Iguarias à prova com vinhos do Tejo em fevereiro e março

A 11.ª edição do Tejo Gourmet, concurso de vinhos e iguarias organizado pela Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo) e pela Confraria Enófila Nossa Senhora do Tejo (CNST), irá decorrer em fevereiro e março. Um painel de jurados irá visitar os restaurantes que se inscreveram nesta competição, mas quem quiser pode também apreciar os […]

A 11.ª edição do Tejo Gourmet, concurso de vinhos e iguarias organizado pela Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo) e pela Confraria Enófila Nossa Senhora do Tejo (CNST), irá decorrer em fevereiro e março. Um painel de jurados irá visitar os restaurantes que se inscreveram nesta competição, mas quem quiser pode também apreciar os menus desenhados por cada um dos 64 restaurantes de Portugal e ilhas inscritos.

As pessoas que quiserem apreciar os menus Tejo Gourmet 2024 – compostos por entrada, prato principal, sobremesa e respetiva harmonização, feita, em exclusivo, com Vinhos do Tejo certificados com selo de garantia de qualidade e origem DOC do Tejo ou IG do Tejo / Vinho Regional Tejo – podem fazê-lo livremente, mediante a disponibilidade de cada restaurante.

O Tejo Gourmet 2024 vai premiar o melhor restaurante da competição, avaliado em absoluto, assim como os melhores nas categorias de carta de vinhos e de harmonização. São também eleitos os restaurantes mais bem classificados nos conceitos gastronómicos a que se candidatam: casa de petiscos, cozinha tradicional, cozinha de autor e cozinha internacional. Em cada categoria são entregues diplomas de grande ouro, ouro e prata. O anúncio e entrega dos prémios decorrem na Gala Tejo, no dia 22 de junho deste ano. Todas as informações sobre o Tejo Gourmet 2024 estão disponíveis em www.confrariadotejo.pt.

A vila de Sesimbra beneficia de ter uma baía com areia (administrativamente são duas) virada a Sul, fenómeno raro no nosso país atlântico de praias maioritariamente viradas a Oeste. Protegida da nortada, tem, portanto, um clima convidativo ao turismo, apesar da água fria. Com a intensificação do turismo há já algumas décadas, muitos foram os restaurantes que ali apareceram, quase sempre no binómio petisco e peixe grelhado.

Dos caracóis ao espadarte, sobretudo em esplanada, Sesimbra tem pergaminhos há muito. Até por isso, ficámos muito bem surpreendidos com O Zagaia, casa recentemente aberta e que se destaca por querer marcar a diferença.

Numa rua não da primeira linha defronte da praia, com uma pequena esplanada dedicada apenas à espera por mesa, O Zagaia é um restaurante sofisticado, mas não de fine dining, que poderia estar em qualquer capital europeia. Mas a surpresa maior é mesmo a organização da carta, inclusivamente dos vinhos (muito bem elaborada e com alguns vinhos pouco habituais na restauração), preferindo-se a qualidade e originalidade em teor da diversidade e quantidade. Nota-se bem que este é um projecto de quem já trabalhou em várias casas, o que confirmámos em convers

a com os responsáveis.

Nas entradas, os nossos destaques vão para os croquetes de choco e maionese de alho negro, e mexilhões com leite de coco e lima kaffir, dois pratos de clara influência asiática. Igualmente bons são os “arrozes” (lingueirão ou carabineiro) e o nosso predilecto: lula com manteiga de carabineiro e puré de aipo. As doses não são grandes e pretende-se que sejam partilhadas, por isso a ideia é provar vários pratos.

 

Com um preço ajustado à qualidade e serviço, O Zagaia merece visitas regulares, mesmo fora da época balnear. Na verdade, o melhor é mesmo “zagaiar” todo o ano.

 

O ZAGAIA

Rua Dr. Peixoto Correia 33, 2970-752 Sesimbra

Horário: de quinta a segunda-feira 12h30–15h00 e 19h00–22h30; encerra à terça e quarta-feira

Contacto: 966280204

Instagram @ozagaia

 

Graham’s e restaurante Belos Aires organizam almoço exclusivo na Quinta dos Malvedos

Graham's Belos Aires Malvedos

Com apenas 50 lugares disponíveis, a experiência gastronómica “Manos Argentinas” volta à Quinta dos Malvedos, numa colaboração entre a Graham’s e o restaurante Belos Aires, marcada para 10 de Setembro, o “Dia do Vinho do Porto”. A experiência consiste num almoço composto por dez momentos, confeccionados por diferentes chefs argentinos convidados, que chegam de várias […]

Com apenas 50 lugares disponíveis, a experiência gastronómica “Manos Argentinas” volta à Quinta dos Malvedos, numa colaboração entre a Graham’s e o restaurante Belos Aires, marcada para 10 de Setembro, o “Dia do Vinho do Porto”.

A experiência consiste num almoço composto por dez momentos, confeccionados por diferentes chefs argentinos convidados, que chegam de várias partes do mundo, juntando-se a Mauricio António Ghiglione, chef do restaurante Belos Aires.

Os dez momentos gastronómicos planeados para este dia são de inspiração portuguesa, com o tema “Terra e Mar”, e têm a particularidade de serem preparados no fogo, e harmonizados com vários vinhos do portefólio da Symington Family Estates.

O programa inicia-se no restaurante Vinum, nas caves Graham’s, em Vila Nova de Gaia, de onde parte, às 10h30, o transfer que levará os comensais até à Quinta dos Malvedos. Já no Douro, serão recebidos com um “welcome drink” e aperitivos. Seguem-se os momentos à mesa, a partir das 14h00. O regresso será também assegurado pela Symington, às 18h30.

A participação na experiência “Manos Argentinas” tem o valor de 150 euros por pessoa (com transfer incluído) e pode ser reservada através da página online do evento, ou através dos contactos telefónicos 965 699 225 e 915 144 630.

O jantar “Verão” de dia 5 de Julho, está  inserido no ciclo de eventos do restaurante Marlene que celebram as estações do ano e será o 4º e último evento desta primeira edição que reúne diversos chefs reconhecidos pelo guia Michelin em Portugal.

Convidados por Marlene Vieira para partilharem a cozinha aberta do seu restaurante gastronómico, os chefs juntam-se para uma noite de homenagem e valorização dos produtos nacionais de excelência, inspirados na essência portuguesa, apresentando um exclusivo menu que celebra a sazonalidade com os melhores produtos da época.

Os três chefs convidados irão representar Lisboa  e o Algarve, um dos ex-líbris do nosso país nesta altura do ano, com os chefs Pedro Pena Bastos, do restaurante Cura, João Oliveira e Louis Anjos, responsáveis por dois projetos de excelência da região sul – Vista e Al Sud, respetivamente – que celebram a proximidade ao mar com menus focados no peixe e marisco.

O quarto evento de celebração da portugalidade e do melhor que cada estação oferece contará com um menu de degustação de 10 momentos dedicado ao melhor da extensa e rica costa portuguesa. Os chefs convidados estarão encarregues, cada um, da criação de uma entrada e um prato. Diretamente do Algarve, Louis Anjos irá trabalhar ostras da Ria, choco e a tradicional alcagoita; João Oliveira, também com base no Algarve, fará os icónicos carapau, anchova, lula e a delicada gamba violeta brilhar; Pedro Pena Bastos combinará a sarda, lavagante, tomate, alperce, e o pinhão, com a chef Marlene celebrará emblemáticos ingredientes sazonais como a cereja, ervilha, flor de curgete e espargos verdes.

“É com enorme felicidade que conto com três dos colegas que mais admiro neste jantar de Verão que, tal como eu, partilham esta paixão e dedicação para com o produto sazonal – e nacional – de qualidade. Encerramos, assim, a primeira edição dos jantares de Estação, que contaram com grandes nomes do panorama gastronómico nacional, e prometemos lançar a segunda edição já no outono, agora com reconhecidos convidados internacionais, conhecidos pelo seu trabalho e valorização de ingredientes locais, bem como o respeito pela sazonalidade, em noites que irão destacar o melhor de Portugal e dos nossos sabores”, afirma Marlene Vieira.

Como é já característico destes eventos, a sommelier Gabriela Marques tratará da harmonização vínica muito completa e de excelência, que contará com o apoio de dois reconhecidos nomes da Bairrada, Luís e Maria João Pato, pai e filha, enquanto parceiros do evento, e que estarão presentes para dar a conhecer a história dos seus vinhos e da família Pato. Luis Pato traz a essência bairradina que tanto o caracteriza com quatro referências, começando pelo espumante o Espumante Vinha Pan 2015, depois Luís Pato Quinta do Ribeirinho Sercialinho 2021 e Luís Pato Vinha das Valadas Pé Franco 2018, e para a parte mais gulosa do menu, o M Sercialinho, um vinho muito especial feito em parceria com o Mugaritz, considerado um dos melhores restaurantes do mundo.

Este 4º evento tem início entre as 19:00 e as 20:30, e um custo de 200€ por pessoa, e inclui wine pairing.

As reservas podem ser feitas pelas vias habituais (website, email ou telefone).

Reservas

marlene@marlene.pt | 91 262 67 61

Estive Lá: Restaurante Emme, Ribamar Ericeira

Restaurante Ericeira

Já passei a fase de consumidor frequente de jantares vínicos. Há muitos anos, quando estes eram uma originalidade, organizei alguns com prazer. Depois, a multiplicidade de iniciativas e as obrigações profissionais decorrentes das apresentações formais à imprensa de muitos produtores, tornaram aquilo que poderia ser considerado lazer como trabalho tout court e esses, por si […]

Já passei a fase de consumidor frequente de jantares vínicos. Há muitos anos, quando estes eram uma originalidade, organizei alguns com prazer. Depois, a multiplicidade de iniciativas e as obrigações profissionais decorrentes das apresentações formais à imprensa de muitos produtores, tornaram aquilo que poderia ser considerado lazer como trabalho tout court e esses, por si só, preenchem mais do que deviam a minha agenda.

Foi por isso uma excepção quando aceitei o convite do restaurante Emme, integrado no novíssimo hotel Immerso, em Ribamar, perto da Ericeira, para participar num evento que tinha como estrelas os vinhos da Quinta do Monte d’Oiro e uma ementa feita especialmente para a ocasião, pelo chef Alexandre Silva, que é consultor do projecto e tem a assistência de Pedro Paulo, como chef residente. Em boa hora o fiz. O hotel, o único 5 estrelas da região, tem uma localização perfeita frente ao oceano, mas longe da confusão e das multidões que habitualmente invadem aquela antiga vila piscatória.

Podia falar do casual luxo do empreendimento, mas prefiro destacar a tranquilidade, o ambiente descontraído e surpreendentemente despretensioso que se respira no edifício bem desenhado e em todo o espaço envolvente. Os cheiros a terra, a caruma e citrinos acompanham-nos onde quer que circulemos, tanto nas áreas interiores como na piscina, horta e jardins. O restaurante Emme, que está aberto ao público e incentiva a presença de clientes não hóspedes, integra-se perfeitamente na filosofia do projecto com propostas que são ao mesmo tempo elegantes, descontraídas, frescas e que aproveitam em pleno os produtos locais, muitos deles vindos directamente da sua horta biológica.

 

Na sala, ampla e cheia de luz, esquecemos que estamos num hotel de 5 estrelas e entregamo-nos ao prazer de disfrutar sabores autênticos e que enchem os olhos. O jantar em que participei teve uma ementa especial que foi de alto nível e integra-se num conjunto de iniciativas que tem levado regularmente produtores de vinho, e também de cerveja, a propor harmonizações e experiências gastronómicas diversas. Mas a carta habitual, com relevo nos produtos do mar ali em frente, as propostas de snacks e a extensa lista de cocktails levam os clientes para outras viagens e outros prazeres exóticos. Não será por acaso que não estamos numa unidade pertencente a uma daquelas cadeias internacionais que espalham alojamentos em todos os destinos.

Aqui, a propriedade é de uma família, sem anteriores ligações ao sector da hotelaria, mas que tinha muita experiência enquanto cliente viajado. E, por isso, sentimos que aqui os detalhes foram pensados numa perspectiva do utilizador, em que cada objecto e facility disponível, está no sítio e no momento certo.

MORADA
Rua Bica da Figueira, Marvão, 2640-065 Santo Isidoro
HORÁRIO
Pequeno-Almoço: das 7h30 às 10h30
Almoço: das 12h30 às 15h
Jantar: das 19h00 às 22h
CONTACTOS PARA RESERVA
+351 261 104 420 / reservas@immerso.pt

Graham’s celebra 10 anos de restaurante Vinum e renovação das caves

Graham's Vinum

A Graham’s, uma das casas de vinho do Porto da Symington Family Estates, completa, em 2023, 10 anos de renovação das caves em Vila Nova de Gaia e, em simultâneo, da inauguração do restaurante Vinum. Este momento importante para as caves Graham’s — que durante a última década receberam mais de meio milhão de visitantes […]

A Graham’s, uma das casas de vinho do Porto da Symington Family Estates, completa, em 2023, 10 anos de renovação das caves em Vila Nova de Gaia e, em simultâneo, da inauguração do restaurante Vinum.

Este momento importante para as caves Graham’s — que durante a última década receberam mais de meio milhão de visitantes — será celebrado no dia 19 de Abril, com o concerto intimista “Douro Unplugged” e um jantar, no recentemente inaugurado terraço do Vinum, momentos que antecedem uma noite ao som de DJ’s e acompanhada por vinhos da Symington.

Segundo a empresa, o “Douro Unplugged” será para repetir anualmente, e apresentará, em cada edição, “uma cuidada selecção de músicos locais, proporcionando uma noite de festa exclusiva para os amantes de música e da gastronomia”.

Johnny Symington “chairman” da Symington Family Estates, comenta: “Este evento é uma celebração do nosso compromisso com o Douro, com o vinho e com a excelência. Estamos muito orgulhosos do que conseguimos alcançar nestes últimos 10 anos e queremos partilhar esta ocasião especial com os nossos amigos, parceiros e clientes!”.

Restaurante Casa dos Ecos reabre na Quinta do Bomfim

Casa Ecos Quinta Bomfim

É já no dia 31 de Março, sexta-feira, que reabre o restaurante sazonal Casa dos Ecos, inserido na Quinta do Bomfim, propriedade da Symington Family Estates no Douro. Este é um projecto do chef Pedro Lemos, em parceria com a família Symington, que, juntamente com o restaurante Bomfim 1896 with Pedro Lemos, complementa a oferta […]

É já no dia 31 de Março, sexta-feira, que reabre o restaurante sazonal Casa dos Ecos, inserido na Quinta do Bomfim, propriedade da Symington Family Estates no Douro. Este é um projecto do chef Pedro Lemos, em parceria com a família Symington, que, juntamente com o restaurante Bomfim 1896 with Pedro Lemos, complementa a oferta gastronómica da quinta e do Pinhão.

Para esta nova temporada da Casa dos Ecos, o chef Pedro Lemos apresenta pratos de entrada como sopa fria de tomate coração-de-boi, carapau de escabeche ou tripas e feijocas. Já os pratos principais, todos confeccionados em forno de lenha, passam por exemplos como bacalhau com migas soltas, arroz de pato, milhos com costelas em vinha d’alhos ou cabrito com arroz de forno, a estrela da casa.

 

 

Para terminar a refeição, há leite-creme queimado, pudim da Casa dos Ecos, tarte de maçã, torta e infusão de laranjas da Quinta do Bomfim. O menu harmoniza com os vinhos Douro e Porto da Symington Family Estates.

O restaurante Casa dos Ecos estará, a partir do dia 31 de Março de 2023, aberto ao almoço em período alargado, aceitando reservas entre as 12h30 e as 17h00. A equipa da Casa dos Ecos recomenda reservar mesa antecipadamente, através do endereço www.casa-dos-ecos.com ou do número de telefone 935452975.

«No Show», o maior pesadelo dos restaurantes

The Fork Restaurantes

A expressão é inglesa mas o fenómeno é bem português, a avaliar pelas estatísticas apresentadas pela plataforma de reserva TheFork que coloca Portugal como um dos países em que este problema mais se faz sentir. Falamos das reservas feitas em restaurantes em que o cliente depois nem aparece nem se dá ao trabalho de cancelar […]

A expressão é inglesa mas o fenómeno é bem português, a avaliar pelas estatísticas apresentadas pela plataforma de reserva TheFork que coloca Portugal como um dos países em que este problema mais se faz sentir. Falamos das reservas feitas em restaurantes em que o cliente depois nem aparece nem se dá ao trabalho de cancelar quando decide não comparecer.  Como é evidente, esta situação acarreta graves prejuízos para os restaurantes que não só deixam de ter disponível uma quantidade de mesas e lugares que ficam sem ser utilizados, como leva a um desperdício de comida, de mobilização de recursos humanos e de perdas económicas. Segundo aquela plataforma, a par da Espanha, Itália, e Reino Unido, Portugal é um dos países mais afectados por estas faltas de comparência sem aviso que atingirá mais de 4% do total das reservas efectuadas.

Segundo TheFork, que realizou um estudo sobre este assunto em Outubro de 2021, as razões apontadas pelos clientes para a não comparência são “os imprevistos de última hora” (47%), “esquecimento” (21%), mudanças de opinião (5%), reservas em múltiplos restaurantes (3%) e “vergonha em cancelar” (2%).

A plataforma TheFork, do grupo Tripadviser, quer ajudar a combater esta prática através da adopção de medidas que ajudem os restaurantes a combater este flagelo. Estão entre estas, um sistema de reconfirmação de reservas por email, sms ou pela aplicação, o impedimento do utilizador em fazer mais que uma reserva para o mesmo dia e serviço e por ultimo na atribuição a cada utilizador da plataforma de um índice de confiança, uma espécie de lista negra com a informação sobre o histórico das now shows realizados nos últimos meses. Outra hipótese consiste em permitir que os clientes possam avisar previamente a desistência da reserva através da plataforma, uma vez que uma percentagem significativa deles revelou ser constrangedor ligar para o restaurante a cancelar.

Herdade das Servas: Estreia dupla. Restaurante Legacy e Vinhas Velhas branco

Herdade das Servas

Em plena estação acolhedora de Outono, a Herdade das Servas brindou o mercado com duas novidades apetitosas: um restaurante e um branco de vinhas velhas. E para harmonizar, quatro tintos de 2017, de referências já conhecidas.  TEXTO: Mariana Lopes   FOTOS: Serrano Mira “Considero fundamental o complemento entre a cozinha e o vinho, para compreendermos ainda […]

Em plena estação acolhedora de Outono, a Herdade das Servas brindou o mercado com duas novidades apetitosas: um restaurante e um branco de vinhas velhas. E para harmonizar, quatro tintos de 2017, de referências já conhecidas.

 TEXTO: Mariana Lopes   FOTOS: Serrano Mira

“Considero fundamental o complemento entre a cozinha e o vinho, para compreendermos ainda melhor o que se faz na adega”. Esta é a grande premissa de Luís Serrano Mira, mentor e proprietário da Herdade das Servas, que está na base da criação do novo restaurante da propriedade localizada junto a Estremoz. Legacy Winery Restaurant é o nome, por uma razão só, como explicou o produtor na apresentação do espaço: “Ao fazermos este novo restaurante decidimos chamar-lhe Legacy Winery Restaurant. Temos uma sub-marca, chamada Family Wine Growing Legacy, e o nome do restaurante vem exactamente daqui. O Legacy, ‘legado’ em português, é tudo o que a família nos deixa, e foi isso que procurámos estabelecer aqui, como marco gastronómico para a Herdade das Servas”.

E é precisamente a família que está na origem deste projecto vitivinícola alentejano. Luís Serrano Mira acompanhou, desde sempre, as actividades familiares na produção de vinhos, antes de fundar, em 1998, a Herdade das Servas no modelo que hoje conhecemos. Com muita dedicação, precisamente, ao seu legado, investigou, com a ajuda de um historiador, toda a ligação dos Serrano Mira ao vinho. Surpreendentemente, sabe-se que a família produz vinho desde 1667, ano de fabrico das duas talhas que hoje estão expostas na herdade. Actualmente, Luís Serrano Mira representa a parte familiar do projecto — que gere com sócios externos — e que abrange cerca de 350 hectares de vinhedos, repartidos por oito vinhas de idades muito diferentes, entre a Serra d’Ossa e a Serra de São Mamede: Azinhal, Louseira, Cardeira Nova, Cardeira Velha, Pero Lobo, Judia (a mais antiga, com 65 anos), Monte dos Clérigos e Servas, sendo esta última a da propriedade principal, onde está a adega, com cerca de 70 hectares. O encepamento, por sua vez, passa pelas tintas Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Aragonez, Cabernet Sauvignon, Castelão, Merlot, Petit Verdot, Syrah, Touriga Franca, Touriga Nacional e Trincadeira: e pelas castas brancas Alvarinho, Antão Vaz, Arinto, Encruzado, Roupeiro, Sauvignon Blanc, Sémillon, Verdelho e Viognier. Importa referir que, e segundo Luís Serrano Mira, “todos os vinhos da Herdade das Servas são feitos com uvas próprias”. Também em jeito de novidade, juntou-se recentemente, à equipa da casa, o enólogo Renato Neves.

Para fazer par com o Vinhas Velhas tinto, que já existia desde a edição de 2005, surge agora o Herdade das Servas Vinhas Velhas branco, que se estreia na colheita de 2020, com apenas 5 mil garrafas. O lote tem na sua maioria Arinto, de uma vinha com 32 anos, e 10% de Roupeiro, cujas uvas vêm da Vinha da Judia, de 65 anos, onde esta casta é a única branca ainda presente. O Vinhas Velhas tinto, por exemplo, tem origem totalmente nesta vinha, sendo este 2017 um lote de Alicante Bouschet (45%), Trincadeira (30%), Touriga Nacional (20%) e Petit Verdot, com fermentação em lagares de mármore e cubas de inox, estágio em barricas novas de carvalho francês, durante 18 meses, e de dois anos em garrafa. Quanto à vinificação do Vinhas Velhas branco, este passa também por lagar e inox, para fermentar, mas estagia parcialmente em ânforas de barro (italianas, com tampa, uma beleza!), além da barrica. Ambos foram sujeitos a maceração pré-fermentativa. Já os três monovarietais de 2017 — Petit Verdot, Touriga Nacional e Alicante Bouschet — nascem na Vinha das Servas, e todos fermentam, total ou parcialmente, nos lagares de mármore. Estes lagares, disse o produtor, estão reservados precisamente para os vinhos de topo da Herdade das Servas. O trio estagia sempre 12 meses em barrica e 24 em garrafa.

No Legacy Winery Restaurant, a cozinha é moderna mas os ingredientes alentejanos e a inspiração na cultura da região, estão lá. Na verdade, a Herdade das Servas já teve um restaurante, homónimo, mas em modelo de concessão, que cessou em meados de 2020. O Legacy, em oposição, é totalmente “próprio”, e o local foi totalmente remodelado, da cozinha à sala, que tem capacidade para 42 pessoas. “Quando a pandemia começou, iniciámos as obras para remodelar e abrir o nosso próprio restaurante. Actualizámos o conceito, entendemos não ir por uma cozinha muito tradicional, como era a da antiga concessão, mas mais de ‘fine dining’”, esclareceu Luís Serrano Mira. A autoria do menu é do chef Luciano Baldin, e inclui 23 pratos, entre entradas, principais e sobremesas. “Queremos, aqui, utilizar ao máximo os produtos locais, que temos mesmo aqui ao nosso redor, e com eles interpretar, de forma diferente, os pratos alentejanos”, avançou o chef. Falamos de exemplos como ovo cremoso com couve-flor, crocante de broa e paia de toucinho ou bife tártaro mertolengo, nas entradas; carré de borrego de pasto com batatas assadas, castanhas e romesco ou polvo braseado com migas de tomate e acelgas, nos principais. Há ainda opções vegetarianas, como húmus de ervilhas fumadas com legumes assados, cogumelos portobello e grão frito. Claro que não falta uma selecção bem completa dos vinhos Herdade das Servas, a copo e garrafa, complementada por vinhos da Casa da Tapada (o projecto Serrano Mira na região dos Vinhos Verdes), por espumantes Vértice e Champagne Ruinart.

(Artigo publicado na edição de Dezembro de 2022)

 

Rei dos Leitões junta “Melhores Bairrada do Fim de Século” em jantar vínico

Rei Leitões jantar vínico

O desafio foi lançado por Luís Lopes, director da revista Grandes Escolhas, no decorrer da apresentação vínica de um dos grandes nomes da Bairrada, no restaurante Rei dos Leitões. Para o jornalista com mais de 30 anos de carreira no sector do vinho, a Bairrada é a grande região de Portugal no envelhecimento nobre dos vinhos […]

O desafio foi lançado por Luís Lopes, director da revista Grandes Escolhas, no decorrer da apresentação vínica de um dos grandes nomes da Bairrada, no restaurante Rei dos Leitões. Para o jornalista com mais de 30 anos de carreira no sector do vinho, a Bairrada é a grande região de Portugal no envelhecimento nobre dos vinhos tranquilos. E para o provar, desafiou o restaurante da Mealhada a realizar um jantar vínico que o atestasse, levando à prova mais de uma dezena de vinhos consagrados da região, de outros tantos nomes da história da Bairrada.

Luís Lopes
Luís Lopes, director editorial da Grandes Escolhas.

A selecção dos vinhos, por parte de Luís Lopes, recaiu sobre os 11 vinhos tintos que, na sua óptica pessoal, melhor espelham a grandiosidade da Bairrada, considerando-os os melhores criados no final do século XX.

Dono de uma garrafeira invejável, fruto do seu trabalho no sector e ávido coleccionismo ao longo das mais de três décadas de carreira, Luís Lopes disponibilizará todos os vinhos escolhidos, que vão desde o ano de 1985 até 2001. Nessa “short list” de eleitos, contam-se nomes como Sidónio de Sousa, Gonçalves Faria, Quinta de Baixo/Kompassus, Casa de Saima, Quinta das Bágeiras, Luis Pato e Quinta da Dôna.

O jantar, que terá lugar no restaurante Rei dos Leitões no próximo dia 2 de Dezembro, contará com o comentário de Luís Lopes sobre todos os vinhos apresentados, os quais serão harmonizados com a cozinha deste espaço de referência nacional. Ao Rei dos Leitões, caberá também a apresentação de alguns vinhos raros, oriundos da sua garrafeira, que inclui mais de um milhar e meio de referências da região da Bairrada.

Este jantar único, com lugares limitados — apenas 13 — tem um preço de €500, sendo que toda a receita reverterá a favor de instituições a escolher oportunamente pela organização.