Lagoalva: Fernão Pires de primeira linha

Quinta da Lagoalva

A quinta possui cerca de 42 hectares de vinha (num total de 5.500 hectares com muitos outros cultivos e produções, desde cortiça a azeite, passando por cavalos), plantados junto ao rio Tejo e constituídos por uma grande variedade de castas, nacionais e mundiais. Como não poderia deixar de ser, dada a região onde está, as […]

A quinta possui cerca de 42 hectares de vinha (num total de 5.500 hectares com muitos outros cultivos e produções, desde cortiça a azeite, passando por cavalos), plantados junto ao rio Tejo e constituídos por uma grande variedade de castas, nacionais e mundiais. Como não poderia deixar de ser, dada a região onde está, as vinhas mais velhas são de Fernão Pires e têm cerca de 70 anos, sendo de destacar também as vinhas de Syrah, plantadas em 1984, das primeiras em Portugal. A longa tradição da Quinta da Lagoalva como produtora de vinho é atestada em 1888, na Exibição Portuguesa de Indústria, onde esteve presente com 600 cascos de vinho. Todavia, é mesmo a referida data de 1989 que consagra o primeiro registo como produtor engarrafador no IVV, então com a marca “Cima” (aliás, a propriedade girou muitos anos com a marca Lagoalva de Cima), com a primeira certificação atribuída pela Comissão Vitivinícola Regional do Tejo a ocorrer pouco depois, em 1992, então já como “Quinta da Lagoalva”. Mais de 3 décadas volvidas, e já com uma história significativa no universo vitivinícola português, elegeu 2023 como um ano de mudança. Essa mudança foi materializada, desde logo, no rebranding do logótipo e dos rótulos do seu portefólio de vinhos, que vão chegar ao mercado até ao final do ano, à medida que são lançadas novas colheitas. Actualmente, a produção de vinhos ronda as 650 mil garrafas, a representar cerca de 1,5 milhões de euros de faturação em 2022. As vendas em Portugal correspondem a 65% do negócio, sendo os restantes 35% alocados a mercados de exportação, com maior destaque para Alemanha, Bélgica, Brasil, China e Polónia.

Quinta da Lagoalva

A nova imagem foi desenvolvida pela agência portuguesa OM Design, em estreita colaboração com as equipas de enologia, comercial e enoturismo da Quinta da Lagoalva, num processo que demorou um ano a concretizar. Isso mesmo nos confirmou Pedro Pinhão, o actual coordenador de enologia do projecto que já leva 2 décadas ao serviço da Lagoalva, e que, desde há pouco tempo, beneficia da ajuda do jovem enólogo Luís Paulino. Os novos rótulos retratam a casa e palácio, e procuram homenagear o legado da icónica propriedade, com 830 anos de história e 660 hectares contíguos, e beneficiaram de contributos de toda a família (assumindo o legado histórico, os rótulos passaram a integrar a menção “Circa 1193”, data do primeiro registo da Quinta da Lagoalva).

A par deste rebranding foi lançado um vinho em estreia absoluta, nada menos nada mais do que um Grande Reserva Fernão Pires da colheita de 2021. As uvas deste Fernão Pires provêm da referida vinha velha com 70 anos, sujeitas a prensagem dos cachos inteiros, e fermentação em barricas usadas (de 2.º, 3.º e 4.º anos) de carvalho francês com capacidade 500 litros, nelas estagiando durante 12 meses com bâtonnage semanal durante 2 meses. A surpresa não vem propriamente do uso da casta, que é maioritária aliás na região, mas no facto de ser usada em estreme e logo posicionada como topo de gama, algo menos comum na região do Tejo, mas que é de aplaudir. Tanto mais que este lançamento se insere no âmbito do movimento de promoção desta casta, promovido pela Comissão Vitivinícola Regional do Tejo, a nível nacional e internacional, movimento que se aplaude com entusiasmo.

Foi também tempo de conhecermos as novas de parte do portefólio do produtor, caso dos colheitas do Lagoalva branco, rosé e tinto; Lagoalva Sauvignon Blanc; Lagoalva Reserva branco e tinto (ambos bi-varietais). Revelaram-se todos muito atraentes, sendo de destacar uma clara tendência para redução do álcool (vários vinhos abaixo dos 12%) e maior percepção da acidez (com uma excepção, todos os vinhos acima dos 6 g/L), aspectos que muito nos agradaram, e que revelam a atenção do produtor às novas tendência de consumo.

(Artigo publicado na edição de Junho de 2023)

Vinhos Quinta da Lagoalva agora representados pela José Maria da Fonseca Distribuição

José Maria Fonseca Lagoalva

A José Maria da Fonseca Distribuição passou recentemente a representar os vinhos da Quinta da Lagoalva. Esta empresa produtora da região do Tejo vem integrar um portfólio onde já estão nomes como Monte da Ravasqueira, Lima & Smith, José Maria da Fonseca, Henriot (Champagne) ou SELZA (hard seltzer). António Maria Soares Franco, administrador com os […]

A José Maria da Fonseca Distribuição passou recentemente a representar os vinhos da Quinta da Lagoalva. Esta empresa produtora da região do Tejo vem integrar um portfólio onde já estão nomes como Monte da Ravasqueira, Lima & Smith, José Maria da Fonseca, Henriot (Champagne) ou SELZA (hard seltzer).

António Maria Soares Franco, administrador com os pelouros Comercial e Marketing da José Maria da Fonseca, explica sobre esta nova adição à distribuidora: “A entrada dos vinhos da Quinta da Lagoalva no portefólio significa o alargar da nossa oferta a regiões onde ainda não estávamos representados, e o reforçar do espírito da nossa distribuidora com empresas familiares, com visão de longo prazo e que, tendo já uma presença importante no mercado, ainda têm muito potencial de vendas por explorar. Para além de tudo, a Lagoalva pertence aos nossos primos, a família Campilho, com quem temos laços emocionais muito fortes”.

©Quinta da Lagoalva

Já Manuel Campilho, presidente do Conselho de Administração da Quinta da Lagoalva, considera, “temos uma visão e forma de estar no mundo dos vinhos muito semelhante à da família Soares Franco e esperamos, com este novo acordo de distribuição, aumentar as vendas das nossas marcas em território nacional e elevá-las a um novo patamar”.

Localizada na margem sul do Tejo, a cerca de 2 km de Alpiarça e a 11 km de Santarém, a Quinta da Lagoalva, produz vinho, azeite, cortiça, mel, milho, batata ,e dedica-se também à criação do Cavalo Lusitano, através da sua Coudelaria. A história desta quinta remonta ao séc. XII, quando o rei de Portugal entrega estas terras à Ordem de Santiago de Espada, após os seus heróicos feitos na conquista de Santarém. Pertenceu a esta ordem durante seis séculos. Com o 2º Duque de Palmela, a Quinta da Lagoalva de Cima passa a pertencer à família Palmela, até à actualidade. Nos seus 45 hectares de vinha encontram-se castas nacionais e internacionais, como as brancas Sauvignon Blanc, Alvarinho, Arinto, Fernão Pires, Verdelho e Chardonnay; e as tintas Touriga Nacional, Alfrocheiro, Tinta Roriz, Cabernet Sauvignon, Syrah, Tannat e Castelão.