#11 – Taylor’s Porto Tawny 10 Anos

vinho da casa #11 – Taylor’s Porto Tawny 10 Anos
vinho da casa #11 – Taylor’s Porto Tawny 10 Anos
Taylor’s já reabriu as suas caves para visita

E se lhe dissessem que, além de visitar uma cave de vinho do Porto, em Vila Nova de Gaia, poderia relaxar num jardim de rosas no final dessa visita? É isso, e muito mais, que a Taylor’s tem para oferecer, depois de o seu jardim ter florido durante o período de isolamento, revelando-se mais bonito […]
E se lhe dissessem que, além de visitar uma cave de vinho do Porto, em Vila Nova de Gaia, poderia relaxar num jardim de rosas no final dessa visita? É isso, e muito mais, que a Taylor’s tem para oferecer, depois de o seu jardim ter florido durante o período de isolamento, revelando-se mais bonito do que nunca.
O centro de visitas Taylor’s, totalmente renovado em 2016, voltou a abrir com selo Clean & Safe e uma nova missão: dar a conhecer e provar os seus 328 anos de história, através do seu sistema de áudio-guia em 12 línguas diferentes, para o que a empresa diz ser “uma experiência segura e autónoma, ao ritmo da curiosidade de cada visitante”.
O itinerário da visita passa pelos armazéns do século VXIII, onde estagiam os emblemáticos vinhos da casa, e permite conhecer a história do vinho do Porto, os processos de vinificação e as diferenças entre os vários estilos de vinho. No percurso, revela a Taylor’s, “há algumas curiosidades como o túnel revestido a céu estrelado, que reproduz o céu da Quinta de Vargellas, berço dos vinhos Taylor’s no Douro”. No final, é possível provar as referências da casa, ou na sala de provas, ou no Jardim das Rosas.
Com o valor de €15 por pessoa, a visita inclui a áudio-tour e a prova de dois vinhos: Taylor´s Chip Dry Branco Extra Seco e Taylor’s Late Bottled Vintage. Mas é possível prolongar a prova, escolhendo à carta. Crianças também são bem-vindas, mediante compra de um bilhete de €6, que inclui sumo de uva e bolachas.
Taylor’s lança Single Harvest 1970, um raro vinho do Porto

Este é o sétimo elemento de uma série de edições limitadas de vinhos do Porto com meio século. O Taylor’s Single Harvest 1970 acaba de ser lançado para o mercado, um herdeiro da arte do envelhecimento em madeira, que a Taylor’s tem afinado ao longo dos tempos. Estes vinhos, sempre apresentados quando do seu 50º […]
Este é o sétimo elemento de uma série de edições limitadas de vinhos do Porto com meio século. O Taylor’s Single Harvest 1970 acaba de ser lançado para o mercado, um herdeiro da arte do envelhecimento em madeira, que a Taylor’s tem afinado ao longo dos tempos.
Estes vinhos, sempre apresentados quando do seu 50º ano de idade, envelhecem estes anos todos nas Caves frescas e húmidas da empresa, em Vila Nova de Gaia, ganhando perfumes e sabores refinados, característicos de vinhos do Porto velhos.
O director-geral da Taylor’s, Adrian Bridge, conta: “Desde que lançámos o primeiro Single Harvest, em 2014, registámos um crescente interesse dos amantes e coleccionadores de vinho do Porto por estas colheitas raras”.
O vinho do Porto Taylor’s Single Harvest 1970 estará disponível em garrafeiras a partir de Junho – numa bonita caixa de carvalho – e custará cerca de €300. Está pronto para ser consumido, idealmente a uma temperatura entre os 12 e os 16ºC.
Taylor’s Vintage 2018: os “porquês” e os “porque não?” de uma terceira declaração seguida

TEXTO Mariana Lopes O grupo The Fladgate Partnership anunciou hoje, 23 de Abril – como já é tradição para a empresa, no dia de São Jorge – a declaração do Taylor’s Vintage 2018, o único “clássico” do trio apresentado, e os Fonseca Guimaraens Vintage 2018 e Croft Quinta da Roêda Vintage 2018. A designação “clássico”, […]
TEXTO Mariana Lopes
O grupo The Fladgate Partnership anunciou hoje, 23 de Abril – como já é tradição para a empresa, no dia de São Jorge – a declaração do Taylor’s Vintage 2018, o único “clássico” do trio apresentado, e os Fonseca Guimaraens Vintage 2018 e Croft Quinta da Roêda Vintage 2018. A designação “clássico”, apesar de não reconhecida oficial e formalmente pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, é para os produtores de Vinho do Porto um sinal de que se atingiu, nesse ano e para uma localização em concreto, uma qualidade muito elevada.
Neste caso de 2018, David Guimaraens, director técnico e de enologia da Fladgate, elucida: “A colheita de 2018 produziu excelentes Vintage, embora o ano tenha tido os seus desafios. Um deles foi a severa tempestade de granizo que devastou muitas vinhas do vale do Pinhão, no dia 28 de Maio, entre elas a Quinta do Junco da Taylor’s. É importante notar que os vinhos de 2018 têm a mais alta intensidade de cor dos últimos anos, o que é normalmente um sinal de boa extracção e longevidade”.
A apresentação dos Vintage 2018 foi feita por Adrian Bridge, administrador do grupo, através de um “directo” na página de Instagram @taylorsportwine. Adrian começou por dizer que “o que tornou 2018 num ano tão bom, foi ter feito bastante calor no Verão, e mesmo no resto do ano o calor ter sido relativamente elevado”. Quanto ao facto de o Taylor’s ser o único dito “clássico” dos três, o CEO explicou que na localização da Quinta de Vargellas (na foto principal e uma das quintas que lhe dão origem), no Douro Superior, “teve óptimas condições meteorológicas para uvas de vinho do Porto, muitas delas vindas de vinhas velhas, o que nos permitiu declarar este Taylor’s como Vintage clássico”. Já o Fonseca Guimaraens, por exemplo, que vem das Quintas Cruzeiro, Santo António e Panascal, viu estas localizações mais frescas do que Vargellas, este ano. Em relação a este Vintage Guimaraens, que é o primeiro de seu nome desde 2015, David Guimaraens afirma “acredito que o 2018 seja um dos melhores exemplos recentes de um Guimaraens Vintage, com os seus ricos e densos frutos da floresta e taninos resistentes, mas optimamente integrados”. Adrian Bridge, durante a apresentação online, acrescentou que “o conceito do Fonseca Guimaraens é o de um vinho com a mesma constituição e carácter que os clássicos Vintage Fonseca, mas feito num estilo mais acessível”. Quanto ao Croft Quinta da Roêda Vintage 2018, Bridge desvenda que este “oferece a fruta madura e perfumada característica dos vinhos da Roêda, juntamente com os taninos tensos”.
Com uma terceira declaração seguida de um Vintage clássico, algo que é inédito no grupo Fladgate e também noutros, é natural que o consumidor se pergunte sobre o que poderá estar na origem de “tantos anos favoráveis” a vinho do Porto Vintage. Adrian Bridge confirmou que, entre outras razões, os grandes avanços técnicos na viticultura e na enologia desempenham um papel muito importante nessa matéria. Também as alterações climáticas terão, com certeza, uma palavra a dizer aqui. “Nunca declarámos três Taylor’s de seguida. É ‘unusual’, mas é o que é. Debatemos muito esta questão, porque seria algo único e inovador para a nossa empresa e por causa da crise mundial que estamos a atravessar, mas chegámos à conclusão de que, se a qualidade está lá, vamos fazê-lo. Se não o fizéssemos por conta do coronavírus, isso não estaria conforme aos nossos standards de qualidade”, reiterou o administrador.
Numa pré-avaliação do futuro do vinho do Porto da sua casa, Adrian confessa: “Vamos ser desafiados por este ano 2020 porque a manutenção da segurança dos trabalhadores será garantida, através, por exemplo, da distância de segurança na vinha ou até nos lagares, o que nos vai levar a mudanças, mas no final a nossa produção manterá a qualidade”.
Do Taylor’s foram feitas 7800 caixas, do Fonseca Guimaraens, 4700, e do Croft Quinta da Roêda, 2000. Estes três Vintage começarão a ser vendidos no início de 2021.
Vintage 2018: Taylor’s vai ser ‘clássico’, mas é o único do grupo

Da colheita de 2018 apenas será engarrafado como Porto Vintage a marca Taylor’s, anunciou o grupo The Fladgate Partnership. As marcas Fonseca e Croft não serão Vintage “clássico”, antes usando segundas designações, a saber: Fonseca Guimaraens Vintage 2018 e Croft Quinta da Roeda Vintage 2018. A designação “clássico”, apesar de não reconhecida “oficialmente” pelo Instituto […]
Da colheita de 2018 apenas será engarrafado como Porto Vintage a marca Taylor’s, anunciou o grupo The Fladgate Partnership. As marcas Fonseca e Croft não serão Vintage “clássico”, antes usando segundas designações, a saber: Fonseca Guimaraens Vintage 2018 e Croft Quinta da Roeda Vintage 2018. A designação “clássico”, apesar de não reconhecida “oficialmente” pelo Instituto do Vinho do Douro e Porto, é, em alguns produtores de Vinho do Porto, um sinal de que se atingiu nesse ano uma qualidade muito elevada.
Esta é a terceira vez consecutiva que a Taylor’s declara Vintage “clássico”, algo muito raro, até porque, em média, apenas sucede três vezes por década.
O lançamento destes Vintage acontecerá hoje, dia 23 de Abril às 16h00, via Instagram Live da @taylorsportwine.
Taylor’s em Lisboa promove prova de vinho do Porto com chocolate

A Taylor’s Port em Lisboa, morada de uma das mais antigas e prestigiadas casas de vinho do Porto na capital, promove, no dia 13 de Março, uma prova harmonizada de vinho do Porto e chocolates, em associação com a marca portuguesa Annobon. A experiência convida a conhecer e provar quatro estilos diferentes de vinho do […]
A Taylor’s Port em Lisboa, morada de uma das mais antigas e prestigiadas casas de vinho do Porto na capital, promove, no dia 13 de Março, uma prova harmonizada de vinho do Porto e chocolates, em associação com a marca portuguesa Annobon. A experiência convida a conhecer e provar quatro estilos diferentes de vinho do Porto, em duetos perfeitos com chocolates e trufas, cuja combinação realça o melhor de cada um.
A prova comentada irá permitir distinguir os aromas, texturas e sabores tanto dos vinhos como dos chocolates, identificando características como a complexidade, volume de boca e acidez.
Os vinhos em prova convidam a descobrir o universo da casa Taylor’s, com mais de três séculos de história, atravessando diferentes estilos de vinho do Porto: Taylor’s Chip Dry, Taylor’s LBV, Taylor’s Quinta de Vargellas Vintage 2012 e Taylor’s Tawny 10 Anos.
Esta experiência de prova (€25) tem início marcado para as 19h00, com duração aproximada de uma hora, e requer reserva antecipada, sendo que a participação estará limitada a 20 pessoas.
Com uma localização privilegiada no bairro histórico de Alfama, vizinha do Chafariz d’El Rei, a Taylor’s Port em Lisboa pretende ser uma janela aberta para a história e tradição do vinho do Porto, disponibilizando uma das mais amplas colecções de vinhos da marca, para prova ou venda.
Morada:
Rua Cais de Santarém 6-8, 1100-104 Lisboa
Contactos para reservas:
Telf.: 218 863 105
E-mail: ana.sofia@taylor.pt
Horário:
Todos os dias, das 11h00 às 19h30.
Taylor’s lança edição comemorativa do 50º aniversário do seu LBV

LBV é o acrónimo de Late Bottled Vintage, um Vinho do Porto que a Taylor’s afirma ter dinamizado em 1970 (da colheita de 1965), em resposta a solicitações do mercado. De facto, muitos enófilos pretendiam um “Vinho do Porto de alta qualidade a preço acessível e sem complicações relativamente ao consumo”. As palavras são de […]
LBV é o acrónimo de Late Bottled Vintage, um Vinho do Porto que a Taylor’s afirma ter dinamizado em 1970 (da colheita de 1965), em resposta a solicitações do mercado. De facto, muitos enófilos pretendiam um “Vinho do Porto de alta qualidade a preço acessível e sem complicações relativamente ao consumo”. As palavras são de Alistair Robertson, presidente não executivo da Taylor’s e o homem que dirigia os destinos da casa na altura. Os Vintage não só eram mais caros, como precisavam de anos de envelhecimento (em garrafa) e depois a decantação na altura de servir. O LBV, envelhecido durante 5 anos em cascos de madeira, estava mais ‘pronto’ a ser degustado. Diz a história que, na altura, o conceito, apesar de arriscado, teve grande sucesso e acabou por ser seguido por outras casas do Vinho do Porto. Segundo Adrian Bridge, CEO da Taylor’s, “o lançamento do LBV em 1970 desencadeou um grande aumento da procura por vinhos do Porto de alta qualidade”. O interesse começou sobretudo na Grã-Bretanha, mas alastrou rapidamente o interesse para a América do Norte, com os Estados Unidos e o Canadá a tornarem-se clientes muito importantes.
Ainda sobre o LBV, Alistair Robertson explica a filosofia de criação: “o LBV era um vinho de um só ano, de alta qualidade, com preço acessível, pronto a ser e bebido na altura do engarrafamento, sem necessidade de decantação e que podia ser apreciado ao copo, ao longo de várias semanas”.

Adrian Bridge continua: “a crescente procura de LBV levou a Taylor’s a fazer grandes investimentos, tendo introduzido métodos e tecnologias paradigmáticas quer na viticultura, quer na enologia, e construído novos armazéns com condições óptimas para o envelhecimento do LBVs. A Taylor’s hoje está presente em 103 mercados”.
David Guimaraens, director Técnico e de Enologia da casa, descreve o estilo LBV da casa: “o Taylor’s LBV é o final perfeito para qualquer refeição, poderoso e autoritário apresenta aromas elegantes, perfumados e florais, com notas dominantes de fruta vermelha e preta onde a cereja preta tem lugar de destaque. Na boca, os sabores a chocolate negro e framboesas e taninos sempre elegantes e bem integrados”.
Para comemorar a efeméride dos 50 anos, a Taylor’s vai lançar o seu LBV 2015 (cerca de 15€ no retalho).
Adrian Bridge: “Vale a pena proteger o ambiente. Afinal, esta é a nossa casa”

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[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
Ao longo da última década e meia Adrian Bridge tem vindo a revolucionar completamente o grupo de vinho do Porto “Taylor Fonseca”. Inovação no produto e na forma de o comunicar, aposta forte na hotelaria, na cultura, na gastronomia são a sua imagem de marca. Mais recentemente, a criação do Porto Protocol revelou ao mundo a sua preocupação com a sustentabilidade ambiental. Acredita que o sector do vinho pode liderar a luta contra as alterações climáticas e explica-nos porquê.
TEXTO Luís Lopes
FOTOS Anabela Trindade
Adrian Bridge teve o primeiro contacto com o sector do vinho do Porto em 1982, quando conheceu a sua esposa Natasha, a filha mais velha de Alistair Robertson, presidente do grupo The Fladgate Partnership, detentor das marcas Taylor’s e Fonseca, entre outras. Após quase uma década ligado à carreira militar e à gestão financeira, Adrian veio com Natasha para o Porto, onde fixou residência e começou a trabalhar na empresa. Em 2000 assumiu o cargo de Director Geral do grupo, tendo promovido a aquisição de outras casas do sector como a Croft e a Delaforce, e reorganizado toda a estrutura empresarial. De então para cá, o crescimento tem sido constante, assente em grandes investimentos em vinhas e adegas, renovação de marcas clássicas e criação de novos produtos (como o Croft Pink ou os chamados “super tawnies” – velhos, grandiosos e caros), estreando novas formas de comunicar e promover o vinho do Porto. O ano de 2010 marcou o início de uma nova era no grupo: a hotelaria de luxo, com a inauguração do The Yeatman em Vila Nova de Gaia, a que se seguiu mais tarde a aquisição e reformulação do Vintage House, no Pinhão e Infante de Sagres, no Porto. Em fase adiantada de construção está o World of Wine, um grandioso complexo cultural, gastronómico e comercial situado ao lado da Taylor’s, em Gaia.
Adrian Bridge é igualmente líder e mentor do Porto Protocol, uma iniciativa global para mitigar as alterações climáticas, nascida na sequência das conferências Climate Change Leadership promovidas pela Taylor’s. Aos 56 anos, adepto e praticante de montanhismo, esqui, fotografia e aguarelas tem uma relação íntima com a natureza, e a preservação do ambiente, a biodiversidade e a sustentabilidade estão no centro das suas preocupações. Ao nível pessoal, mas também profissional. Porque, como nos diz, “Sentimos o efeito directo das alterações climáticas no nosso negócio. E temos de fazer alguma coisa”.
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O que é que o motivou a avançar para o desafio de organizar anualmente a conferência Climate Change Leadership?
A nossa empresa está profundamente envolvida com o tema há mais de 20 anos, preocupada com a diversidade e a sustentabilidade ambiental. Em 1998, por exemplo, lançámos um vinho do Porto elaborado com uvas orgânicas, um primeiro indício das nossas preocupações nessa área. De então para cá avançámos muitíssimo em práticas sustentáveis nas nossas vinhas, adegas e empresas. Mas a verdade é que nada se consegue sozinho. O clima nas nossas quintas não é diferente do clima nas quintas dos vizinhos. A partir de 2015 temos vindo a sentir de forma cada vez mais acentuada os efeitos das alterações climáticas e achámos que tínhamos de fazer alguma coisa para chamar a atenção para este problema. Pessoalmente, penso que o sector do vinho tem uma grande capacidade de liderar a luta global para contrariar e minimizar os efeitos das alterações climáticas. O projecto Climate Change Leadership é o resultado de tudo isso.
[/vc_column_text][divider line_type=”No Line” custom_height=”30″][vc_column_text]Onde é que o sector do vinho faz a diferença?
Essencialmente, em quatro aspectos. Em primeiro lugar, a vinha e o vinho estão presentes em muitos locais remotos do mundo onde constituem a única actividade económica relevante. Nós, enquanto sector do vinho, protegemos esses ambientes e evitamos a sua desertificação. Depois, uma enorme parte da economia da vinha e do vinho assenta em empresas familiares, é um negócio geracional baseado em muito do que avós e pais fizeram. E aquilo que hoje fazemos é feito a pensar nos nossos filhos e netos, a quem queremos deixar um futuro melhor. Em terceiro lugar, o vinho é praticamente o único produto agrícola que é vendido com marcas. Nós comemos três ou quatro refeições por dia e, na esmagadora maioria dos casos, não temos qualquer ideia de onde veio aquilo que comemos. Com o vinho isso não acontece. Há uma origem, uma marca responsável, podemos falar directamente com quem o produziu e até visitar o local de produção. Finalmente, o mundo do vinho tem uma grande capacidade de comunicar directamente com o consumidor. E isso é uma enorme vantagem quando sabemos que o consumidor está cada vez mais preocupado com as alterações climáticas e com o ambiente.
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Acha que a comunicação do vinho com o consumidor tem sido a mais correcta e eficaz?
Não, mas tudo isso pode mudar. O marketing dos vinhos está demasiado focado em fornecer ao consumidor informações que não lhe interessam, por exemplo, como o vinho foi fermentado, quantos meses esteve nas barricas, onde e quando fez a maloláctica… Mas se eu der informação relevante, por exemplo, se eu disser ao consumidor que para produzir este vinho utilizámos dois litros de água e para fazer aquele foram utilizados dez litros, ele vai certamente optar pelo que tem menos impacto nos recursos naturais. Há cada vez mais consumidores a optar por vinhos orgânicos porque pensam que o orgânico é melhor para o ambiente, o que nem sequer é necessariamente verdade. O orgânico é bom para muitas coisas, mas a pegada de carbono da viticultura orgânica é mais pesada do que a da viticultura convencional. Na Fladgate, mais do que uma viticultura orgânica, nós praticamos uma viticultura sustentável.
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Em resumo, acredita que sector do vinho pode liderar o processo global de mudança para práticas mais sustentáveis…
Sem dúvida. As alterações climáticas têm um efeito visível no nosso negócio, o sector do vinho tem a capacidade de mobilizar as preocupações e atenções em torno deste assunto e podemos liderar porque somos uma indústria que abarca o mundo inteiro interagindo muito directamente com os consumidores e a população.
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O que espera do Porto Protocol?
Ghandi disse algo como, “o que quer que faças, provavelmente não será muito notado, mas é importante que o faças”. Cada contribuição isolada conta pouco, mas se todos fizermos alguma coisa, isso já terá um impacto grande. De forma simplificada, o Porto Protocol é, em primeiro lugar, um compromisso entre os seus subscritores, oriundos de vários sectores de actividade, para adoptar práticas sustentáveis. Em segundo lugar, o Porto Protocol implica partilhar. Os produtores de vinho têm a mesma planta, que plantam um pouco por todo o mundo. Muitos destes produtores estão bastante avançados em práticas sustentáveis e em mecanismos de defesa das suas vinhas contra as alterações climáticas. Não há tempo nem necessidade de reinventar a roda. Há soluções mais do que testadas, colocadas em prática com sucesso. Partilhar informação é absolutamente fundamental, não apenas na área da vinha e do vinho mas também noutros sectores. Um dos parceiros do Porto Protocol é a Toyota, por exemplo, mas está também a Amorim, da indústria da cortiça, e diversos parceiros da área da logística.
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Ter sido a Taylor’s a dar o primeiro passo é importante para credibilizar o projecto?
Nós fizemo-lo, em primeiro lugar, porque nos preocupamos. E depois, porque temos 327 anos e isso dá-nos credibilidade para falar sobre o que vai acontecer daqui a 20 ou 50 anos. Há também outra razão: o Porto não faz concorrência às grandes marcas de vinho no mundo. A Taylor’s é uma marca bem conhecida e prestigiada, mas é um nicho. E assim as grandes empresas de vinho do mundo não terão problemas em associar-se a um projecto iniciado por nós.
Mas é importante que fique claro: eu não estou a promover a Taylor’s. Eu estou a promover soluções para os problemas existentes. Mas é evidente que, dentro no nosso grupo, entre acionistas e colaboradores, há orgulho por termos assumido esta pasta. Numa empresa com 327 anos o lucro é importante, precisamos dele, mas não é tudo. Precisamos sobretudo de proteger as pessoas, o território, o vale do Douro, a cidade do Porto que é a nossa casa há mais de três séculos. E vale a pena proteger o ambiente em que vivemos. Esta é a nossa casa.
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Como podemos, em conjunto, direcionar consumidores e produtores numa via mais sustentável?
Dou-lhe um exemplo. Há muitos produtores a engarrafar vinhos em garrafas pesadas, de 900 gramas ou 1 quilo, porque muitos consumidores associam as garrafas pesadas a vinhos de maior qualidade. Mas nós sabemos que não há qualquer relação entre o peso da garrafa e a qualidade do vinho. Se nós comunicarmos isto claramente e chamarmos a atenção ao consumidor de que garrafas pesadas não ajudam ninguém dentro da rede logística, de que garrafas pesadas deixam uma maior pegada ambiental, o consumidor vai acabar por preferir vinhos em garrafas leves. Eles querem vinho, não vidro. E se o consumidor rejeitar garrafas pesadas, os produtores vão adoptar outro comportamento.
Nunca devemos esquecer que o consumidor reage rápido. Só há dois ou três anos é que se começou a falar do plástico a sério. Hoje em dia é uma preocupação generalizada do consumidor e as empresas são obrigadas a encontrar soluções diferentes.
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A Fladgate tem investido bastante (e com sucesso, diga-se) no sector hoteleiro. Em que medida é que o negócio de viagens e hotelaria está ciente da necessidade de implementar soluções que vão ao encontro da sustentabilidade ambiental?
Efectivamente, trata-se de um sector com peso importante nesta área. Existe a nível mundial um grande debate sobre a pegada de carbono gerada pelo tráfego aéreo. Mas a verdade é que as pessoas vão continuar a viajar. Não é menos verdade que a optimização de gestão e a evolução tecnológica fazem com que as pessoas viagem, hoje em dia, em aviões cheios e em aviões modernos, bem mais eficientes em termos de consumo. Mas os viajantes quando chegam ao hotel também têm a expectativa que o hotel respeite o ambiente. No caso do Yeatman, por exemplo, todo o aquecimento de águas é feito através de painéis solares. A água oferecida ao cliente, para beber, é recolhida na rede pública, filtrada, refrigerada e gaseificada por nós. As águas utilizadas nos banhos são captadas em minas existentes debaixo do hotel. E depois dos banhos, as águas são tratadas e reutilizadas nos sanitários e na rega dos jardins. Estima-se que, diariamente, no mundo inteiro, há um bilião de pessoas que utiliza água bebível na descarga das sanitas; e mais de dois biliões de pessoas não têm água potável para beber. Esta é, infelizmente, uma realidade e, portanto, o uso racional da água é muito importante para nós.
Mas existem outras vertentes onde a hotelaria pode fazer muito mais e melhor. A forma como se utiliza energia é crucial. Porque é que um cliente precisa chegar ao quarto e ter a televisão ligada? Em alguns hotéis de luxo, por vezes, um cliente sai para jantar, desliga a electricidade, mas quando volta, quatro horas depois ,está tudo ligado de novo porque entretanto um camareiro passou no quarto. Não tem lógica, quando um simples cartão pode ligar à entrada e desligar à saída… O tratamento de lixos é outra vertente importante. No Yeatman, por exemplo, possuímos uma máquina de compostagem do lixo da cozinha. Mas, como disse, há ainda muito para melhorar na hotelaria e nos restaurantes do ponto de vista ambiental.
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Permita-me uma transição temática para o Vinho do Porto, no fundo, a razão da existência desta casa. Dir-se-ia que os tempos não vão a favor do Porto: é um vinho doce e com teor alcoólico elevado, ao arrepio dos padrões de consumo…
Mas é muito bom!
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Estamos de acordo. Mas o que é possível fazer para tornar o Porto mais atractivo para os novos consumidores?
A nossa empresa, que está muito focada nas categorias especiais (os Porto de nível superior) tem o seu negócio em crescimento. Lento, é certo, mas a crescer. O que é preciso? Sobretudo, inovação. Inovação de produtos, de “packaging”, de qualidade. O consumidor é exigente e tem acesso a muita informação, pelo que devemos conhecer bem o que ele pretende, o que bebe, quando e como bebe. Muitas vezes, o problema não está no consumidor, mas na rede de distribuição. Basta que alguém diga que não quer um determinado vinho na sua rede de 500 supermercados para que milhões de pessoas fiquem sem acesso a esse produto. Não porque não o queiram, mas porque não está lá.
É verdade que o Porto tem 20 graus de álcool, mas o gin tem 40 graus e fez um enorme trabalho de regeneração de toda a categoria. O álcool não é o problema. Os australianos fazem muitos Shiraz com 15 e 15,5%. Não há assim tanta diferença para o Porto. Quanto ao ser doce, há muita gente que diz que não quer doce, mas gosta de doce. Temos é que saber quando e como servir o Porto. Não faz sentido sugerir um Porto LBV para acompanhar uma picanha, há vinhos de mesa que cumprem melhor esse papel. Mas se sugerirmos esse mesmo LBV com um brownie de chocolate, então temos um casamento perfeito.
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O renascer do interesse pela mixologia, pelos cocktails, pode ajudar o negócio do Vinho do Porto?
É óbvio. Os mixologistas têm uma mente aberta, estão acostumados a experimentar coisas novas. O Croft Pink , por exemplo, pode deixar desconfiado um sommelier, porque não o estudou na escola, mas é bastante atractivo para um mixologista que pode utilizá-lo como base para desenvolver a sua criatividade. Há um restaurante chamado Little Big’s em Houston, Texas, que faz um granizado com o rosé. Nós fazemos agora um granizado com o ruby Fonseca Bin27.
O vinho do Porto tem orgulho nas suas tradições e beneficia delas, mas devemos incentivar a inovação e, sobretudo, a acessibilidade ao vinho do Porto, deixando de lado a ideia de que este vinho só se bebe com fato escuro ou sentado à lareira. Ou, pior ainda, quando temos cabelos brancos. Nós precisamos relaxar! Não estou aqui para fazer regras, mas sim para fazer um bom produto e deixar que as pessoas o integrem na sua vida.
Não há uma forma certa e errada de beber Porto. Nem um local certo ou errado. Abrimos recentemente um winebar Taylor’s em Lisboa. Porquê só oferecer Porto ao turista na cidade do Porto ou no norte do País? Vinho do Porto é Portugal!
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