Algarve muda imagem e afina estratégias

A nova imagem dos vinhos do Algarve e Sara Silva

Para o consumidor do resto do país, os vinhos algarvios não são desconhecidos, mas quase. Muitos dos vinhos aqui produzidos (cerca de 80%!) ficam no próprio mercado algarvio, que não só consegue suportar grande parte da produção, como inclusive paga melhor, em média, que no resto do país. Um produtor de nacionalidade alemã vende a […]

Para o consumidor do resto do país, os vinhos algarvios não são desconhecidos, mas quase. Muitos dos vinhos aqui produzidos (cerca de 80%!) ficam no próprio mercado algarvio, que não só consegue suportar grande parte da produção, como inclusive paga melhor, em média, que no resto do país. Um produtor de nacionalidade alemã vende a totalidade das suas garrafas no seu país de origem.
Por outro lado, apesar do aumento do número de produtores, a área de vinha e respectiva produção pouco tem aumentado. Não há falta de investidores, nem falta de dinheiro para investir. De facto, em 2019 foram pedidos cerca de 150 hectares para novas plantações, mas a grande maioria não foi aceite, garantiu-nos a presidente da Comissão Vitivinícola do Algarve (CVR), Sara Silva. Muito encepamento tem recaído em castas estrangeiras, mas tem aparecido algum revivalismo, aqui e ali, no que toca às castas mais tradicionais, como a Negra-Mole e Crato-Branco. “Os produtores estão a agora a tirar todo o potencial da Negra-Mole, que é uma casta muito versátil, produzindo palhetes, brancos de tintas, rosés e tintos pouco alcoólicos”, garante Sara Silva. Infelizmente, são poucas e pequenas as vinhas de cepas muito velhas. De tal maneira que Sara nos disse que considera neste momento Vinhas Velhas as que têm cerca de 25 anos e acima. A CVR está ainda a fazer o cadastro de todas as vinhas da região.

Distribuição da cultura da vinha na região do Algarve

Sara divulgou-nos mais alguns dados do Algarve vínico: dos 45 produtores de vinho registados, só 30 possuem marcas no mercado. Os maiores certificadores são a Casa Santos Lima, a Quinta dos Vales e a Quinta do Barranco Longo. Ao todo estamos a falar de uma produção de quase 1,4 milhões de garrafas/ano, sobretudo em tintos e a grande maioria em Regional Algarve (DOC é apenas 5%!). Mas, diz Sara Silva, “os brancos e rosés estão em subida”. No total, a área de vinha apta para vinho do Algarve é de apenas 800 hectares. Note-se, em comentário à parte, que alguns produtores portugueses têm maior área de vinha e muitos outros produzem mais do que toda a região algarvia!
Considerando isto e o que se disse antes, a CVR Algarve resolveu afinar as suas estratégias de promoção e, ao mesmo tempo, mudar a identidade visual dos Vinhos do Algarve. No primeiro caso, Sara Silva, diz que “a focalização na qualidade será o caminho a seguir pela região”. A direcção da CVR acha que, dada a dimensão geográfica do Algarve, não será possível competir em escala. Por isso, a aposta de promoção vai ser dirigida ao mercado nacional, e mais especificamente, ao mercado regional. Neste sentido, vão iniciar-se acções dirigidas ao canal Horeca (hotelaria, restauração, cafés) o qual ainda apresenta, diz-nos Sara, um “enorme potencial de crescimento para os Vinhos do Algarve”. Ao mesmo tempo, a CVR irá realizar outras acções, dirigidas ao mercado do turismo (nacional e internacional), em parceria com a Região do Turismo do Algarve. O principal alvo serão as feiras, postos de turismo e o aeroporto de Faro.
Para reforçar a estratégia e o esforço de promoção, foi criada uma nova logomarca que irá reforçar, junto da restauração e do público final, “a qualidade, diversidade e exclusividade dos Vinhos do Algarve”. O novo logotipo retrata assim os principais ícones e lifestyle do Algarve – sol, gastronomia, férias, património, tradições e praia.
Para levar este plano adiante, a CVR do Algarve irá investir 120 mil euros ao longo dos próximos dois anos. (texto de António Falcão)

Fatacil teve o seu “Dia dos Vinhos do Algarve”

Prova comentada Vinhos do Algarve

A convite do Município de Lagoa, a Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA) promoveu um programa de actividades ligados ao sector vitivinícola integrado no Dia dos Vinhos do Algarve na Fatacil, uma grande feira organizada pelo Município de Lagoa. As actividades tiveram lugar no espaço Lounge dos Vinhos do Algarve, dinamizado pela Algarve Views, empresa de […]

A convite do Município de Lagoa, a Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA) promoveu um programa de actividades ligados ao sector vitivinícola integrado no Dia dos Vinhos do Algarve na Fatacil, uma grande feira organizada pelo Município de Lagoa. As actividades tiveram lugar no espaço Lounge dos Vinhos do Algarve, dinamizado pela Algarve Views, empresa de enoturismo da região.
Sara Silva, presidente da direcção da Comissão Vitivinícola do Algarve, apresentou a associação que dirige e quem 2019 celebra 25 anos de actividade.
Seguiu-se uma “Masterclasse das Castas da Região Vitivinícola do Algarve – Negra Mole e Crato Branco”. Vários interessados puderam saber mais sobre estas duas castas tão típicas do Algarve e provaram vários exemplos práticos de diversas quintas da região.
O programa terminou com a apresentação do livro “Vinhos do Algarve – O Renascer de uma Região”. Esta publicação da iniciativa da Comissão Vitivinícola do Algarve foi produzida pela IDTour, contando com a coordenação técnica de José Mendes e execução técnica de Teresa Colaço do Rosário. Foram produzidos um total de 1.000 exemplares englobados no Projeto SIAC 2020 Algarve Wines & Spirits desenvolvido pela CVA nos anos de 2017 e 2018. O livro resulta de uma compilação de um estudo que teve como principais objectivos fazer uma análise das características da região, na vertente da vitivinicultura e contribuir para o aumento da notoriedade dos vinhos do Algarve. Um dos exemplares foi para às mãos de António Costa, o primeiro ministro português, que passou por lá e chegou mesmo a brindar com um vinho licoroso algarvio.