Syngenta lança cinco novas soluções para proteção de culturas

Para a cultura da vinha, a novidade é o AMPEXIO C, um fungicida de nova geração para controlo do míldio, contendo na sua formulação mandipropamida em mistura com oxicloreto de cobre, em baixa concentração. A mandipropamida tem perfil toxicológico favorável e não deixa resíduos nos vinhos, sendo que os principais países importadores de vinho autorizam […]

Para a cultura da vinha, a novidade é o AMPEXIO C, um fungicida de nova geração para controlo do míldio, contendo na sua formulação mandipropamida em mistura com oxicloreto de cobre, em baixa concentração. A mandipropamida tem perfil toxicológico favorável e não deixa resíduos nos vinhos, sendo que os principais países importadores de vinho autorizam o uso desta substância activa. A inclusão do cobre em baixa concentração na formulação do AMPEXIO C garante protecção extra da videira e das uvas contra fungos e responde às restrições impostas pela UE, que desde o início de Fevereiro limitou o uso de cobre metal a 4 kg/hectare/ano.

O AMISTAR TOP é uma nova solução da Syngenta para proteger as culturas do olival e do arroz das principais doenças causadas por fungos. Este fungicida sistémico é formulado em mistura pronta à base de azoxistrobina e difenoconazol, e tem atividade predominantemente preventiva, mas também acção curativa e anti-esporulante.

No segmento das culturas hortícolas, o CARIAL TOP é uma nova ferramenta para controlo do míldio e da alternaria, duas das principais doenças que afectam as culturas da batata e do tomate. Este fungicida contém duas substâncias activas – mandipropamida e difenoconazol –, a primeira com acção translaminar, atuando sobre o míldio, e a segunda com acção sistémica, para combate à alternaria.

Para protecção dos pomares, a Syngenta apresenta o insecticida AFFIRM OPTI, uma nova formulação do já conhecido AFFIRM especificamente concebida para o controlo de lepidópteros em culturas fruteiras, em particular do bichado das pomóideas (Cydia pomonella). Com base na substância activa emamectina benzoato, e de origem natural, o AFFIRM OPTI é adequado para programas de Produção Integrada, assegurando aos fruticultores que respeitam as exigências da cadeia de valor alimentar. O AFFIRM OPTI encontra-se em fase final de homologação em Portugal, mas já é usado em Itália e em Espanha com bons resultados na protecção dos pomares.

O COSTAR, o primeiro bioinsecticida da Syngenta à venda em Portugal, é usado no controlo de todo o tipo de lagartas em culturas hortícolas, árvores de fruto, brássicas e plantas ornamentais. Está autorizado em mais de 50 culturas agrícolas e é especialmente indicado para utilização em programas de Produção Integrada e Modo de Produção Biológico, sendo compatível com aplicação de insetos auxiliares e com a técnica da confusão sexual.

Afinal, afinal… vamos ter um ano de vinhos fantásticos?!

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Diz o povo vitícola que em anos de míldio o vinho é muito bom. Porque esta doença acaba por fazer uma espécie de monda natural e deixar menos cachos/uvas na videira. Ou seja, como a planta alimenta […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Diz o povo vitícola que em anos de míldio o vinho é muito bom. Porque esta doença acaba por fazer uma espécie de monda natural e deixar menos cachos/uvas na videira. Ou seja, como a planta alimenta menos ‘filhos’, os restantes têm tendência a crescer mais saudáveis, proporcionando vinhos mais concentrados nos seus aromas e sabores, assim como no corpo. Ou seja, música para os ouvidos dos enófilos.

TEXTO António Falcão e Luis Lopes
FOTOS Ricardo Palma Veiga

Vamos resumir em poucas palavras o ano meteorológico. Inverno muito seco, Primavera e início de Verão muito húmidos, a encher os solos com água para os próximos meses, mas a provocar fortes ataques de doenças fúngicas, um pouco por todo o país. Ciclo da videira muito atrasado, em alguns sítios quase um mês em relação à média. Por aqui e por ali, como no Douro, algumas granizadas fizeram uma vindima precoce (e outros estragos nas videiras). Acontecimentos muito graves, sem dúvida, mas felizmente muito localizados.
Subitamente, no início de Agosto, as temperaturas amenas dão lugar a calores violentos, que apanharam de surpresa as videiras durante alguns dias. Resultam escaldões em cachos, um pouco por todo o país. Por diversas razões, em alguns sítios e/ou vinhas, este fenómeno foi importante, arruinando uma sensível percentagem de cachos. Felizmente as temperaturas voltam rapidamente ao normal do Verão, e permitem um final de maturação lento e seguro, até à vindima, que decorreu sem pressas. Junte-lhe a isso a disponibilidade de água no solo, graças às chuvas de Primavera, e as maturações ficaram com maior harmonia entre os fenóis e o álcool. Isto faz-nos pensar, de repente, na vindima de 2011…[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”32685″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Um outro 2011?
Se olharmos para trás, para 2011, dois factores importantes aconteceram de forma muito semelhante a 2018: a enorme pressão de míldio e o escaldão nas uvas. Podemos juntar ainda um terceiro: a vindima sossegada, sem chuva, que deu tempo para tudo.
Ora, 2011 é unanimemente considerado um ano de grande qualidade, porventura o melhor deste século. Pois bem, 2018 poderá seguir um caminho semelhante, faltando confirmar a real qualidade dos vinhos. Apesar de a maior parte dos mostos já ter fermentado, é ainda cedo para avaliar a real qualidade dos vinhos resultantes.
Em termos de quantidades, este não foi um grande ano, pelas razões atrás explicadas. Se o enófilo jubila com uvas de melhor qualidade, a maioria dos viticultores quer sempre mais uva na sua vinha. Em termos globais, temos que compreender que existem muito mais viticultores a vender uva do que a produzir o seu próprio vinho. E com menos quilos a sair das vinhas, são menos euros a entrar no bolso. Mas parece inegável, considerando as muitas pessoas com quem falamos, que os viticultores com menos atenção, menos conhecimentos e menos capacidade económica foram os que mais sofreram. Alguns perderam tudo este ano, é verdade. E a esmagadora maioria é constituída por gente com pouca área de vinha e que vende as uvas a baixo preço. Em relação aos pequenos produtores, o gestor Paul Symington, do produtor com o mesmo nome e que é o maior proprietário de vinhas no Douro, diz que “é impossível ignorar a realidade da região: o Douro tem 16.890 lavradores com menos de 2ha de vinha, mas que ainda representam 23% das vinhas da região”.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”32687″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A importância do conhecimento
Nos maiores produtores e com maiores conhecimentos e capacidade económica, os desafios da Natureza foram atacados de forma mais rápida e eficaz, minimizando os prejuízos. Vários técnicos de viticultura e/ou produtores nos confirmaram isto. Luís Duarte, produtor no Alentejo mas ainda consultor enológico em outros projectos, dizia-nos: “Não percebo como é que tanta gente foi afectada pelo míldio: basta tratar a tempo e horas.”
José Canhoto, director de viticultura da Bacalhôa, com mais de mil hectares de vinhas em cinco regiões diferentes, confirmou-nos que os prejuízos com míldio e o escaldão foram diminutos. A Bacalhôa tem um formidável parque de máquinas pulverizadoras, tem stock próprio de produtos e as doenças eram detectadas e atacadas logo à nascença. E se houve poucos problemas com escaldão (salvo o Moscatel na Península de Setúbal), isso deveu-se ao facto de a equipa da Bacalhôa ter desfolhado pouco as videiras e regado na altura certa.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O Minho com sorrisos
Entre técnicos de viticultura e enólogos (com alguns produtores à mistura), a sensação era de alívio. Muito alívio. Toda a gente sofreu mais ou menos com o final de Primavera e o tórrido início do Verão, durante três ou quatro dias infernais. Mas as videiras, na sua maioria, recuperaram e acabaram por ir amadurecendo as uvas de forma muito lenta. O que é fantástico, desde que não venha de lá a temida chuva do equinócio. Afinal não veio.
Anselmo Mendes trabalha um pouco por toda a região dos Vinhos Verdes e começou por nos dizer que, “ao contrário do que se poderia supor, foi um muito bom ano para a região dos Vinhos Verdes”. Não existiram grandes problemas com as doenças fúngicas, até porque os viticultores da região “estão mais bem preparados do que quaisquer outros para lidar com este problema; por outro lado, os efeitos do escaldão foram ligeiros”.
Anselmo continua: “Dividiria a região em três grandes zonas: Monção e Melgaço, Lima e outras. Em Monção e Melgaço a pequena perda devida a míldio e escaldão até foi benéfica pois funcionou como uma ligeira monda. Foi essencial a vindima ter decorrido sem chuva.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”32686″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O equilíbrio de ácidos e açúcares esteve perfeito e havia reservas de água no solo, algo que não aconteceu em 2017. Estão a nascer grandes vinhos nesta sub-região.”
Na zona do Lima, pode dizer-se que correu tudo ao jeito do Loureiro, com a casta a amadurecer sem pressas, “resultando em vinhos aromáticos, elegantes e cheios de frescura, melhores que os de 2017; não podia ter sido melhor”. Globalmente, este técnico disse-nos que no resto da região terá havido quebras de produção na ordem dos 20% (a zona de Baião, junto ao Douro, foi a mais afectada pelo míldio), mas o bom tempo durante a vindima proporcionou uva em muito bom estado sanitário. Em resumo, diz Anselmo, “a região dos Vinhos Verdes vai ficar com boas memórias de 2018”.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Rumo ao interior
Domingos Alves de Sousa, produtor com várias quintas no Douro, não esconde que estava bastante apreensivo antes de começar a vindima. Porque, na verdade, só depois de as uvas chegarem à adega é que se pode ver na realidade o que o ano deu. Com a vindima quase terminada e mostos em fermentação, disse-nos que, afinal, “tudo correu muito melhor do que esperava”. Conseguiu colher uvas sãs e equilibradas. Jorge Alves, enólogo em vários produtores, como a Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, traçou um cenário semelhante.
Domingos não falou da quantidade, mas adivinha-se que o Douro foi das regiões que mais sofreu: Anselmo Mendes, que conhece bem a região, disse-nos que “o Douro não sabe lidar com o míldio e o escaldão também fez muitos estragos”. Felizmente que o bom tempo e a disponibilidade de água no solo permitiram “fazer vinhos de muito boa qualidade”.
Pode ser um grande ano para o Vinho do Porto. Factor curioso no meio disto tudo: com a falta de uva, os preços do quilo para vinhos DOC Douro subiram imenso, dos 40/50 cêntimos o quilo para 80/90 cêntimos. Ou seja, este ano tinha compensado, e bem, vender uva.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”32688″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Mas, na realidade, e como dissemos atrás, muitos pequenos produtores ficaram com a vindima feita no final da Primavera. E Anselmo aproveita a deixa: “O Douro deveria aproveitar esta colheita para aumentar o preço médio dos seus vinhos no mercado, inaceitavelmente baixos.”
As histórias no Dão, Bairrada e Beira Interior sofreram destinos semelhantes. Os produtores de referência só se poderão queixar de alguma quebra na produção. No geral, havia uma sensação de euforia quanto à qualidade das uvas e aos mostos já fermentados.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” bg_color=”#efefef” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”O grave problema da falta de mão-de-obra” color=”black”][vc_column_text]Os sintomas já andavam por aí há algum tempo. Mas nunca assistimos a um tal desespero como em 2018: começa a existir uma trágica falta de mão-de-obra para as vindimas. Ouvimos queixas em todas as regiões, mas o maior prejudicado é, sem dúvida, o Douro. Mesmo com jornas de 60 euros, é quase impossível arranjar pessoal para vindimar e não é possível mecanizar, como se tem feito em vinhas mais planas, mais a sul. Paul Symington, com o espírito sempre arguto, tocou na ferida: “O Douro, a mais desafiante vinha de montanha do mundo, é a última grande região vitícola do mundo a ser vindimada inteiramente à mão, em virtude da orografia incrivelmente escarpada. Esta situação (falta de mão-de-obra) não é claramente sustentável e, se uma alternativa não for encontrada, as uvas serão deixadas nas vinhas.”[/vc_column_text][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”extra-color-1″][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Mais para sul
Lisboa, Tejo, Península de Setúbal, Alentejo e Algarve não têm grandes razões de queixa. Do que ouvimos, apenas terá havido um caso mais grave, o do Moscatel, casta muito afectada pelo escaldão, especialmente os cachos da parte de cima da videira. De facto, em algumas zonas, os calores do início de Agosto chegaram a um ponto em que houve plantas a morrer. O motivo: altas temperaturas diurnas e nocturnas, com vento quente à mistura. Um cocktail explosivo. Outra casta que também sofreu bastante, em mais do que uma região, foi a tinta Alicante Bouschet. Curiosamente, não suportou nada bem o escaldão.
Susana Esteban, enóloga conhecedora do Alentejo e da sua periferia, disse-nos que este foi um bom ano, mas aconteceu um fenómeno que considera quase inédito: a maturação fenólica, responsável por aromas e sabores, esteve avançada face à maturação alcoólica. É sempre ao contrário, como diz Susana quase de forma irónica: “O normal é que, quando a maturação fenólica fica pronta, já as uvas têm 17 graus!” Ela observou este fenómeno desde a zona mais a norte do Alentejo, em Portalegre (onde faz vinhos), até à zona de Reguengos. Outros técnicos referiram este fenómeno estranho (mas bem-vindo, diga-se). Susana deixa, contudo, um aviso: “Estes extremos climáticos estão a provocar reacções pouco conhecidas ou mesmo inéditas nas videiras. Por isso penso que ainda vamos ter muitas surpresas no futuro….”
Luís Duarte vinifica muitas uvas de Estremoz e sobretudo da zona de Reguengos. E começa logo por dizer, meio a rir, que teve um ano de muita qualidade. “Vão julgar que eu estou a mentir, mas de facto não posso dizer outra coisa. Não me lembro de um ano assim. Porque, na verdade, calor a sério só houve uns três dias. A vinha sofreu algum escaldão, é verdade, mas apenas afectou algumas pontas e cabeceiras.”[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Do outro lado do Atlântico
Se houve região onde tudo correu bem foi nos Açores e em especial na ilha mais vitícola, o Pico. Bernardo Cabral, enólogo da Adega Cooperativa do Pico, confirmou-nos que foi um ano em grande. A vindima mais precoce e mais seca de que há memória trouxe excelentes uvas, em quantidade e qualidade. Belas notícias para o maior produtor dos Açores, em fase de renovação de toda a sua gama e a avançar para produtos que quer colocar em segmentos de preço mais altos. António Maçanita e outros produtores da ilha disseram o mesmo: este deverá ser o melhor ano de sempre nos Açores.[/vc_column_text][vc_column_text]Conclusão
É ainda prematuro falar de valores da mais que provável quebra de produção. Teremos de deixar essa análise para o próximo mês (ou mesmo para 2019), à medida que as declarações de produção comecem a ser registadas pelos serviços oficiais. Quanto à qualidade, não temos grandes dúvidas: os vinhos de 2018 serão certamente bons, provavelmente muito bons, e, claro, existirão alguns excepcionais. Falta apenas saber as proporções de cada um deles…[/vc_column_text][vc_column_text]

Edição Nº19, Novembro 2018

[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”32689″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row]

Vindima 2018 deverá ser mais fraca do que a de 2017

As previsões de colheita para 2018 publicadas esta semana pelo Instituto do Vinho e da Vinha (IVV) apontam para uma redução de 3% na produção de uva nesta campanha, o que situará a produção nacional nos 6,5 milhões de hectolitros de vinho, ainda assim um valor “muito próximo da média das cinco últimas temporadas”. A […]

As previsões de colheita para 2018 publicadas esta semana pelo Instituto do Vinho e da Vinha (IVV) apontam para uma redução de 3% na produção de uva nesta campanha, o que situará a produção nacional nos 6,5 milhões de hectolitros de vinho, ainda assim um valor “muito próximo da média das cinco últimas temporadas”. A maior parte das regiões apresentará quebras, com as excepções a verificarem-se no Alentejo, Douro, Algarve e Açores.

Entre as zonas mais afectadas pela quebra de produção – que será em grande parte explicada pela proliferação de doenças da vinha, como o míldio e o oídio, que encontraram condições privilegiadas numa Primavera e início de Verão muito húmidos – estão as Beiras (-30% nas Terras da Beira; -17% na Beira Atlântico) e o Dão (-25%). Trás-os-Montes (-15%), Madeira (-11%), Terras de Cister (-10%), Minho (-5%), Tejo (-5%), Lisboa (-5%), Lisboa (-5%) e Península de Setúbal (-5%) também registam quebras, enquanto o Douro manterá a sua produção – na ordem dos 1,449 milhões de hectolitros, que fazem dela a maior região produtora em Portugal). Do outro lado da balança, Algarve (+10%), Alentejo (+15%) e Açores (+20%) terão um bom ano em termos de quantidade.

Estas previsões, no entanto, ficam ainda dependentes da meteorologia. O atraso no ciclo vegetativo das plantas significa que as condições climatéricas nos meses de Agosto e Setembro serão decisivas para o balanço final do ano vitícola.

Utilização de cobre na vinha pode ser sujeita a restrições

Não é segredo para ninguém que os produtos à base de cobre são largamente utilizados na agricultura biológica, em especial na vinha e para o tratamento do míldio. O cobre como protector é conhecido desde os finais do século XIX. Ora, investigações recentes sobre o teor de cobre nas vinhas fizeram soar o alerta: esses […]

Não é segredo para ninguém que os produtos à base de cobre são largamente utilizados na agricultura biológica, em especial na vinha e para o tratamento do míldio. O cobre como protector é conhecido desde os finais do século XIX. Ora, investigações recentes sobre o teor de cobre nas vinhas fizeram soar o alerta: esses teores são demasiado elevados e, segundo disse a um site francês a especialista Maxime Davy, “este elemento pode gerar efeitos negativos sobre os auxiliares ou as culturas, porque é fitotóxico”.

Como todos os produtos para a protecção de plantas, o cobre deve submeter-se a uma inscrição ao nível europeu, ao que se segue uma homologação ao nível de cada país. Neste momento o cobre está classificado como substância candidata à substituição; ou seja, se aparecerem outras soluções alternativas, o cobre pode ser proibido.

No início do ano, o cobre sujeitou-se a uma nova aprovação, mas a decisão foi adiada a pedido da França e da Alemanha. A partir de agora, existem três possibilidades: as soluções à base de cobre são reprovadas; ou são aprovadas com restrições (dose anual, período de utilização, etc); ou ainda, finalmente, a Europa pode deixar as condições de aprovação a cada um dos estados, o que iria certamente provocar diferenças concorrenciais.

Ora, o problema é que não existe neste momento uma boa alternativa para o cobre na agricultura biológica. Maxime Davy fala então de “combinar soluções de efeito parcial”. Ou ainda recorrer a novas formulações, a programas de ajuda à decisão, ao bio controlo ou aos ‘bio estimulantes’. Para ver uma comunicação sobre o correcto uso de formulações com cobre aponte para o site http://www.advid.pt/imagens/comunicacoes/13639703968280.pdf, realizado por J.R. Ribeiro. (AF)

Syngenta lança Ampexio, para o controlo do míldio

Syngenta, Ampexio, míldio

O míldio da videira é uma doença que todos os anos provoca estragos de monta nas vinhas. Os fabricantes de produtos químicos têm lançado, ano após ano, novas formulações para resolver o problema. O Ampexio, agora lançado pela Syngenta, é a mais recente novidade. O fabricante garante que se trata de “uma nova geração fungicida […]

O míldio da videira é uma doença que todos os anos provoca estragos de monta nas vinhas. Os fabricantes de produtos químicos têm lançado, ano após ano, novas formulações para resolver o problema. O Ampexio, agora lançado pela Syngenta, é a mais recente novidade. O fabricante garante que se trata de “uma nova geração fungicida sinérgica e sustentável“. E continua: “Sinérgica, porque integra na sua formulação duas substâncias activas – a mandipropamida e a zoxamida – que têm forte interacção positiva no controlo dos fungos oomicetas, potenciada pela formulação WG (grânulos dispersíveis em água), que proporciona uma utilização fácil e segura para o aplicador e o ambiente. Sustentável, porque o Ampexio não contém na sua formulação fungicidas com modo de ação multi-sitio, (substâncias ativas a aguardar a finalização do processo de re-registo europeu) e pode ser usado a menor dose do que os anti-míldios convencionais”. O produto parece ainda ter mostrado “elevada selectividade para a cultura da vinha e não produz alterações na maturação das uvas, nem na fermentação ou na qualidade dos vinhos”. A Syngenta afirma que esta conclusão foi tirada depois de oito anos de ensaios, realizados numa vasta gama de castas de uvas, em diversos países da Europa, incluindo Portugal.

O Ampexio é considerado eficaz no controlo do míldio nas folhas e nos cachos e deve ser posicionado preventivamente, desde a fase de cachos visíveis até ao fecho dos cachos. Estão autorizadas três aplicações do produto por campanha, à dose máxima de 500g/hl, com intervalo de 10 a 12 dias entre aplicações. Está já disponível em embalagens de 4kg e deverá em breve ser lançado também em embalagens de 50g, adequadas para a pequena exploração agrícola.

«O facto de a mandipropamida estar homologada em quase todo o mundo é uma vantagem para os vitivinicultores exportadores, uma vez que os principais países importadores de vinho autorizam o uso desta substância activa, devido ao seu perfil toxicológico favorável e porque não deixa resíduos nos vinhos», explicou Odanil Campos Leite, gestor global da mandipropamida na Syngenta.

Franceses vão testar túnel protector sobre a vinha

Viti-Tunnel

Está farto de fazer tratamentos contra doenças da vinha provocadas por excesso de humidade? Pois bem, pode haver uma solução para isto, cortesia de uma empresa francesa start-up, a Mo.Del. O produto chama-se Viti-Tunnel e no fundo é uma espécie de estufa que vai cobrir uma – ou parte – de linha de vinha. O […]

Está farto de fazer tratamentos contra doenças da vinha provocadas por excesso de humidade? Pois bem, pode haver uma solução para isto, cortesia de uma empresa francesa start-up, a Mo.Del. O produto chama-se Viti-Tunnel e no fundo é uma espécie de estufa que vai cobrir uma – ou parte – de linha de vinha. O bom da questão é que esta espécie de manga só será esticada quando há o perigo de elementos naturais – como a chuva – provocarem doenças na videira. Falamos de doenças provocadas por fungos (míldio, oídio) mas também de outras, como o ‘black-rot e a escoriose, ligadas à excessiva humidade. Este ano (e em 2019) vão ser dez os produtores a testar o produto, todos de Bordéus (cada um pagou 10.000 euros). Estes testes vão ser seguidos de perto e de forma cientifica pelo Instituto Francês da Vinha e do Vinho.

O sistema de esticar/encolher a manga (estilo telescópio) funcionará a energia solar e de forma automática, reagindo a sensores de humidade. Cada túnel irá, para já, proteger entre 50 e 100 metros de vinha. O modo de ancoragem não foi revelado mas parece que o revestimento irá ser puxado por cabos suspensos em postes.

O promotor da iniciativa, Patrick Delmarre, estima que “no melhor dos cenários, o Viti-tunnel deverá permitir uma redução de 80 % nos tratamentos”. Mas, mesmo se forem necessários, a estrutura da manga permitirá fazer pulverizações anti-fúngicas nesse espaço. As vantagens podem não acabar por aqui: o sistema poderá proteger ainda contra geadas ou gelo, embora tal esteja ainda sujeito a testes. O preço de uma destas soluções não foi divulgado, mas só deverá ser rentável para vinhas que dão origem a vinhos topos-de-gama. (AF)