão, existem já dezenas de rosés que poderíamos qualificar como topos de gama. São vinhos que são fruto de um investimento sério e de acompanhamento enológico esmerado, muitas vezes com fermentação e estágio em barricas novas. Quanto ao preço de alguns desses vinhos em Portugal, há vários acima dos €15, e mesmo alguns acima dos €20, algo nunca visto entre nós. No nosso país, um pouco como em todo o mundo, faz-se rosé em todo o território nacional. Na nossa seleção incluímos vinhos do Minho/Vinhos Verdes ao Alentejo, dos Açores à região de Lisboa. Na verdade, não há nenhuma região do nosso país, nem nenhuma casta, mais apta a rosés do que outras. Como as uvas são vindimadas cedo, as temperaturas altas e a perda de acidez com a subida das maturações das regiões mais a sul não costumam ser um problema. É evidente que, em regra, não se opta por castas tintureiras nem com componentes rústicas (por isso praticamente não há rosés de Alicante Bouschet ou Sousão), mas a verdade é que não existe uma fórmula para um grande rosé no que respeita a castas ou regiões.

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Como já escrevemos em textos anteriores, não nos podemos esquecer que um vinho rosé, quando bem feito e vindimado de propósito para rosé (ou seja, não resulta de sangria de vinho tinto), é um néctar muito técnico, que requer atenção e cuidado da adega. É, sobretudo, um vinho no qual as opções enológicas determinam de forma muito significativa o produto final. A eleição da parcela e a sua altitude, o momento da vindima, a selecção apenas da lágrima, a fermentação (ou não) em barrica, tudo isto (e muito mais) vão condicionar o perfil e o tipo de vinho. Há, por isso, quem privilegie uma casta mais aromática – o que é relevante pois a uva para rosé é vindimada muito cedo com pouca maturação fenólica – caso da Touriga Nacional (vários produtores na nossa escolha utilizaram esta variedade), da Syrah ou até o Moscatel Roxo. Há quem procure um registo mais complexo e vinoso, com várias castas e cor mais escura, perfeito para harmonias à mesa – caso do Quinta do Perdigão, Redoma ou Terras de Lava. E há quem não resista em produzir um rosé de puro prazer, daqueles que podem ser bebidos a solo e que recompensam o consumidor com uma definição fresca de fruto encarnado e floral maduro, tudo envolto com barrica de luxo – caso do Ravasqueira Premium e do Quinta do Monte d’ Oiro Reserva. E ainda temos rosés verdadeiramente conceptuais, pensados logo na vinha precisamente para terem determinada cor, aroma e sabor – caso do Aliás, do Soalheiro (que combina uva tinta e branca), e do novíssimo Kopke Reserva que a partir da uva Rufete criou um novo e sedutor produto. Com tanta diversidade, difícil mesmo é escolher!

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VINHOS EM PROVA

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Edição n.º28, Agosto 2019

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OIV publica código de práticas enológicas

Este é uma espécie de código de práticas autorizadas e/ou recomendadas nas adegas de toda a União Europeia. O código foi publicado no Jornal Oficial da União Europeia (edição C409, de 5 de Dezembro) e está disponível em todas as línguas da comunidade. A fonte é a Organização Internacional do Vinho, ou OIV. Em Junho, […]

Este é uma espécie de código de práticas autorizadas e/ou recomendadas nas adegas de toda a União Europeia. O código foi publicado no Jornal Oficial da União Europeia (edição C409, de 5 de Dezembro) e está disponível em todas as línguas da comunidade. A fonte é a Organização Internacional do Vinho, ou OIV.
Em Junho, a União Europeia emitiu novas regras para simplificar e clarificar práticas enológicas na União Europeia. Esta publicação veio na sequência disso mesmo.
E de facto, as regras foram agora apresentadas de uma maneira mais simples e fáceis de ler. Os assuntos tratados vão da maceração carbónica até à “tiragem numa cuba fechada”. Pelo meio, o documento fala dos vários tipos de fermentação, tratamentos feitos ao vinho, pasteurização e, por exemplo, várias maneiras de acidificar (ou o contrário) o vinho.
O documento tem cerca de 40 páginas e permite aos enólogos identificar mais rapidamente práticas autorizadas e/ou recomendadas, bem como todos os requisitos relacionados com essas práticas.
Pode puxar o documento, em formato pdf, do seguinte endereço:
https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=OJ:C:2019:409:FULL&from=PT

Restaurante O Frade com menu especial de caça

É já na segunda-feira, dia 16 de Dezembro, que o restaurante de Belém coloca à disposição o seu menu de degustação dedicado aos pratos de caça. Uma criação do chef Carlos Afonso (à esquerda na foto), este menu será harmonizado com vinhos escolhidos, especialmente para estes pratos, pelo sommelier Pedro Martin (à direita na foto). […]

É já na segunda-feira, dia 16 de Dezembro, que o restaurante de Belém coloca à disposição o seu menu de degustação dedicado aos pratos de caça. Uma criação do chef Carlos Afonso (à esquerda na foto), este menu será harmonizado com vinhos escolhidos, especialmente para estes pratos, pelo sommelier Pedro Martin (à direita na foto). Esta dupla, que brilhou na iniciativa “O Par Perfeito”, no evento Grandes Escolhas – Vinhos & Sabores, já provou funcionar muito bem em conjunto. Pedro Martin fala deste encontro como um golpe de sorte: “Tudo começou a dois dias do evento, quando me surgiu a oportunidade de fazer a harmonização do Carlos, pela desistência de última hora do seu parceiro”. Ficaram em 2º lugar e foi o início de uma relação simbiótica que culmina agora em parcerias saborosas, como esta Semana da Caça.

O jovem chef criou um menu de cinco pratos que inclui Pato de Escabeche, Coelho de Coentrada, Lebre com Feijão, Javali Estufado com Cogumelos e, para acabar numa nota mais doce, Marmelos Assados com Sorbet de vinho do Porto. Carlos Afonso afirmou que “Com este menu, queremos recriar pratos tradicionais com sabores intensos e aconchegantes. Estamos a adaptar a nossa oferta à procura de produtos da estação”.

O jantar de segunda-feira dia 16 tem início marcado às 20h00. O menu, com wine pairing incluído, custa €55 e está sujeito a reserva. Para aqueles que não conseguirem lugar na segunda-feira à noite, existe a possibilidade de provar os pratos de caça “à la carte” durante a semana que antecede o Natal (até dia 21).

Deixou-nos Manuel Dias, empresário dos mares e dos vinhos

É com pesar que damos notícia do falecimento de Manuel Dias, fundador e administrador da SAVEN, Sociedade Abastecedora de Navios Aveirense, e co-criador da Lua Cheia em Vinhas Velhas em 2009, juntamente com o seu amigo e enólogo Francisco Baptista. A Francisco, à sua filha Lara Dias, que recentemente assumiu as rédeas da empresa, e […]

É com pesar que damos notícia do falecimento de Manuel Dias, fundador e administrador da SAVEN, Sociedade Abastecedora de Navios Aveirense, e co-criador da Lua Cheia em Vinhas Velhas em 2009, juntamente com o seu amigo e enólogo Francisco Baptista.

A Francisco, à sua filha Lara Dias, que recentemente assumiu as rédeas da empresa, e a toda a sua família e equipa, a Grandes Escolhas transmite as suas condolências. Manuel Dias era, acima de tudo, um amigo.

Jornadas do Peixe Atlântico: a celebração do pescado selvagem no VINUM

TEXTO: Mariana Lopes FOTOS: VINUM A parceria do restaurante VINUM, situado nas Caves Graham’s (da Symington Family Estates), com o grupo basco SAGARDI, já nos vinha a proporcionar as Jornadas do Boi Velho de Trás-os-Montes há seis edições anuais consecutivas. Este ano, e nas palavras de Mikel de Viñaspre (director-geral do SAGARDI, à esquerda na […]

TEXTO: Mariana Lopes

FOTOS: VINUM

A parceria do restaurante VINUM, situado nas Caves Graham’s (da Symington Family Estates), com o grupo basco SAGARDI, já nos vinha a proporcionar as Jornadas do Boi Velho de Trás-os-Montes há seis edições anuais consecutivas. Este ano, e nas palavras de Mikel de Viñaspre (director-geral do SAGARDI, à esquerda na foto), “o foco transitou para o mar”.

No passado dia 28 de Novembro, durante a inauguração das I Jornadas do Peixe Atlântico, que decorrem até 15 de Dezembro no VINUM, Mikel e António José Cruz, único fornecedor de peixe deste restaurante, falaram lado a lado sobre as particularidades do peixe da costa portuguesa e de toda a cadeia que leva o pescado do mar até ao cliente final. António, mais conhecido por Tozé no Mercado Municipal de Matosinhos, conhece as lotas de todo o país como a palma das suas mãos, não tivesse chegado ao mercado com apenas 14 anos. Da compra e venda à preparação do peixe, Tozé domina todas as fases do processo e fez deste produto tão português um sólido negócio. Com a parrilla (grelha) em pano de fundo e junto a uma mesa com dois tamboris frescos, a dupla esmiuçou esta espécie e explicou como identificar um verdadeiro tamboril, o peixe escolhido para a primeira edição destas Jornadas: “O interior tem de ser completamente preto. Há algumas espécies parecidas, com interior branco, que nos são vendidas em muitos locais como tamboril, sem o ser. E tirando esta capa interior preta, tem de ter uma cor rosada.” demonstrou Tozé.

A “parrilla” do VINUM.

Com um exemplar de três quilos e meio na mão, ensinou também que “é um peixe que anda a cerca de 500 metros de profundidade e que aparece com abundância. Apenas em Janeiro e Fevereiro pode ser mais escasso”. O fornecedor, que em menos de 24 horas consegue entregar o peixe ao restaurante, manuseava o bicho com destreza. Mikel Vinãspre acrescentou, ainda, que “o fígado do tamboril é o foie gras do mar”, num apelo para que não seja desperdiçado. “Neste momento, e apesar do que se pode pensar, tanto em Portugal como no País Basco vivemos numa cultura de peixe”, afirmou o especialista da parrilla. Apontando para a grelha, adiantou que antes de lá colocar o peixe, apenas lhe coloca sal grosso. Já durante a assadura é que vai hidratando, aos poucos, com uma mistura de vinho branco, azeite e limão, acabando com um molho ligeiro muito semelhante ao da hidratação. Quando questionado sobre o tempo de confecção, Mikel riu e disse “cerca de 12 minutos, mas isto é uma actividade que tem muito pouco de racional, não há tempos certos para nada”.

Tamboril, pronto a servir.

Depois, o tema transitou para as conservas, um elemento bem presente na carta do VINUM e no menu das Jornadas do Peixe Atlântico. “É impressionante o tamanho da indústria de conservas em todo o Mundo. Mas creio que a costa portuguesa é a mais experiente e clássica nesta matéria”, elucidou Mikel.

O menu especial das Jornadas tem um custo de 100 euros, por pessoa, ou 120 euros com vinhos Symington, cuidadosamente escolhidos por Pedro Correia, enólogo-chefe da empresa. Estará disponível diariamente, até dia 15 de Dezembro, ao almoço e ao jantar, nos horários do restaurante: entre as 12h30 e as 16h00 e as 19h30 e as 24h00.

Forum Anual ViniPortugal: Optimismo, apesar de tudo

Apesar do reconhecimento das fragilidades estruturais e da grande dimensão dos desafios que se avistam para os vinhos portugueses, foi um sentimento de optimismo que prevaleceu das principais conclusões do Forum Anual da ViniPortugal (VP) que este ano se realizou no Centro Cultural e Congressos das Caldas da Rainha. TEXTO: João Geirinhas Com a presença […]

Apesar do reconhecimento das fragilidades estruturais e da grande dimensão dos desafios que se avistam para os vinhos portugueses, foi um sentimento de optimismo que prevaleceu das principais conclusões do Forum Anual da ViniPortugal (VP) que este ano se realizou no Centro Cultural e Congressos das Caldas da Rainha.

TEXTO: João Geirinhas

Jorge Monteiro, presidente da ViniPortugal.

Com a presença de quase 400 participantes, oriundos de todas as regiões vinícolas do país, os responsáveis da VP e do Instituto da Vinha e do Vinho que apresentaram comunicações registaram com satisfação em 2019 uma boa performance dos vinhos portugueses, tanto no mercado interno como nas exportações. Confirmando-se como o 9º maior exportador mundial de vinho, tanto em volume como em valor, Portugal afirma-se, nas palavras de Jorge Monteiro, Presidente da VP, como “Um pequeno produtor mundial (é 11º) mas um importante actor no comércio internacional. Competimos mundialmente com os melhores e, apesar de alguns desafios e dificuldades conjunturais do sector as exportações apresentam um crescimento em valor”, acrescentou.

Com efeito, as exportações dos vinhos portugueses cresceram 3,6% em valor em 2019 (dados de Janeiro a Setembro), registando um aumento do preço médio de 3,9% face a igual período do ano passado, prevendo-se atingir no fim do ano um valor superior a 800 milhões de euros. As previsões para 2022 apontam para se atingir o número redondo de 1000 milhões de euros em exportação. Estes números, que incluem o vinho do Porto, assentam no crescimento de alguns mercados tidos como estratégicos: França (onde o vinho Porto tem um grande peso), Estados Unidos, Reino Unido, Brasil e Alemanha formam o top 5 dos destinos dos vinhos portugueses além-fronteiras. Em termos de crescimento regista-se o grande incremento no Reino Unido (+22,4%), aqui por influência da antecipação dos efeitos do Brexit, os Estados Unidos (+7,9%) e Alemanha (+2,5%).
Para 2020, os responsáveis da VP apontam os Estados Unidos, Canadá e China como as maiores apostas promocionais, num total de investimentos de 6,6 milhões de euros, representando 40% do total. Mercados como Angola, Japão, Noruega, Coreia do Sul, Suíça, Rússia e México também têm um plano de promoção específico com um investimento de 1,8 milhões de euros, bem como Brasil e os principais destinos da EU, com ênfase para o Reino Unido e a Alemanha.

No mercado interno, alavancado pelo forte crescimento do turismo que se prevê atingir cerca de 21 milhões de visitantes em 2019, os resultados também são positivos. Considerando apenas os vinhos tranquilos, de 2018 para 2019, verificou-se que houve um aumento das vendas 7% em volume, 9,9% em valor e um crescimento de 2,6 por cento no preço médio do litro de vinho vendido. Evolução positiva também se regista no crescimento da importância do vinho certificado face ao não certificado. Com efeito, apesar do vinho não certificado ter ainda uma maior quota de venda em volume (53,7% contra 46,3%), em valor esta relação está já bastante invertida: o vinho certificado representa 63,6% das vendas face aos pouco mais de 36% do vinho não certificado (distribuição e restauração).

Quanto ao peso de cada uma das regiões produtoras, não se registaram alterações significativas, embora se observem pequenas variações. O Alentejo continua a ser de longe a região campeã de vendas no mercado interno, mas a sua quota em volume diminui ligeiramente de 36,9% para 35,7% em 2019. Diminuições também ligeiras no Douro (de 12,2% para 11,4%), apesar de ter subido um pouco em valor, no Dão (de 5,7 para 5,6%) e em Lisboa (de 4.7 para 4.4%). Em sentido contrário, registaram-se crescimentos de quota nos Vinhos Verdes (18,3 para 18,4%) Península de Setúbal com um crescimento mais acentuado (de 14,9 para 16,5%) e no Tejo (de 4.8 para 5.6%).

Para além das estatísticas e das projecções e tendências para os próximos anos, foi também apresentada a nova campanha de apresentação da marca Vinhos de Portugal/Wines of Portugal em que se procurará consolidar e dar um novo ímpeto ao trabalho desenvolvido sobre a identidade da marca, agora com um novo enquadramento. A ideia forte é, aproveitando o boom turístico, passar a englobar a marca Wines of Portugal num conceito mais alargado da caracterização de Portugal como um dos destinos mais interessantes do mundo.

No entanto, nem tudo são rosas na observação dos grandes desafios que os vinhos portugueses têm pela frente. Focando o tema transversal da sustentabilidade do sector que dominou a principal comunicação do Forum, a cargo do António Marquez Filipe, do Grupo Symington, fica a ideia de que há ainda um longo caminho a percorrer para garantir que a sustentabilidade económica assegure também a sustentabilidade social e ambiental. A grande disparidade existente entre os nossos custos de produção, consideravelmente mais elevados que nos nossos principais concorrentes, e o preço médios dos nossos vinhos nos mercados internacionais, ainda não suficientemente valorizados na percepção da sua qualidade, constitui um problema estrutural que não tem solução fácil a curto prazo.

Curso de Marketing de Vinhos na Universidade do Minho

Vai decorrer já em Janeiro e Fevereiro de 2020 a 5ª edição do Programa Executivo em Marketing de Vinhos da UMinhoExec. Este curso é realizado em parceria com a ViniPortugal e decorrerá em Braga, no campus da universidade. O curso, de 50 horas, dirige-se a empresários do sector, e procura reflectir sobre os fundamentos do […]

Vai decorrer já em Janeiro e Fevereiro de 2020 a 5ª edição do Programa Executivo em Marketing de Vinhos da UMinhoExec. Este curso é realizado em parceria com a ViniPortugal e decorrerá em Braga, no campus da universidade. O curso, de 50 horas, dirige-se a empresários do sector, e procura reflectir sobre os fundamentos do Marketing de Vinhos numa abordagem competitiva a nível internacional. O programa aborda temas como a segmentação do mercado, a política de produto e marca, gestão de preços, técnicas de venda e comunicação, distribuição e internacionalização, bem como de enoturismo.
As aulas são em regime pós-laboral: quintas-feiras, sextas-feiras (18h30 às 21h30) e sábados (09h às 13h). O valor do curso é de 910 euros, mas apenas se fizer a sua inscrição até ao dia 3 de Janeiro. Depois fica mais cara.
Mais informações sobre o curso podem ser consultadas na página do curso.

Qual a influência de diferentes decanters num vinho?

Prova de decanters Schidt-Stosberg

Beber um bom vinho e apreciá-lo na sua plenitude é uma atitude que tem muito a ver como uma série de condicionantes. A temperatura de serviço, por exemplo, é um factor determinante para a correcta apreciação de um vinho. O próprio copo é importante, como podemos constatar depois de fazermos várias ‘provas de copos’. Decantar […]

Beber um bom vinho e apreciá-lo na sua plenitude é uma atitude que tem muito a ver como uma série de condicionantes. A temperatura de serviço, por exemplo, é um factor determinante para a correcta apreciação de um vinho. O próprio copo é importante, como podemos constatar depois de fazermos várias ‘provas de copos’.
Decantar um vinho, especialmente tinto e em particular vinhos ainda fechados e/ou taninosos, pode ser outra manobra que o vai alterar positivamente para o nosso usufruto. Hoje, já toda a comunidade enófila sabe isto. Mas será que existem outras variáveis a descobrir? A mente inquieta de Ralf Schmidt um dia congeminou que o formato do próprio decanter pode fazer diferença. E vai daí, o proprietário da Schmidt-Stosberg teve a ideia de fazer uma prova de decanters no último dia da feira Grandes Escolhas Vinhos e Sabores. Refira-se que a Schmidt-Stosberg, representante oficial da marca do fabricante Schott-Zwiesel, tem vários decanters no seu portefólio.
O orientador da prova foi o sommelier Luis de Almeida Cambra, do restaurante Largo do Paço, em Amarante. Na mesa, para além de Ralf, estava Manuel Malfeito Ferreira, professor no Instituto Superior de Agronomia, e João Silva e Sousa, conhecido enólogo que oficia sobretudo no Douro. Maria João de Almeida, jornalista, estava também presente e deu a sua opinião.
A prova foi bem interessante porque envolveu um único vinho tinto, Howard’s Folly, passado através de vários decanters. Um deles continha o vinho da garrafa, que infelizmente teve de ser passado para decanter porque tinha depósito. Mas não foi agitado, o que aconteceu nos decanters de prova. Teríamos ainda agradecido que o vinho de controlo pudesse vir de uma só garrafa, por exemplo uma com 3 litros, que seria suficiente. Assim teríamos a certeza de que o vinho era exactamente igual.

No final, eram várias as opiniões que circulavam sobre as diferenças do decanter de controlo para os outros. Considerando as vacilações que observámos, as diferenças não eram de todo óbvias. Ou seja, a existirem, seriam subtis. Mas fica para confirmação em nova prova, com uma preparação mais exigente.
Muito interessante foi ainda a discussão sobre a decantação: um dos sommeliers da sala referiu que prefere decantar vinhos novos, porque é um risco fazê-lo com os vinhos velhos. Luis Cambra concordou e acrescentou que só faz a decantação em poucos casos no restaurante onde trabalha. E acrescentou: “cada vinho é um vinho e não existem receitas universais”. A decisão de decantação passa ainda pelo tempo disponível e pela vontade do cliente. João Silva e Sousa referiu ainda uma experiência com Vinhos do Porto e uma prova abarcando várias décadas, ocorrida no Canadá: “os vinhos dos anos 40 estavam mortos ao fim de 30 minutos após a decantação”.
No final da sessão, ficou a sensação de que o tema estará longe de estar esgotado. Melhor ainda para o anfitrião, Ralf Schmidt, que terá oportunidade de repetir a prova e fazer avançar o conhecimento sobre o tema. (António Falcão)

Enófilos com menos riscos de contrair doenças pulmonares?

Duas pessoas a fazer um brinde

Existem estudos sobre a relação do consumo de vinho e toda a espécie de doenças. Contudo, as doenças pulmonares têm sido uma excepção. Mas agora uma colaboração entre o Instituto Karolinska, da Suécia, e a Universidade de West of England, em Bristol, Inglaterra, deu à luz um estudo que indica uma relação positiva entre o […]

Existem estudos sobre a relação do consumo de vinho e toda a espécie de doenças. Contudo, as doenças pulmonares têm sido uma excepção. Mas agora uma colaboração entre o Instituto Karolinska, da Suécia, e a Universidade de West of England, em Bristol, Inglaterra, deu à luz um estudo que indica uma relação positiva entre o consumo moderado de vinho e uma significativa redução no risco de um homem contrair doenças pulmonares. O estudo foi publicado no American Journal of Epidemiology e englobou 44.000 homens com idades entre 45 e 79 anos. O estudo começou em 1998 e só terminou em 2014. O grande objectivo foi estudar a incidência da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), infelizmente muito expandida e uma das maiores causas de mortalidade em vários países.
Sem entrarmos em outros pormenores, podemos dizer que o grupo dos que bebiam moderadamente mostrou uma mais baixa incidência da DPOC que o grupo dos abstémios e o dos abusadores de álcool. Na verdade, os abstémios mostraram ter 21% maior incidência da doença que os moderados. Os abusadores tinham 34% mais.
Os investigadores consideraram que beber cerca de 7 a 14 bebidas por semana representava um consumo moderado. Os abusadores, ou de consumo elevado, bebem mais de 20 bebidas por semana. Aqui o termo bebida representa, por exemplo, 0,15 litros de vinho (sensivelmente um copo).