Vinhos do Algarve e Região de Turismo do Algarve juntam-se na promoção da região
A Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA) e a Região de Turismo do Algarve (RTA) assinaram um protocolo que visa impulsionar o enoturismo do desta região, que conta já com mais de trinta produtores de vinho. Estas duas entidades, representadas por João Fernandes (presidente da RTA) e Sara Silva (presidente da CVA) pretendem promover o Algarve […]
A Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA) e a Região de Turismo do Algarve (RTA) assinaram um protocolo que visa impulsionar o enoturismo do desta região, que conta já com mais de trinta produtores de vinho.
Estas duas entidades, representadas por João Fernandes (presidente da RTA) e Sara Silva (presidente da CVA) pretendem promover o Algarve enquanto região vitivinícola no mercado interno alargado (Portugal e Espanha), dando a conhecer à população peninsular os vinhos de Lagos, Portimão, Lagoa e Tavira, todas Denominações de Origem Controladas.
De acordo com a RTA, “a procura primária de viagens associada à gastronomia e vinhos, tem vindo a crescer ao ritmo de 5 a 8% por ano”. Adicionalmente “o produto é uma oferta turística complementar ao tradicional sol e mar no Algarve”, segundo o Plano de Marketing Estratégico para o Turismo do Algarve.
Também a aplicação para dispositivos móveis dos Vinhos do Algarve foi alvo de melhorias e relançada com uma nova imagem, disponível em IOS e Android. Nesta aplicação é possível consultar a localização geográfica dos produtores, saber quais os pontos de venda e restaurantes onde os vinhos estão disponíveis, e encontrar notícias e eventos relacionados com a Região Vitivinícola.
Comissão Vitivinícola do Algarve dá impulso extra aos seus produtores
Em resposta aos desafios que a pandemia trouxe, a Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA) aproveitou para impulsionar os seus agentes económicos de novas formas. Sara Silva, presidente da CVA, explica: “Num momento em que todos os apelos nos levavam ao afastamento, decidimos transformar esse desafio numa oportunidade para nos aproximarmos ainda mais dos nossos produtores. […]
Em resposta aos desafios que a pandemia trouxe, a Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA) aproveitou para impulsionar os seus agentes económicos de novas formas. Sara Silva, presidente da CVA, explica: “Num momento em que todos os apelos nos levavam ao afastamento, decidimos transformar esse desafio numa oportunidade para nos aproximarmos ainda mais dos nossos produtores. Usando os meios digitais como nossos aliados, começámos a preparar formas alternativas de fazer chegar a mensagem a esses públicos, mas também aos consumidores finais, peças chave no aumento da notoriedade dos nossos vinhos”.
Assim, a CVA criou uma iniciativa que passa por um conjunto de reportagens, onde cada produtor relata a sua história, conta pormenores sobre as suas propriedades e fala sobre os seus vinhos. Esta rúbrica, que vai para “o ar” todas as quintas-feiras, acontece nas páginas de Facebook e Instagram da CVA, com o nome “5ªs à Quinta”.
Também o site da CVA foi reforçado com informação sobre cada um dos produtores e formas de adquirir os seus vinhos sem sair de casa. Já a “app” dos Vinhos do Algarve tem relançamento marcado para breve, com total renovação. Esta é uma aplicação móvel onde é possível consultar a localização geográfica dos produtores, saber quais os pontos de venda e restaurantes onde os vinhos estão disponíveis, bem como encontrar notícias e eventos relacionados com esta região.
Ainda em curso nos meses de Junho e Julho está a parceria da CVA com a Nutrifresco – um dos mais famosos distribuidores de pescado do Algarve – que oferece garrafas de Vinho do Algarve na compra do cabaz de peixe e marisco “Cabaz das Rias”, um produto da sua mais recente marca “Peixe à Porta”.
Algarve muda imagem e afina estratégias
Para o consumidor do resto do país, os vinhos algarvios não são desconhecidos, mas quase. Muitos dos vinhos aqui produzidos (cerca de 80%!) ficam no próprio mercado algarvio, que não só consegue suportar grande parte da produção, como inclusive paga melhor, em média, que no resto do país. Um produtor de nacionalidade alemã vende a […]
Para o consumidor do resto do país, os vinhos algarvios não são desconhecidos, mas quase. Muitos dos vinhos aqui produzidos (cerca de 80%!) ficam no próprio mercado algarvio, que não só consegue suportar grande parte da produção, como inclusive paga melhor, em média, que no resto do país. Um produtor de nacionalidade alemã vende a totalidade das suas garrafas no seu país de origem.
Por outro lado, apesar do aumento do número de produtores, a área de vinha e respectiva produção pouco tem aumentado. Não há falta de investidores, nem falta de dinheiro para investir. De facto, em 2019 foram pedidos cerca de 150 hectares para novas plantações, mas a grande maioria não foi aceite, garantiu-nos a presidente da Comissão Vitivinícola do Algarve (CVR), Sara Silva. Muito encepamento tem recaído em castas estrangeiras, mas tem aparecido algum revivalismo, aqui e ali, no que toca às castas mais tradicionais, como a Negra-Mole e Crato-Branco. “Os produtores estão a agora a tirar todo o potencial da Negra-Mole, que é uma casta muito versátil, produzindo palhetes, brancos de tintas, rosés e tintos pouco alcoólicos”, garante Sara Silva. Infelizmente, são poucas e pequenas as vinhas de cepas muito velhas. De tal maneira que Sara nos disse que considera neste momento Vinhas Velhas as que têm cerca de 25 anos e acima. A CVR está ainda a fazer o cadastro de todas as vinhas da região.
Sara divulgou-nos mais alguns dados do Algarve vínico: dos 45 produtores de vinho registados, só 30 possuem marcas no mercado. Os maiores certificadores são a Casa Santos Lima, a Quinta dos Vales e a Quinta do Barranco Longo. Ao todo estamos a falar de uma produção de quase 1,4 milhões de garrafas/ano, sobretudo em tintos e a grande maioria em Regional Algarve (DOC é apenas 5%!). Mas, diz Sara Silva, “os brancos e rosés estão em subida”. No total, a área de vinha apta para vinho do Algarve é de apenas 800 hectares. Note-se, em comentário à parte, que alguns produtores portugueses têm maior área de vinha e muitos outros produzem mais do que toda a região algarvia!
Considerando isto e o que se disse antes, a CVR Algarve resolveu afinar as suas estratégias de promoção e, ao mesmo tempo, mudar a identidade visual dos Vinhos do Algarve. No primeiro caso, Sara Silva, diz que “a focalização na qualidade será o caminho a seguir pela região”. A direcção da CVR acha que, dada a dimensão geográfica do Algarve, não será possível competir em escala. Por isso, a aposta de promoção vai ser dirigida ao mercado nacional, e mais especificamente, ao mercado regional. Neste sentido, vão iniciar-se acções dirigidas ao canal Horeca (hotelaria, restauração, cafés) o qual ainda apresenta, diz-nos Sara, um “enorme potencial de crescimento para os Vinhos do Algarve”. Ao mesmo tempo, a CVR irá realizar outras acções, dirigidas ao mercado do turismo (nacional e internacional), em parceria com a Região do Turismo do Algarve. O principal alvo serão as feiras, postos de turismo e o aeroporto de Faro.
Para reforçar a estratégia e o esforço de promoção, foi criada uma nova logomarca que irá reforçar, junto da restauração e do público final, “a qualidade, diversidade e exclusividade dos Vinhos do Algarve”. O novo logotipo retrata assim os principais ícones e lifestyle do Algarve – sol, gastronomia, férias, património, tradições e praia.
Para levar este plano adiante, a CVR do Algarve irá investir 120 mil euros ao longo dos próximos dois anos. (texto de António Falcão)