Quanto custa abandonar o glifosato?

limpeza mecânica de taludes

É o mais usado dos herbicidas e é, sem dúvida, um produto que tem sido importante na viticultura. Em França, o Glifosato vai ser proibido a partir de do próximo ano, devido à sua alegada pegada ambiental negativa e ao facto de poder aumentar o risco de cancro para os humanos. Ora, esta é uma […]

É o mais usado dos herbicidas e é, sem dúvida, um produto que tem sido importante na viticultura. Em França, o Glifosato vai ser proibido a partir de do próximo ano, devido à sua alegada pegada ambiental negativa e ao facto de poder aumentar o risco de cancro para os humanos. Ora, esta é uma mudança significativa, considerando que cerca de 80% das áreas vitícolas francesas usam um herbicida químico (66 % de maneira mista, com corte mecânico); destas, cerca de 75% das explorações usam um produto à base de glifosato!
Por isso, um conjunto de entidades ligadas à vinha juntaram-se para avaliarem o quanto custará abandonar este herbicida e passar a cortar as ervas de forma aparentemente mais sustentável, isto é, com meios mecânicos. Pois bem, os resultados publicados pelo ministério da Agricultura francês indicam que os custos acrescidos dependem, como é óbvio, de vários factores. Assim, os cientistas dizem que o viticultor com vinhas bem espaçadas passa a gastar mais 210 euros por hectare; se as vinhas forem de linha mais apertada, o custo sobe para mais 408 euros/ha. E pode subir ainda mais em regiões onde existem pequenas explorações, como a Alsácia (+553 euros/ha). Nas regiões de maiores explorações vitícolas e planas (por exemplo, Languedoc-Roussillon ou Bordéus), o acréscimo de custos baixa consideravelmente: entre os 115 e os 129 euros por hectare.
Em Portugal estes valores teriam tendência a descer um pouco, essencialmente pelos menores custos de mão-de-obra nacional. Contudo, em situações de viticultura mais difícil, como de montanha (Douro, claro), o custo seria muito mais elevado.