Pastel de Feijão de Torres Vedras certificado pela Comissão Europeia

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O Pastel de Feijão de Torres Vedras foi oficialmente incluído no registo europeu de Indicações Geográficas pela Comissão Europeia, passo que conclui um processo de certificação iniciado em 2013 pela Associação Comercial e Industrial da Região Oeste (ACIRO) em parceria com a Câmara Municipal de Torres Vedras. Desde a publicação da atribuição do selo no […]

O Pastel de Feijão de Torres Vedras foi oficialmente incluído no registo europeu de Indicações Geográficas pela Comissão Europeia, passo que conclui um processo de certificação iniciado em 2013 pela Associação Comercial e Industrial da Região Oeste (ACIRO) em parceria com a Câmara Municipal de Torres Vedras.

Desde a publicação da atribuição do selo no Jornal Oficial da União Europeia, em 16 de janeiro, que se aguardava a conclusão da fase de consulta pública, que agora terminou, conta o município em comunicado divulgado junto da Comunicação Social.

O Pastel de Feijão de Torres Vedras junta-se, assim, aos mais de 3.655 nomes protegidos que constam da base de dados eAmbrosia e beneficiam de maior projecção nacional e internacional.

A origem conventual do Pastel de Feijão de Torres Vedras remonta ao século XIX. Hoje, a produção anual deste doce típico de Torres Vedras é estimada em 1,5 milhões de unidades, o que representa um retorno de cerca meio milhão de euros para a economia local.

Como Indicação Geográfica Protegida (IGP) da União Europeia, o Pastel de Feijão de Torres Vedras passa agora a beneficiar agora do reconhecimento da autenticidade e qualidade, que apenas os produtores certificados garantem.

Três produtos e uma festa em Torres Vedras

A iniciativa, do município de Torres Vedras, para valorização destes produtos torreenses, realizou-se nas antigas instalações do Instituto da Vinha e do Vinho.

Vinho, pastel de feijão e uvada voltaram a dar mote à quarta edição do Reserva – Fórum de Inovação e Gastronomia. A iniciativa, do município de Torres Vedras, para valorização destes produtos torreenses, realizou-se nas antigas instalações do Instituto da Vinha e do Vinho. O Reserva incluiu debates, demonstrações culinárias e concursos gastronómicos, além de […]

Vinho, pastel de feijão e uvada voltaram a dar mote à quarta edição do Reserva – Fórum de Inovação e Gastronomia. A iniciativa, do município de Torres Vedras, para valorização destes produtos torreenses, realizou-se nas antigas instalações do Instituto da Vinha e do Vinho.

O Reserva incluiu debates, demonstrações culinárias e concursos gastronómicos, além de animação musical. A Câmara torreense calcula que tenham estado presentes 2.000 pessoas – acima de 2023. A quase totalidade dos produtores de vinho, estabelecidos no concelho, esteve no evento, assim como as casas que se dedicam ao fabrico da uvada e dos pastéis de feijão. Os confeiteiros não são muitos, mas constituem um número positivo, uma vez que há poucos anos se temeu pelo seu desaparecimento.

Sérgio Valente, da Casa Benjamim, iniciou em 2017 o actual negócio e, conjuntamente com a Destilaria, criou o Feijin, um bolo inspirado no pastel de feijão com o gin Inseparable, de A Destilaria. Este confeiteiro adianta a necessidade do pastel de feijão – IG e em processo de passar para IGP – evoluir do mercado regional para locais de maior consumo, nacional e de exportação. Em 2019, a iguaria chegou a ser escolhida pela Lufthansa/TAP para integrar os menus, representando cerca de um milhão de unidades. Porém, foi afastado na reformulação dos cardápios. Nádia Santos, da Colegiada de Nossa Senhora da Anunciação da Lourinhã, afirma que o bolo tem uma excelente ligação com a aguardente – a demonstração fez-se com uma XO Lourinhã. “Tem uma crocância que é muito interessante. Inicialmente brilha mais o pastel e no final a aguardente”.

Joaquim Gomes é funcionário dos Correios e, no tempo que sobra, trabalha na sua confeitaria Terras de Dinossauros, dedicada à produção de licores e uvada. Temendo pelo desaparecimento deste doce, começou, em 2012, a produzi-lo. Conta que a uvada requer atenção contínua, pois o mosto ferve de cinco a seis horas. Depois da redução é acrescentada maçã e há uma nova fervura, de três horas, com pau de canela.

Do lado vínico, Paula Fernandes, enóloga da Quinta da Boa Esperança, elogia a iniciativa, uma vez que permite a comunicação entre produtores e potencia sinergias. Maria Ana Santos, da Quinta da Cidadoura, considera que é “uma rampa de lançamento”, pois permite promover a região na restauração.

De acordo com a vereadora do Turismo, o Reserva tem ajudado na valorização dos vinhos do concelho. Dulcineia Ramos indica que o valor médio do rótulo passou de 3,37 euros em 2019 – ano da primeira edição – para seis euros actualmente. A autarca refere a vontade de criar um repositório de receitas que represente o concelho. O prémio Gastronomia e Inovação foi ganho por Pedro Trindade e Félix Ferreira, da Escola Seminfor, com o prato “polvo do mar à terra”. O restaurante o Átrio, de Torres Vedras, venceu os prémios de uvada e de pastel de feijão. João Barbosa