[ADIADO]Formação para produtores e HoReCa em Monção e Melgaço

ADIADO PARA 7 DE MAIO, NOS MESMOS LOCAIS, EM VIRTUDE DOS ÚLTIMOS DESENVOLVIMENTOS DO COVID-19 “O que faz do Alvarinho uma casta especial?”; “Que tipos de terroir existem na sub-região de Monção e Melgaço?”; “Como devo apresentar a região e estes vinhos aos meus clientes/visitantes?”: estas e outras perguntas vão ser alvo de resposta em […]

ADIADO PARA 7 DE MAIO, NOS MESMOS LOCAIS, EM VIRTUDE DOS ÚLTIMOS DESENVOLVIMENTOS DO COVID-19

“O que faz do Alvarinho uma casta especial?”; “Que tipos de terroir existem na sub-região de Monção e Melgaço?”; “Como devo apresentar a região e estes vinhos aos meus clientes/visitantes?”: estas e outras perguntas vão ser alvo de resposta em duas sessões de formação. A primeira será em Monção, no Museu do Alvarinho e tem início às 10 horas, terminando às 13 horas. Da parte da tarde a sessão ocorre em Melgaço, no Solar do Alvarinho, com início às 15 (e termina às 17 horas).

Ambas as formações têm a orientação de Luís Lopes, Director da Grandes Escolhas e são organizadas pela Grandes Escolhas e a CVR dos Vinhos Verdes, no âmbito do Programa de Promoção de Monção e Melgaço. O objectivo é o de, em primeiro lugar, sensibilizar os restaurantes e hotelaria da sub-região para uma correcta promoção e divulgação dos vinhos Alvarinho, apresentando este território único e os seus principais factores de diferenciação. Depois, pretende-se também que os agentes económicos de Monção e Melgaço possam partilhar as principais mensagens-chave da estratégia de comunicação desta sub-região, de forma a unificar o conjunto de argumentos e o essencial da mensagem na promoção destes vinhos.
Ambas as acções de formação são gratuitas, mas terá de se inscrever antes através aqui.

A data limite de inscrição é a 10 de Março, terça-feira.

[ADIADO]Prova e colóquio “Os tintos do futuro na região dos Vinhos Verdes”

ADIADO PARA 26 DE MAIO, NO MESMO LOCAL, EM VIRTUDE DOS ÚLTIMOS DESENVOLVIMENTOS DO COVID-19 Será na Casa do Vinho Verde (sede da CVRVV) que acontecerá a prova e o colóquio organizados pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes em parceria com a Grandes Escolhas. Sob o tema “Os tintos do futuro na […]

ADIADO PARA 26 DE MAIO, NO MESMO LOCAL, EM VIRTUDE DOS ÚLTIMOS DESENVOLVIMENTOS DO COVID-19

Será na Casa do Vinho Verde (sede da CVRVV) que acontecerá a prova e o colóquio organizados pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes em parceria com a Grandes Escolhas. Sob o tema “Os tintos do futuro na região dos Vinhos Verdes”, Luís Lopes, director da revista Grandes Escolhas, orientará uma prova de trinta vinhos desta região e de outras, como Rias Baixas, Ribeiro e Ribeira Sacra . De seguida, no colóquio em mesa redonda, Luís Lopes e os enólogos Frederico Falcão, Anselmo Mendes e António Ventura – que apoiarão o crítico também na prova – discutirão, com a contribuição dos participantes, assuntos como as castas, perfis de vinho, quais devem ser os tintos do futuro na região, e outros.

Programa

09:00 – Recepção dos participantes
09:30 – Dos tintos que produzimos para os tintos que queremos – Manuel Pinheiro (Presidente CVRVV)
10:15 – Prova comentada de vinhos. Mesa redonda com Luís Lopes, Frederico Falcão, Anselmo Mendes e António Ventura
13:30 – Almoço

Duração: 4h

Inscrições aqui.

Valor e modo de pagamento: €50 (inclui o almoço e a prova dos 30 vinhos). A inscrição é aceite após o pagamento para o NIB PT50 0007 0410 00611980005 21.

José Maria da Fonseca Distribuição comercializa vinhos da Lima&Smith

A José Maria da Fonseca Distribuição vai assegurar, a partir do próximo dia 1 de Abril, a comercialização em território nacional dos vinhos da Lima&Smith, produtor das regiões do Douro e dos Vinhos Verdes. As suas referências já são bem conhecidas, como Covela, Quinta da Boa Vista e Quinta das Tecedeiras. Com este alargamento do […]

A José Maria da Fonseca Distribuição vai assegurar, a partir do próximo dia 1 de Abril, a comercialização em território nacional dos vinhos da Lima&Smith, produtor das regiões do Douro e dos Vinhos Verdes. As suas referências já são bem conhecidas, como Covela, Quinta da Boa Vista e Quinta das Tecedeiras.

Com este alargamento do portefólio, de vinhos de elevada qualidade da região do Douro e do Vinho Verde, a José Maria da Fonseca Distribuição vê assim reconhecido o trabalho desenvolvido nos últimos cinco anos, como refere António Maria Soares Franco, administrador da José Maria da Fonseca com o pelouro de Marketing e Vendas: “Ao fim de cinco anos de franca expansão, conseguirmos alargar o portefólio da José Maria da Fonseca Distribuição com a comercialização dos vinhos de mais um produtor de excelência é sinal de reconhecimento do trabalho que temos desenvolvido. Os vinhos da Lima&Smith são sobejamente conhecidos e apreciados e consideramos que vêm enriquecer e diversificar, ainda mais, o nosso portefólio, acrescentando valor ao serviço que prestamos aos nossos parceiros e clientes”.

Tony Smith, sócio gerente da Lima&Smith, sublinha “esperar com este novo acordo de distribuição levar as marcas da Lima & Smith para um novo patamar no mercado nacional. Partilhando com o nosso novo parceiro a José Maria da Fonseca Distribuição o dinamismo, a preocupação com qualidade e com a ética, pretendemos crescer as vendas das nossas marcas e consolidar a sua notoriedade de Norte a Sul, incluindo as ilhas.”

Prova e colóquio “Os tintos do futuro na região dos Vinhos Verdes”

Será na Casa do Vinho Verde, no dia 1 de Abril, que acontecerá a prova e o colóquio organizados pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes em parceria com a Grandes Escolhas. Sob o tema “Os tintos do futuro na região dos Vinhos Verdes”, Luís Lopes, director da revista Grandes Escolhas, orientará uma […]

Será na Casa do Vinho Verde, no dia 1 de Abril, que acontecerá a prova e o colóquio organizados pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes em parceria com a Grandes Escolhas. Sob o tema “Os tintos do futuro na região dos Vinhos Verdes”, Luís Lopes, director da revista Grandes Escolhas, orientará uma prova de trinta vinhos desta região e de outras, como Rias Baixas, Ribeiro e Ribeira Sacra . De seguida, no colóquio em mesa redonda, Luís Lopes e os enólogos Frederico Falcão, Anselmo Mendes e António Ventura – que apoiarão o crítico também na prova – discutirão, com a contribuição dos participantes, assuntos como as castas, perfis de vinho, quais devem ser os tintos do futuro na região, e outros.

Programa

09:00 – Recepção dos participantes
09:30 – Dos tintos que produzimos para os tintos que queremos – Manuel Pinheiro (Presidente CVRVV)
10:15 – Prova comentada de vinhos. Mesa redonda com Luís Lopes, Frederico Falcão, Anselmo Mendes e António Ventura
13:30 – Almoço

Duração: 4h

Inscrições aqui.

Valor e modo de pagamento: €50 (inclui o almoço e a prova dos 30 vinhos). A inscrição é aceite após o pagamento para o NIB PT50 0007 0410 00611980005 21.

A&D Wines já tem 40 hectares com certificação bio

A A&D Wines, produtora no Vinho Verde, sub-região de Baião, tem apostado na certificação biológica das suas uvas e actualmente dispõe de 40 dos 45 hectares das suas vinhas certificados. A Quinta dos Espinhosos foi a primeira propriedade, com sete hectares, a ser certificada para produção biológica. Com as vinhas da Quinta de Santa Teresa […]

A A&D Wines, produtora no Vinho Verde, sub-região de Baião, tem apostado na certificação biológica das suas uvas e actualmente dispõe de 40 dos 45 hectares das suas vinhas certificados. A Quinta dos Espinhosos foi a primeira propriedade, com sete hectares, a ser certificada para produção biológica. Com as vinhas da Quinta de Santa Teresa (na foto), estão já certificados 40 hectares. O objectivo é que, em 2020, a certificação se estenda aos restantes 5 hectares de vinha, pertencentes à propriedade Casa do Arrabalde.

Como dito em comunicado de imprensa, “as práticas de agricultura e vinificação biológicas são para a A&D Wines uma forma de estar e parte integrante do ADN da empresa, pelo que são transversais a todas as propriedades e a todo o seu portefólio de vinhos”. A empresa produz vinho exclusivamente com as suas uvas e na colheita de 2019 todos os vinhos da A&D Wines são já certificados com produção biológica, com excepção do Casa do Arrabalde, que ganhará a certificação na colheita de 2020. São eles: Espinhosos, Monólogo Avesso, Monólogo Arinto, Monólogo Malvasia Fina, Monólogo Chardonnay, Monólogo Sauvignon Blanc e Singular.

Quinta da Aveleda com prova exclusiva de aguardente

“Os Segredos da Aguardente” é o nome da prova exclusiva que a Quinta da Aveleda passa agora a organizar, às quintas-feiras de 9 de Janeiro a 6 de Fevereiro. Este programa de enoturismo pretende fazer os participantes imergir no universo das aguardentes, destacando as produzidas na região dos Vinhos Verdes. Com lugar num espaço tricentenário, […]

“Os Segredos da Aguardente” é o nome da prova exclusiva que a Quinta da Aveleda passa agora a organizar, às quintas-feiras de 9 de Janeiro a 6 de Fevereiro. Este programa de enoturismo pretende fazer os participantes imergir no universo das aguardentes, destacando as produzidas na região dos Vinhos Verdes.

Com lugar num espaço tricentenário, a prova tem início num passeio pelos bonitos jardins e vinhas da quinta, seguindo-se uma visita ao imponente alambique Charentais que, em pleno funcionamento, permitirá assistir ao processo de destilação. Segue-se um momento especial para respirar o ambiente da Adega Velha e fazer uma prova de casco de aguardentes em fase de envelhecimento. Para terminar, o enólogo Pedro Costa, que acompanha todo o programa, convida todos os participantes a degustar quatro aguardentes, de diferentes idades e perfis, devidamente harmonizadas com queijos e outros produtos da Quinta da Aveleda.

Informações e reservas junto de enoturismo@aveleda.pt.

A revolução silenciosa dos Verdes

Esqueça tudo o que pensa que sabe sobre Vinho Verde. Ou já não é verdade, ou não é suficiente. Ao longo de mais de 100 anos, foram vários os momentos de mudança, a culminar no que hoje temos: uma região multifacetada, com vinhos que vão desde os mais despretensiosos e simples aos mais ambiciosos, de […]

Esqueça tudo o que pensa que sabe sobre Vinho Verde. Ou já não é verdade, ou não é suficiente. Ao longo de mais de 100 anos, foram vários os momentos de mudança, a culminar no que hoje temos: uma região multifacetada, com vinhos que vão desde os mais despretensiosos e simples aos mais ambiciosos, de grande qualidade e longevidade. São estes últimos que aqui mostramos e que representam um novo caminho que se abre para os Vinhos Verdes.

TEXTO E NOTAS DE PROVA Mariana Lopes
FOTOS Mário Cerdeira

Não está na hora de mudar a forma como olhamos para o Vinho Verde. É, sim, tempo de ver o outro lado da moeda, não reduzindo a região apenas ao estilo que sempre conhecemos. Há um novo (antigo) Verde e, por mais que alguns esperneiem em discórdia, esta Grande Prova veio demonstrar que assim é.
Como foi escrito num editorial da Grandes Escolhas, exactamente há um ano, desde a sua fundação, em 1908, que a região dos Vinhos Verdes se viu em vários momentos de fractura. Estes pontos de agitação permitiram que esta se desenvolvesse positivamente e, mesmo quando deu um passo atrás, a região acabou sempre, mais tarde, por dar dois em frente. Refiro-me, por exemplo, ao fenómeno a que Luís Lopes chamou de “Verdes de Quinta”, lá para o final da década de 80, em que as grandes casas e solares da região prosseguiram um estilo de vinho mais seco, estruturado e sério. Mas nem o país, nem as pessoas, nem o mercado estavam preparados para esta disrupção do Vinho Verde, e o sol acabou por ser de pouca dura, com estes projectos a reverter para um perfil mais comercial. Porém, nada disto foi em vão, pois deixou no ar um bichinho que se tem vindo a apoderar, mais uma vez, de algumas empresas, num tempo em que tudo isso já é realista. E é realista por¬que uma parte muito importante do sector também sofreu uma grande revolução nos últimos anos, em todo o país: a viticultura. E isso não foi excepção nos Vinhos Verdes. Com novas técnicas, mais sabedoria, e a sensatez de saber ir buscar ao passado aquilo que pode fazer bem ao presente, as uvas mais nobres da região exprimem-se cada vez mais nos vinhos, dando-lhes sentido de lugar.
Seguindo esta linha de pensamento, a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) tem posto em marcha um plano de marketing, promovendo estes Verdes mais ambiciosos e diferenciadores. Não é uma campanha em detrimento dos mais correntes, dos mais jovens, com gás e doçura, que servem o seu propósito e representam a maior parte do mercado da região. Felizmente, esses vendem-se tão bem que não carecem de grandes investimentos de marketing. Aliás, Manuel Pinheiro, presidente da CVRVV, conta que “Hoje exporta¬mos mais de metade do Vinho Verde produzido e, em mercados como a Alemanha ou os EUA, mais de metade do vinho português é Vinho Verde”. Consultando os dados estatísticos da CVRVV, constatamos que, em 2018, se exportou uns atordoantes 13 milhões de euros para os EUA, e 11 milhões para a Alemanha. Se tivermos em conta os 16 maiores importadores de Vinho Verde, estamos a falar de 57 milhões. Depois desta informação assentar, e voltando à campanha, nas peças publicitárias pode ler-se, por exemplo, “Os Vinhos Verdes estão mais ricos, descubra-os”, com imagens gastronómicas que sugerem capacidade de harmonização. O objectivo das novas acções de pro¬moção é, segundo o presidente da Comissão, “Valorizar as castas, as sub-regiões, os vinhos que melhor afirmam esta ambição de valorização”. Relançar a Rota dos Vinhos Verdes é outra medida em curso, que quer intensificar “a ligação dos produtores aos territórios, sendo essencial para a afirmação, até comercial, dos mais pequenos”. Quanto à maneira, por vezes distorcida, como o Vinho Verde é visto pelos consumidores nacionais e internacionais, Manuel Pinheiro não está preocupado: “Sei que é uma visão que se está a desvanecer. Aliás, ela não existe em mercados novos como, por exemplo, o Japão, que valoriza os Vinhos Verdes como grandes vinhos, com uma personalidade própria”. Mas tem também consciência de que a realidade de hoje é totalmente diferente da de outrora, e explica que “Quem compara os Vinhos Verdes de hoje com os de há duas décadas, não reconhece a mesma região”. E aponta o papel da viticultura, dizendo “Estamos a reconverter entre 600 e 700 hectares de vinha por ano, a mudar a paisagem do Minho vinha a vinha, e com isso a produzir uvas muito mais interessantes, com uma estrutura de custos muito mais competitiva”. Isto leva-nos à questão dos preços, que, como desmistifica o jurista de formação, pode estar a ser interpretada de um modo falacioso: “Há uma ideia de que o Vinho Verde é um vinho barato, mas essa ideia desaparece com um simples olhar aos números Nielsen para o mercado nacional, ou aos números de exportação do Intrastat”. Não nos podemos esquecer também de um factor incontornável, sem o qual nenhuma revolução teria lugar, os enólogos. “Hoje, a vinificação está concentrada em centros bem equipados, dirigidos por enólogos que não hesitam em inovar, e as castas do Vinho Verde são a melhor testemunha desta nova parceria vinha/enologia. Mais do que o valor que se trouxe para a região, é relevante o conhecimento que se adquiriu nesta área”, valorizou Manuel Pinheiro.[/vc_column_text][image_with_animation image_url=”40440″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][divider line_type=”No Line” custom_height=”20″][vc_column_text]VINHOS BRANCOS DE GUARDA
Nesta prova incluíram-se 29 vinhos com um preço de venda ao público médio superior a sete euros e sem qualquer adição de gás carbónico. Não foram pedidos vinhos da sub-região Monção e Melgaço, pela sua especificidade e por representarem, em si mesmo, uma categoria diferenciada junto do consumidor, nem foram contemplados Regional Minho. Em primeira instância, o que destacou foi a qualidade generalizada, com a nota mínima de toda a prova a situar-se nos 16 valores, significando que tivemos apenas vinhos muito bons e vinhos excelentes. Em segundo lugar, a predominância de Avesso e de lotes de Alvarinho com Avesso, ou Alvarinho com Loureiro. Por último, o teor alcoólico dos vinhos, com muitos a recair nos 13% ou mais. Está na hora de arregaçar as mangas e descortinar tudo isto, com a ajuda de quem põe a mão na massa, os enólogos, os viticultores e os produtores. E como é que eles próprios vêem esta onda de ambição? Ou será que não a vêem, de todo? João Camizão, autor dos vinhos Sem Igual, reconhece-a: “É uma pequena onda que alguns de nós já estão a ‘apanhar’ há alguns anos e que, finalmente, empresas com negócios de referência na região vão começar a ‘surfar’. Provavelmente, apenas começa agora a ter notoriedade e a ser cobiçada, pois a região dos Vinhos Verdes tem uma tipicidade tão intrínseca (até as cartas de quase todos os restaurantes têm uma secção para os Vinhos Verdes e outra para os brancos), que é como nascer num berço de ouro. Ou seja, não houve necessidade de reinventar e inovar o estilo de vinho. E esta tipicidade gera, per si, grande volume de negócio com muita exportação e preços que não são os mais baixos do país (é das regiões que mais valoriza a uva)”. E revela aquilo que acha ser a chave para o sucesso, tocando num ponto fundamental, a longevidade, e dizendo “Nos dias de hoje, muitos produtores da região ambicionam ter vinhos de grande qualidade, mesmo tendo de se desviar do perfil da casa. Portanto, há que estar preparado para investir e esperar uns anos com o vinho na adega, para aferir à longevidade e deixar a acidez vibrante ser arredondada pelo tempo. Penso que esta será condição necessária para o sucesso. Estamos numa região com grande potencial para fazer vinhos brancos de guarda, de classe mundial”. Já Gonçalo Sousa Lopes, produtor e viticultor dos vinhos Quinta do Cruzeiro, assume que “É o único caminho que o pequeno produtor-engarrafador tem de fazer, atingindo assim um nicho de clientes apreciadores e conhecedores. Existem produtores que já estão nesta linha há muto tempo, mas como a região sempre foi vista como produtora de vinhos ‘do ano’ e pouco complexos (há excepção de Monção e Melgaço), estes sempre ficaram na sombra e, para se afirmarem, tinham de se por nas pontas dos pés, ou gastar muito dinheiro para divulgarem os seus ‘vinhos sérios’”. Mostrando que há visões diferentes sobre os preços a que o Vinho Verde é vendido, defende que, desta maneira, “diferenciam-se dos grandes armazenistas que vendem Vinho Verde (muito gaseificado e doce) a preços incompreensivelmente baixos e desprestigiantes para a região”. Por sua vez, Rui Cunha, enólogo dos Covela, é implacável na sua visão e alerta “Fala-se muito de Verdes ambiciosos, mas, na verdade e em geral, o que existe são vinhos com um pouco menos de gás e um pouco me¬nos de açúcar”. Na posição de quem lida com dois perfis de Vinho Verde, João Cabral de Almeida, enólogo da Quinta da Calçada e produtor dos vinhos Camaleão, esclarece: “Os dois caminhos são interessantes e os dois têm lugar no mercado. Quando faço vinhos mais ‘sérios’ (se bem que há seriedade em ambos) estou focado naquilo que a vinha tem para oferecer e no terroir, quando faço vinhos mais ‘jovens’ estou a pensar nas sensações, na experiência imediata que estou a dar a um consumidor”.[/vc_column_text][image_with_animation image_url=”40441″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][divider line_type=”No Line” custom_height=”20″][vc_column_text]A SOLUÇÃO ESTÁ NA VINHA
E a questão que a seguir se coloca é inevitável. Como lá chegar? Que castas são mais propícias? O álcool e a barrica são factores fundamentais para atingir este estilo de Verde mais, digamos, complexo? As respostas variam, mas há um ponto em que todos concordam: viticultura, viticultura, viticultura. Márcio Lopes, criador e enólogo dos Pequenos Rebentos, faz a sua eleição. “O Alvarinho, que já tem provas dadas. O Loureiro é uma casta delicada, mas num bom local pode originar grandes vinhos, e o Avesso que também é complicado, mas tem grande potencial. Já o Azal é uma casta excelente para contrariar as alterações climáticas. Com a viticultura mais avançada, é agora mais fácil cuidar das uvas mais sensíveis”. Não podendo deixar de pegar no tema do clima, fazemos Márcio alongar-se nele: “A ramada e o enforcado são sistemas de condução muito pertinentes para um Verde com ambição, pela resistência às alterações climáticas, porque criam maturações mais lentas e equilibradas, folhagem que protege as uvas e impede o escaldão. Devem ser hipóteses a considerar na viticultura. Temos de encontrar um meio termo entre o passado e o futuro”. Para Rui Cunha, destacam-se o Alvarinho, o Avesso e o Arinto, sem esquecer o Loureiro. “Infelizmente, o Loureiro não é uma casta que tenha o peso devido na região, porque é fantástica. Sobre o Arinto, há a vantagem de já se conhecer bem e saber-se que tem bom envelhecimento, assim como o Avesso. Esta última é a minha favorita. É difícil ‘competir’ com a fama que o Alvarinho tem, no sentido em que, lá fora, muita gente pensa que a região se reduz a esta casta”. Gonçalo Lopes elege as mesmas que os dois anteriores, mas com um extra, a Trajadura. Tal como Márcio Lopes, também dá importância às vinhas velhas e com diversas castas mistura¬das, admitindo que dão ainda mais complexidade aos vinhos, e aponta o terroir como factor determinante de qualidade. João Cabral de Almeida lembra, ainda, que “urge saber mais sobre castas antigas ainda desconhecidas, muitas presentes nas vinhas velhas, que se podem revelar muito interessantes”, mas acha redutor associar este perfil mais ambicioso a castas em concreto.
No que toca a madeiras e álcool, reina a palavra “equilíbrio”. Mas é Márcio Lopes que mais simplifica o caminho para chegar a um grande Verde: “O fundamental é a qualidade da uva, depois é não estragar. Acima de tudo, a boa acidez é importante. Não nos interessa que o álcool vá subindo e a acidez descendo. Quanto à necessidade de barrica, a própria uva pode dar estrutura, corpo e complexidade. Tem mais que ver com os rendimentos da vinha. Se ela produzir muito, vai ter muitos filhos para alimentar e esgotar-se a si própria, se produzir menos, consegue conferir mais às uvas. Ou seja, tem tudo mais que ver com a nascença do que com os extras. Uma região granítica e de frescura natural é uma região de futuro no mundo actual”. João Camizão também não dá valor ao álcool e afirma que este deve ser controlado, acima de tudo “com os novos sistemas de condução”. “Devemos ter a ambição de fazer grandes vinhos com álcool abaixo dos 13%, o que é difícil, mas torna tudo bem mais equilibrado”. Mais do que a barrica, que considera útil, mas não necessária, releva outras opções enológicas, sugerindo “Deixar a fermentação ir até ao fim, para ficarmos sem açúcar residual. Ou, por exemplo, fazer brancos de curti¬menta, estágios em cubas de cimento, etc., práticas que eram muito comuns nos Vinhos Verdes. Temos a sorte de estar numa região com uma história tão rica em temos de práticas de vinificação, que será uma pena se não explorarmos estes caminhos”. Gonçalo Lopes acrescenta elementos à lista: “Existem outras técnicas, na vinificação, que se podem usar. Refiro-me à maceração pelicular a frio antes da prensagem, bâtonnage de borras totais a frio pré-fermentativa e estágio prolongado com borras finas. Associado a estas técnicas, qualquer vinho ganha sempre com o estágio em garrafa. Vinhos produzidos assim, mui¬tas vezes não necessitam de teores alcoólicos elevados nem de ir à barrica, esta pode mesmo ser um elemento a mais”. Depois, Rui Cunha vem abrir a cortina a outra perspectiva, concordando que há qualidade na uva para que esta brilhe por si só, mas recordando “Até os grandes brancos alemães estagiam em madeira. Se me disserem ‘faz um grande branco’, provavelmente vou utilizá-la. O que não quer dizer que precisemos dela para lá chegar”.[/vc_column_text][image_with_animation image_url=”40447″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][divider line_type=”No Line” custom_height=”20″][vc_column_text]POTENCIAR UMA MARCA
Podemos dizer que há aqui uma estrela no meio da trama: a vinha. Quando ela se porta bem, quando se cuida bem dela e não se desvirtua o produto com excessos disto ou daquilo, é difícil que o resultado não seja um vinho ambicioso. Principalmente numa região com matéria-prima deste nível, frescura natural, e técnicos inteligentes, arroja¬dos, que pesquisam o que já se fez e o que se pode fazer para ser cada vez melhor. Mas vamos por as coisas em pratos limpos: o facto de o Vinho Verde ser, para muita gente, mais uma cor do vinho, como o branco, o tinto ou o rosé, é uma desvantagem, acima de tudo porque não é verdade e está associado apenas ao estilo de vinho doce e com gás. Porém, isso também significa que o Vinho Verde se enraizou como uma marca forte, num fenómeno muito semelhante ao da Gillette, do Kispo, ou do Tupperware. Lá fora, muita gente conhece a palavra Vinho Verde, bem mais até do que outros nomes de regiões portuguesas. Há que pegar nela e mostrar que é marca de grandes vinhos, nunca esquecendo que todos os estilos têm o seu lugar no mercado. E as perspectivas são muito positivas. O que se vê é que os enólogos estão cada vez mais apaixonados pela uva, pela terra, trabalhando em uníssono com os viticultores. Já lá vai o tempo em que não entravam na vinha, com medo de sujar o sapato. E isso, além de bonito, é benéfico para vinhos melhores, mais puros, singulares, fiéis à sua origem. A revolução dos Vinhos Verdes não será televisionada. Será bebida, e com muito prazer.[/vc_column_text][divider line_type=”No Line” custom_height=”20″][heading]VINHOS EM PROVA[/heading][vc_column_text]

Edição Nº27, Julho 2019

Luz Verde para a Herdade das Servas

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Há mais de três séculos que a família Serrano Mira produz vinho no Alentejo. Agora, a Herdade das Servas deu um passo gigante de 450 quilómetros e assumiu o desafio dos Vinhos Verdes. Razão e emoção conjugaram-se […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Há mais de três séculos que a família Serrano Mira produz vinho no Alentejo. Agora, a Herdade das Servas deu um passo gigante de 450 quilómetros e assumiu o desafio dos Vinhos Verdes. Razão e emoção conjugaram-se numa história cujo primeiro capítulo vínico acaba de sair para o copo.

TEXTO Luís Francisco
NOTAS DE PROVA Luís Lopes
FOTOS Savage

A pergunta andou sempre no ar, mas acabou por surgir já no final da visita, uma chuva miudinha a juntar toda a gente debaixo do telheiro no exterior da adega  “O que faz um alentejano na região dos Verdes?” E a resposta foi imediata: “Vinho!” Com um sorriso, Luís Serrano Mira, um dos líderes do projecto familiar Herdade das Servas, definia assim a primeira aposta deste produtor secular fora do seu Alentejo. Fazer vinho, como sempre, mas agora com “o desafio de o fazer numa região diferente”.
A ideia já tinha alguns anos e a oportunidade surgiu em 2017, com a aquisição da Casa da Tapada, uma propriedade entre Amares e Fiscal, com 24 hectares, 12 dos quais de vinha. Os valores do negócio estão protegidos por uma cláusula do contrato de aquisição, mas, sabendo-se que a quinta, propriedade da Fuji, estava à venda por 3,5 milhões de euros, pode ter-se uma noção mais aproximada dos montantes envolvidos. “Há muitos anos que andávamos à procura… Agora reuniram-se as condições”, explica Luís Serrano Mira.
A Casa da Tapada é um local de muita história e extraordinária beleza natural. Mandada construir em meados do século XVI – por Francisco Sá de Miranda, poeta que introduziu o soneto nas letras portuguesas , a mansão, toda em pedra, recebeu melhoramentos no século XVII e foi ampliada no século XIX, dando forma final a um belo e imponente edifício rodeado de jardins, vinhas e arvoredo. À volta, um conjunto de construções secundárias e uma enorme capela (data de 1618) constituem o núcleo urbano, que domina um pequeno vale plantado com vinhas e a encosta sobranceira, onde as uvas dividem protagonismo com uma mata centenária.
Ao investimento inicial na aquisição da Casa da Tapada, seguiu-se recentemente a decisão de reestruturar as vinhas, que estavam plantadas em socalcos muito estreitos, dificultando a viticultura moderna. Numa primeira fase, foram arrancados entre sete e oito hectares de vinha, na abrupta vertente da montanha (o desnível entre a parte mais baixa da quinta e o topo ronda os 80 metros) e as máquinas afadigam-se agora a criar plataformas mais extensas que receberão os novos vinhedos. “Tínhamos aqui uns 30 patamares, queremos criar apenas três ou quatro”, revela Luís Serrano Mira.
Muito trabalho pela frente, até porque, como explica Ricardo Constantino, o enólogo das Servas, “é preciso retirar primeiro a camada de solo fértil que está por cima, para a recolocar depois de feitas as movimentações de terras”. Paulatinamente, e apesar das complicações causa¬das pela chuva miudinha que teima em cair, escavadoras, tractores e camiões vão cumprindo a tarefa.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]CHEGAR ÀS 350 MIL GARRAFAS
O encepamento, maioritariamente (nove hectares) constituído por Loureiro, a variedade emblemática do vale do Cávado, mas também com Alvarinho, deverá ser complementado com a plantação de algum Arinto, casta “globetrotter” da paisagem vínica portuguesa e que nesta região é conhecida como Pedernã. “Queremos ser um produtor que acrescente valor à região. O tempo dirá se o consegui¬mos, mas, acima de tudo, queremos integrar-nos sem pressa, mostrando que temos uma filosofia correcta e esperando que as pessoas percebam isso”, assume Luís Serrano Mira.
A última colheita Casa da Tapada era de 2009 e saiu para o mercado em 2011. Daí para cá, as uvas foram sendo vendidas a outros produtores. Até ao ano passado, já com a equipa de enologia da Herdade das Servas aos comandos. Com o selo de 2018, saíram para o mercado 80.000 garrafas, repartidas por duas marcas: CT, um monovarietal de Loureiro; e Casa da Tapada, um blend de Loureiro e Alvarinho. Ambos são DOC Vinhos Verdes e a intenção é “crescer para o dobro já em 2019 e depois de forma segura até às 350.000 garrafas/ano”. Um número interessante, a juntar aos 1,2 a 1,5 milhões anuais que vêm dos 350 hectares de vinha não regada em Estremoz.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”40408″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Para cumprir estes objectivos – e tendo em conta que mais de metade da vinha está a ser reestruturada – será preciso, no futuro imediato, comprar uva na região. “Temos o compromisso assente, para aquisição de uvas cultivadas em regime de produção integrada. Compraremos essencialmente Loureiro, porque o Casa da Tapada é um vinho de mercado mais restrito; o CT é que é de divulgação geral”, resume Luís Serrano Mira, que assume a enologia destes vinhos, em permanente ligação com Ricardo Constantino, já com muito “pano para mangas” nas Servas, a 450 quilómetros de distância…
Para dar corpo a esta dupla ambição de fazer bom vinho e crescer no mercado, a Casa da Tapada conta com uma adega onde a capacidade instalada é de 180.000 litros na zona de fermentação e de outros tantos na zona de armazenagem. Ainda há muito para fazer, mas os planos estão traçados: recolocar os lagares de granito, que estão noutra zona do complexo, equipar a cave para espumante e barricas numa zona subterrânea (tem uma extensão de horta e jardim sobre a cobertura) e aumentar a área coberta da adega em 700 metros quadrados, ganhando mais espaço para armazenamento e englobando uma pequena construção ali ao lado, onde existem lavabos.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”40407″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]NATUREZA MÁGICA
Mas a Casa da Tapada, classificada como Imóvel de Interesse Público em 1977, é muito mais do que uma unidade agrícola (onde, já agora, também crescem as famosas laranjas de Amares). A beleza intrínseca do local e das construções feitas pelo Homem fundem-se num cenário de grande harmonia, onde o peso da história se faz notar para onde quer que olhemos. Fontes, estátuas em pedra, jardins românticos, uma capela de enormes dimensões e com vetustos retábulos em madeira trabalhada (a necessitarem de restauro, tarefa que a família Serrano Mira pretende assumir), construções secundárias onde avulta a magnífica varanda de madeira da Casa da Eira.
Existem neste edifício quatro quartos, a que se juntam mais 11 no edifício principal. Isto parece talhado à medida de um hotel de charme em ambiente rural… “Verdade”, concede o nosso anfitrião. “Mas o alojamento não é a nossa prioridade em termos de enoturismo. Para já, abrimos a loja e vamos começar a apostar nas visitas. Por enquanto ainda não são pagas, mas passarão a ser assim que entre ao serviço uma pessoa dedicada a essa área.” E é exactamente para a loja que Luís Serrano Mira conduz a comitiva da visita à Casa da Tapada.
É uma casinha (de pedra granítica, claro), já identificada com a tabuleta Loja da Quinta, e onde encontramos meias pipas a servirem de mesas para provas, sofás, alfaias agrícolas, cestos de vime e estantes de madeira com as garrafas das referências da casa em exposição. E também temos aqui três grandes cartazes, que identificam as aves frequentadoras da propriedade: são seis predadores diurnos, outros tantos nocturnos e mais 28 espécies de passarada. Se isto já faz salivar os observadores de aves, acrescente-se um “pequeno” detalhe: o cenário que acolhe esta biodiversidade é um espanto!
Quase metade da quinta (dez hectares) está ocupada por uma mata centenária, que se pode percorrer usando a estrada empedrada que vai até ao topo. Ao longo do percurso encontramos sobreiros gigantes, pinheiros portentosos, araucárias imponentes, um mar de fetos cobrindo o chão. Se está a imaginar-se em Sintra ou no Buçaco, é isso mesmo. Até o pormenor das erupções rochosas de blocos arredondados de granito reforça essa impressão. Mas há mais: fontes, zonas com mesas em pedra para piqueniques, uma capela no meio das rochas. E, para completar a experiência, lá no alto, junto a um portão que também dá acesso à propriedade, a estrada alarga-se num verdadeiro miradouro sobre as vinhas e as construções da quinta. Para trás de nós está a serra Amarela, sobre a esquerda os primeiros contrafortes do Gerês.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]MEMÓRIAS DE FAMÍLIA
Regressamos ao edifício principal da quinta, até porque a chuva, que concedeu tréguas para este passeio, começa a cair com mais intensidade. Altura para rodear a mesa e provar os vinhos da casa, que confirmam a sensação de frescura e o perfil mineral que se recolhem da paisagem em redor.
Para além das duas referências que agora saem para o mercado, a família Serrano Mira não adianta, para já, outros planos em concreto. Mas a decisão de plantar Arinto e as obras na cave de espumantes são indicadores de que haverá novidades, pelo menos a médio prazo. E, ao servir, no final da refeição, a aguardente vínica Casa da Tapada, Luís Serrano Mira mostrou outra pista. Apesar de já não se fazer há anos, ainda pode ser encontrada no comércio, a preços que rondam os 100 euros, e a ideia de provar este “espírito” 100% Loureiro, com envelhecimento em torno dos 20 anos, foi “perceber o potencial da aguardente vínica de Loureiro, pensando no que um dia poderá vir”…
Mas voltemos à pergunta inicial. Porque é que um produtor “nado e criado” no Alentejo se lança no desafio de fazer vinho numa região tão diferente como a dos Verdes? “Há a questão empresarial, claro.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”40413″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A família Serrano Mira quer crescer no negócio dos vinhos e surgiu esta oportunidade. Mas há também um lado emocional”, concede Luís. “Em casa dos meus avós, por força da amizade com a família Coelho, que era de Vila Nova de Famalicão e produtora de vinho, o Verde sempre esteve à nossa mesa. Isso e jesuítas e pão-de-ló da Trofa!”
Essa ligação emocional também pesou na decisão de adquirir a Casa da Tapada. De Estremoz a Amares são cerca de 450 quilómetros de distância, mas a viagem no espaço faz-se também no tempo, rumo às recordações da infância. É que o vinho faz-se com uvas, mas também de emoções.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column centered_text=”true” column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”VINHOS EM PROVA”][vc_column_text]

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Edição Nº27, Julho 2019

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