O Dão de Carlos Lucas, e a Quinta de Santa Maria
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Não é o mais antigo produtor do Dão, mas o vinho não escolhe idades. Com um portefólio diverso, de qualidade mais do que comprovada, Carlos Lucas continua a adquirir terreno e a alargar os horizontes da empresa.
TEXTO Mariana Lopes NOTAS DE PROVA Luís Lopes e Mariana Lopes FOTOS Anabela Trindade
Há vinhos que se associam a um homem e um não faz sentido sem o outro. Condição sine qua non. É o caso do Ribeiro Santo e de Carlos Lucas, dois nomes que juntamos desde o ano 2000, data do primeiro vinho assim baptizado. Localizada em Oliveira do Conde, Carregal do Sal, a Magnum Carlos Lucas Vinhos materializa-se numa adega bonita e discreta, mas moderna e prática, bem ao estilo pragmático do seu mentor. Mas é aqui que esta palavra se torna plural: mentores. Sempre ao lado de Carlos Lucas está Carlos Rodrigues e, juntos, estes dois enólogos criam vinhos no Dão e também além das suas fronteiras, essencialmente no Douro (com os vinhos Baton) e no Alentejo (origem dos Maria Mora).
Carlos Lucas iniciou a sua carreira em enologia em 1992, na Adega Cooperativa de Nelas, após ter concluído a formação em Montpellier. Um par de anos mais tarde, dedicou-se à fundação e administração de outros projectos, uma era que culminou na criação da empresa que tem o seu nome, em 2011, e à qual acoplou a marca Ribeiro Santo. Enquanto tudo isto, várias consultorias tomaram lugar e também a responsabilidade pelo projecto Quinta da Ala¬meda de Santar, que partilha com o amigo Luís Abrantes. Carlos Rodrigues, por sua vez, é bairradino e foi nessa região começou a actividade enológica, sob a orientação de Mário Pato, um dos primeiros enólogos a ensinar o ofício em Portugal. Provavelmente foi essa vivência que o fez ligar-se tanto à investigação e participar em vários estudos científicos. Apesar de ter feito vinhos em várias regiões do país, foi na Bairrada que se afirmou como “mestre” em espumantes, experiência que hoje aplica na Magnum Vinhos.
A QUINTA DO RIBEIRO SANTO
Conta a história que nesta quinta havia um ribeiro que nunca parava de correr, nem nos anos mais secos. Tendo outrora sido quinta de fidalguia, foi depois adquirida por um padre, que crismou esse ribeiro e o tornou “santo”. Mais tarde, em 1994, a Quinta do Ribeiro Santo tornou-se propriedade da família de Carlos Lucas, que encetou a reconversão das vinhas. Plantadas, no solo de granito pobre, estão as uvas tradicionais do Dão, as tintas Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinto Cão e a branca Encruzado. Além do vinho homónimo, é desta quinta que saem nomes como Automático, Envelope e o icónico E.T. (nome que vem de Encruzado e Touriga Nacional), entre outros.
A produção anual já vai nos 200 mil litros, mas Carlos Lucas revelou que vão “duplicar a capacidade das cubas de inox até ao Verão”, o que significa que esse número continuará a crescer. Para fora de Portugal vai 60% dessa produção, principalmente para o Brasil, que é o melhor mercado da Magnum Carlos Lucas Vinhos. No entanto, “as vendas crescem cada vez mais nos países da Europa e nos Estados Unidos”, disse o enólogo.
APOSTANDO NA REGIÃO, E NÃO SÓ…
Foi com as aprendizes e jovens enólogas Natália Korycka e Nádia Rodrigues que Carlos Lucas nos levou à Quinta de Santa Maria, propriedade adquirida por si em Maio de 2018. São dez hectares em Cabanas de Viriato, uma vila com um encanto muito próprio, daquele que só as pequenas localidades do Dão comportam, com as casas em pedra onde o sol reflecte e reluz ao amanhecer. Com muita história, Cabanas de Viriato é o berço de Aristides de Sousa Mendes, cuja casa ainda lá figura.
O primeiro impacto ao pôr os pés no terreno é a deslumbrante vista para a Serra da Estrela, em plano de fundo. A quinta, murada em todo o seu redor, tem vinhedos com 18 anos e esteve abandonada durante cinco, antes de passar para as mãos da Magnum Vinhos. Era posse de uma família de Nelas que lá tinha raízes e Carlos já conhecia bem o potencial daquelas parcelas, tendo sido ele a plantá-las quando do seu anterior projecto. Rodeadas por oliveiras e retalhos de bosque, as uvas são 30% brancas e 70% tintas, com Encruzado, Touriga Nacional, Alfrocheiro, Jaen e Tinto Cão a crescer no solo típico da região, pobre, granítico e arenoso, de raízes superficiais. Mas ainda há planos para plantar mais Encruzado nos espaços livres, deixando sempre as manchas de pinheiros bravos. “A partir de agora, tudo o que eu puder plantar será branco”, revelou Carlos Lucas.
Caminhando pela propriedade adentro, chega-se a uma adega antiga, ainda intocada, que será remodelada, mantendo o seu carácter tradicional. Depois, uma casa que parece descansar ali há muito tempo… Virando a sua esqui¬na, somos surpreendidos por uma pérgola de granito coberta por musgos, condição própria de um habitat que está quase sempre à sombra da casa. O interior está “romanticamente” abandonado, com algum mobiliário velho e esquecido, e algumas garrafas de vinho, de outro tempo, partidas no chão. E é quando passamos para a frente desta que entendemos tudo: aquele local tem um grande potencial para enoturismo e Carlos Lucas sabe disso. Toda essa zona, protegida por árvores, convida a um almoço “on site” descontraído a olhar para as videiras, harmonizado com os vinhos Magnum. “Vamos remodelar a casa e construir mais quartos no meio da vinha, para que o visitante possa ter aqui a experiência completa”, adiantou Carlos Lucas. Mas esta quinta tem um objectivo maior: fazer um vinho de topo, um Vinha Santa Maria. Por enquanto, temos de esperar por ele.
A expansão, no entanto, não acaba aqui. Foi em jeito de notícia em primeira mão que o enólogo nos contou que 109 hectares, no Douro, já são seus, dez desses de vinha. “Eu não quero ser a maior empresa, quero ter credibilidade, bons vinhos e uma equipa feliz”, confessou. Daquilo que apurámos, parece que tudo se confirma.
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Edição Nº25, Maio 2019
Quinta do Tamariz, Verdes sempre especiais
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[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Durante décadas, a opção por vinhos complexos e sem gás transformou a Quinta do Tamariz praticamente num corpo estranho na região dos Verdes. A filosofia da casa não mudou, mas os tempos sim. E hoje, em Barcelos, este produtor familiar é um bom exemplo da nova era que se vive na região.
TEXTO Luís Francisco
NOTAS DE PROVA Nuno de Oliveira Garcia
FOTOS Ricardo Palma Veiga
Os menos atentos a estas coisas do vinho até poderão não conhecer a Quinta do Tamariz, mas esta é uma marca com pergaminhos e quase um século de história. A opção, assumida desde o início, pela qualidade em detrimento da quantidade explica que muita gente ainda não se tenha cruzado com este produtor dos Vinhos Verdes, mas uma coisa é certa: quem já teve no copo algum destes néctares nascidos em Barcelos dificilmente o esquecerá… Agora chegou a altura de saírem para o mercado cinco novos vinhos e uma aguardente, todos destinados ao canal Horeca e garrafeiras.
Com 16 hectares de vinha, dominada (70 por cento do encepamento) pela casta Loureiro, os vinhos mais emblemáticos da Quinta do Tamariz (que, já agora, é o nome de uma planta que cresce à beira-mar e dá flores cor-de-rosa) são os monocasta: Loureiro, Alvarinho e Arinto formam o trio de castas brancas plantadas, enquanto as tintas Touriga Nacional, Vinhão e Borraçal também marcam presença. Fazem-se cerca de 50.000 garrafas/ano e vende-se o resto das uvas.
Curiosamente – ou não, dado tratar-se de uma opção pela diferenciação reforçando a aposta na qualidade – dois destes novos vinhos Tamariz são de lote. O Quinta do Tamariz Superior é feito de Loureiro e Alvarinho; e o Grande Reserva tem Arinto, Alvarinho e Loureiro. Mas existem ainda, para além dos espumantes, um branco 100% Arinto, um branco Reserva, varietal de Alvarinho e um rosé de Touriga Nacional.
O gosto pessoal de António Vinagre, que considera o Arinto “a grande casta branca portuguesa”, modelou a opção por um Vinho Verde onde a casta de Bucelas assume presença de destaque. Pouco visto, mas uma aposta ganha.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”32734″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A mulher de António Vinagre, Maria Francisca, que é engenheira agrónoma de formação, gere a quinta e a enologia está a cargo de Jorge Sousa Pinto. E os três apontam na mesma direcção: fazer vinhos que provem a excelência do terroir do Tamariz (solos graníticos com vinhas plantadas a meia encosta) e sejam capazes de enfrentar o desafio do tempo. Já foi quimera olhada de lado por muitos, agora a própria evolução da região veio dar-lhes ânimo nesta missão.
A Quinta de Tamariz (a marca é “do”, embora o nome da propriedade se escreva com “de”) está nas mãos da família dos actuais proprietários desde 1942 e já produzia – embora com outro nome – vinhos pelo menos desde o século XVI. Engarrafava-se desde finais dos anos 30, quando isso era uma raridade na região, e a marca Quinta do Tamariz foi registada em 1946. Quando, em 1976, passou a ser permitido plantar vinhas no campo (e não apenas em latada), a viticultura foi totalmente reestruturada: a quinta foi pioneira na opção pelo cordão simples e apontou para as zonas de meia encosta, deixando os terrenos baixos para pomar. Vem daí a aposta na casta Loureiro, afinal, a mais emblemática do vale do Cávado. É engarrafada em varietal desde 1989.
“As vinhas estão cada vez melhores. E os nossos vinhos estão mais ricos, mais complexos, e isso permite-nos apontar mais para cima em termos de mercado – a própria evolução da região vai nesse sentido”, assume António Vinagre, que apresentou as novas propostas no decorrer de um almoço no restaurante lisboeta Epur. Afinal, duas filosofias em sintonia: na nova casa do chef Vincent Farges também se enfatiza, acima de tudo, a excelência da matéria-prima. Uma refeição que bem fez por merecer o brinde final, com a aguardente vínica de 40 Anos agora lançada e que merecerá destaque numa das nossas próximas edições. A casa já destila desde 1950, mas nunca tinha lançado um produto com envelhecimento tão prolongado. Valeu a pena esperar.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Em prova”][vc_column_text]
Edição Nº19, Novembro 2018
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