Forum Anual ViniPortugal: Optimismo, apesar de tudo

Apesar do reconhecimento das fragilidades estruturais e da grande dimensão dos desafios que se avistam para os vinhos portugueses, foi um sentimento de optimismo que prevaleceu das principais conclusões do Forum Anual da ViniPortugal (VP) que este ano se realizou no Centro Cultural e Congressos das Caldas da Rainha. TEXTO: João Geirinhas Com a presença […]
Apesar do reconhecimento das fragilidades estruturais e da grande dimensão dos desafios que se avistam para os vinhos portugueses, foi um sentimento de optimismo que prevaleceu das principais conclusões do Forum Anual da ViniPortugal (VP) que este ano se realizou no Centro Cultural e Congressos das Caldas da Rainha.
TEXTO: João Geirinhas

Com a presença de quase 400 participantes, oriundos de todas as regiões vinícolas do país, os responsáveis da VP e do Instituto da Vinha e do Vinho que apresentaram comunicações registaram com satisfação em 2019 uma boa performance dos vinhos portugueses, tanto no mercado interno como nas exportações. Confirmando-se como o 9º maior exportador mundial de vinho, tanto em volume como em valor, Portugal afirma-se, nas palavras de Jorge Monteiro, Presidente da VP, como “Um pequeno produtor mundial (é 11º) mas um importante actor no comércio internacional. Competimos mundialmente com os melhores e, apesar de alguns desafios e dificuldades conjunturais do sector as exportações apresentam um crescimento em valor”, acrescentou.
Com efeito, as exportações dos vinhos portugueses cresceram 3,6% em valor em 2019 (dados de Janeiro a Setembro), registando um aumento do preço médio de 3,9% face a igual período do ano passado, prevendo-se atingir no fim do ano um valor superior a 800 milhões de euros. As previsões para 2022 apontam para se atingir o número redondo de 1000 milhões de euros em exportação. Estes números, que incluem o vinho do Porto, assentam no crescimento de alguns mercados tidos como estratégicos: França (onde o vinho Porto tem um grande peso), Estados Unidos, Reino Unido, Brasil e Alemanha formam o top 5 dos destinos dos vinhos portugueses além-fronteiras. Em termos de crescimento regista-se o grande incremento no Reino Unido (+22,4%), aqui por influência da antecipação dos efeitos do Brexit, os Estados Unidos (+7,9%) e Alemanha (+2,5%).
Para 2020, os responsáveis da VP apontam os Estados Unidos, Canadá e China como as maiores apostas promocionais, num total de investimentos de 6,6 milhões de euros, representando 40% do total. Mercados como Angola, Japão, Noruega, Coreia do Sul, Suíça, Rússia e México também têm um plano de promoção específico com um investimento de 1,8 milhões de euros, bem como Brasil e os principais destinos da EU, com ênfase para o Reino Unido e a Alemanha.
No mercado interno, alavancado pelo forte crescimento do turismo que se prevê atingir cerca de 21 milhões de visitantes em 2019, os resultados também são positivos. Considerando apenas os vinhos tranquilos, de 2018 para 2019, verificou-se que houve um aumento das vendas 7% em volume, 9,9% em valor e um crescimento de 2,6 por cento no preço médio do litro de vinho vendido. Evolução positiva também se regista no crescimento da importância do vinho certificado face ao não certificado. Com efeito, apesar do vinho não certificado ter ainda uma maior quota de venda em volume (53,7% contra 46,3%), em valor esta relação está já bastante invertida: o vinho certificado representa 63,6% das vendas face aos pouco mais de 36% do vinho não certificado (distribuição e restauração).
Quanto ao peso de cada uma das regiões produtoras, não se registaram alterações significativas, embora se observem pequenas variações. O Alentejo continua a ser de longe a região campeã de vendas no mercado interno, mas a sua quota em volume diminui ligeiramente de 36,9% para 35,7% em 2019. Diminuições também ligeiras no Douro (de 12,2% para 11,4%), apesar de ter subido um pouco em valor, no Dão (de 5,7 para 5,6%) e em Lisboa (de 4.7 para 4.4%). Em sentido contrário, registaram-se crescimentos de quota nos Vinhos Verdes (18,3 para 18,4%) Península de Setúbal com um crescimento mais acentuado (de 14,9 para 16,5%) e no Tejo (de 4.8 para 5.6%).
Para além das estatísticas e das projecções e tendências para os próximos anos, foi também apresentada a nova campanha de apresentação da marca Vinhos de Portugal/Wines of Portugal em que se procurará consolidar e dar um novo ímpeto ao trabalho desenvolvido sobre a identidade da marca, agora com um novo enquadramento. A ideia forte é, aproveitando o boom turístico, passar a englobar a marca Wines of Portugal num conceito mais alargado da caracterização de Portugal como um dos destinos mais interessantes do mundo.
No entanto, nem tudo são rosas na observação dos grandes desafios que os vinhos portugueses têm pela frente. Focando o tema transversal da sustentabilidade do sector que dominou a principal comunicação do Forum, a cargo do António Marquez Filipe, do Grupo Symington, fica a ideia de que há ainda um longo caminho a percorrer para garantir que a sustentabilidade económica assegure também a sustentabilidade social e ambiental. A grande disparidade existente entre os nossos custos de produção, consideravelmente mais elevados que nos nossos principais concorrentes, e o preço médios dos nossos vinhos nos mercados internacionais, ainda não suficientemente valorizados na percepção da sua qualidade, constitui um problema estrutural que não tem solução fácil a curto prazo.
Curso de Marketing de Vinhos na Universidade do Minho

Vai decorrer já em Janeiro e Fevereiro de 2020 a 5ª edição do Programa Executivo em Marketing de Vinhos da UMinhoExec. Este curso é realizado em parceria com a ViniPortugal e decorrerá em Braga, no campus da universidade. O curso, de 50 horas, dirige-se a empresários do sector, e procura reflectir sobre os fundamentos do […]
Vai decorrer já em Janeiro e Fevereiro de 2020 a 5ª edição do Programa Executivo em Marketing de Vinhos da UMinhoExec. Este curso é realizado em parceria com a ViniPortugal e decorrerá em Braga, no campus da universidade. O curso, de 50 horas, dirige-se a empresários do sector, e procura reflectir sobre os fundamentos do Marketing de Vinhos numa abordagem competitiva a nível internacional. O programa aborda temas como a segmentação do mercado, a política de produto e marca, gestão de preços, técnicas de venda e comunicação, distribuição e internacionalização, bem como de enoturismo.
As aulas são em regime pós-laboral: quintas-feiras, sextas-feiras (18h30 às 21h30) e sábados (09h às 13h). O valor do curso é de 910 euros, mas apenas se fizer a sua inscrição até ao dia 3 de Janeiro. Depois fica mais cara.
Mais informações sobre o curso podem ser consultadas na página do curso.
Qual a influência de diferentes decanters num vinho?

Beber um bom vinho e apreciá-lo na sua plenitude é uma atitude que tem muito a ver como uma série de condicionantes. A temperatura de serviço, por exemplo, é um factor determinante para a correcta apreciação de um vinho. O próprio copo é importante, como podemos constatar depois de fazermos várias ‘provas de copos’. Decantar […]
Beber um bom vinho e apreciá-lo na sua plenitude é uma atitude que tem muito a ver como uma série de condicionantes. A temperatura de serviço, por exemplo, é um factor determinante para a correcta apreciação de um vinho. O próprio copo é importante, como podemos constatar depois de fazermos várias ‘provas de copos’.
Decantar um vinho, especialmente tinto e em particular vinhos ainda fechados e/ou taninosos, pode ser outra manobra que o vai alterar positivamente para o nosso usufruto. Hoje, já toda a comunidade enófila sabe isto. Mas será que existem outras variáveis a descobrir? A mente inquieta de Ralf Schmidt um dia congeminou que o formato do próprio decanter pode fazer diferença. E vai daí, o proprietário da Schmidt-Stosberg teve a ideia de fazer uma prova de decanters no último dia da feira Grandes Escolhas Vinhos e Sabores. Refira-se que a Schmidt-Stosberg, representante oficial da marca do fabricante Schott-Zwiesel, tem vários decanters no seu portefólio.
O orientador da prova foi o sommelier Luis de Almeida Cambra, do restaurante Largo do Paço, em Amarante. Na mesa, para além de Ralf, estava Manuel Malfeito Ferreira, professor no Instituto Superior de Agronomia, e João Silva e Sousa, conhecido enólogo que oficia sobretudo no Douro. Maria João de Almeida, jornalista, estava também presente e deu a sua opinião.
A prova foi bem interessante porque envolveu um único vinho tinto, Howard’s Folly, passado através de vários decanters. Um deles continha o vinho da garrafa, que infelizmente teve de ser passado para decanter porque tinha depósito. Mas não foi agitado, o que aconteceu nos decanters de prova. Teríamos ainda agradecido que o vinho de controlo pudesse vir de uma só garrafa, por exemplo uma com 3 litros, que seria suficiente. Assim teríamos a certeza de que o vinho era exactamente igual.

No final, eram várias as opiniões que circulavam sobre as diferenças do decanter de controlo para os outros. Considerando as vacilações que observámos, as diferenças não eram de todo óbvias. Ou seja, a existirem, seriam subtis. Mas fica para confirmação em nova prova, com uma preparação mais exigente.
Muito interessante foi ainda a discussão sobre a decantação: um dos sommeliers da sala referiu que prefere decantar vinhos novos, porque é um risco fazê-lo com os vinhos velhos. Luis Cambra concordou e acrescentou que só faz a decantação em poucos casos no restaurante onde trabalha. E acrescentou: “cada vinho é um vinho e não existem receitas universais”. A decisão de decantação passa ainda pelo tempo disponível e pela vontade do cliente. João Silva e Sousa referiu ainda uma experiência com Vinhos do Porto e uma prova abarcando várias décadas, ocorrida no Canadá: “os vinhos dos anos 40 estavam mortos ao fim de 30 minutos após a decantação”.
No final da sessão, ficou a sensação de que o tema estará longe de estar esgotado. Melhor ainda para o anfitrião, Ralf Schmidt, que terá oportunidade de repetir a prova e fazer avançar o conhecimento sobre o tema. (António Falcão)
Enófilos com menos riscos de contrair doenças pulmonares?

Existem estudos sobre a relação do consumo de vinho e toda a espécie de doenças. Contudo, as doenças pulmonares têm sido uma excepção. Mas agora uma colaboração entre o Instituto Karolinska, da Suécia, e a Universidade de West of England, em Bristol, Inglaterra, deu à luz um estudo que indica uma relação positiva entre o […]
Existem estudos sobre a relação do consumo de vinho e toda a espécie de doenças. Contudo, as doenças pulmonares têm sido uma excepção. Mas agora uma colaboração entre o Instituto Karolinska, da Suécia, e a Universidade de West of England, em Bristol, Inglaterra, deu à luz um estudo que indica uma relação positiva entre o consumo moderado de vinho e uma significativa redução no risco de um homem contrair doenças pulmonares. O estudo foi publicado no American Journal of Epidemiology e englobou 44.000 homens com idades entre 45 e 79 anos. O estudo começou em 1998 e só terminou em 2014. O grande objectivo foi estudar a incidência da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), infelizmente muito expandida e uma das maiores causas de mortalidade em vários países.
Sem entrarmos em outros pormenores, podemos dizer que o grupo dos que bebiam moderadamente mostrou uma mais baixa incidência da DPOC que o grupo dos abstémios e o dos abusadores de álcool. Na verdade, os abstémios mostraram ter 21% maior incidência da doença que os moderados. Os abusadores tinham 34% mais.
Os investigadores consideraram que beber cerca de 7 a 14 bebidas por semana representava um consumo moderado. Os abusadores, ou de consumo elevado, bebem mais de 20 bebidas por semana. Aqui o termo bebida representa, por exemplo, 0,15 litros de vinho (sensivelmente um copo).
Poças lança decanters com Vinho do Porto

A casa Poças acabou de lançar dois Porto Tawny 10 e 20 anos em formato decanter. A Poças garante que este formato é usado pela primeira vez pelo sector do Vinho do Porto. A iniciativa, diz Pedro Pintão, director de marketing e comunicação da Poças, tem sobretudo a ver com os compradores estrangeiros: “O crescimento […]
A casa Poças acabou de lançar dois Porto Tawny 10 e 20 anos em formato decanter. A Poças garante que este formato é usado pela primeira vez pelo sector do Vinho do Porto. A iniciativa, diz Pedro Pintão, director de marketing e comunicação da Poças, tem sobretudo a ver com os compradores estrangeiros: “O crescimento do turismo em Portugal e no Porto veio intensificar as vendas de Vinho do Porto no segmento de oferta. É um ícone nacional que muitos estrangeiros gostam de levar como recordação”.
De facto, o Vinho do Porto é uma prenda clássica nos turistas que nos visitam, mas também é popular em Portugal, para ofertas a amigos e clientes. Ao invés de usar garrafas especiais, como a do seu Poças Porto Muito Velho 1918, os dois tawnies usam dois decanters diferentes, “com design arrojado e uso de tecnologia inovadora no fabrico do vidro”. Depois de consumido o vinho, o decanter pode ser usado para a sua função usual ou albergar outro vinho.
Pedro Pintão acrescenta: “É um modo de valorizarmos o Vinho do Porto que produzimos há várias gerações e que tem granjeado prestígio e reconhecimento para a empresa”.
3 vinhos portugueses no Top 100 da Wine Spectator

Tal como no ano passado, a lista Top 100 anual da revista americana Wine Spectator apenas inclui três vinhos portugueses, todos do Douro. Grande destaque para o Quinta do Noval Porto Vintage 2017, o único vinho desta lista a chegar aos 98 pontos. Não quer isto dizer que tenha obtido a maior pontuação de todos […]
Tal como no ano passado, a lista Top 100 anual da revista americana Wine Spectator apenas inclui três vinhos portugueses, todos do Douro. Grande destaque para o Quinta do Noval Porto Vintage 2017, o único vinho desta lista a chegar aos 98 pontos. Não quer isto dizer que tenha obtido a maior pontuação de todos os vinhos: esta lista não tem só a ver com a pontuação, contendo diversos vinhos, por exemplo, com ‘apenas’ 90 pontos, como o Manoella Douro tinto 2016, da (Wine & Soul). Nem a lista tem só a ver com preço, pois existem vinhos de 13 a 197 dólares. Na verdade, os critérios para se entrar nesta lista incluem, dizem os editores, “qualidade, relação qualidade/preço, disponibilidade e “excitement”. Ou seja, podem entrar aqui muitos vinhos, bastando pender a balança mais para o ‘excitement’, por exemplo.
Já agora, o terceiro vinho português foi o Quinta do Vale Meão Douro tinto 2016, que obteve 96 pontos. Refira-se ainda que James Molesworth é quem prova Vinhos do Porto; os restantes vinhos portugueses são avaliados por Gillian Sciaretta, provadora baseada em Nova Iorque. Estes são apenas dois dos dez provadores da revista, que afirma avaliar mais de 15.000 vinhos por ano.
“Extra! Extra!”, 2011 é ano de Barca Velha

A ser lançado em Maio de 2020, o próximo e icónico Barca Velha ostentará 2011 no rótulo. Oito anos depois desta colheita, a vigésima edição da marca assinada pela Casa Ferreirinha, da Sogrape, é finalmente anunciada, um momento sempre muito aguardado por consumidores e mercados nacionais e internacionais. “O ano de 2011 foi extraordinário, dos […]
A ser lançado em Maio de 2020, o próximo e icónico Barca Velha ostentará 2011 no rótulo. Oito anos depois desta colheita, a vigésima edição da marca assinada pela Casa Ferreirinha, da Sogrape, é finalmente anunciada, um momento sempre muito aguardado por consumidores e mercados nacionais e internacionais.
“O ano de 2011 foi extraordinário, dos melhores de sempre no Douro, intenso e de grande qualidade, pelo que da nossa parte foi só uma questão de paciência até podermos confirmar o potencial que a vindima deixou antever”, descortinou o enólogo Luís Sottomayor (na foto).
Declarado apenas em anos considerados pela Casa Ferreirinha como excepcionais, o tinto Barca Velha é, desde a sua criação em 1952, elaborado com uvas seleccionadas de diferentes altitudes no Douro Superior. A Quinta da Leda, com 160 hectares de vinha, dá hoje origem à maior parte dos vinhos que integram o lote composto pelas castas tradicionais da região.
ONG Oikos leva 15 restaurantes a ajudar Moçambique

A Oikos, uma Organização Não Governamental (ONG) portuguesa que trabalha em prol do desenvolvimento, decidiu “celebrar” o Giving Tuesday, dia solidário que acontece sempre a seguir às consumistas Black Friday e Cyber Monday. Em conjunto com quinze restaurantes lisboetas, e com apoio da Zomato, esta iniciativa pretende ajudar as vítimas dos ciclones em Moçambique: hoje, […]
A Oikos, uma Organização Não Governamental (ONG) portuguesa que trabalha em prol do desenvolvimento, decidiu “celebrar” o Giving Tuesday, dia solidário que acontece sempre a seguir às consumistas Black Friday e Cyber Monday. Em conjunto com quinze restaurantes lisboetas, e com apoio da Zomato, esta iniciativa pretende ajudar as vítimas dos ciclones em Moçambique: hoje, dia 3 de Dezembro, estes espaços doarão €1.50 por cada cliente. Em alguns casos, a acção manter-se-á até dia 8 deste mês.
João José Fernandes, presidente da Oikos, explicou que “a Oikos trabalha o tema da segurança alimentar e nutricional desde sempre e há alguns anos em Portugal. Para nós, cozinhar também é liderar e por isso há muito que queríamos envolver os nossos chefs e cozinheiros nacionais nas nossas iniciativas”.
Os quinze restaurantes aderentes: LOCO, Mano a Mano, Avenida SushiCafé, Izanagi, Erva, Essencial, Pigmeu, SOI, Panorâmico by Marlene Vieira, Tasca da Esquina, Boi Cavalo, Plano, O Nobre by Justa Nobre, Akla e Enigma D’Alquimia.
Para ajudar, além de frequentar hoje e até dia 8 um destes espaços, pode aceder a ao site da Oikos e escolher uma das formas de ajuda. A causa pode ainda ser divulgada através das hashtags #semearmocambique #oikos #DaParaMudar #GivingTuesdayPT.