Quinta do Paral integra Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo

Quinta Paral Programa Sustentabilidade

O Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA), desenvolvido pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), continua a integrar cada vez mais produtores de vinho da região, sendo a Quinta do Paral a 14ª adega a ver certificadas as suas práticas sustentáveis de viticultura e vinificação. O PSVA, que analisa as empresas em 3 sectores […]

O Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA), desenvolvido pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), continua a integrar cada vez mais produtores de vinho da região, sendo a Quinta do Paral a 14ª adega a ver certificadas as suas práticas sustentáveis de viticultura e vinificação.

O PSVA, que analisa as empresas em 3 sectores — Viticultura, Adega, Viticultura & Adega — avaliou a Quinta do Paral quanto à Viticultura & Adega.

“Este certificado só veio comprovar as diversas práticas sustentáveis que temos vindo a implementar desde sempre, na nossa área vitivinícola. Um exemplo disso é o cuidado que temos tido com a conservação das nossas vinhas, a redução do uso de fitofármacos que permitiu a melhoria do ecossistema, levando a uma recuperação da fauna e da flora envolvente, como refletido nas nossas Vinhas Velhas”, comenta Luís Leão, responsável de enologia da Quinta do Paral.

Em relação ao Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo, a CVRA declara: “O sector vitivinícola tem uma dependência total dos recursos naturais, da energia solar, de condições climatéricas apropriadas, água limpa e potável, e de solos saudáveis, devendo haver uma integração bem-sucedida destes elementos de forma ecologicamente sã. A CVRA considera ser uma prioridade a protecção e valorização destes activos naturais através de práticas sustentáveis exercidas por colaboradores altamente qualificados”.

Certificação e exportação de vinhos do Tejo continuam a aumentar

Vinhos Tejo certificação

No panorama dos vinhos do Tejo, o primeiro semestre de 2023 volta a trazer boas notícias. A Comissão Vitivinícola Regional dos Vinhos do Tejo (CVR Tejo) anunciou um aumento significativo na certificação de vinhos da região, na ordem dos 11,5%, entre os meses de Janeiro e Junho deste ano. Isto traduz-se em 16,8 milhões de […]

No panorama dos vinhos do Tejo, o primeiro semestre de 2023 volta a trazer boas notícias. A Comissão Vitivinícola Regional dos Vinhos do Tejo (CVR Tejo) anunciou um aumento significativo na certificação de vinhos da região, na ordem dos 11,5%, entre os meses de Janeiro e Junho deste ano. Isto traduz-se em 16,8 milhões de litros de vinho certificados durante este período.

Uma análise mais detalhada da CVR Tejo revela, também, que desse volume certificado, 5 milhões de litros se destinaram à exportação, sobretudo para países da União Europeia, com destaque para a Suécia e a Polónia. Comparativamente a 2022, trata-se de um aumento de 50% na exportação dos vinhos do Tejo certificados.
Ainda segundo a CVR Tejo, quando se comparam os números do primeiro semestre de 2023 com os de 2018 — ano em que a certificação de Janeiro-Junho foi de 6,8 milhões de litros, menos 10 milhões do que este ano — regista-se um notável aumento de 149%.

Vinhos Tejo certificação
Luís de Castro, presidente da CVR Tejo.

Outra boa notícia é o aumento do consumo de vinhos do Tejo no canal HoReCa (Hotéis, Restaurantes e Cafés). “Uma maior apetência na restauração capitaliza em vinhos diferenciadores e de valor mais elevado, o que é uma mais-valia para a construção de marca e notoriedade da região”, declara a comissão vitivinícola.

Luís de Castro, presidente da CVR Tejo, considera que “a região vai continuar a crescer e a conquistar, cada vez mais, quota de mercado nacional e internacional. Estes resultados são fruto do grande trabalho feito pelos produtores, com o incentivo da CVR Tejo, no que toca à valorização do território, do produto e da marca Vinhos do Tejo”.

Caminhos Cruzados com chef residente que serve em toda a adega

Caminhos Cruzados chef

Já é possível saborear os pratos de Miguel Vidal na adega da Caminhos Cruzados, chef que passa a estar em permanência nas instalações da empresa produtora de Nelas, no Dão. Quase todos os locais da adega podem ser palco das refeições criadas por este chef, que valoriza os produtos endógenos e utiliza a experiência adquirida […]

Já é possível saborear os pratos de Miguel Vidal na adega da Caminhos Cruzados, chef que passa a estar em permanência nas instalações da empresa produtora de Nelas, no Dão.

Quase todos os locais da adega podem ser palco das refeições criadas por este chef, que valoriza os produtos endógenos e utiliza a experiência adquirida em vários países do mundo, e os harmoniza com os vinhos da casa.

Escabeche de truta, bacalhau com broa, vitela em púcara de barro preto ou arroz de carqueja com vinha d’alhos são algumas das especialidades que se podem degustar em sítios como a sala de estágio dos vinhos Caminhos Cruzados, a varanda com vista para as vinhas, a sala de provas ou o pátio exterior.

Em alternativa, Miguel Vidal está disponível para proporcionar experiências personalizadas na adega, desde que requeridas com antecedência.

Os almoços ou jantares na adega da Caminhos Cruzados (mínimo 2 pessoas), são de marcação obrigatória (enoturismo@caminhoscruzados.net; 232 940 195) e têm um preço médio que ronda os 50 euros por pessoa, incluindo vinhos.

Festa do Tomate Coração de Boi do Douro está de regresso

Festa Tomate Coração Boi

A tão aguardada Festa do Tomate Coração de Boi do Douro está de volta. Os melhores tomates Coração de Boi das tradicionais hortas da região estão prontos para serem provados e levados a concurso, uma competição que, nesta edição, terá lugar na Quinta do Seixo, propriedade da Sogrape, no próximo dia 25 de Agosto. O […]

A tão aguardada Festa do Tomate Coração de Boi do Douro está de volta. Os melhores tomates Coração de Boi das tradicionais hortas da região estão prontos para serem provados e levados a concurso, uma competição que, nesta edição, terá lugar na Quinta do Seixo, propriedade da Sogrape, no próximo dia 25 de Agosto.

O júri do concurso será composto por vários especialistas, incluindo chefs de cozinha renomados, enólogos, jornalistas e outros profissionais da gastronomia. A tarefa consiste em eleger o melhor tomate da temporada, considerando características como textura, sabor e suculência. Além da competição, o evento mantém o espírito festivo, culminando num jantar volante que reunirá produtores de vinho durienses e visitantes, numa mesa onde o tomate e os vinhos das empresas concorrentes serão protagonistas. Este jantar está com inscrições abertas, com obrigatoriedade de reserva e pagamento prévio (€50, via greengrape@greengrape.pt).

Festa Tomate Coração Boi

Já na sua VIII edição, a Festa do Tomate Coração de Boi — fundada por Celeste Pereira, proprietária da empresa de comunicação Greengrape, Edgardo Pacheco, jornalista e curador do evento, e o produtor de vinhos Abílio Tavares da Silva, da Quinta de Foz Torto — não se limita apenas ao concurso. Os restaurantes de referência da região incorporam, durante todo o mês de Agosto, o tomate Coração de Boi nas suas ementas, criando pratos inspirados no fruto. Entre os restaurantes participantes estão nomes como DOC, do chef Rui Paula, Seixo by Vasco Coelho Santos, Bonfim 1896 by Pedro Lemos e muitos outros.

Festa Tomate Coração Boi

Adicionalmente, numa parceria com o Projeto Capella, haverá uma prova de tomate na capela barroca da aldeia de Arroios, em Vila Real, no dia 26 de Agosto. Esta prova, coordenada pelo presidente do júri do concurso, Francisco Pavão, permitirá explorar diferentes combinações de tomate Coração de Boi com vários perfis de azeite, e contará com a presença de alguns chefs de cozinha e de Jorge Raiado, da empresa algarvia Salmarim, de sal marinho. Na aldeia será, ainda, possível comprar tomate Coração de Boi local e muitos outros produtos regionais, no XIII Mercadinho da Capella, que terá também música e petiscos. A participação na prova é gratuita, mas aconselha-se reserva para greengrape@greengrape.pt.

XXVI Talhas: O legado de Mestre Daniel

XXVI Talhas

Vila Ruiva, a aldeia onde minha mãe nasceu e que deixou ainda adolescente para ir estudar em Lisboa, está ali, a apenas 3 quilómetros. Cresci a ouvir contar histórias das rivalidades entre Vila Ruiva e Vila Alva e dos bailes de sábado à noite numa ou noutra destas povoações do concelho de Cuba, os quais […]

Vila Ruiva, a aldeia onde minha mãe nasceu e que deixou ainda adolescente para ir estudar em Lisboa, está ali, a apenas 3 quilómetros. Cresci a ouvir contar histórias das rivalidades entre Vila Ruiva e Vila Alva e dos bailes de sábado à noite numa ou noutra destas povoações do concelho de Cuba, os quais terminavam invariavelmente em pancadaria entre os locais e os “estrangeiros”. A primeira vez que visitei Vila Ruiva foi em 1988 ou 89. Gostei tanto que acabei por comprar e reconstruir uma pequena e velha casa no centro da vila.

Com o tempo e as frequentes visitas, aprendi a amar igualmente as duas aldeias e fiz amigos em ambas. Amigos que, em cada visita, me levavam a tomar uns copos de vinho de talha, acompanhados do imprescindível “petisco”, nas tabernas que há 30 anos ainda existiam nestas localidades. As de Vila Ruiva desapareceram, entretanto. Em Vila Alva, porém, a arte do vinho de talha manteve-se, mais discreta, sem porta aberta, na casa de alguns teimosos que em cada vindima enchiam um ou dois potes. Até que, em 2018, um grupo de jovens resolveu lançar-se “à séria” na produção de vinhos de talha, reactivando uma das mais famosas adegas da vila, a do Mestre Daniel. Cinco anos depois, Vila Alva tornou-se uma referência incontornável nos vinhos de talha do Alentejo, com animação constante ao partir do São Martinho e, cada vez mais, o ano todo.

Talhas mestre daniel
Daniel Parreira , Alda Parreira , Luis Garcia , Samuel Pernicha e Ricardo Santos , produtores de Vinho de Talha na Adega XXVI Talhas .

Daniel António Tabaquinho dos Santos, nascido em 1923, era carpinteiro e, como acontece ainda hoje no Alentejo mais recôndito, o seu jeito para o ofício granjeou-lhe o estatuto de Mestre, algo que se alcança não pelo grau académico, mas sim pelo reconhecimento da população. É o povo que decide se fulano ou beltrano é ou não Mestre. E quando passa a tratá-lo como tal, o designativo fica para a vida, associado ao nome próprio. Mestre Daniel, portanto, fazia a sua carpintaria na adega onde também fazia o vinho, seguindo a tradição familiar. Durante três décadas produziu e vendeu vinho, a partir de 22 talhas de barro de diferentes tamanhos (algumas do século XIX) e 4 talhas de cimento armado construídas nos anos 30, ali mesmo, em Vila Alva. Após o seu falecimento, em 1985, as talhas ainda viram uvas durante alguns anos, mas a adega acabaria por fechar as portas em 1990.

Até que, em 2018, seus netos Alda e Daniel Parreira, decidiram recuperar a tradição e o legado de Mestre Daniel. Para tal, desafiaram outros dois jovens, tal como eles nascidos e criados em Vila Alva e acostumados à “cultura da talha”: o designer Samuel Pernicha e o enólogo Ricardo Santos, este último com um percurso profissional que passou pela Herdade Grande, Califórnia, Nova Zelândia, Malo Wines e Quinta do Carneiro. A eles juntou-se Luis Garcia, marido da Alda, que “ajuda em tudo um pouco” e dinamiza o enoturismo.

“Sempre foi um sonho que tivemos desde a infância”, dizem. “O objectivo, para além de reactivar adega do Mestre Daniel, sempre foi o de promover a nossa aldeia e a grande tradição do vinho de talha, com mais de 2000 anos e que tem vindo a passar de geração em geração até aos dias de hoje. Acreditamos que o vinho de talha pode trazer uma nova vida a Vila Alva.”
Quando se lançaram, em 2018, não faziam a mínima ideia de como o mercado iria reagir. A “onda” do vinho de talha estava ainda no início, pelo que foi com algum receio que fizeram apenas sete ou oito talhas nessa vindima. No ano de 2022 vinificaram já em todas as 26 talhas da adega, enchendo 24 mil garrafas. A distribuição a nível nacional, feita pela Vinalda, tem vindo a dar também outra envergadura ao projecto.

Uvas, só da freguesia…

O perfil bastante clássico dos vinhos da XXVI Talhas exige uvas muito específicas desta sub-região da Vidigueira. O projecto assenta assim em algumas pequenas parcelas de vinha das famílias de Ricardo Santos e dos irmãos Parreira e também em uva comprada a viticultores locais. Quando digo locais, é locais mesmo. “Só queremos uvas da freguesia de Vila Alva”, acentua Ricardo Santos. “E apenas de vinhas antigas, não regadas, plantadas nas zonas de xisto e granito, com castas misturadas e enxertadas no local.” Um caderno de encargos que, apesar de tudo, não é difícil de cumprir, já que, por um lado, nos arredores de Vila Alva existem diversas vinhas com estas características; e, por outro, muitos pequenos viticultores da freguesia, de idade já avançada, veem no entusiasmo destes jovens uma forma de manter as suas parcelas. As castas são o mais tradicional possível: Antão Vaz, Perrum, Roupeiro, Diagalves, Manteúdo, Trincadeira, Aragonez, Tinta Grossa.

“A aceitação dos nossos vinhos e o interesse pelo nosso projecto têm sido fantásticos”, referem. “Para além do lançamento de vários vinhos e das visitas à adega, conseguimos em maio último organizar em Vila Alva o evento ‘Vinho na Vila’, com 32 produtores e 600 visitantes, cumprindo assim o nosso outro propósito: promover a nossa aldeia”.

Vinhas da Adega XXVI Talhas.

A paixão por Vila Alva, pela sua história e cultura, está presente em todas as conversas com os membros da XXVI Talhas. E não apenas nas palavras, também nas acções. “Quando recebemos clientes ou amigos na nossa adega tentamos sempre mostrar a aldeia e outras adegas onde se produz vinho de talha, mesmo que não seja para comercialização”, dizem-me. “Saber que em breve haverá mais produtores de Vila Alva, que vão passar a certificar e a engarrafar vinho de talha, ainda nos deixa mais orgulhosos e motivados. E ideias não nos faltam para continuar a fazer mais e melhor”.

O projecto da XXVI Talhas tem todos os ovos no mesmo cesto, ou seja, só produz vinho de talha, um vinho com perfil muito específico e para um nicho de consumidores especiais. Será arriscar muito? “Penso que não”, afirma Ricardo Santos. “Estamos optimistas com o panorama actual, com cada vez mais produtores e adegas a apostar nesta técnica. E a nível internacional vemos uma procura crescente por parte de um consumidor que procura vinhos genuínos e diferenciados. O interesse das pessoas em visitar as adegas tradicionais ajuda a consolidar tudo isto. Pela nossa parte, tudo faremos para que o vinho de talha não seja apenas uma moda, mas sim algo que possa fidelizar consumidores.” E, já agora, acrescento eu, trazer gente a conhecer Vila Alva. Sem esquecer que Vila Ruiva, tão linda, está mesmo ali ao lado…

(Artigo publicado na edição de Julho de 2023)

Titan of Douro vai ter vinho do Porto e ganha nova distribuição a norte

Titan of Douro

Luís Leocádio, produtor e enólogo dos vinhos Titan of Douro, acaba de anunciar que irá ampliar, muito em breve, o seu portefólio com uma linha de vinho do Porto e uma nova marca para a região da Beira Interior. “Estas novidades são fundamentais para impulsionar a oferta de produto para um nicho de mercado específico, […]

Luís Leocádio, produtor e enólogo dos vinhos Titan of Douro, acaba de anunciar que irá ampliar, muito em breve, o seu portefólio com uma linha de vinho do Porto e uma nova marca para a região da Beira Interior.

“Estas novidades são fundamentais para impulsionar a oferta de produto para um nicho de mercado específico, que revê na marca factores de diferenciação, tais como elegância, frescura e sofisticação”, refere o Luís Leocádio.

A acompanhar este anúncio, o produtor revelou, ainda, que a empresa M. Cunha Vinhos passou a distribuir os vinhos Titan of Douro, deste o primeiro dia de Agosto, no norte e centro de Portugal, em regime de exclusividade.

Titan of Douro
Titan of Douro é um nome inspirado no fiel amigo da família, um Dogo Argentino.

“A parceria com a M. Cunha Vinhos permite-nos encarar com grande optimismo o futuro da marca Titan junto do mercado tradicional. Para uma empresa como a nossa, onde o lado humano e de proximidade revela grande importância, a identificação com o ambiente corporativo, independente do grau hierárquico na M. Cunha vinhos, a sua estrutura altamente profissionalizada e o know-how de desenvolver marca junto de um mercado cada vez mais exigente no serviço prestado, gerou de imediato uma grande empatia, acreditando que assim será possível ter uma melhor colaboração, alinhamento de metas e produtividade”, explica Luís Leocádio.

Herdade da Lisboa certificada pelo Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo

Herdade Lisboa sustentabilidade

As práticas de produção de uva e vinho da Herdade da Lisboa — propriedade da Família Cardoso na Vidigueira — foram reconhecidas, tendo alcançado a certificação do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo. Implementado pela Universidade de Évora e pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, este programa avalia como os produtores de vinho da região […]

As práticas de produção de uva e vinho da Herdade da Lisboa — propriedade da Família Cardoso na Vidigueira — foram reconhecidas, tendo alcançado a certificação do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo.

Implementado pela Universidade de Évora e pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, este programa avalia como os produtores de vinho da região desenvolvem as suas actividades agrícolas e de vinificação, oferecendo recomendações de melhoria, para aumentar a competitividade e a sustentabilidade dos vinhos do Alentejo nos mercados interno e externo.

“É com muito orgulho que recebemos esta certificação. Ser sustentável é bem mais do que poupar recursos naturais essenciais, tais como a água e a energia. Ser sustentável é apostar na economia circular, proteger e regenerar a biodiversidade que nos rodeia, aumentar a eficiência nos processos produtivos e apoiar a comunidade local. Acreditamos desta forma contribuir para um futuro melhor da nossa herdade e para as gerações futuras”, sublinha a equipa da Família Cardoso.

Segundo a empresa, os enrelvamentos naturais, corte mecânico de infestantes para evitar o uso de herbicidas, ou utilização de painéis solares, são algumas das técnicas e equipamentos sustentáveis utilizados nos cerca de 100 hectares de vinha da Herdade da Lisboa. A tecnologia também assume um papel central na adega deste produtor, construída em 2018.

Editorial: Rosa

Editorial

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Editorial da edição nrº 75 (Agosto 2023)

Parece impossível, mas passado tanto tempo desde o antigo sétimo ano dos liceus, a primeira das cinco declinações latinas que tanto me custaram aprender ainda surge, fresca, na minha cabeça sempre que se falam de rosas ou, já agora, de rosés. A inutilidade da coisa sempre me surpreendeu. Porque diabo continuo a guardar no cérebro espaço para isto? Mas, provavelmente, estarei a ser injusto com o meu esforçado professor de latim. A verdade é que os rudimentos da língua morta que me ficaram na memória tiveram algum préstimo ao longo da vida, ajudando a mais facilmente navegar pelos vocabulários de outras línguas, sobretudo as de origem latina, mas não só. No caso concreto, serviu-me também para introduzir o assunto dos vinhos com a cor das rosas, ou melhor, a cor que é suposto as rosas terem. Vinhos esses que são tema de capa desta edição de agosto da Grandes Escolhas.

Tão complexas e diversas são as declinações latinas quanto o mundo dos rosés. Tanta coisa mudou em tão pouco tempo. “No princípio era o Mateus”, parafraseando o versículo bíblico. Exaltado no estrangeiro, vilipendiado em Portugal, acusado de ser “vinho de senhoras” (curioso “insulto” este…) ou, pior ainda, nem ser vinho. Certo é que o velhinho Mateus continua a dar cartas e, acreditem, na sua versão “dry” bate muitíssimos rosés bem mais caros e engalanados.

Mas os rosés são, como acima disse, um mundo. Há-os de todas as tonalidades, intensidades, qualidades, castas, origens, teores de álcool ou açúcar. E a diversidade estende-se também ao nível de ambição. Nos últimos cinco ou seis anos são cada vez mais os rosés portugueses que se instalam, não nas competições distritais, mas na liga dos campeões. Entre os 52 rosés que Valéria Zeferino provou para esta edição, cerca de metade custa mais de €15. E muitos estão bem acima dos €20. E o melhor de tudo? Valem bem o que se paga por eles!

Já tive algumas vezes oportunidade de provar, com amigos estrangeiros que fazem da escrita de vinhos profissão, alguns dos melhores rosés nacionais ao lado de nomes grandes da Provence, incluindo a marca preferida de Uma Thurman (e os gostos da gloriosa Uma merecem toda a minha atenção). E cada uma dessas vezes eu, que em nada sou adepto do “nacional é bom”, constatei com imenso gozo a coça que os franceses levaram.

Há quem diga e escreva que o rosé é um tinto que quer ser branco ou um branco que quer ser tinto, não conseguindo nunca fazer tudo o que um tinto ou branco fazem. Permitam-me discordar com veemência. Um rosé de topo não é um mero substituto para os dias de calor. Quando é grande, é grande, tal como um branco ou um tinto. Apenas, num aspecto deixo o benefício da dúvida. Sempre acreditei que um vinho para ser grande necessita passar a prova do tempo. Acontece que o histórico de Portugal em rosés de topo é recente. Mas ainda assim, tenho em casa rosés de que gosto, com quatro ou cinco anos de idade, e que se mostram melhores do que nunca. Vamos deixá-los estar e conversamos depois.