Bordéus e Douro em diálogo

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O projecto dos vinhos Roquette e Cazes nasceu da amizade de duas famílias, os Roquettes do Crasto e os Cazes do Château Lynch-Bages. Longe dos focos de luzes e da boca do palco duriense, estes, são grandes […]
[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O projecto dos vinhos Roquette e Cazes nasceu da amizade de duas famílias, os Roquettes do Crasto e os Cazes do Château Lynch-Bages. Longe dos focos de luzes e da boca do palco duriense, estes, são grandes vinhos a merecerem toda a atenção.
TEXTO João Paulo Martins FOTO Anabela Trindade
Xisto é um nome vulgar no Douro: identifica o solo e o tipo de pedra que caracteriza a região. É mesmo um dos factores diferenciadores do Douro em relação a outras zonas. Mas Xisto acabou por ser também o nome de um vinho tinto que resultou de uma associação luso-francesa. Foi a mais recente edição – de 2015 – que foi agora objecto de apresentação à imprensa.
A família Cazes é proprietária do Château Lynch-Bages que fica em Pauillac (Bordéus), nome famoso que já em 1855, aquando da classificação das propriedades, foi incluída na lista dos Crus Classés. Sabemos hoje que, naquela data, a propriedade estava algo decadente e mal cuidada e terá sido por isso que se quedou num quinto nível quando hoje, caso se refizesse a classificação – algo que o bom-senso aconselharia mas que o conservadorismo francês não autoriza – estaria, se não no primeiro, seguramente no segundo nível. A ligação dos Cazes a Portugal é também familiar ou, se se quiser, sentimental, porque Jean-Michel, o actual proprietário, é casado com uma portuguesa. Daqui até se pensar numa aventura conjunta com os Roquette foi um passo curto. Nasceu assim em 2002 a empresa Roquette & Cazes e o Xisto 2003 foi o primeiro vinho com que surgiram no competitivo mercado dos tintos durienses. Desde o início que foi pensado para ser um topo de gama, mas em 2006 a estratégia mudou e assim resolveu-se criar uma nova referência – Roquette & Cazes – que passou a funcionar como marca com edição anual, reservando-se o Xisto apenas para os melhores anos. Assim a produção do Roquette & Cazes atinge as 60.000 garrafas/ano, enquanto o Xisto se queda por uma quantidade que varia entre 3.000 e 5.000 garrafas.
A fim de assegurar uvas para estes vinhos a empresa investiu no Douro Superior, numa vinha – quinta do Meco, com 22 ha de vinha – ao lado da vinha que o Crasto também adquiriu, a quinta da Cabreira. Todo o trabalho é assegurado pela quinta do Crasto, desde o granjeio da vinha até ao estágio em barrica. Para já, e enquanto esta vinha não ultrapassa a fase da juventude, as uvas para o tinto Xisto têm origem em vinhas velhas de Foz Côa.[/vc_column_text][image_with_animation image_url=”35322″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][vc_column_text]Qualidade notável
Nesta que foi a primeira apresentação pública dos vinhos da empresa estiveram presentes Jean-Charles Cazes (filho de Jean-Michel) e Daniel Llose, enólogo que há décadas (desde 1976) é o responsável pelos vinhos do Château Lynch-Bages e era também consultor da AXA Millésimes sendo, por via disso, consultor também da quinta do Noval. Actualmente, já reformado da AXA, continua unicamente ligado à família Cazes. Manuel Lobo, enólogo do Crasto, apresentou os vinhos. Para já só tintos, mas não se descura a hipótese de no futuro se vir a produzir branco com as marcas referidas. Tomás Roquette foi o anfitrião e a apresentação decorreu no restaurante Jncquoi, em Lisboa.
A marca Roquette & Cazes assenta num lote de Touriga Nacional (60%), Touriga Franca e Tinta Roriz, estas duas com variações, dependendo do ano vitícola. As uvas têm origem mista, algumas do Cima Corgo e outras do Douro Superior. Em média o estágio em barrica prolonga-se por 18 ou 20 meses. Os vinhos têm uma qualidade notável, só lhes falta visibilidade e aceitação pelos consumidores portugueses. Na exportação são já 30 os países destinatários, sinal evidente da alta qualidade que apresentam. A marca, como nos informou Tomás Roquette, tem condições para crescer, assim exista interesse e procura do mercado.
O tinto Xisto surge agora (no mercado em Abril) na colheita de 2015, sendo esta a oitava edição deste tinto. O estágio desenrola-se em barrica nova e também noutras usadas, provenientes do château bordalês.[/vc_column_text][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Em prova”][vc_column_text][ products skus=”V04634,V04635,V04636,V04637,V04638,V04639″ columns=”2″ ][/vc_column_text][vc_column_text]
Edição Nº23, Março 2019
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Symington doa ambulância e entrega bolsas de estudo

A Symington Family Estates tem, nos últimos anos, desenvolvido um projeto de responsabilidade social e apoio à educação de forma a assegurar o futuro da região. Esta aposta contínua já se materializou na doação de uma ambulância aos Bombeiros Voluntários da corporação de Sanfins do Douro e na entrega das primeiras bolsas de estudos a […]
A Symington Family Estates tem, nos últimos anos, desenvolvido um projeto de responsabilidade social e apoio à educação de forma a assegurar o futuro da região. Esta aposta contínua já se materializou na doação de uma ambulância aos Bombeiros Voluntários da corporação de Sanfins do Douro e na entrega das primeiras bolsas de estudos a dois estudantes da Universidade de Trás-os-Montes (UTAD), em Vila Real.
Na verdade, 2019 marca o décimo primeiro ano em que a Symington Family Estates apoia os Bombeiros Voluntários que, além de fornecerem um apoio vital à comunidade local no caso de emergências médicas, também combatem os incêndios florestais que ocorrem regularmente no Douro durante os meses secos do Verão. Até ao momento já foram contempladas, com a oferta de uma ambulância, corporações das seguintes regiões: Pinhão, São João da Pesqueira, Provesende, Carrazeda de Ansiães, Lamego, Régua, Vila Nova de Foz Côa, Tabuaço, Vila Flor, Sabrosa e, agora, Sanfins do Douro. Também a aquisição de equipamento médico de suporte de vida para o hospital de Alijó e de equipamento médico específico de cardiologia para a Cruz Vermelha de Sabrosa, já tiveram lugar.
No ano passado, a Symington anunciou a atribuição de duas bolsas de estudo em cada ano lectivo no seguimento de um protocolo com a UTAD. Estas seriam destinadas a estudantes dos cursos de Engenharia Agronómica e Enologia, preferencialmente naturais da Região Demarcada do Douro, e cobririam o pagamento integral das propinas dos três anos da licenciatura. Estas foram agora entregues, uma das bolsas reservada ao aluno com melhor média e a outra ao jovem que, de outra forma, não conseguiria prosseguir os estudos.
A olhar para o enófilo português

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Álvaro e Fernando van Zeller são dois irmãos que decidiram lançar-se num projecto de vinhos a que deram o nome de Barão de Vilar. Um amigo juntou-se-lhes e a equipa parece funcionar com excelência, a julgar pelo […]
[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Álvaro e Fernando van Zeller são dois irmãos que decidiram lançar-se num projecto de vinhos a que deram o nome de Barão de Vilar. Um amigo juntou-se-lhes e a equipa parece funcionar com excelência, a julgar pelo crescimento que têm registado nos últimos anos.
TEXTO António Falcão
NOTAS DE PROVA Luís Lopes
FOTOGRAFIA Anabela Trindade[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
Corria o ano de 1996 e Fernando Luiz van Zeller deixa uma herança de Vinho do Porto aos seus filhos Fernando e Álvaro. O stock era suficiente (mais de 150 mil litros) para se conseguir criar uma empresa de produção e comércio de Vinho do Porto e foi exactamente isso que os irmãos fizeram, recorrendo para o nome da empresa ao título de um antepassado, o Barão de Vilar.
Nenhum dos intervenientes era estreante nos vinhos, muito pelo contrário. A família van Zeller tem longuíssimos pergaminhos no vinho, especialmente no Vinho do Porto. São, pelo menos, 15 gerações dedicadas à produção e comércio de vinhos! O primeiro antepassado chegou a Portugal no século 17, fugido das guerras religiosas nas terras holandesas. “É um caso ímpar em Portugal”, considera Rui Correia de Carvalho, o sócio dos van Zeller nesta aventura. Rui é uma espécie de gestor polivalente; Fernando trata da área comercial e Álvaro da enologia.
Rui só entra em 2008, para dinamizar a empresa, que estava numa espécie de ‘limbo’. Foi colega de curso de Fernando, mas quando entrou no projecto tinha acabado de vender uma empresa sua. E a equipa funcionou como uma banda de música de sucesso… No espaço de 10 anos, diz-nos Rui, “cresceram todos os meses”. Em termos de recursos humanos, falamos de passar de 3 para 40 pessoas; em volume, de 80 mil litros de Vinho do Porto vendido anualmente para, este ano, quase 1 milhão; e ainda conseguiram multiplicar a facturação 14 vezes, fechando 2018 com mais de 7 milhões de euros! Números impressionantes para “a mais jovem empresa de Vinho do Porto, mas com uma história familiar de 4 séculos”. Palavras de Rui Correia de Carvalho.
[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”30″][image_with_animation image_url=”34683″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Equipa ganhadora”][vc_column_text]
Como é isto possível? Um dos segredos residiu no know-how comercial de Fernando van Zeller, especialista em vender vinhos portugueses no estrangeiro, mesmo em grandes quantidades. Junte-se isto à capacidade enológica do ‘master blender’ Álvaro van Zeller, e o cocktail estava semi-pronto. Faltava apenas arranjar produto e gamas/marcas consistentes. “Apostámos na diferenciação face às outras empresas de Vinho do Porto”, revela Rui. Especificando, a equipa trabalhou na criação de vinhos diferentes (Porto branco velho, por exº), na criação de Portos biológicos (são 5 as referências que a empresa tem) e um cuidado extremo na apresentação, tanto nos rótulos como na embalagem e/ou garrafa. A empresa vende também em vários formatos (mais de uma centena!), incluindo diversas garrafas mais pequenas e os tubos (Wine in Tube, parecido com um tubo de ensaio). Só destes vendem-se centenas de milhar, revela Rui. O facto de existirem conjuntos temáticos – como os vários estilos de Vinho do Porto, por exemplo – ajudou muito.
Outro factor de sucesso passou ainda por conseguirem preços mais acessíveis para o Porto, em cada uma das gamas, mas em especial nas mais caras. “Muitas pessoas não compravam portos mais caros por falta de dinheiro ou por não lhe atribuírem o valor que custa. A partir do momento que têm um produto um pouco mais em conta, as vendas disparam”, refere-nos Rui. E dá o exemplo do tawny 40 anos, segmento em que a empresa detém 25% da quota de mercado, sendo o maior operador. Aliás, apesar do seu tamanho ainda pequeno, a Barão de Vilar é a quinta maior empresa do Vinho do Porto nas categorias especiais, ultrapassando operadores com produções muito maiores. Rui diz-nos que a empresa vende entre 80 e 85% em vinhos de categorias especiais, uma percentagem muito elevada face à maior parte da concorrência.
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Em cada 100 euros facturados nesta casa, o Vinho do Porto é responsável por 85. Se falarmos em quantidades, a proporção é mais equilibrada: 70/30. Como é evidente, o preço médio do Porto é superior ao do vinho do Douro. Por outro lado, a grande maioria do vinho vai para o estrangeiro. Mais concretamente 85%. “É mais fácil um alemão ou dinamarquês conhecer uma marca nossa que um português”, graceja Rui. Mas as coisas estão a mudar e a empresa vai dar mais atenção este ano ao mercado nacional. Até contrataram uma especialista em comunicação/marketing, Mariana Cestari.
Por outro lado, os responsáveis não escondem que querem crescer nos vinhos não-generosos, especialmente nas gamas altas. Que já tem vinhos muito premiados, a nível internacional e também nacional. O Zom Grande Reserva Touriga Nacional 2011, por exemplo, foi o vencedor da última edição do Concurso de Vinhos do Douro Superior, na categoria de tintos, batendo uma fortíssima concorrência.
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Este vinho vem de uma das quintas – a Quinta de Zom – com que a Barão de Vilar trabalha directamente. Pertence aos sogros de Álvaro e está quase encostada a Espanha, no Douro Superior. A outra quinta é mesmo dos van Zeller e chama-se Quinta do Saião. Tem cerca de 80 hectares e situa-se também no Douro Superior, no Concelho de Vila Nova de Foz Côa.
Só lá estão 9 hectares de vinha (a maioria é recente) mas é possível ampliar a área até aos 40 ha. Estas e outras uvas, adquiridas a viticultores locais, vão para a adega da casa, instalada em Santa Comba da Vilariça, sobretudo dedicada a DOCs Douro. À frente está Mafalda Machado, técnica com várias vindimas realizadas no Douro, especialmente em não-generosos. Álvaro está agora a prepará-la para ficar mais à vontade no Vinho do Porto e em especial, claro, na arte do lote. De facto, tal como as outras empresas do ramo, a Barão de Vilar recorre à compra de vinhos (e também uvas) por todo o Douro. E nessa tarefa será mesmo o operador mais activo da região, calcula Rui. Não surpreende, contudo, dada a juventude da empresa. Todos os outros têm stocks de longa data… Aqui, temos que distinguir o que é a aquisição de stocks de vinho do Porto e a chamada compra de vindima. No primeiro caso, as aquisições são pontuais. No segundo, a Barão de Vilar tem fornecedores regulares e as aquisições são, diz Rui, “selectivas”. Ou seja, só compram o melhor…
Tudo tem que ser provado (e aprovado) e só depois se fazem lotes. Com esta equipa prova o conhecido enólogo Manuel Vieira, amigo de longa data de Álvaro. As provas decorrem todas as semanas em Vila Nova de Gaia, onde estão a sede e os armazéns, que pertenciam à Quinta do Noval (que foi propriedade van Zeller). Aqui repousam alguns cascos de Vinho do Porto e preciosidades já lotadas em pequenas cubas de inox, à espera do enchimento. As Instalações são de boa dimensão, mas precisariam de obras de vulto para serem preparadas para o enoturismo. Não está, contudo, nos planos próximos da gestão.
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A estrutura de imóveis da empresa contempla ainda um enorme armazém no Pocinho (Douro Superior), onde estão centenas de cascos a envelhecer Vinho do Porto. “É o nosso cofre”, considera Álvaro, a pensar em volumes superiores ao milhão de litros. Usar madeira é uma solução cara, por várias razões, incluindo a evaporação do vinho. Neste sentido, a Barão de Vilar entrou num curioso projecto com um engenheiro especialista em climatização para minorar as perdas por evaporação. Isso passará por controlo de humidade e de temperatura e Rui considera que serão soluções inovadoras. Estas instalações servem ainda de recuperação de cascos velhos que a empresa vai adquirindo a vários produtores da região. Ao mesmo tempo, apoiam a formação de novos tanoeiros.
Para o futuro mais próximo, a equipa da Barão de Vilar quer consolidar o que já foi alcançado. Mas não vai abandonar o crescimento, que este ano irá basear-se sobretudo no mercado português e, em grande parte, nos vinhos não-generosos. “Vamos deixar de ser ilustres desconhecidos em Portugal”, garante Mariana Cestari. Os enófilos portugueses vão certamente agradecer.
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Em prova”][vc_column_text]
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Maynard’s Vintage
Fortificado/ Licoroso - 2016 -
Maynard’s 40 anos
Fortificado/ Licoroso - -
Maynard’s 20 anos
Fortificado/ Licoroso - -
Maynard’s Colheita (375 ml)
Fortificado/ Licoroso - 1969 -
Maynard’s Colheita (375 ml)
Fortificado/ Licoroso - 1990 -
Maynard’s Colheita ( 500 ml)
Fortificado/ Licoroso - 2006 -
Kaputt Vinho Palhete
Tinto - -
Zom Colecção
Tinto - 2014 -
Zom
Tinto - 2015 -
Zom
Tinto - 2015 -
Zom
Branco - 2016
Edição Nº23, Março 2019
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Quinta do Noval declara dois Vintage 2017

O Quinta do Noval Vintage 2017 e o Quinta do Noval Nacional Vintage 2017 acabam de ser anunciados pela Noval e pelo seu director-geral, Christian Seely, num comunicado de imprensa: “Estou muito satisfeito por poder anunciar a declaração do Quinta do Noval Vintage 2017 e do Quinta do Noval Nacional Vintage 2017. Considero que estes […]
O Quinta do Noval Vintage 2017 e o Quinta do Noval Nacional Vintage 2017 acabam de ser anunciados pela Noval e pelo seu director-geral, Christian Seely, num comunicado de imprensa:
“Estou muito satisfeito por poder anunciar a declaração do Quinta do Noval Vintage 2017 e do Quinta do Noval Nacional Vintage 2017.
Considero que estes vinhos fazem parte dos melhores que fizemos desde que cheguei à Noval. A decisão de declarar foi simples: Como se sabe, na Quinta do Noval não hesitamos em fazer pequenas declarações de Porto Vintage, mesmo em anos em que não há declaração geral, desde que a qualidade seja excelente. Mas 2017 é, claramente, um ano excepcional e penso que ficará para a história como uma das grandes declarações de Porto Vintage da Quinta do Noval.
O ciclo vegetativo foi seco e quente durante a Primavera e o Verão, com níveis de precipitação historicamente baixos e vagas de calor prolongadas, especialmente em Junho. O rendimento foi relativamente baixo e a maturação precoce, tendo a nossa vindima começado em Agosto e terminado antes do fim de Setembro.
Os vinhos caracterizam-se por uma maturação exuberante, muita intensidade aromática, fruta profunda e taninos fortes e aveludados. São Porto Vintage sedutores, que podem ser desfrutados agora, mas com imenso potencial de envelhecimento. Talvez dos melhores que alguma vez veremos”.
Inédito: Symington anuncia primeira declaração Vintage consecutiva

A família Symington acaba de anunciar o ano de 2017 como Porto Vintage, que assinala a primeira declaração geral de dois Vintage consecutivos na história da família, desde que Andrew James Symington chegou ao Porto em 1882. O anúncio — apenas a 6.ª declaração Vintage do século XXI — fecha um período de intenso debate […]
A família Symington acaba de anunciar o ano de 2017 como Porto Vintage, que assinala a primeira declaração geral de dois Vintage consecutivos na história da família, desde que Andrew James Symington chegou ao Porto em 1882. O anúncio — apenas a 6.ª declaração Vintage do século XXI — fecha um período de intenso debate dentro do sector sobre se 2017 justificaria uma plena declaração, uma vez que a qualidade do elogiado 2016 elevou muito a fasquia.
Este é um momento marcante na longa história da família e resulta de dois anos sucessivos muito diferentes, mas de elevadíssima qualidade para vinho do Porto. Os vinhos de 2017 foram produto de um ciclo da vinha adiantado que culminou na vindima mais precoce no percurso de 137 anos dos Symington. O comunicado de imprensa refere o facto de ter sido um ano bastante mais quente e seco do que o normal, dando origem a bagos compactos em excelentes condições, com produções entre as mais baixas deste século — 20% inferiores à média da última década. Apesar da vindima ter arrancado em Agosto, as maturações apresentaram-se muito equilibradas, o que originou vinhos caracterizados por grande intensidade, concentração e estrutura, conjugado com aromas e frescura elevados.
Estes Porto Vintage 2017, feitos com uvas das principais quintas durienses dos Symington, irão brevemente para o mercado em quantidades muito limitadas de Graham’s, Dow’s, Warre’s e Quinta do Vesúvio, além de Graham’s Stone Terraces e Capela da Quinta do Vesúvio (2017 será apenas a quarta edição destes dois últimos vinhos, produzidos unicamente “em anos verdadeiramente excepcionais”). Dadas as produções muito baixas, o Porto Vintage 2017 é, em quantidade, a mais “pequena” declaração Symington do século XXI, com os volumes en primeur cerca de um terço abaixo do 2016.
Charles Symington, enólogo principal da Symington Family Estates, mostrou-se impressionado com os vinhos de 2017: “Nos meus 25 anos como enólogo na nossa empresa familiar, nunca vi um ano como este. As produções foram muito baixas, mas a intensidade, concentração e estrutura foram de cortar a respiração. Produzimos vinhos muito bons”.
Já Johnny Symington, Chairman da Symington Family Estates, enalteceu os motivos que conduziram a esta decisão inédita: “Poucas regiões de vinhos do mundo restringem as produções de vinhos de topo com o mesmo grau de exigência que seguimos no Douro, e a decisão de declarar Portos Vintage em dois anos consecutivos não foi tomada de ânimo leve. Contudo, estes dois anos excepcionais produziram vinhos de qualidade tão elevada que tornou incontornável esta decisão histórica”.
Veja o vídeo da Declaração Symington:
Parlamento restaura a Casa do Douro e o modelo corporativo

TEXTO Luís Lopes Numa decisão política que apanhou de surpresa muitos agentes económicos durienses, a maioria de esquerda na Assembleia da República (liderada por PS, BE e PCP) aprovou, no passado dia 5 de Março, um pacote legislativo que restaura a Casa do Douro como associação pública e, entre outras medidas, obriga a nela se […]
TEXTO Luís Lopes
Numa decisão política que apanhou de surpresa muitos agentes económicos durienses, a maioria de esquerda na Assembleia da República (liderada por PS, BE e PCP) aprovou, no passado dia 5 de Março, um pacote legislativo que restaura a Casa do Douro como associação pública e, entre outras medidas, obriga a nela se inscreverem todos os viticultores da região que pretendam produzir Vinho do Porto ou Douro. Para além do regresso a um corporativismo que remete para o Estado Novo salazarista e contraria todos os modelos de gestão das regiões vinícolas europeias, a legislação agora aprovada coarta igualmente o direito à liberdade de associação dos viticultores, que até agora podiam inscrever-se ou associar-se sem constrangimentos.
Os viticultores durienses têm estado representados no Conselho Interprofissional do Instituto do Douro e do Porto (IVDP) pela Federação Renovação do Douro, a entidade privada (de inscrição facultativa) que venceu o concurso público lançado após a extinção da Casa do Douro.
A primeira entidade a reagir à alteração legislativa foi a Associação das Empresas do Vinho do Porto (AEVP) que, em comunicado, afirma que a lei agora aprovada “não se identifica nem com a região, nem com os viticultores, prejudicando-a enormemente” e adianta que “a perda de liberdade associativa será para os viticultores do Douro um regresso ao passado, impossível de aceitar”, reforçando que “os viticultores do Douro serão os únicos que no país não poderão optar por estar ou não associados.”
A AEVP relembra que hoje “há estabilidade representativa no Conselho Interprofissional do IVDP: os viticultores estão legitimamente representados e as profissões em conjunto têm sabido ultrapassar os desafios que têm sido colocados” e teme que “a estabilidade conseguida nestes últimos anos termine, politizando-se de novo a região e estabelecendo-se um clima de desconfiança institucional que não é de todo desejável.”
Nos últimos anos o Douro conseguiu trabalhar em conjunto, no entendimento de que todos (viticultores – grandes e pequenos -, produtores de vinho, engarrafadores e exportadores) são complementares e essenciais ao desenvolvimento da região. Esta medida legislativa pode contribuir para o radicalizar de posições no Douro, com todos os problemas que daí advirão para o futuro desta tão importante denominação de origem portuguesa.
Um cheirinho de Inverno no Douro

A ameaça de chuva e as temperaturas a baixarem no termómetro não podem ser desculpa para adiar uma visita ao Douro. Desta vez, ficámos logo pela entrada da região, ali entre Lamego e a Régua. Paisagens de cortar a respiração, vinhos de eleição, gentes calorosas. E aquele cheirinho de Inverno que torna tudo especial. TEXTO […]
A ameaça de chuva e as temperaturas a baixarem no termómetro não podem ser desculpa para adiar uma visita ao Douro. Desta vez, ficámos logo pela entrada da região, ali entre Lamego e a Régua. Paisagens de cortar a respiração, vinhos de eleição, gentes calorosas. E aquele cheirinho de Inverno que torna tudo especial.
TEXTO Luís Francisco
FOTOS Ricardo Palma Veiga
Há qualquer coisa de mágico nestas paisagens quase irreais do vale do Douro. Faça sol ou faça chuva. Mas é como se a meteorologia austera do Inverno, com vento, frio, chuva ou nuvens que se roçam nos picos, fornecesse a este quadro a moldura austera e severa que realça ainda mais a sua beleza esmagadora. Sim, o mundo é sempre mais bonito e atraente com sol, mas o Douro não quer ser bonitinho. Basta-lhe ser o que é: uma maravilha da Natureza trabalhada pelo Homem até à insanidade.
Em tempos território quase intransponível, o vale da região vinhateira mais antiga do mundo está agora francamente acessível – e em nenhuma outra região essa evolução se torna mais óbvia do que aqui, junto à Régua, correctamente conhecida como a porta do Douro. A moderna rede de auto-estradas aproximou a cidade do Peso da Régua (nome que aglomera os das duas localidades que se agregaram: o Peso, na encosta; a Régua, mais recente, junto ao rio, sob a influência do caminho-de-ferro) das áreas urbanas do litoral. E daqui também depressa (e bem, que a estrada é uma delícia!) se chega ao Pinhão, ou a Vila Real, ou a Lamego. Outras terras ficam mais fora dos eixos rodoviários principais, mas é também dessa dureza, dessa exigência física e mental, que se faz o sortilégio do Douro…
Deambulámos por esta zona sem nunca perder a Régua de vista, ainda que dois dos nossos destinos se situem na margem esquerda do rio, em terras do concelho de Lamego. Ponte para lá, ponte para cá, sobre as águas do Douro que por esta altura correm com força, o mais fácil é depararmos com quintas e vinhas. Mas há mais para ver e sentir.
Na Régua, é imperativo visitar o Museu do Douro, onde, para além da exposição permanente “Douro: Matéria e Espírito”, há sempre novidades para conhecer. E, como o saber não ocupa espaço e o tempo aqui passa mais devagar, guarde um bocadinho para entrar no Solar do Vinho do Porto, onde, para além de ficar a conhecer melhor a história e os segredos deste néctar dos deuses, também pode simplesmente sentar-se a contemplar o rio e os barcos e pessoas que nele se afadigam.
Do outro lado do rio, a escassos quilómetros, fica Lamego, cidade milenar. A Sé de Lamego (1129), o castelo e o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios destacam-se entre o património edificado, sendo que os dois últimos funcionam igualmente como miradouros privilegiados sobre a cidade e a região. A esbelta escadaria do santuário, com os seus 686 degraus, é também um bom desafio para os mais dados às proezas físicas…
Por estas paragens, aliás, há que estar sempre preparado para enfrentar desníveis, ou não estivéssemos na terra dos socalcos. E a nossa primeira visita leva-nos a um sítio onde se conseguiu um valioso compromisso arquitectónico entre a ocupação do espaço e o respeito pela paisagem.
Os edifícios antigos da Quinta do Vallado são ocre, num tom mais ou menos carregado conforme a chuva oxida ou não o ferro contido na tinta. E só isso já é uma maravilha. Ao lado, paredes cinzentas de xisto marcam a nova fase de construção, fundindo-se com a paisagem circundante. Quem olha de fora dificilmente poderá ter a noção dos espaços criados para dar forma a uma adega e um pequeno hotel.
A visita à adega leva-nos da zona de recepção das uvas, no piso superior, até ao passadiço metálico que paira sobre as cubas de inox, passando, de caminho, pelos lagares em granito. Percorremos de seguida uma escadaria em túnel, espreitamos a belíssima galeria das barricas, voltamos a descer até à loja e sala de provas, espreitamos o armazém de Vinho do Porto, com os seus grandes balseiros e barricas. Fala-se da região, dos vinhos e da história da casa, que pertenceu à mítica D. Antónia, a Ferreirinha, e ainda continua na família. É, portanto, uma empresa familiar, mas com uma dimensão que já a aponta a outros “campeonatos”… O Vallado faz cerca de 1,4 milhões de garrafas por ano e contabiliza 20.000 visitantes anuais, mesmo sem receber grupos com mais de 20 pessoas.
A localização, numa arriba sobre a margem esquerda do rio Corgo, ali mesmo à entrada do Peso da Régua, é apenas uma das explicações para este sucesso. Entre os outros contam-se a qualidade dos seus vinhos, a aposta feita no Enoturismo e a popularidade da casa, construída também graças a… José Mourinho. “Quando ele estava no Chelsea, os nossos vinhos foram escolhidos pelo clube. Éramos apenas um dos fornecedores, mas a imprensa entrou em delírio e isso deu-nos enorme visibilidade. Foi um clique!”, conta, com um sorriso, Francisco Ferreira, enólogo e membro da família proprietária do Vallado.
Descemos por um caminho empedrado e vamos conhecer o hotel, a funcionar com cinco quartos no edifício antigo desde 2005 e com outros oito, na ala nova, a partir de 2011. A beleza das construções e a forma harmoniosa como se relacionam com a encosta quase nos faz esquecer que estamos em patamares vertiginosamente equilibrados na paisagem. Há jardins, pomares, hortas, spa e ginásio no meio das laranjeiras, esplanadas, piscina e bar de apoio instalado num antigo balseiro. Isto cá fora. Lá dentro temos os quartos, salões com lareira, sala de refeições, biblioteca e um “honesty bar”, onde os clientes se servem e deixam o pagamento devido.
QUINTA DO VALLADO
Vilarinho dos Freires, 5050-364 – Peso da Régua
Tel: 254 323 147, 254 318 081 (hotel e enoturismo)
Mail: reservas@quintadovallado.com; enoturismo@quintadovallado.com
Web: www.quintadovallado.com
GPS: 41º 09’ 44.5’’ N 07º 45’ 58.2’’ W
A adega está aberta todo o ano, com quatro horários de visita: 11h e 14h45 (em inglês); 12h e 15h45 (em português). A visita custa 17,50 euros por pessoa, a duração é de 1h30 e o programa inclui prova de vinhos (brancos, tintos e Porto). Mediante marcação, estão disponíveis provas e visitas privadas, workshops, almoços e jantares vínicos. No hotel, os preços oscilam entre os 150 (quarto standard) e os 210 euros (suíte) por noite, na época baixa; e entre os 190 e os 265 euros, na época alta. O hotel tem 13 quartos e dispõe de piscina e spa, disponibilizando ainda programas de passeios pedestres, de bicicleta, barco ou jipe, sessões de pesca no rio, piqueniques ou aulas de cozinha tradicional.
Originalidade (máx. 2): 2
Atendimento (máx. 2): 2
Disponibilidade (máx. 2): 2
Prova de vinhos (máx. 3): 2,5
Venda directa (máx. 3): 2,5
Arquitectura (máx. 3): 3
Ligação à cultura (máx. 3): 2,5
Ambiente/Paisagem (máx. 2): 2
AVALIAÇÃO GLOBAL: 18,5
Após um almoço que nos faz sonhar com o Verão (apenas porque, no Vallado, o salão de refeições tem à frente um pátio panorâmico com uma generosa mesa – imperdível com bom tempo), é tempo de atravessar o rio e subir a encosta sul, para chegarmos ao Wine Hotel da Quinta de Casaldronho. Aqui, a recuperação dos antigos edifícios ainda prossegue na adega e armazém, mas, um pouco mais abaixo, o hotel está em pleno funcionamento.
Abriu em 2014 e já há planos para alargar o projecto com a construção de seis mega-suítes para o segmento luxo. Brasil e EUA, com Suíça e Alemanha em plano secundário, são os principais países de origem dos hóspedes – quase 70 por cento são estrangeiros. Com bar, restaurante, piscina na cobertura, esplanadas e quartos muito bem equipados, esta é uma unidade moderna de qualidade. Mas é talvez nos detalhes que reside o seu extra de encanto.
Para começar (e acabar, e continuar, e respirar, e sonhar…), a paisagem. Do terreiro sobre o rio espraiamos o olhar pelo vale do Douro, o casario da Régua à esquerda, enquadrada pela silhueta maciça do Marão em pano de fundo; à direita o cabeço altivo do miradouro de São Leonardo de Galafura, que tanto inspirou Miguel Torga. Vinhas e muros desenham padrões nas encostas, manchas de mato e olival quebram as linhas hipnóticas dos socalcos. Pena terem colocado um poste de alta tensão logo abaixo do hotel – mas a verdade é que, ao cabo de alguns minutos, deixamos de reparar nele e focamo-nos no que interessa. Para quem quiser explorar as redondezas, há percursos pedestres marcados e bicicletas eléctricas à disposição.
Mas falemos também da pedra circular que faz de braseiro no exterior, dos dois gatos (na zona do hotel) e três cães (lá para cima, na adega) que recebem os visitantes, das ruínas bem aproveitadas para espaços comuns a céu aberto, da capela mesmo ali ao lado, dos muros de xisto. E dos vinhos, feitos – em completo antagonismo com o espírito moderno do hotel – sem recurso a qualquer maquinaria, numa busca assumida pela diferença e pela autenticidade.
A história desta quinta é notável. Pertenceu a Egas Moniz, tutor de D. Afonso Henriques, e, antes de passar para as mãos da actual família de proprietários (em 1850), foi de uma D. Sofia, de quem reza a tradição ter escondido um tesouro nas suas terras. Durante as obras, os mirones juntaram-se para ver se as escavações traziam à luz do dia o famoso tesouro. Nada feito. Mas bastaria terem levantado os olhos do chão para o verem… na forma desta paisagem grandiosa e implacável.
QUINTA DE CASALDRONHO WINE HOTEL
EN 313 Valdigem, 5100-829 Lamego
Tel: 254 318 331
Mail: info@quintadecasaldronho.com
Web: www.quintadecasaldronho.com
GPS: 41° 8’39.88″N / 7°45’18.12″W
O hotel dispõe de 18 quartos e duas suítes, com preços que oscilam entre os 94 (quarto duplo) e os 166 euros (suíte), na época baixa; e entre os 114 e os 195 euros na época alta. O restaurante está aberto para jantares todos os dias da semana. Para além de uma piscina na cobertura e esplanadas panorâmicas, a quinta tem percursos pedestres marcados, há bicicletas eléctricas e podem agendar-se provas de vinhos. Junto da recepção é possível obter aconselhamento e marcar outras actividades, desde passeios de barco a visitas a quintas da região. A adega da quinta está em remodelação para albergar uma loja e receber visitas.
Originalidade (máx. 2): 2
Atendimento (máx. 2): 2
Disponibilidade (máx. 2): 2
Prova de vinhos (máx. 3): 2
Venda directa (máx. 3): *
Arquitectura (máx. 3): 2,5
Ligação à cultura (máx. 3): 2,5
Ambiente/Paisagem (máx. 2): 2
AVALIAÇÃO GLOBAL: 17,5*
*nota ponderada; a filosofia do local não contempla ainda a existência de loja.
Ali bem perto, na Quinta das Brôlhas, na vila de Valdigem, tudo muda. Continuamos a um saltinho do rio, mas o que marca a paisagem são as escarpas rochosas em redor, o anel de casario e os terrenos planos e férteis no centro da bacia natural, onde encontramos as vinhas, sim, mas também hortas, árvores de fruto e jardins. Há vários tanques e fontes, a água corre num murmúrio tranquilizador. Isto é Douro, mas parece que estamos no Minho.
Não é uma quinta junto a uma localidade; é uma terra à volta da quinta. “Brolhas” pode ser sinónimo de mulher feia, de uma técnica de escultura usada na região ou da fase em que as vinhas começam a despontar depois da hibernação do Inverno. Fiquemo-nos por esta última, que parece a mais adequada. A Quinta das Brôlhas tem um total de 18 hectares de vinha, mas só uma parte fica aqui, neste terreno plano rodeado de casas e estradas; as outras espalham-se pelas encostas em redor.
Quem passa pelo discreto portão, situado na rua principal de Valdigem, entra num mundo diferente e cada vez mais raro nos nossos dias. Estamos numa propriedade agrícola, cujos donos moram fora e que é gerida pelos caseiros. Não há aqui circuitos enoturísticos marcados nem adegas de arquitectura moderna; respira-se, em contrapartida, uma atmosfera do que é simples e genuíno. É claro que na adega – onde várias pessoas se abastecem para as festas – notamos os depósitos em cimento, as cubas de inox e também os balseiros de madeira, ao lado de lagares em granito. Só que o melhor está cá fora.
Neste ar frio do Inverno, não se pode dizer que o silêncio é total. Nada disso. Ouvem-se carros a passar ao longe, ruídos das casas que vemos ao fundo, uma ou outra voz. E a água que corre nos tanques, e os pássaros que esvoaçam entre as árvores, e o miar dos gatos que se abrigam dentro de uma sebe. Tudo junto, lá está, dá-nos a sensação de termos viajado no tempo e no espaço, para uma dimensão apaziguadora de coisas simples.
Os olhos também têm muito para assimilar. As casas em pedra tão parecidas com os solares minhotos, a capela, a estranha fonte semi-afundada com a estátua de Santo António, as edificações secundárias que são alugadas a turistas (uma delas ocupada agora em permanência; sobra outra, com piscina e uma varanda muito sedutora), o verde das hortas, os planos de água, os jardins. Pormenor poucas vezes visto: algumas das sebes de buxo limitam, não roseirais ou outras plantas ornamentais, mas sim vinhas! Apanhamos uma tangerina da árvore. É doce e está fresquinha.
QUINTA DAS BRÔLHAS
Rua das Brolhas, 5100-831 Valdigem
Tel: 213 960 044, 254 331 756, 934 242 943 (visitas e provas)
Mail: geral@quintadasbrolhas.com
Web: www.quintadasbrolhas.com
A quinta, que fica a 12km de Lamego e a cerca de 3km da Régua, tem duas casas para alojamento rural, embora a sua disponibilidade esteja restrita: uma já está alugada para o ano inteiro, a outra costuma ser ocupada por clientes de uma agência britânica entre a Páscoa e o final do Verão. Tem quatro suítes, duas salas, cozinha e grande varanda coberta com vista para as vinhas, bem como piscina exterior; preço de aluguer sob consulta. As visitas à propriedade e provas (3 vinhos e azeite) carecem de marcação prévia, mas o preço (10 euros) é sempre deduzido na compra de vinhos ou azeites.
Originalidade (máx. 2): 2
Atendimento (máx. 2): 2
Disponibilidade (máx. 2): 1,5
Prova de vinhos (máx. 3): 2,5
Venda directa (máx. 3): 2
Arquitectura (máx. 3): 2,5
Ligação à cultura (máx. 3): 2,5
Ambiente/Paisagem (máx. 2): 2
AVALIAÇÃO GLOBAL: 17ESTAÇÃO DE SERVIÇO
Com o Douro sempre em pano de fundo e a certeza de bons vinhos para compor a refeição, comer bem é um imperativo quando se visitam estas paragens. Escolhemos três propostas com níveis de preços e oferta gastronómica diferentes. Mais tradicional o Cacho d’Oiro, mais moderno o SUS Douro, mais elaborado o DOC. Bom apetite!
CACHO D’OIRO – Rua Branca Martinho, Peso da Régua; 254 321 455, 963 121 120 / reservas@restaurantecachodoiro.pt
SUS DOURO – Rua José Vasques Osório, Loja C1 | Loja C1, Peso da Régua; 254 336 052, 967 966 567 / info@susdouro.com
DOC – Estrada Nacional 222, Folgosa; 254 858 123, 910 014 040 / doc@ruipaula.com
Edição nº21, Janeiro 2019
Emblemática Porca de Murça com novo look

A marca duriense Porca de Murça está a celebrar 90 anos, momento que a Real Companhia Velha decidiu assinalar com uma renovação na imagem. A cortar com o tom mais clássico, que seria de esperar que acompanhasse este aniversário de número redondo, o grafismo e toda a comunicação criados pela agência Bastarda seguem uma linha […]
A marca duriense Porca de Murça está a celebrar 90 anos, momento que a Real Companhia Velha decidiu assinalar com uma renovação na imagem.
A cortar com o tom mais clássico, que seria de esperar que acompanhasse este aniversário de número redondo, o grafismo e toda a comunicação criados pela agência Bastarda seguem uma linha divertida e colorida, mas com um toque sério nas cores.
Pedro O. Silva Reis, trade marketing manager da Real Companhia Velha, explicou:
“Porca de Murça é uma das marcas de vinhos mais emblemáticas do Douro, cujo consumo atravessou já várias gerações. É uma marca muito importante para a Real Companhia Velha, para a qual queremos atrair uma faixa etária mais jovem. Vamos fazê-lo com recurso a uma linguagem mais cool e imagética, invertendo a ideia de que aos 90 anos temos de adoptar uma postura clássica. Se há pessoas que são exemplo disso, porque não fazê-lo no vinho?”.
A nova imagem dos vinhos remete para a história do seu nome, a lenda da Porca de Murça : Vivia escondida no bosque uma mulher de feições másculas que tinha uma grande paixão: criar vinho com uvas vindas directamente dos socalcos do Douro. Montou um engenho de produção e, depois de encontrar a receita certa, distribuiu-a pela Vila que temia a sua existência. Um dia, por percalço, foi descoberta por um habitante que gritou e acordou toda a Vila. A mulher fugiu, nunca mais foi vista mas, em sua honra, foi erguida uma estátua com a forma de uma porca bem roliça…