Chuva e granizo intensos no Pinhão causam prejuízos
A tarde do passado dia 28 de Maio, a partir das 17h40, ficou marcada por estragos e prejuízos significativos na vila do Pinhão e área circundante, devido a uma forte queda de chuva e granizo. Muitas estradas, muros e vinhas cederam perante a intempérie, com alguns produtores de vinho da região a verificarem perdas parciais […]
A tarde do passado dia 28 de Maio, a partir das 17h40, ficou marcada por estragos e prejuízos significativos na vila do Pinhão e área circundante, devido a uma forte queda de chuva e granizo. Muitas estradas, muros e vinhas cederam perante a intempérie, com alguns produtores de vinho da região a verificarem perdas parciais ou totais das suas colheitas, prejuízos que estão ainda a ser quantificados pelas empresas.
O Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto referiu, em comunicado de imprensa, que “foram já contactados vários viticultores que confirmaram danos localizados, registando-se pontualmente elevados prejuízos em algumas parcelas de vinha, sendo mais abrangente o prejuízo provocado pela grande quantidade de água que causou queda de muros e deslize de terras”. Esse deslizamento de terra levou a que as estradas entre Alijó, Sabrosa e Pinhão fossem cortadas, tendo a rede de saneamento da vila do Pinhão ficado obstruída, como contou a TVI24.
A estação televisiva falou com os bombeiros do Pinhão, que confirmaram a repetição anual desta situação naquela zona, como nos disse Ana Margarida Morgado, relações públicas da The Fladgate Partnership: “Estes fenómenos de granizo estão a ser cada vez mais frequentes, e a região tem de fazer algo em relação a isso, à imagem de outras regiões que já têm mecanismos de prevenção.” A Fladgate viu alguns dos seus locais afectados, nomeadamente a Quinta do Junco, mas Ana Margarida sublinha que estavam preparados, a vários níveis, para fazer face a uma situação destas.
A Quinta do Noval terá sido afectada substancialmente, apesar de isso ainda não ter sido comunicado pelos próprios. Já a Quinta do Bomfim e a Quinta da Cavadinha, da Symington Family Estates, também estavam na mira do temporal, mas apenas tiveram sobrecarga ao nível das estruturas de apoio à vinha, como o sistema de drenagem, e alguns danos no centro de visitas, no caso do Bomfim, apesar de este continuar a funcionar. Miguel Potes, responsável pela comunicação da Symington, disse estarem “confiantes numa rápida recuperação” e adiantou que “desde que há registo, nos últimos 60 anos, foi o pior episódio deste género”: “Os medidores de precipitação ‘rebentaram’ a escala, foi a chuvada do século”, acrescentou. Outras propriedades como La Rosa ou as vinhas do Poeira, de Jorge Moreira, verificaram algumas ocorrências, mas sem estragos irreversíveis, mais ao nível da folhagem das vinhas e de algumas estradas de acesso.
O IVDP assegurou, ainda, que em caso de perdas totais ou parciais colocará à disposição dos agentes económicos o mecanismo regulamentado de “Transferência de Autorização de Produção”, que permite “a transferência de mosto apto à denominação de origem Porto entre prédios ou parcelas do mesmo viticultor ou, no caso de justificadas perdas totais ou parciais de produção confirmadas pelo IVDP, a autorização entre prédios ou parcelas de diferentes viticultores”. M.L.