Quinta Vale D. Maria: O Sabor do Douro Superior

sabor douro superior

A Quinta Vale D. Maria expandiu recentemente o seu portfólio para o Douro Superior, com vinhos oriundos da Quinta Vale do Sabor, junto a Torre de Moncorvo. Um branco e dois tintos, agora no mercado. Texto: Mariana Lopes Antes de adquirir a Quinta Vale D. Maria à família Van Zeller, em 2017, a Aveleda já […]

A Quinta Vale D. Maria expandiu recentemente o seu portfólio para o Douro Superior, com vinhos oriundos da Quinta Vale do Sabor, junto a Torre de Moncorvo. Um branco e dois tintos, agora no mercado.

Texto: Mariana Lopes

Antes de adquirir a Quinta Vale D. Maria à família Van Zeller, em 2017, a Aveleda já tinha, em 2016, comprado um conjunto de várias quintas contíguas no Douro Superior, que formam hoje a Quinta Vale do Sabor. Localizada junto à foz do rio que lhe dá nome — o rio Sabor, em Torre de Moncorvo — esta quinta é a segunda da marca Vale D. Maria. Juntas representam, para António Guedes, administrador da Aveleda e descendente da quinta geração da família fundadora da empresa, “a oportunidade de fazer vinhos premium no Douro, de diferentes perfis”.

A nível orográfico, a Quinta Vale do Sabor é, no mínimo, original, perfazendo, numa perspectiva longitudinal, a forma de um “W”, que seria ainda mais visível se se fizesse um corte na vertical e se pudesse contemplar todo o solo e subsolo. Estendendo-se por 43 hectares de vinha (cerca de 140 mil plantas), esta propriedade comporta uma grande diversidade de exposições e tipos de solo, indo dos 170 aos 300 metros de altitude. A maior parte das vinhas contempla idades a partir dos 10 anos, mas há também doze hectares com videiras que já levam 35 anos. Quem nos contou foi a dupla Manuel Soares, director de enologia do grupo Aveleda, e Pedro Barbosa, director de viticultura, que nos acompanhou numa caminhada de reconhecimento do terreno, juntamente com Cristiano Van Zeller, enólogo e administrador da Quinta Vale D. Maria, e António Guedes. “Numa parte do vale a reenxertia já está concluída, e na outra está em curso”, descortinou Pedro. O encepamento inclui castas como as tintas Touriga Francesa, Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alicante Bouschet e Baga; ou as brancas Rabigato, Viosinho, Arinto, entre outras. Parte da Touriga Nacional veio das vinhas da Aveleda na Bairrada e em Nelas: “Achámos interessante complementar a Touriga Nacional que está agora no mercado vitícola com uns clones mais antigos…”, explicou António Guedes. E Pedro Barbosa referiu o porquê da ausência de Sousão: “Não gostamos dele aqui. Por sua vez, o Alicante Bouschet dá-se aqui melhor. Mesmo a Touriga Francesa porta-se melhor do que a Nacional nesta quinta, por causa da severidade do calor”. Adicionalmente, a Baga veio da Bairrada, “para complementar os lotes”. Quanto à água para as vinhas, utilizam a da chuva, que é recuperada para dois reservatórios durante o Inverno, e a rega é feita por gravidade. “O respeito pelo terroir e pela sustentabilidade dizem-nos muito. Todos os projetos que temos vindo a desenvolver são pensados numa ótica de longo prazo”, expõe António Guedes.

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Já o edifício principal, é uma mistura entre pragmatismo e organização, nas zonas de trabalho enológico, e deslumbre e contemplação, na área dedicada às provas, refeições e lazer, com uma varanda invejável para o vale. A adega tem três lagares, já construídos depois de 2016, vinte e sete cubas de armazenagem e 18 de fermentação, de diferentes dimensões. No centro da zona das cubas está uma praça de barricas para fermentação. A cave de estágio, por sua vez, alberga dezenas de barricas de 250, 300 e 500 litros, e também três balseiros para Touriga Nacional e Francesa. “Estamos a apostar cada vez mais nos balseiros, que conferem muita elegância à Touriga Nacional”, adiantou Manuel Soares.

Os vinhos que agora surgem no mercado revelam todo este cuidado. O tinto Vale D. Maria Douro Superior 2018 tem no lote Touriga Nacional, Touriga Francesa, Tinta Roriz, e outras em quantidade residual. Tendo fermentado em inox, estagiou em barricas de carvalho francês de 2º e 3º ano, durante seis meses, e depois voltou a cubas de inox para estagiar mais 13 meses. O Vale D. Maria Vinhas do Sabor tinto 2018 já é composto por Touriga Francesa, Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alicante Bouschet e Baga, que fermentam e são pisadas em lagar de granito. O vinho faz maloláctica e estagia depois vinte e um meses em barricas usadas, sendo depois feita uma selecção das melhores barricas. A colheita de 2017 deste vinho está ainda no mercado, a mostrar o potencial de evolução. Já o Vale D. Maria Vinhas do Sabor branco 2019 é um blend de Rabigato, Viosinho e Arinto, que fermenta e estagia nove meses em barrica.

(Artigo publicado na edição de Novembro 2020)

Quinta Vale D. Maria lança novas colheitas da Colecção de Vinhas

Vale D. Maria Vinha de Martim branco 2019, Vinha da Francisca tinto 2018, Vinha do Rio tinto 2018 e tinto 2018. Estas são as novas colheitas dos vinhos da duriense Quinta Vale D. Maria, que melhor demonstram o carácter único de vinhas emblemáticas da empresa. O Vale D. Maria Vinha de Martim 2019 (€70) é […]

Vale D. Maria Vinha de Martim branco 2019, Vinha da Francisca tinto 2018, Vinha do Rio tinto 2018 e tinto 2018. Estas são as novas colheitas dos vinhos da duriense Quinta Vale D. Maria, que melhor demonstram o carácter único de vinhas emblemáticas da empresa.

O Vale D. Maria Vinha de Martim 2019 (€70) é o único branco deste quarteto e reflecte o caráter único de uma vinha muito especial, com mais de 80 anos de idade e com menos de 1 hectare, plantada na Vila de Martim, na zona de Murça, a Norte da região do Douro. 

Já o Quinta Vale D. Maria Vinha da Francisca tinto 2018 (€70) nasce na Vinha da Francisca, plantada em 2004, cujo nome é uma homenagem à filha de Cristiano van Zeller, feita no ano em que esta completou 18 anos. Ao longo de 4,5 hectares, com altitudes entre os 190 e 230 metros e com exposições a Sul e Sudeste, foram selecionadas para esta vinha as castas Sousão, Touriga Francesa, Touriga Nacional, Rufete e Tinta Francisca.

Por sua vez, o Quinta Vale D. Maria Vinha do Rio tinto 2018 (€145) nasce na vinha do Rio, uma das vinhas centenárias da Quinta Vale D. Maria. Com uma localização excepcional, está plantada perto do Rio Torto, que corre no sopé da Quinta, onde os pés de vinha conseguem encontrar água mais facilmente. Com exposição a Sul, o que garante uma boa maturação dos taninos, tem 29 castas, entre as quais a Tinta Barroca.

Por fim, o Quinta Vale D. Maria Douro tinto 2018 (€50) resulta de um blend de 41 castas, plantadas numa vinha com mais de 60 anos, que se estende da maior altitude (240 m) até à menor (116 m), com exposições que variam de Sul, Sudeste, Sudoeste, Este e Oeste.

Quinta Vale D. Maria declara Vintage 2017

A Quinta Vale D. Maria declarou, recentemente, o ano de 2017 como ano Vintage. O Quinta Vale D. Maria Porto Vintage 2017 é a 5ª declaração da empresa desta década, e a 20ª de Cristiano van Zeller, administrador. Com origem num dos bonitos vales do Douro, o vale do rio Torto, este vinho reflecte o […]

A Quinta Vale D. Maria declarou, recentemente, o ano de 2017 como ano Vintage. O Quinta Vale D. Maria Porto Vintage 2017 é a 5ª declaração da empresa desta década, e a 20ª de Cristiano van Zeller, administrador. Com origem num dos bonitos vales do Douro, o vale do rio Torto, este vinho reflecte o carácter e a distinção do terroir de Quinta Vale D. Maria.

Para Cristiano van Zeller, esta declaração não é uma surpresa: “A evolução da viticultura no Douro e, no nosso caso específico, as condições únicas da Quinta Vale D. Maria, permitem produzir grandes Porto Vintage com mais regularidade. O ano de 2016 não foi igual ao de 2017 e cada um destes dois Vintage reflecte isso mesmo. São ambos excepcionais e merecedores da distinção. Na Quinta Vale D. Maria a variedade e densidade das castas, a idade das vinhas e as múltiplas altitudes e exposições solares são fortes contributos para uma produção consistente de Vinhos do Porto com grande estrutura e complexidade. Em todas as fermentações para Vinho do Porto, feitas exclusivamente em lagares, trabalhamos com um único objectivo: o de produzirmos um excelente Vinho do Porto Vintage”.

Esta declaração Vintage é um marco único e especial na carreira do administrador: “Neste meu já longo percurso de 39 anos no Douro, e a produzir Vinho do Porto, poder declarar um Vintage é ainda um momento especial e o de maior realização e satisfação pessoal. Para se conseguir esta chancela de qualidade existe um grau de exigência muito elevado, desde os desafios que a própria região do Douro nos propõe, passando pelos nossos amigos e parceiros de negócio, finalizando no próprio consumidor. Contar com 20 declarações de Porto Vintage ao longo destes 39 anos é algo único na vida de um produtor e do qual muito me orgulho”.