Enoturismo de Outono: Depois da vindima, o descanso…

Enoturismo Outono

Numa altura em que as vindimas ou já acabaram, ou estão quase no fim (dependendo da região e do tipo de vinho), chegou uma nova fase do enoturismo: relaxar, de copo na mão. As vantagens do enoturismo no Outono e Inverno são várias, sobretudo porque estamos em “época baixa”, o que se traduz em menos […]

Numa altura em que as vindimas ou já acabaram, ou estão quase no fim (dependendo da região e do tipo de vinho), chegou uma nova fase do enoturismo: relaxar, de copo na mão. As vantagens do enoturismo no Outono e Inverno são várias, sobretudo porque estamos em “época baixa”, o que se traduz em menos gente e preços geralmente mais baixos, mas também por toda a magia que só estas estações podem trazer, como a paleta de cores quentes, do vermelho ao castanho, que invade as vinhas, ou o cheiro a lareira e fumeiro que paira no ar, e também a paz que transmite o descanso dos vinhos numa sala de barricas ou de tonéis. Aqui ficam cinco sugestões de destino, com e sem alojamento, para os enófilos “fugirem” do buliço do dia-a-dia, nesta época que agora se inicia.

 Texto: Mariana Lopes  Fotos: D.R.

VINHO VERDE
Quinta da Lixa/Monverde Wine Experience Hotel

O Monverde Wine Experience Hotel pertence à Quinta da Lixa (Vila Cova da Lixa, concelho de Felgueiras) e localiza-se apenas a 2,5km desta, em linha recta, na Quinta de Sanguinhedo, em Telões, Amarante. Embora a Quinta da Lixa tenha já um bom programa de provas e visitas, é no Monverde que a oferta premium de enoturismo tem lugar, com a vantagem de estarmos perante um alojamento de luxo, que inclui SPA (centrado na vinoterapia) e um restaurante ao mesmo nível. Aqui, há seis provas de vinho — que vão dos 18 aos 60 euros por pessoa — e cinco experiências, mas apenas uma, bastante “family friendly”, está disponível na época Outono/Inverno.

PROVAS

EXPERIÊNCIA DE OUTONO

Monverde Wine Experience Hotel                                                                           

enoturismo outono
Quinta da Lixa

Website: www.monverde.pt

Localização: Quinta de Sanguinhedo 166, Castanheiro Redondo
4600-761 Telões, Amarante

Contactos: +351255143100 / geral@monverde.pt

DOURO

Quinta de Ventozelo

No concelho de São João da Pesqueira, entre o Pinhão e Ervedosa do Douro, a Quinta de Ventozelo estende-se por uma totalidade de 400 hectares, 200 de vinha. Nos últimos anos, a empresa tem feito grandes investimentos não só a nível da produção, mas também na sua oferta hoteleira e de enoturismo. Hoje, a propriedade tem 29 quartos (recentemente reabilitados, distribuídos por sete edificações distintas), o restaurante e wine bar Cantina de Ventozelo (consultoria do chef Miguel Castro e Silva), provas de vinho (com preços dos 14 aos 40 euros), 7 percursos pedestres com extensões e graus de dificuldade variados e audio-guia (€25), experiências na natureza e actividades cinegéticas, como caçadas fotográficas. No Outono, é também possível participar na apanha da azeitona. Mas é no mais recente Centro Interpretativo/Núcleo Museológico que reside a individualidade e inovação do enoturismo da Quinta de Ventozelo…

CENTRO INTERPRETATIVO/NÚCLEO MUSEOLÓGICO

Este centro, inserido num edifício da quinta construído no século XVIII, foi criado para proporcionar aos visitantes um conhecimento mais aprofundado da região do Douro — do seu património natural, material e imaterial — através de uma experiência sensorial de descoberta de Ventozelo e da sua história. Natalia Fauvrelle, museóloga responsável pelo Centro Interpretativo, explica: “Procurou-se um discurso expositivo, que combinasse o lúdico com o conhecimento e com o rigor científico. Por exemplo, os retratos dos proprietários da Quinta no século XVIII são expostos mostrando o cuidado que houve no seu estudo e restauro. Depois, temos experiências tão simples como andar, a subir e descer dentro do percurso da exposição, de modo a ter a perceção dos declives de que é feita a quinta, e toda a região. Segue-se o mais tradicional desafio de apreensão de aromas e um espaço onde o visitante se pode sentar e contemplar o céu ao longo do dia. Também há um espaço onde se pode ouvir Ventozelo, o silêncio e os seus sons característicos”. Segue-se um passeio que contempla também a capela de Nossa Senhora dos Prazeres, os lagares e a adega, o alambique, as hortas biológicas, os pomares e o jardim das aromáticas, onde também se pode provar o Gin de Ventozelo). Tudo isto é feito com audio-guia e inclui prova de dois vinhos do Porto e um do Douro.

PROVAS

Quinta de Ventozelo

Website: www.quintadeventozelo.pt

Localização: Ervedosa do Douro

5130-135 S. João da Pesqueira

Contactos Enoturismo: +351254732167 / hotel@quintadeventozelo.pt

LISBOA

Quinta do Sanguinhal/Quinta das Cerejeiras

 No Bombarral, a família Pereira da Fonseca detém três propriedades desde o início do século XX, totalizando 140 hectares, sob a “umbrela” Companhia Agrícola do Sanguinhal: Quinta do Sanguinhal, Quinta das Cerejeiras e Quinta de S. Francisco. Nestas três propriedades, a família sempre produziu vinho, vinificando as quintas separadamente, nas respectivas adegas. Mais recentemente, a empresa criou programas de enoturismo para as Quintas do Sanguinhal e das Cerejeiras, focados em proporcionar uma descoberta não só de carácter vínico, mas também histórico, religioso e arquitectónico. Todos os programas podem ser reservados e pagos directamente no website da Companhia Agrícola do Sanguinhal, o que é muito prático.

QUINTA DO SANGUINHAL

Esta propriedade proporciona uma visita completa e guiada (+ prova de vinhos), que passa pelos jardins do século XIX, pelas vinhas, pela destilaria do séc. XIX (onde se produziram aguardentes vínicas e bagaceiras durante 100 anos), por “um dos maiores e mais antigos lagares da Península Ibérica” (com prensas de fuso e vara, a mais antiga a datar de 1871), e pela cave de envelhecimento, “uma das mais antigas da região de Lisboa ainda em utilização” com 36 tonéis de carvalho português e mogno. Aqui, há duas variações do programa:

QUINTA DAS CEREJEIRAS

A visita, com prova de vinhos, da Quinta das Cerejeiras, contempla o exterior da casa de Abel Pereira da Fonseca (fundador da Companhia Agrícola do Sanguinhal), projetada pelo arquitecto Norte Junior (primeira metade do século XX), a capela Madre de Deus (século XVI) com as paredes e abóbada forradas a azulejos do século XVII, o jardim da casa e o núcleo museológico, composto por uma adega com tonéis de carvalho e vários objectos e equipamentos antigos, ligados à história da produção de vinho da empresa. No momento da escrita deste artigo, estava disponível uma modalidade: visita guiada e prova de 2 vinhos da Quinta das Cerejeiras, com duração de 30 a 45 minutos (€5 pax).

enoturismo Outono
Quinta do sanguinhal

Website: www.sanguinhal.pt

Localizações:                                                                             

2540-216 Bombarral

Quinta das Cerejeiras
2544-909 Bombarral

Contactos Enoturismo: +351262609199 / +351914493231 / enoturismo@sanguinhal.pt / ana.reis@sanguinhal.pt

PENÍNSULA DE SETÚBAL

Casa Museu José Maria da Fonseca

 A José Maria da Fonseca foi fundada há mais de 180 anos, estando hoje na sétima geração da família Soares Franco. A sua Casa Museu, em Vila Nogueira de Azeitão, actual local do enoturismo da empresa, foi residência da família até aos anos 70, tendo sido construída no século XIX e restaurada em 1923, pelo arquitecto suíço Ernesto Korrodi. Visitá-la, é também entrar em toda a mística da produção e estágio dos moscatéis, onde os cheiros e e as madeiras velhas combinam na perfeição com a estação outonal. Há muitas e distintas provas disponíveis, e todas incluem a visita, que tem início na Sala Museu, com uma breve explicação sobre a história da empresa, seguindo-se passagem pelo jardim e descoberta das três adegas: a Adega da Mata, onde estagia o vinho Periquita; a Adega dos Teares Novos, palco da Confraria do Periquita; e a Adega dos Teares Velhos, onde repousam os moscatéis mais antigos da José Maria da Fonseca.

Há várias modalidades de prova que conjugam vinhos brancos, tintos e Moscatéis de Setúbal: as Premium, dos 8 aos 19 euros; e as Super Premium, dos 18 aos 36 euros. Mas são as Provas Especiais, o Programa Família e a Experiência “Um dia com a nossa Família”, que se destacam neste Outono.

PROVAS ESPECIAIS (incluem visita):

PROGRAMA FAMÍLIA:

EXPERIÊNCIA “UM DIA COM A NOSSA FAMÍLIA”:

Casa Museu José Maria da Fonseca                                                         

Enoturismo Outono
Fachada da Casa Museu José Maria da Fonseca

Website: www.jmf.pt

Localização: Rua José Augusto Coelho 12A
2925-538 Azeitão

Contactos Enoturismo: +351212198940 / enoturismo@jmfonseca.pt

ALENTEJO

Herdade do Rocim

 A Herdade do Rocim é já uma referência incontornável da região da Vidigueira, quer pela qualidade e diversidade dos vinhos como pela beleza da propriedade e da sua moderna (mas perfeitamente integrada na paisagem) adega. A oferta de enoturismo do Rocim, por sua vez, convida a imergir na cultura vitivinícola tradicional alentejana, com propostas muito interessantes e originais, entre as quais se destaca a Amphora Wine Tour e a sugestão do produtor para esta estação: Brunch de Outono ou Bucha Alentejana de Outono.

PROVAS:

BRUNCH DE OUTONO OU BUCHA ALENTEJANA DE OUTONO:

AMPHORA WINE TOUR:

Herdade do Rocim                                                                                     

Website: www.rocim.pt

Localização: Estrada Nacional 387
7940-909 Cuba

Contactos Enoturismo: enoturismo@herdadedorocim.com / +351935683517

 

Quinta das Cerejeiras, um clássico de Portugal

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Criada em 1926 por Abel Pereira da Fonseca, Quinta das Cerejeiras é uma das mais antigas marcas portuguesas de vinho em actividade. Numa prova que abrangeu cinco décadas, os brancos e tintos desta propriedade de Óbidos justificaram […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Criada em 1926 por Abel Pereira da Fonseca, Quinta das Cerejeiras é uma das mais antigas marcas portuguesas de vinho em actividade. Numa prova que abrangeu cinco décadas, os brancos e tintos desta propriedade de Óbidos justificaram a razão de ainda hoje se manterem uma referência da região de Lisboa.

TEXTO Luís Lopes

As propriedades agrícolas do Bombarral entraram na família pela mão de Abel Pereira da Fonseca, no início do século XX. Eram (e são) três quintas – Cerejeiras, Sanguinhal e S. Francisco –, que ocupam hoje 140 hectares, dos quais 100 de vinha. Para administrar estas propriedades, o fundador criou em 1926 a Companhia Agrícola do Sanguinhal.
A empresa dedicou-se desde sempre à produção e comércio de vinhos. Para o efeito, vinificava separadamente os vinhos da Quinta das Cerejeiras, do Sanguinhal e de São Francisco nas respectivas adegas, possuindo no conjunto uma capacidade em toneis e balseiros de madeira de carvalho e mogno acima dos dois milhões de litros, utilizados para a fermentação, armazenagem e envelhecimento de vinhos, licorosos e aguardentes. Estas últimas, vínicas e bagaceiras, eram destiladas num alambique próprio que ainda hoje, imponente, se mantém como uma das principais peças do núcleo museológico da empresa e do seu enoturismo, onde avulta igualmente um conjunto de lagares dotados das mais impressionantes prensas de vara que alguma vez vi.
Antes de se tornar agricultor, Abel Pereira da Fonseca atingiu estatuto ímpar enquanto comerciante de vinhos. A Sociedade Comercial Abel Pereira da Fonseca detinha e explorava a maior rede de estabelecimentos de venda ao público no país, as lojas Val do Rio, de que chegaram a existir cerca de uma centena na zona de Lisboa e que vendiam vinho a copo, garrafa, litro e almude. Como curiosidade, registe-se que Fernando Pessoa era um dos seus clientes diários. Aos grandes armazéns Abel Pereira da Fonseca, situados na zona oriental da cidade, chegavam pelo Tejo, em fragatas, os cascos de vinho que abasteciam as lojas. Em 1937, Abel Pereira da Fonseca vendeu a sua posição na sociedade comercial para se dedicar em exclusivo às propriedades do Bombarral, e à Companhia Agrícola do Sanguinhal, que continua nas mãos de seus netos e bisnetos.
Também na vertente agrícola, Abel Pereira da Fonseca foi inovador. No Bombarral, plantou as primeiras vinhas estremes da zona – ali a tradição era plantar as cepas no meio dos pomares e misturadas com as árvores de fruto. As suas vinhas eram igualmente alinhadas e aramadas, uma inovação numa época em que a mecanização ainda não tinha chegado à região, e divididas em talhões monocasta. A adaptação de novas castas ao clima atlântico do Bombarral foi uma das suas preocupações e na Quinta do Sanguinhal fez plantar o talhão das “Experiências”, com mais de 30 variedades diferentes.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34096″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Marca com história
As vinhas da Quinta das Cerejeiras contabilizam actualmente 15 hectares, em diferentes talhões, e estão plantadas em encostas suaves, de solo argilo-arenoso e expostas a sul. As principais castas são as brancas Arinto, Chardonnay, Sauvignon Blanc e Fernão Pires e as tintas
Castelão, Touriga Nacional, Aragonez e Syrah. No entanto, não há muito tempo, a variedade branca Vital e as tintas Tinta Miúda e Carignan mantinham presença significativa nos vinhedos.
O lote clássico do Quinta das Cerejeiras Clarete tinto assentava, aliás, no Castelão, na Tinta Miúda e no Carignan. A mais antiga colheita de que há registo e rotulagem é a de 1926, e a menção “Clarete”, que durante muitas décadas se manteve nos rótulos, nada tem a ver com a cor do vinho, mas sim com uma “colagem” aos tintos de Bordéus, que eram conhecidos como “Claret” nos principais mercados mundiais. Nos anos 30, a pioneira obra “Culinária Portuguesa”, da autoria de António Maria de Oliveira Belo (Olleboma), dedica uma atenção especial ao Quinta das Cerejeiras Clarete, o que atesta a sua importância numa época em que os grandes vinhos engarrafados não abundavam. Com o tempo, a marca assumiu-se como um dos vinhos portugueses mais cotados e prestigiados, só começando o seu impacto a diluir-se no final dos anos 80, com o “boom” dos vinhos nacionais e a introdução no mercado de milhares de outras referências engarrafadas.
O moroso processo de elaboração do Quinta das Cerejeiras Clarete diz muito sobre a atenção que os seus produtores lhe dispensavam. Vinificado em balseiros de madeira, estagiava depois dois ou três anos em grandes tonéis. De seguida, era transferido para meias pipas usadas de carvalho americano onde descansava mais dois anos. Após cinco anos em várias madeiras, passava mais cinco anos em garrafa. E agora vem a parte melhor: dez anos depois da vindima, as garrafas eram decantadas uma a uma e o vinho passado para novas garrafas, com molde próprio da Companhia Agrícola do Sanguinhal, sendo então colocado no mercado.
Esta prática extraordinária manteve-se até à colheita de 1980, a primeira a ser lançada por Carlos João Pereira da Fonseca, neto do fundador e responsável pela empresa familiar, onde é acompanhado no dia a dia pelos sobrinhos Diogo e Ana. Com o apoio do enólogo da casa, José António Fonseca, no ano de 1990 Carlos decantou todas as garrafas do 1980 para um único depósito, sendo o engarrafamento feito a partir do lote final. Lembro-me bem desse 1980 porque há dois anos bebi a última garrafa que dele possuía e revelou-se um tinto extraordinário, cheio de frescura, elegância e persistência. Infelizmente, já não existem no produtor garrafas suficientes e o vinho não marcou presença na prova agora organizada.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34097″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Um branco dos anos 20
Esperar dez anos para lançar um vinho deixou naturalmente de ser viável e, a partir da colheita de 1990, a empresa passou a colocar o Quinta das Cerejeiras no mercado com “apenas” cinco anos de idade. Com o tempo, os balseiros de fermentação (havia 14) foram também sendo abandonados por dificuldade de higienização. No lote do tinto, entraram a pouco e pouco a Touriga Nacional e o Aragonez, substituindo, primeiro, o Carignan e depois a Tinta Miúda. Mas o Castelão das vinhas velhas continua a ser casta fundamental para a definição do perfil de um vinho que, desde a colheita de 2012 (a mais recente no mercado), usa o designativo Grande Reserva.
Quanto ao branco Quinta das Cerejeiras, Carlos João sempre pensou que a referência não existia no tempo do seu avô. Porém, uma pasta de rótulos descoberta da sede da Abel Pereira da Fonseca, em Lisboa, revelou vários exemplares de colheitas dos anos 20 do Quinta das Cerejeiras branco. Na era “moderna”, o primeiro Reserva branco nasceu na vindima de 1987, baseado na Vital, clássica casta da região. O mercado não revelou grande interesse (injustamente, como hoje se percebe da prova do vinho), e Carlos João só voltou ao Quinta das Cerejeiras branco em 2010, agora com o apoio do enólogo Miguel Móteo, na casa há 22 anos e responsável pela vinha e adega.
O 2010 já tinha Chardonnay e Arinto a fazer companhia à Vital. De então para cá (a colheita mais recente é o Grande Reserva branco de 2016) a presença da Vital tem vindo a diminuir. É uma casta muito difícil na vinha (de película muito fina, o bago racha com facilidade e também desidrata com frequência), mas a empresa não quer perder este património vitícola regional e ainda mantém 4 hectares de cepas com 30 anos. Com viticultura apropriada, Carlos Pereira da Fonseca e Miguel Móteo acreditam que esta casta pouco aromática quando jovem, mas que desenvolve aromas terciários muito interessantes em vinhos mais velhos, pode ter (tal como o Castelão no tinto) um papel a desempenhar na definição do estilo e identidade de uma marca tão antiga e clássica quanto o Quinta das Cerejeiras.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column centered_text=”true” column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Cinco décadas de Cerejeiras”][vc_column_text]A prova vertical de Quinta das Cerejeiras branco e tinto abrangeu cinco décadas, e avaliar no copo a evolução cronológica de lotes de castas, vinificação e perfis de vinho é uma experiência fascinante. A ajudar esta viagem pelo tempo, o detalhe de o rótulo do Quinta das Cerejeiras praticamente não ter mudado desde que foi criado, nos anos 20 do século passado…
[/vc_column_text][vc_column_text]

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column centered_text=”true” column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Edição Nº21, Janeiro 2019

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