Vinhos estrangeiros: Eles estão entre nós

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Não faz mal proclamar que os nossos vinhos são os melhores do mundo, desde que essa convicção seja baseada num conhecimento mínimo do que se faz por outras paragens. Numa breve viagem pelo planeta-vinho, deixamos algumas sugestões […]
[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Não faz mal proclamar que os nossos vinhos são os melhores do mundo, desde que essa convicção seja baseada num conhecimento mínimo do que se faz por outras paragens. Numa breve viagem pelo planeta-vinho, deixamos algumas sugestões de vinhos estrangeiros a preços razoáveis que se podem encontrar em Portugal.
TEXTO Valeria Zeferino
FOTOS Ricardo Palma Veiga
Quando há 17 anos cheguei a Portugal, encontrar algum vinho estrangeiro nas prateleiras era quase uma missão impossível. E há razões óbvias para isto. Historicamente, qualquer país produtor de vinhos tem uma oferta limitada de vinhos estrangeiros. É claro que os vinhos cá produzidos estão-nos mais próximos, as castas e as regiões são mais conhecidas e os sabores mais familiares.
Mas num mundo cada vez mais global é difícil continuar isolado em qualquer área que seja. Os consumidores e enófilos adquirem mais conhecimento, viajam mais e tornam-se mais informados e curiosos em relação aos vinhos produzidos lá fora. E o mercado responde.
Hoje podemos constatar que os vinhos estrangeiros estão melhor representados, quer nas grandes superfícies e garrafeiras, quer na restauração. Quem preferir vinhos do Velho Mundo pode escolher entre várias regiões dos países mais clássicos, como a França, Espanha, Itália, Alemanha e até Áustria. Do Novo Mundo também é possível encontrar vinhos praticamente de todos os cantos: Chile, Argentina, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e Califórnia.
Vinhos estrangeiros? Eles estão entre nós!
Esta selecção é apenas uma pequena parte de vinhos estrangeiros que podem ser comprados em Portugal. Evitámos propositadamente os vinhos básicos e os vinhos de gamas altas, propondo uma escolha de vinhos acessíveis, mas de alguma forma representativos dos seus países de origem.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Velho Mundo vs. Novo Mundo
Estes são dois termos que dividem globalmente o mundo da produção de vinho. O Velho Mundo integra todos os países da Europa, da bacia mediterrânica e Norte de África. O Novo Mundo refere-se aos países para onde os imigrantes europeus levaram as videiras e a tradição de fazer vinho.
O Velho Mundo baseava-se mais na tradição em termos de viticultura e vinificação, enquanto o Novo Mundo apostou na ciência. No Velho Mundo mandava o terroir, enquanto no Novo Mundo as castas assumiram a liderança. O Velho Mundo inventou o tão complexo quanto complicado sistema de classificações e designações, enquanto o Novo Mundo não se debruçou tanto sobre a estrutura regional, que é muito mais simples.
Entretanto, hoje em dia esta fronteira está cada vez mais ténue: os países do Velho Mundo abriram as portas à tecnologia e inovação na produção de vinhos, fizeram grandes investimentos e renovaram-se, e muitas vezes comunicam os seus Cabernet e Chardonnay no rótulo. Os países do Novo Mundo descobriram os seus terroirs, começaram a falar nos seus solos, a trabalhar pequenas vinhas separadamente, e às vezes fazem vinificações a lembrar o Velho Mundo. As castas internacionais ganham terreno nas regiões mais tradicionais ao lado de castas autóctones e no Novo Mundo experimentam-se castas pouco conhecidas.
Estes são os países e regiões cujos vinhos selecionámos para este trabalho.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”França”][image_with_animation image_url=”30619″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Bordéus
Até quem não bebe vinho sabe que em Bordéus e Borgonha produzem-se dos mais aclamados e caros vinhos do mundo. Não na região toda, apenas em zonas específicas com uma grande estrutura hierárquica. Mas nem todo o Bordéus é Médoc e nem toda a Borgonha é Côte d’Or. Há muitos vinhos correntes e banais nestas duas regiões.
Os vinhos tintos de Bordéus baseiam-se no lote de Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Petit Verdot e algumas outras castas em proporções diferentes em função da localização geográfica (na margem esquerda do estuário do Gironda predomina Cabernet Sauvignon e na margem direita predomina Merlot) e condições do ano. Os vinhos brancos também representam um blend de Sauvignon Blanc, Semillon e Muscadelle.
Os grandes chateaux de Bordéus produzem vinhos de qualidade excepcional e preços astronómicos, mas também têm vinhos bem mais acessíveis. Château Mouton-Rothschild é um bom exemplo. Por um lado, faz parte da famosa classificação de vinhos de Bordéus criada em 1855, embora só tenha sido promovido a 1er Cru em 1973, com vinhos dos mais caros do mundo; por outro lado, todos os anos lança cerca de 12 milhões de garrafas de Mouton Cadet, das quais 70% são vendidas fora de França.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Borgonha
Os vinhos de Borgonha, salvo poucas exceções, são feitos das duas castas clássicas: Pinot Noir, para os tintos; e Chardonnay, para os brancos.
É terra de vinhas de pequenas dimensões e de grande fama, mas também de grandes negociantes, como por exemplo a Louis Latour. É um dos maiores players do mercado e também um dos mais antigos (fundada em 1797). Começou por adquirir terrenos e plantar vinhas, bem como comprar uma das casas “negociants” em Beaune e também o Château Corton-Grancey, na comuna Aloxe Corton. Tem vinhas em toda a Côte d’Or, mas também em Chablis e fora da Borgonha e é o maior proprietário de vinhas classificadas como Grand Cru na Borgonha. E ainda produz barricas na sua própria tanoaria.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Rosés da Provence
Embora em França existam várias regiões especializadas em vinhos rosés (como é o caso de Rosé d’Anjou, Rosé de Loire ou intensos rosés de Tavel, por exemplo), as Côtes de Provence produzem os rosés mais admirados internacionalmente. A sua característica cor desmaiada, as garrafas estilosas e a proximidade da Riviera Francesa criaram-lhes a imagem chique junto dos consumidores.
Os rosés reinam em Côtes de Provence, correspondendo a 90% da sua produção. É o maior produtor de rosés em França (42%) e é responsável por 6% dos rosés a nível mundial. Feitos maioritariamente das castas Grenache e Cinsault por prensagem direta, são muito clarinhos (com tonalidades de pêssego, pêtalas de rosa, casca de cebola), secos, frescos, leves, quase neutros.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
Chianti fica na parte central da Itália na região de Toscana. É uma das regiões demarcadas mais antigas do mundo, rivalizando com o nosso Alto Douro Vinhateiro. As fronteiras da zona de produção de Chianti foram definidas em 1716 pelo Grão-Duque da Toscana Cosme III de Médici (entretanto, a nossa região demarcada, para além dos limites geográficos, tinha regras de produção associadas e um orgão de controlo).
No início do século XX, com a crescente fama da região, a zona de produção estendeu-se muito para além da sua área inicial, o que fomentou o movimento em defesa da originalidade e qualidade do Chianti. Assim, em 1932, por via legislativa o vinho produzido dentro da zona original passou a ser designado como Chianti Classico, embora só tenha obtido o estatuto superior – DOCG (Denominazione di origine controllata e garantita) – em 1984. O Chianti Classico é um DOCG separado e não faz parte do Chianti DOCG. As regras de produção são mais restritas, obrigando a utilização de pelo menos 80% da casta Sangiovese (70% para Chianti). A designação Reserva obriga a um estágio mínimo de 24 meses, das quais pelo menos três em garrafa.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Valpolicella
Valpolicella é outra zona histórica de produção de vinhos na Itália. Fica no nordeste do país, perto de Verona. Depois da promoção ao DOC em 1968 também sofreu uma grande extensão de área de produção, o que levou à necessidade de limitar a zona histórica com a respectiva denominação Valpolicella Classico e que hoje corresponde a 40% da produção.
Podemos falar do blend típico de Valpolicella – um trio de Corvina, Molinara e Rondinella. Das três, Corvina tem o papel principal, é considerada a casta mais completa e mais tradicional, tem aroma de ginja ácida e especiaria e acidez pronunciada. Rondinella é bastante produtiva, adiciona cor, algum corpo e notas de ervas e especiarias ao lote. Molinara, que tem pouca cor e acidez em excesso, está em franco declínio. A casta Corvinone, que era considerada um clone de Corvina, está a ganhar terreno.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Gavi
Gavi é uma pequena DOCG (pouco mais de 1000 hectares) na região Italiana do Piemonte que produz vinhos brancos por excelência. Aqui a casta autóctone Cortese encontra a sua expressão máxima em vinhos muito secos com acidez pronunciada, aromáticos com notas de maçã verde, fruta citrina, algumas flores, nuances de amêndoa e mineralidade.
Nos anos 60 e 70 do século passado, Gavi era conhecido e reconhecido como a fonte importante de vinho branco italiano seco e fresco. Praticamente, Gavi e Cortese mostraram ao mundo o que é o vinho branco italiano. O grande sucesso comercial levou ao aumento da produção e ao inevitável aparecimento no mercado de vinhos vulgares. Entretanto, existem produtores que se preocupam com a qualidade dos seus vinhos, como é o caso da La Escolca, Pio Cesare ou Fontanafredda.
Se no rótulo encontrar Gavi di Gavi, isto significa que o as uvas foram provenientes das vinhas localizadas na comuna de Gavi.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
A viticultura e produção de vinho no Chile foram iniciados pelos conquistadores espanhóis no século XVI, mas as castas e as tradições francesas tiveram mais influência no perfil de vinhos. O isolamento geográfico e a rigorosa quarentena ajudaram a proteger as vinhas da devastação causada pela filoxera na velha Europa. Os verões secos e soalheiros facilitam o amadurecimento da uva sã. As principais castas são Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc, Carménère, Chardonnay, Merlot e Pinot Noir.
Especial atenção merece a casta Carménère, de origem francesa (um cruzamento espontâneo de Cabernet Franc e Gros Cabernet) e largamente plantada em Bordéus no início do século XVIII. Viajou para o Chile em meados do século passado, misturada com Merlot e foi tomada como tal. Só em 1994 descobriram que afinal era outra casta. As análises de ADN confirmaram a suspeita e em 1998 o Carménère foi oficialmente reconhecido pelas autoridades do Chile e assumiu o seu papel como casta-bandeira do país.
Sendo mais tardia do que Merlot e Cabernet Sauvignon, tem no Chile melhores condições para amadurecer do que na sua terra de origem. No seu melhor, e se a produtividade for controlada, dá vinhos com macieza e charme de Merlot e estrutura do Cabernet Sauvignon, sem aromas vegetais em excesso.[/vc_column_text][vc_column_text]
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Argentina”][image_with_animation image_url=”30632″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Malbec
Argentina é o maior produtor de vinhos na América do Sul. Na maior parte do país a viticultura só é possível graças à altitude (até 1500 metros acima do mar), senão seria demasiado quente. A maioria das vinhas (três quartos) está situada em Mendoza no sopé dos Andes, onde goza muita luz solar, enquanto as amplitudes térmicas diárias permitam prolongar o período de maturação equilibrada. O ar é sem poluição atmosférica e muito seco, ajudando manter a uva num perfeito estado sanitário.
De longe a casta mais plantada e mais conhecida da Argentina é Malbec, que não alcançou a mesma popularidade na sua terra natal em Cahor na França, onde responde pelo nome Cot. De um modo geral o Malbec em França tende ser mais rústico, tânico e carnudo, enquanto na Argentina fica mais redondo, maduro e suculento.[/vc_column_text][vc_column_text]
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Nova Zelândia”][image_with_animation image_url=”30646″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Sauvignon Blanc
O Sauvignon Blanc da Nova Zelândia é inconfundível pelo seu perfil e exuberância aromática, que praticamente se tornou numa marca em si. 75% dos vinhos da Nova Zelândia são produzidos na região de Marlborough, onde Sauvignon Blanc é responsável por 85% da produção. Portanto, para o resto do mundo, Sauvignon Blanc e Nova Zelândia são inseparáveis.
Tudo começou quando em 1985 surgiu no palco vínico internacional o Sauvignon Blanc da Cloudy Bay, com o seu característico sabor de maracujá, espargos, groselha. Rapidamente tornou-se uma moda, promovida pela facilidade com que se reconhecia o estilo em qualquer canto do mundo.[/vc_column_text][vc_column_text]
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Austrália”][image_with_animation image_url=”30645″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Shiraz
Shiraz é a antípoda australiana da casta francesa Syrah. A diferença do nome reflete a diferença de estilos. Há 20-30 anos o Shiraz australiano era mais extraído, com corpo cheio, tanino muito maduro, acidez mais contida e fruta preta abundante, acompanhada pelo chocolate e especiaria. Hoje em dia é produzido em estilos diferentes e alguns vinhos fazem lembrar o estilo da Syrah elegante e especiada do norte do Rhône.
Absolutamente impensável para a França, o blend de Syrah com Cabernet Sauvignon na Austrália não só é possível, como muito popular. Outro blend da Shiraz com a casta branca Viognier foi copiado da tradição existente na região mediática francesa Côte-Rôtie, onde se adicionava até 20% de Viognier para acrescentar a complexidade aromática e fixar a cor da Syrah.
Barossa Valley é uma das regiões típicas para Shiraz na Austrália. Embora outras castas tintas e brancas também estejam lá plantadas, Shiraz continua a ser o seu ex-líbris, sobretudo das vinhas velhas não regadas.[/vc_column_text][vc_column_text]
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
Edição Nº17, Setembro 2018
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]
Romanée-Conti, muito mais do que um vinho

Edição nº11, Março 2018 Passeio da Fama Na Borgonha há muitos produtores que atingiram a fama e o reconhecimento internacional. No entanto, nada se aproxima do prestígio deste domaine, cujo passado se confunde com o nascimento da Europa que hoje conhecemos. TEXTO João Paulo Martins FOTOS Cortesia do produtor Pode não ser o método mais […]
Edição nº11, Março 2018
Passeio da Fama
Na Borgonha há muitos produtores que atingiram a fama e o reconhecimento internacional. No entanto, nada se aproxima do prestígio deste domaine, cujo passado se confunde com o nascimento da Europa que hoje conhecemos.
TEXTO João Paulo Martins
FOTOS Cortesia do produtor
Pode não ser o método mais científico, mas é verdade que a importância de um tema pode ser aquilatada pela quantidade de bibliografia que sobre ele existe. A Borgonha será porventura a região vinícola sobre a qual se escreveu mais, aquela cuja história é tão rica e complexa que já não nos admiramos quando um novo livro sai a público. A história desta zona francesa, outrora autónoma (o Ducado existiu entre 880 e 1482) quando os duques se sobrepunham aos reis e os senhores feudais ditavam leis nas terras e sobre as gentes. A história da Borgonha confunde-se também com a das ordens religiosas (sobretudo nos séc. XII e XIII) que eram as principais detentoras de terra, actuando amiúde como senhores feudais. Beneditinos e Cistercienses disputavam (no verdadeiro sentido da palavra) as terras e o estudo minucioso das parcelas muito ficou a dever a esta rivalidade. Em 1363 o rei João, o Bom, entrega o ducado ao seu filho Philippe, o Audaz, tornando-se uma das personagens mais importantes do séc. XIV.
A parcela conhecida como Romanée-Conti mantém – o que é absolutamente extraordinário – a mesma delimitação desde 1512, pois vem bem indicada na declaração de rendimentos do priorado de Sant-Vivant. O nome pelo qual é conhecida actualmente remonta a 1794. Situa-se na comuna de Vosne Romanée e foi pertença do senhor de Conti, que a adquiriu em 1760. Diga-se que esta não era a única parcela tida como excepcional, uma vez que Jean-Baptiste Legoux (m. 1631) foi o primeiro proprietário conhecido da parcela La Tâche, também ela hoje pertença do Domaine de la Romanée-Conti (DRC).
O domaine é hoje gerido por Henry-Frédéric Roch e Hubert de Villaine, das duas famílias proprietárias. Aubert, em entrevista a uma publicação francesa, disse a frase que acabou por ganhar uma aura mítica: “Eu não sou enólogo, sou apenas o guardião do terroir!” Para além de dar um excelente título para uma entrevista, a frase encerra em si um conceito de vida e um respeito pela tradição que são dignas de nota.
A empresa DRC é proprietária de várias parcelas, umas em posse exclusiva – daí o termo Monopole que aparece na gargantilha das garrafas – como é o caso das parcelas Romanée-Conti e La Tâche, e outras em co-propriedade, detendo uma parte da vinha – como Corton, Richebourg, Romanée Saint-Vivant, Echézeaux Grandes Echézeaux (todos tintos) e Montrachet (branco), todos Grand Cru. A mais recente aquisição foram os 2,8 hectares em Corton, de onde se produzem entre 5 e 8.000 garrafas. Ocasionalmente foram editados vinhos de zonas que não têm aquela classificação, como Vosne-Romanée, editado em 1999 após um interregno de 60 anos, e identificado como 1er Cru Cuvée Duvault-Blochet, em homenagem ao fundador do domaine no séc. XIX. O DRC é ainda detentor de algumas linhas de videiras (linhas é o termo mais exacto) em Bâtard-Montrachet (parcela onde se produz um branco Grand Cru) mas o vinho produzido – em média 600 garrafas – é consumido no domaine entre visitantes e amigos.
Mais de 20 mil euros por garrafa
A parcela Romanée-Conti tem uma área que excede um pouco os 1,8 hectares. A produção, conduzida actualmente em método de agricultura biodinâmica, tem muitas oscilações mas pode ir das 6.535 garrafas (colheita de 1978) às 7.446 em 1990. A produtividade média rondará os 25 hectolitros/ha. A maior parcela do domaine é a vinha de La Tâche (6ha e 38.373 garrafas produzidas na colheita de 1996); a mais pequena é sem dúvida a área de Montrachet (branco), onde o domaine apenas tem 0,67ha do total dos 7,99ha da célebre vinha.
Actualmente, o tinto Romanée-Conti é, de longe, o mais caro vinho do planeta. Jaime Vaz, proprietário da Garrafeira Nacional, em Lisboa, tem (ou tinha, nunca se sabe…) este tinto à disposição dos clientes. Preço? €23.950 por uma garrafa de 1993! Caro? Naturalmente, mas a verdade é que estes preços exageradíssimos são mania recente. Repare-se: em 1963, quando os vinhos da colheita de 61 foram disponibilizados no mercado inglês, o Romanée-Conti estava (a preços convertidos) a 7€ a garrafa e La Tâche a 5,80€ a garrafa. Talvez assim se perceba melhor que Eça de Queiroz fosse consumidor/apreciador deste néctar: era muito bom mas não era incessível, como actualmente acontece.
Fruto de uma enorme especulação e da chegada ao mercado de novos-ricos das nações emergentes – Brasil, China, Rússia, Singapura – dispostos a tudo para terem uma destas garrafas, o vinho ganhou o estatuto de bebida mítica que, infelizmente, deixou de ser para beber mas antes para negociar e para comprar agora para vender mais caro no próximo leilão.
Já tive oportunidade de o provar por três vezes e é difícil fazer uma avaliação. A mais recente prova foi da colheita de 2005, quando foi bebido ao lado do La Tâche, Echézeaux e Romanée Saint-Vivant, também da mesma colheita. Muito bom? Claro, soberbo, glorioso, tudo o que se quiser. Muito diferente dos outros? Aqui tenho de dizer que não, porque a prova foi feita, creio que em 2009, quando, por força da juventude, os vários vinhos não mostravam todas as nuances que a idade lhes traria em termos de hierarquia. Erro nosso? Talvez, mas… nunca sabemos quando é que voltamos a ter a mesma oportunidade e por isso…
Como alguns outros vinhos, este pertence ao restrito grupo dos que há que beber ao menos uma vez na vida. Na minha lista este já tem um “visto”. O problema é que me faltam ainda uma mão-cheia de outros…
França anuncia criação de quatro novas castas

Chamam-se Floreal, Voltis, Artaban e Vidoc – e são as quatro novas castas criadas em França, ao cabo de 18 anos de investigação. Segundo o Instituto Nacional de Investigação Agrícola (INRA, na sigla francesa), as novas variedades, duas brancas e duas tintas, são resistentes a duas das principais doenças da vinha: o míldio e o […]
Chamam-se Floreal, Voltis, Artaban e Vidoc – e são as quatro novas castas criadas em França, ao cabo de 18 anos de investigação. Segundo o Instituto Nacional de Investigação Agrícola (INRA, na sigla francesa), as novas variedades, duas brancas e duas tintas, são resistentes a duas das principais doenças da vinha: o míldio e o oídio.
Por dispensarem muitos dos actuais tratamentos, estas novas castas “trazem consigo a promessa de uma revolução verde na vinha”, afirmou Christophe Schneider, investigador-chefe do INRA Grand Est-Colmar, citado pelo site French Tribune. A França é o maior utilizador europeu de pesticidas e a vitivinicultura é o sector que mais recorre a estes produtos.
As novas variedades serão plantadas em cerca de seis hectares já este ano e há planos para alargar a mais outros 100 na campanha de 2019. Segundo os investigadores, a Floreal é uma casta branca com “notas a frutos exóticos”, a Voltis pertence à “família dos brancos sedosos”, Vidoc é um tinto “robusto” e Artaban dá origem a vinhos “leves e frutados”.
Cinema francês: onde o vinho é estrela

O grande peso do vinho nos filmes franceses pode parecer óbvio, mas o que impressiona são os números que revelam uma presença quase obrigatória, como revela o site Vitisphere. Foued Cheriet, professor catedrático do Montpellier SupAgro (Instituto Superior de Estudos Agronómicos de Montpellier) viu, em 2015 e 2016, 47 sucessos da bilheteira francesa lançados entre […]
O grande peso do vinho nos filmes franceses pode parecer óbvio, mas o que impressiona são os números que revelam uma presença quase obrigatória, como revela o site Vitisphere. Foued Cheriet, professor catedrático do Montpellier SupAgro (Instituto Superior de Estudos Agronómicos de Montpellier) viu, em 2015 e 2016, 47 sucessos da bilheteira francesa lançados entre 1970 e 2014.
Foram mais de 90 horas de cinema popular francês a tentar identificar onde as garrafas e os copos eram figurantes, e o resultado tem tanto de surpreendente como de espectável: em 92% da amostra, há pelo menos uma cena com vinho presente e, em média, aparece a cada 20 minutos. Isto traduz-se em 5,2 vezes por filme, especificamente 3,5 para vinhos tintos e 1,7 para champagnes. Em dois terços destes casos, o aparecimento representa um investimento comercial, com uma marca visível ou citada. Curiosamente, a lei EVIN, aprovada em França em 1991 e visando a censura de publicidade a bebidas alcoólicas, não se aplicou ao product placement nas longas-metragens.
Mas o estudo foi mais além, analisando os termos dessas comparências. Se já existiam clichês, então nos filmes franceses estão ainda mais exacerbados. Foued Cheriet explicou: “Vinho tinto para refeições comuns, familiares ou profissionais; rosé na praia, nas férias e no Sul; champagne para luxo, sedução e restaurantes; tinto para homens e branco para mulheres”. Estes estereótipos, apesar de maioritariamente obsoletos, são compreensíveis dado o extenso período de pesquisa.
No futuro, outras indústrias cinematográficas, como Hollywood, irão ser alvo do mesmo estudo. Estamos curiosos por saber o resultado…