Vinho e saúde: mais estudos são necessários

Especialistas em vinho e saúde estiveram reunidos em Logroño (Espanha), numa reunião que visou fazer um apanhado dos últimos desenvolvimentos da questão do vinho e da saúde. O Wine and Health 2017 Meeting juntou mais de 200 participantes incluindo cientistas, profissionais da saúde, jornalistas e alguns representantes de pro­dutores de vinho. Resumidamente, as prin­cipais conclusões […]

Especialistas em vinho e saúde estiveram reunidos em Logroño (Espanha), numa reunião que visou fazer um apanhado dos últimos desenvolvimentos da questão do vinho e da saúde. O Wine and Health 2017 Meeting juntou mais de 200 participantes incluindo cientistas, profissionais da saúde, jornalistas e alguns representantes de pro­dutores de vinho.

Resumidamente, as prin­cipais conclusões indicam que um copo de vinhos branco ou tinto podem ajudar a melhorar o nível de açúcar no sangue e a diminuir significativamente o risco de dia­betes tipo 2. Por outro lado, o consumo moderado de vinho faz baixar o risco de demência. Os polifenóis são provavelmen­te responsáveis pelos benefícios do consu­mo de vinho mas os cientistas ainda se in­terrogam como é que as coisas se passam na realidade. É por isso que esta reunião exortou governos e instituições de saúde a promoverem mais e melhores estudos sobre o tema.

Ainda assim, com as evidên­cias que já existem, os cientistas não hesi­taram em recomendar que “os benefícios do consumo moderado de vinho deveriam ser considerados pelos governantes e por quem estabelece as recomendações de alimentação pública. Finalmente, os cien­tistas recomendam ainda que devem ser transferidas para os media e para a socie­dade as correctas recomendações sobre o consumo de vinho numa dieta saudável.

Geada e granizo assolam vinhas europeias

A última quinzena de Abril foi dramática para muitos viti­vinicultores europeus, que se viram a braços com a maior vaga de geada desde 1991. E isto num ano também mar­cado por episódios severos de queda de granizo. França, Itália e Reino Unido foram os países mais afectados, mas os episódios de devastação causada pelo frio […]

A última quinzena de Abril foi dramática para muitos viti­vinicultores europeus, que se viram a braços com a maior vaga de geada desde 1991. E isto num ano também mar­cado por episódios severos de queda de granizo. França, Itália e Reino Unido foram os países mais afectados, mas os episódios de devastação causada pelo frio ocorreram um pouco por todo o lado, incluindo Portugal, onde a geada surgiu em sítios sem qualquer historial deste fenó­meno meteorológico.

Os prejuízos na zona de Bordéus, onde se antecipa uma quebra de produção de cerca de 50 por cento, podem atingir os dois mil milhões de euros, no cenário mais pessimista. Como é habitual neste tipo de ocorrências, os estragos variam muito, mesmo em áreas geográfi­cas pequenas – há produtores que poderão ter perdido praticamente toda a colheita, enquanto outros estimam as perdas em 15 a 30 por cento. Para combater o gelo, houve quem usasse helicópteros, acendesse fogueiras ou ligasse aquecedores, mas em muitos casos o esforço re­velou-se inglório.

Quase todas as regiões francesas foram afectadas entre 20 e 27 de Abril: Champagne reporta 25 por cento das vi­nhas afectadas, Borgonha fala em mais de dez por cento. E um pouco por toda a Europa os relatos coincidiram na listagem de prejuízos. Alguns produtores britânicos assu­mem quebras de 90 por cento, muitas vinhas de Riesling na Alemanha enfrentaram o gelo, no Norte de Itália os produtores de Prosecco viveram o mesmo pesadelo al­guns dias antes (entre 17 e 19 de Abril).

Com quebras na produção, há já quem antecipe uma su­bida de preços. Mas os analistas mais prudentes reservam um balanço final para o final de Junho, mês em que se pode ainda verificar alguma recuperação das plantas.

Michel Chapoutier em Portugal com a Wine Time

A distribuidora portuguesa Wine Time assinou um acordo de distribuição com o produtor de origem francesa, Michel Chapoutier para Portugal. O acordo engloba toma a vasta gama de vinhos deste produ­tor, incluindo os dois vinhos tintos do Douro, onde Chapoutier possui duas parcelas de vinha. Os vinhos chamam-se Eleivera e Pinteivera e já estão à […]

A distribuidora portuguesa Wine Time assinou um acordo de distribuição com o produtor de origem francesa, Michel Chapoutier para Portugal. O acordo engloba toma a vasta gama de vinhos deste produ­tor, incluindo os dois vinhos tintos do Douro, onde Chapoutier possui duas parcelas de vinha. Os vinhos chamam-se Eleivera e Pinteivera e já estão à venda no mercado nacional. As vinhas situam-se ao pé de São João da Pesqueira e foram adquiridas em 2008. A eno­logia está a cargo de Hugo Pires mas as orientações técnicas estão a cargo de um dos enólogos da M. Cha­poutier, que também cobre a Austrália.

No país dos cangurus, Chapoutier possui vinhas e vinhos na zona sul, de Victoria. A esmagadora maioria do portefólio, contudo, está em França. O núcleo reside na Côtes du Rhône, onde nascem vinhos conhecidos e relati­vamente raros como o l’Ermite. Existem ainda vinhas em Rousillon, no sul de França. Paolo Michaut, da área comercial da empresa, disse-nos que Chapoutier gos­ta muito de Touriga Nacional. Quando saiu o primeiro vinho duriense, em 2009, o enólogo plantou a primei­ra vinha de Touriga na Austrália. Hoje faz blends de Grenache com Touriga Nacional e Syrah. Melhor ain­da: Chapoutier queria levar a Touriga para o Château­neuf-du-Pape mas as autoridades locais não deixaram.

Michel Chapoutier é sobretudo um apaixonado por terroir e só trabalha em sítios que tenham qualquer coisa de diferente. É um apoiante incondicional da viticultura biodinâmica e acredita que os vinhos de­vem sobretudo expressar o sítio onde nasceram.A marca pode ser encontrada em boas garrafeiras ou, em alternativa, na loja on-line da Wine Time (www.wi­ne-time.biz).

Maior concurso mundial elege vinho luso como ‘melhor tinto de lote’

O concurso da mais conhecida revista inglesa da especialidade, chamado de Decanter World Wine Awards, já deverá ser neste momento o maior do mundo, com cerca de 17.200 amostras, avaliadas por mais de 200 jurados. Infelizmente são pouco os jurados portugueses. Os vinhos medalhados a ouro são re-prova­dos novamente para serem escolhidos os melhores, que […]

O concurso da mais conhecida revista inglesa da especialidade, chamado de Decanter World Wine Awards, já deverá ser neste momento o maior do mundo, com cerca de 17.200 amostras, avaliadas por mais de 200 jurados. Infelizmente são pouco os jurados portugueses. Os vinhos medalhados a ouro são re-prova­dos novamente para serem escolhidos os melhores, que recebem as medalhas Platinum. Entre estes, existe ainda uma derradeira selecção: os melhores rece­bem a distinção Best in Show, alocados a várias categorias, muitas das quais não aplicáveis (ou quase não são) a Portugal.

Dois vinhos portugueses entraram nesta lista muito restrita (34 vinhos), incluindo aquela que será a mais disputada do con­curso, a de “Melhor tinto de lote”, para vinhos com mais de uma casta. O vinho alentejano Blog 2013, do produtor Tiago Cabaço (95 pontos na prova) foi o ven­cedor. O outro luso – o Cossart Gordon Bual Madeira 1987 (98 pontos) levou a palma para o “Melhor fortificado doce”.Das 175 medalhas Platinum, oito vieram para Portugal. Os vinhos portugueses le­varam ainda 32 medalhas de Ouro (455 vinhos que obtiveram entre 95 e 100 pon­tos), 138 de Prata (3.340 vinho, entre 90 e 94 pontos), 287 de Bronze (7.038, entre 86 e 89 pontos) e Commended (3.651, entre 83 e 85 pontos). Pode consultar os resultados completos no site awards.de­canter.com/DWWA/2017

Consumidores pagam mais pelo “orgânico”, mas não no vinho

A procura por tudo o que é orgânico tem vindo a aumentar muito nas últimas duas décadas. Mundialmente, a área de agri­cultura orgânica certificada passou de cerca de 11 milhões de hectares, em 1991, para 37 milhões, em 2011. Este aumento, quase triplicado, está associado a uma dilatação de mercado para os produtos orgânicos, de […]

A procura por tudo o que é orgânico tem vindo a aumentar muito nas últimas duas décadas. Mundialmente, a área de agri­cultura orgânica certificada passou de cerca de 11 milhões de hectares, em 1991, para 37 milhões, em 2011. Este aumento, quase triplicado, está associado a uma dilatação de mercado para os produtos orgânicos, de 13,5 mil milhões de euros para 52,7 mil milhões. A viticultura orgânica, naturalmente, viu tam­bém a sua popularidade crescer.

No entanto, apesar de os consumidores estarem dispostos a pa­gar mais por este tipo de produtos em geral, isso não se aplica ao caso do vinho. O Instituto das Ciências dos Alimentos e da Agricultura, da Universidade da Flórida, concluiu um estudo que revela que os produtores de vinhos orgânicos de alta qualidade não conseguem praticar preços “premium”. Pelo contrário, es­tes vinhos ostentam um preço mais baixo do que semelhantes de práticas não orgânicas.

Para o estudo, Lane Abraben, licenciado no mesmo instituto, usou um modelo económico para determinar esta conclusão, analisando 444 vinhos tintos de qualidade “premium” de 55 produtores da Toscânia. O estudo indica que as conclusões des­sa amostra são extensíveis a qualquer vinho orgânico e a qual­quer público.

Baga-Bairrada continua a crescer

Abril foi o mês da chegada de cinco novos espumantes Baga-Bairrada. Esta categoria, que surgiu com o objectivo de comunicar a singularidade da casta Baga, bandeira da região, promove um padrão de qualidade para os espuman­tes a partir dela elaborados e que obe­decem a determinadas regras de produ­ção. Foi na sede da Associação Rota da […]

Abril foi o mês da chegada de cinco novos espumantes Baga-Bairrada. Esta categoria, que surgiu com o objectivo de comunicar a singularidade da casta Baga, bandeira da região, promove um padrão de qualidade para os espuman­tes a partir dela elaborados e que obe­decem a determinadas regras de produ­ção. Foi na sede da Associação Rota da Bairrada (na Curia), com continuação no restaurante Rei dos Leitões (Mealhada), que foram apresentados os estreantes: nos brancos, o Íssimo Blanc de Noirs bruto 2013, Ribeiro de Almeida bruto 2015 e Prior Lucas Blanc de Noirs bru­to 2015 (produtor recente); nos rosés, o Prior Lucas bruto 2015 e São Domingos bruto 2015.

A Comissão Vitivinícola da Bairrada, a Rota e os vários agentes económicos da região têm feito um trabalho muito eficaz naquilo que é a promoção turís­tica da região e o desenvolvimento das suas mais-valias e especialidades vínicas e gastronómicas, sendo a categoria Ba­ga-Bairrada um exemplo disso. Nesta linha de pensamento, nasceu mais uma novidade: o cartão de cliente Rota da Bairrada. Esta ferramenta de fideliza­ção oferece ao seu portador descontos imediatos em alojamento, restauração e outras atracções da região, além de acumular pontos que podem ser troca­dos por produtos. Pode ser adquirido nos Espaços Bairrada ou através do site www.rotadabairrada.pt.
ML

Lima Smith assume vinhos da Fundação Eça de Queiroz

A partir da vindima de 2017, a Lima Smith, produtor dos vinhos da Quinta da Boavista, da Quinta de Covela e da Quinta das Tecedeiras, passará a integrar no seu portefólio os vinhos da Fundação Eça de Queiroz. Este acordo surge na sequência de uma colaboração que já dura há vários anos e que se […]

A partir da vindima de 2017, a Lima Smith, produtor dos vinhos da Quinta da Boavista, da Quinta de Covela e da Quinta das Tecedeiras, passará a integrar no seu portefólio os vinhos da Fundação Eça de Queiroz. Este acordo surge na sequência de uma colaboração que já dura há vários anos e que se tem estreitado nos últimos tempos. A Quinta de Covela e a Casa de Tormes, sede da Fundação Eça de Queiroz, ficam a pouca distância uma da outra, ambas numa zona de transição entre as regiões dos Verdes (sub-região de Baião) e do Douro. A fundação possui 10 hectares de vinha (Avesso, Arinto, Alvarinho e Chardonnay) e a enologia passa a ficar a cargo de Rui Cunha.

A 19 de Abril de 1817, o economista britânico David Ricardo publicou um ensaio intitulado “On the principals of political economy and taxation”, um documento que, 200 anos depois, continua a ser apontado como uma das pedras basilares do comércio livre. Nele, Ricardo exemplificava a sua teoria com dois produtos: o vinho português e os tecidos ingleses.

Em Portugal, dizia ele, eram precisos menos trabalhadores para fazer vinho do que tecidos; em Inglaterra, acontecia exactamente o oposto. Em consequência disto, os portugueses deviam exportar vinho para Inglaterra e deste país saírem tecidos rumo a Portugal – ou seja, cada país devia focar-se nos seus produtos fortes e vendê-los a outros países. É o conceito da “vantagem comparativa”.