UMA VOLTA A PORTUGAL EM COPO CHEIO: VINHOS & SABORES BRINDA AO MELHOR DO PAÍS NA FIL

O Vinhos & Sabores 2025, organizado pela Grandes Escolhas, encerrou mais uma edição de sucesso na FIL, afirmando-se como o maior e mais relevante evento do sector vínico em Portugal. Entre os dias 18 e 20 de Outubro, o Pavilhão 2 da FIL recebeu mais de 15.000 visitantes, dos quais 2.300 profissionais, que durante três […]
O Vinhos & Sabores 2025, organizado pela Grandes Escolhas, encerrou mais uma edição de sucesso na FIL, afirmando-se como o maior e mais relevante evento do sector vínico em Portugal. Entre os dias 18 e 20 de Outubro, o Pavilhão 2 da FIL recebeu mais de 15.000 visitantes, dos quais 2.300 profissionais, que durante três dias celebraram o melhor dos vinhos e sabores nacionais, num ambiente de partilha, aprendizagem e paixão pela excelência portuguesa.
Com 200 stands e mais de 350 produtores de todas as regiões do país, o evento uniu consumidores, especialistas e profissionais do sector, reafirmando a importância da proximidade entre quem produz e quem aprecia. A feira contou também com 30 compradores internacionais, oriundos de mercados como os Estados Unidos, Singapura, Suíça, Reino Unido, Países Baixos, Lituânia, Finlândia, Dinamarca, Suécia e Áustria. No Business Lounge foram agendadas quase 200 reuniões de trabalho entre mais de 60 produtores e estes importadores, consolidando o objetivo de projetar os vinhos portugueses além-fronteiras.
Para João Geirinhas, diretor de negócio da Grandes Escolhas, “o Vinhos & Sabores tem procurado acrescentar valor à presença dos produtores, criando pontes com o exterior e ampliando o alcance da nossa produção. Portugal é o único dos grandes exportadores europeus que ainda não tem uma feira de vinhos orientada para a exportação — quisemos colmatar essa lacuna e reforçar o esforço colectivo de internacionalização”. O responsável sublinhou ainda o papel da feira como elo de ligação entre produtores e consumidores: “Esta é uma feira que dá rosto ao sector. É aqui que os produtores encontram o consumidor que valoriza o seu trabalho, e onde o público descobre as pessoas e as histórias por trás de cada garrafa. É este contacto directo que cria um elo emocional e que faz crescer as marcas portuguesas.”
Entre os grandes momentos do evento, destacou-se o showcooking “Sabores ao Centro”, uma iniciativa do Turismo do Centro que reuniu oito chefes embaixadores, celebrando a ligação entre vinhos e ingredientes da região e promovendo a autenticidade da gastronomia nacional. A componente profissional e a experiência gastronómica voltaram assim a cruzar-se, reforçando o papel do Vinhos & Sabores como uma montra global da excelência portuguesa.
Para os apreciadores mais exigentes as 12 Provas Especiais foram um momento alto, permitindo conhecer a fundo projectos relevantes e vinhos raros e valiosos, devidamente comentados e enquadrados por especialistas ou pelos seus produtores e enólogos.
A visita oficial contou com a presença de um representante do Ministro da Agricultura e Mar, os presidentes do IVV, ViniPortugal, das CVRs, do Turismo de Portugal, ERT de Lisboa, da CAP, da ACIBEV e da ASAE, reforçando a força e a importância do Vinhos & Sabores enquanto plataforma estratégica para a valorização do turismo, dos vinhos e da gastronomia nacional.
Ao longo de três dias, o Vinhos & Sabores 2025 voltou a provar porque é o evento vínico de referência em Portugal, unindo negócios, conhecimento, gastronomia e cultura. Uma celebração do que de melhor se faz no país, que reforçou o dinamismo, a resiliência e o prestígio internacional dos vinhos portugueses.
Consulte as imagens do evento AQUI
Vinho, arte e empreendedorismo em conversa

O Museu do Design e da Moda (MUDE) foi o palco perfeito para o “desfile” do Destemido, o vinho mais imponente da Casa Ermelinda Freitas, com um rótulo fora da caixa (literalmente), idealizado e elaborado pela artista plástica Olga Noronha. Esta obra invulgar serviu de pretexto para abordar o tema da ligação entre o vinho […]
O Museu do Design e da Moda (MUDE) foi o palco perfeito para o “desfile” do Destemido, o vinho mais imponente da Casa Ermelinda Freitas, com um rótulo fora da caixa (literalmente), idealizado e elaborado pela artista plástica Olga Noronha. Esta obra invulgar serviu de pretexto para abordar o tema da ligação entre o vinho e a arte, tema que permite olhar para o vinho de uma forma diferente, especialmente nos tempos em que certas instituições teimam em “quase criminalizar o consumo de vinho, sem perceber que é uma cultura milenar”, como bem mencionou o jornalista Edgardo Pacheco, moderador desta conversa.
O empreendedorismo feminino sempre foi a marca distintiva da Casa Ermelinda Freitas. Pragmáticas e destemidas, as mulheres de várias gerações levaram adiante o negócio familiar, já que os homens da família faleciam muito cedo. Com este vinho especial, Leonor Freitas decidiu homenagear o pai, Manuel João de Freitas. Recorda que, no meio rural, a separação entre homens e mulheres era muito acentuada, no entanto, o pai “nunca teve medo das críticas e do controlo social”; gostava de sair da região, percorria o país de bicicleta e tinha uma enorme vontade de aprender. “Foi ele que incentivou a minha mãe a tirar a carta de condução, deu-me as asas para eu poder voar e contribuiu muito para que a Casa Ermelinda Freitas seja hoje o que é”, conta a empresária. Assim nasceu o conceito do “Destemido”.
A artista Olga Noronha explicou o processo de criação do rótulo tridimensional. Sendo o metal o seu “material de eleição”, em vez de um rótulo em papel, idealizou uma “escultura em pequena escala”, que não está totalmente agarrada à garrafa, ultrapassando os limites do vidro. A peça representa a Península de Setúbal, retratando a fluidez e a transparência do vinho. Nenhum rótulo é idêntico a outro, ou não fosse cada um feito à mão. A garrafa é apresentada numa caixa de madeira de cedro, com um bar top à parte, permitindo a reutilização após o vinho ser consumido, transformando-se numa peça decorativa. Como resume Jaime Quendera, enólogo da Casa Ermelinda Freitas e grande parceiro de negócios de Leonor Freitas, “o cliente que comprar este vinho, compra uma obra de arte.”
O Destemido Reserva 2021 foi produzido numa edição limitada de 2025 garrafas, que não será repetida. A respectiva nota de prova pode ser consultada no site da Grandes Escolhas. V.Z.
Setúbal celebra o enoturismo e o São Martinho

A Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal apresenta um vasto programa de actividades, onde o vinho, a gastronomia e a cultura ganham protagonismo, no âmbito do Dia Mundial de Enoturismo, que, este ano, se comemora a 9 de Novembro. E nem o Dia de São Martinho escapa aos festejos tradicionais. Comece-se a festa com […]
A Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal apresenta um vasto programa de actividades, onde o vinho, a gastronomia e a cultura ganham protagonismo, no âmbito do Dia Mundial de Enoturismo, que, este ano, se comemora a 9 de Novembro. E nem o Dia de São Martinho escapa aos festejos tradicionais. Comece-se a festa com as “Adegas de Portas Abertas”, com a José Maria da Fonseca (8/11, às 11h30), a Bacalhôa (8/11, às 11h30), a Filipe Palhoça Vinhos (15/11, às 10h30), Adega de Palmela (15/11, às 16h00), Casa Ermelinda Freitas (16/11, às 10h30), Herdade da Comporta (22/11, às 16h30), Venâncio da Costa Lima (22/11, às 10h30), Quinta de Catralvos (29/11, às 11h00), Herdade Canal Caveira (29/11, às 11h00 e às 15h00). O programa (6,50€) inclui visitas guiadas com provas de um vinho, recebendo uma oferta de uma garrafa de vinho.
Mas as experiências não ficam por aqui. A 31 de Outubro, às 19h00, há “Halloween na Adega” (18€/adulto e 10€/criança, dos três aos 17 anos; 50€ para famílias de 2 adultos + 2 crianças) da Casa Museu José Maria da Fonseca, em Vila Nogueira de Azeitão. As crianças têm direito a prova de sumos, enquanto os adultos são convidados a degustar três vinhos. A harmonização é feita com produtos regionais, e complementada com a oferta de um “Kit Halloween”, com os mais novos a serem igualmente contemplados, além de um desconto de 10% na loja da adega no dia da atividade (Te.: 212 198 940). Na mesma data, mas a partir das 22h00, a ASL Tomé, no Pinhal Novo, é palco de “Stand Up Comedy na Adega” (7,50€), que promete uma noite descontraída e divertida (WhatsApp: 932 329 259).
Com um carácter mais sério, é dado início ao “Curso de Iniciação à Prova de Vinhos” (90€), na Humus Farm, em Fernando Pó, a 1 de Novembro, sessão que culmina com um almoço de convívio, incluindo certificado de participação (reservas: info@humusfarm.com). Com o Dia de São Martinho a aproximar-se a passos largos, é dado início ao “S. Martinho n’Adega” (38€/adulto e 19 €/criança, dos cinco aos nove anos) da Venâncio da Costa Lima, na Quinta do Anjo, a 8 de Novembro, às 16h00, com visita guiada à adega e degustação regional com um desfile de iguarias, em que não irão faltar as castanhas assadas e, claro, Água Pé e Moscatel de Setúbal, com a possibilidade de agendar sessões para grupos entre 4 e 7 de Novembro (Tel.: 212 888 020 ou 917 764 685).
No Dia Mundial do Enoturismo, há “Magusto na Quinta de Catralvos” (17,50€/adulto e 5,50€/criança, dos sete aos 12 anos), em Azeitão, entre as 12h00 e as 19h00, com entrada livre, venda de vinhos e petiscos. No mesmo dia, das 13h00 às 18h00, a Casa Ermelinda Freitas, em Fernando Pó, promove o “São Martinho Solidário”. Parte do valor da entrada reverte para a aquisição de uma ambulância para os Bombeiros Voluntários de Águas de Moura (Tel.: 915 290 729). A Herdade da Comporta, na Comporta, abre as portas para o “Comporta Open Day”, com visitas guiadas gratuitas às 15h00 (inglês) e 17h00 (português). Inclui a oferta de um voucher de 10% de desconto em compras na loja da adega no mesmo dia. Às 16h00 do mesmo dia, a Adega de Palmela realiza o “Magusto na Adega” (35€/adulto e 17,50€/criança, dos cinco aos nove anos), com visita guiada, fado na Cave de Barricas e prova do primeiro vinho da colheita 2025, e do vinho Abafado, acompanhado por castanhas assadas e produtos regionais (Tel.: enoturismo@acpalmela.pt).
De 9 a 11 de Novembro, decorre o “São Martinho na Casa Museu” José Maria da Fonseca (27€/adulto e 8€/criança, dos três aos 17 anos; 63€ para famílias de 2 adultos + 2 crianças), com visitas guiadas, prova especial de sumos, para os mais novos, e degustação de dois vinhos, para adultos, acompanhadas por produtos regionais. A oferta é complementada com um “Kit Crianças”, uma caixa de lápis e desenhos, e o “Kit São Martinho”, com castanhas e uma garrafa de vinho tinto, além do desconto de 10% na loja da adega no dia da atividade (Tel.: 212 198 940). “Vai à Adega e Prova o Vinho” é o desafio lançado pela ASL Tomé, para o dia 11 de Novembro, das 14h00 às 18h00, com oferta de uma prova de vinho novo e venda de Água-Pé, bifanas e entremeadas. A entrada é livre.
De 21 a 23 de Novembro, Palmela recebe o Festival do Moscatel, no Largo e Capela de S. João, que contará com Mercado do Moscatel de Setúbal, provas comentadas e showcookings, bem como provas e vendas de vinhos. A entrada é livre e as provas são feitas mediante aquisição de copo oficial do evento (E-mail: info@rotavinhospsetubal.com).
O circuito por adegas acontece a 29 de Novembro, sob o tema “By Road – Rota das Vinhas do Pó” (50€/adulto, 22€/criança, dos quatro aos 12 anos). Começa pelas 10h00 e inclui as visitas à Filipe Palhoça Vinhos, no Poceirão, com prova de Moscatel de Setúbal, à Fernão Pó, com degustação vínica e de tábua de queijo e compotas, e visita à Casa Ermelinda Freitas, com almoço típico e visita ao núcleo museológico (E-mail: info@rotavinhospsetubal.com). À parte, há “Fado na Adega” da Filipe Palhoça Vinhos
Ainda no mesmo dia, 29 de novembro, às 19h30, a casa Filipe Palhoça Vinhos, em Poceirão, encerra o mês com o evento “Fado na Adega” (55€), com um desfile de pratos ao jantar, que promete boa comida e bons vinhos (Tel.: 265 995 886).
Quem são os vencedores das Bolsas Barca-Velha?

Leila Killoran e Sera Svitlana Karamshuk são as duas vencedoras das Bolsas Barca-Velha Golden Vines® MW 2025, uma iniciativa da Sogrape desenvolvida em parceria com a Fundação Gérard Basset e Liquid Icons. A iraniana Leila Killoran cresceu no Reino Unido. Após a interrupção do programa Master of Wine (MW), devido à pandemia, concluiu o diploma […]
Leila Killoran e Sera Svitlana Karamshuk são as duas vencedoras das Bolsas Barca-Velha Golden Vines® MW 2025, uma iniciativa da Sogrape desenvolvida em parceria com a Fundação Gérard Basset e Liquid Icons. A iraniana Leila Killoran cresceu no Reino Unido. Após a interrupção do programa Master of Wine (MW), devido à pandemia, concluiu o diploma em viticultura e enologia, no Plumpton College, e, com a mãe, investiu numa vinha próxima de Limoux. A ampla experiência prática vai permitir que retome o rumo ao título de MW. A ucraniana Sera Svitlana Karamshuk, residente no Reino Unido, possui o doutoramento em química, completou o Diploma WSET. Actualmente, leciona na WSET School de Londres e acumula o papel de Embaixadora do Vinho Ucraniano com o de educadora digital (@sera_crow). O objectivo de vida é modernizar a linguagem associada ao ensino e à comunicação do vinho, de modo a tornar este sector mais acessível e inclusivo para a próxima geração.
Cada vencedor recebe um apoio financeiro total de 40145,52€. Este valor é destinado a cobrir os custos do programa MW, desde propinas e deslocações a despesas com um programa de estágio personalizado. Os vencedores têm ainda a oportunidade de visitar as vinhas e adegas da Sogrape no Douro, Porto e noutras regiões do país, no sentido de aprender diretamente com a equipa de especialistas desta empresa familiar. A experiência inclui ainda o acesso a mentores de renome mundial, incluindo membros do painel de júri das bolsas, como Richard Bampfield MW, Nina Basset FIH, Jancis Robinson OBE MW e Luís de Sottomayor, Enólogo da Casa Ferreirinha.
As Bolsas Barca-Velha Golden Vines® MW assumem o compromisso da visão estratégica da Sogrape no sentido de investir na educação, diversidade e inovação, bem como na sustentabilidade no sector vitivinícola.
João Portugal Ramos no Mercado de Estremoz

Chama-se Bottle Shop & Wine Bar. Trata-se do quiosque da João Portugal Ramos. Está localizado na Praça do Rossio, junto ao mercado da “cidade branca” do Alentejo, onde o vinho é celebrado a par com petiscos regionais e a descontração do local, em que as antiguidades e os produtos da terra, há muito, tornaram este […]
Chama-se Bottle Shop & Wine Bar. Trata-se do quiosque da João Portugal Ramos. Está localizado na Praça do Rossio, junto ao mercado da “cidade branca” do Alentejo, onde o vinho é celebrado a par com petiscos regionais e a descontração do local, em que as antiguidades e os produtos da terra, há muito, tornaram este espaço célebre na esfera do comércio tradicional.
Além do vinho a copo, é possível adquirir garrafas, no sentido de prolongar a garrafa em casa, para degustar em família e partilhar com os amigos. Mas a experiência pode ir mais além, ou não fosse este quiosque, ponto de partida para vivenciar os programas de enoturismo disponíveis na adega Vila Santa, fundada em 1997 e situada a escassos quilómetros do centro de Estremoz.
Vera Magalhães, Directora do Enoturismo do Grupo João Portugal Ramos, reforça: “queríamos criar um espaço que fosse mais do que um ponto de venda de vinhos, um verdadeiro local de encontro, onde o vinho é partilhado com amigos, com a comunidade e com quem nos visita. O quiosque de vinhos é a nossa forma de trazer um pouco da nossa adega para o centro de Estremoz.”
O primeiro Master of Port Portugal já tem vencedor

Chama-se Vasile Grebencea. É natural da Moldávia, escanção e proprietário do Dogma Wine Bar, na “Invicta”. Eis o vencedor da primeira edição portuguesa do concurso Master of Port e o 25º a nível mundial, que decorreu no Palácio da Bolsa, na cidade do Porto. Com esta distinção, passa a assumir o papel de embaixador do […]
Chama-se Vasile Grebencea. É natural da Moldávia, escanção e proprietário do Dogma Wine Bar, na “Invicta”. Eis o vencedor da primeira edição portuguesa do concurso Master of Port e o 25º a nível mundial, que decorreu no Palácio da Bolsa, na cidade do Porto. Com esta distinção, passa a assumir o papel de embaixador do Vinho do Porto, representando e promovendo este símbolo nacional junto de consumidores, profissionais e mercados internacionais. Quanto ao currículo, consta que Vasile Grebencea faz parte da Associação de Escanções de Portugal (AEP) e é bacharel em Marketing, passou por casas de referência, como a Portologia – La Maison des Porto (Porto), o Bahr & Terrace (Lisboa), a Lisbon Winery (Lisboa) – e, paralelamente, colabora como tradutor oficial da winemaster.tv. O pódio desta edição ficou completo com Maria Pinto, em 2º lugar, e Luís Carreira, a ocupar a 3ª posição.
De acordo com Tiago Paula, Presidente da Associação dos Escanções de Portugal (AEP), “esta estreia em Portugal é um marco histórico para a profissão de escanção e para a valorização do Vinho do Porto. É o reconhecimento do trabalho, dedicação e conhecimento dos profissionais portugueses, que hoje se afirmam ao mais alto nível.”
O Master of Port, criado em França, em 1988, consiste na única competição mundial inteiramente dedicada a uma denominação de origem protegida, o Vinho do Porto. No decorrer do concurso, os participantes são avaliados através de provas teóricas e práticas, que testaram o conhecimento sobre produção, história, marcas, colheitas, harmonizações e serviço deste tipo de vinho. O Master of Port Portugal é uma organização conjunta do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP, IP) e da AEP, entidades que partilham o objetivo comum de promover o conhecimento, a excelência e a valorização da cultura do Vinho do Porto.
Adega de Borba celebra “bodas de vinho”

Borba, uma das oito sub-regiões do Alentejo vitivinícola, foi, desde sempre, uma região com uma forte relação com a cultura da vinha e do vinho, legado deixado, há cerca de dois mil anos, pelos romanos. A herança persiste e “os habitantes daqui sempre sobreviveram à custa da uva e do vinho, digamos assim”, afirma Óscar […]
Borba, uma das oito sub-regiões do Alentejo vitivinícola, foi, desde sempre, uma região com uma forte relação com a cultura da vinha e do vinho, legado deixado, há cerca de dois mil anos, pelos romanos. A herança persiste e “os habitantes daqui sempre sobreviveram à custa da uva e do vinho, digamos assim”, afirma Óscar Gato, enólogo principal e membro do conselho de administração da Adega de Borba.
Como tal, em tempos idos, em Borba, os pequenos viticultores vendiam as uvas a outros viticultores e estes, por sua vez, faziam o vinho com matéria-prima própria e comprada. Parte da venda do produto ao consumidor final estava nas mãos dos intermediários, que, no fundo, detinham a mais-valia neste negócio. Mas esta ação nem sempre era consolidada, o que acarretava dificuldades aos produtores, as quais eram acrescidas “com o valor residual recebido em troca do vinho”, recorda Óscar Gato. Este cenário, comum em todo o país e, em particular, neste concelho alentejano quase raiano, determinou o surgimento do movimento do associativismo.
Face a esta realidade, em 1955, um grupo de 12 pessoas procedeu à escritura dos estatutos da Adega Cooperativa de Borba, uma das primeiras a ser constituída em Portugal. Cerca de três anos mais tarde, contavam com a participação de 60 viticultores, que, em 1958, entregaram as uvas todas a esta casa. Esse ano foi marcado pela produção de 500 mil litros de vinho e pela venda direta do produto ao consumidor final. Um ano depois, foi feito o primeiro ‘enogarrafonamento’ do vinho, ou seja, em vez da venda a granel, o vinho passou a ser vendido em garrafão, como explica o enólogo principal, relembrando que, à época, os ditos recipientes eram revestidos, no exterior, com palhinha. Como a reutilização estava tão em voga, o revestimento evoluiu para o plástico, para facilitar a higienização do garrafão. O primeiro enchimento em garrafa aconteceu em 1961, “a então famosa garrafa de litro com as cinco estrelas, que também era reutilizável”, relembra Óscar Gato.
Esta nova era incentivou a Junta Nacional da Vinha e do Vinho a promover um concurso de vinhos anual. A participação nestas competições por parte da Adega de Borba valeu-lhe a conquista de diversas distinções para brancos e tintos, como a recebida pelo célebre Reserva 1983. “Estes prémios alavancavam a notoriedade destes vinhos, de forma que chegassem aos grandes centros urbanos, nomeadamente a Lisboa, onde o consumo era muito maior”, frisa Óscar Gato.
Do total de 230 produtores de uva, 100 estão certificados no âmbito do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo e, simultaneamente, representam 85% da área total de vinha. “Destes sócios, a maioria começou, há 20 anos, com o sistema de Proteção Integrada”
2003, o ano do novo capítulo
Na década de 80 do século XX, a vinha, vincadamente tradicional, coassociada com oliveiras e árvores de fruta, passou a ter uma abordagem diferente, com a criação, em 1985, da Associação Técnica dos Viticultores do Alentejo (ATEVA). Constituída por engenheiros agrónomos, esta entidade tinha – e ainda tem – como objetivo apoiar os viticultores na transição da vinha tradicional para a vinha extreme. Ou seja, “vinha em contínuo, aramada, arrumada e com maiores condições para a mecanização”, esclarece Óscar Gato. Definir as castas principais, de modo a serem as eleitas na reestruturação da vinha, foi outro dos factores postos em prática pela ATEVA.
Um ano antes, em 1984, a Adega de Borba, tinha estabelecido normas quantitativas e qualitativas inerentes à produção. “Foi como arrumar a casa.” Assim, ficaram estabelecidas as operações que o viticultor tinha de aplicar no terreno com a tónica na qualidade do produto. Esta ação foi apenas o preâmbulo do que veio a acontecer poucos anos depois, o surgimento da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) criada em 1989. “O primeiro vinho certificado pela CVR a chegar ao mercado foi um vinho branco da Adega de Borba, da colheita de 1989, um VQPRD Borba”, recorda Óscar Gato.
No começo do século XXI, é feito o investimento em infraestruturas, com a ampliação do edifício da adega, no sentido de dar resposta à crescente produção de vinho associada ao aumento do número de associados, tal como o fizeram décadas antes. Acresce a aquisição de barricas e de equipamento de vinificação e engarrafamento moderno e é dado um passo em frente no âmbito da profissionalização dos quadros da adega, com ênfase na parte económico-financeira, no controlo de qualidade, na enologia, bem como na criação da função de diretor-geral, entre outros cargos. “No fundo, foi feita a repartição de responsabilidades dentro da adega”, reforça o enólogo que, a partir de 2003, integra a equipa da casa. Estava aberto o novo capítulo da Adega de Borba, que passou a adotar um vincado carácter empresarial. Porém, as mudanças não ficaram por aqui.
20 anos de sustentabilidade
À época, contabilizavam-se três centenas de sócios. Hoje, são 230. De acordo com Óscar Gato, esta redução deve-se ao crescimento do escalão etário atual dos viticultores, embora haja “alguns jovens com interesse e/ou herança nesta cultura”. O número de associados traduz-se em 2200 hectares de vinha, dos quais 70% estão ocupados por castas tintas, enquanto os restantes 30% estão reservados às brancas, num total de cerca de 40 variedades de uva distribuídas pelas 1600 parcelas espalhadas pelos concelhos de Borba, Estremoz, Sousel, Terrugem (no concelho de Elvas), Vila Viçosa, Alandroal.
Do total de 230 produtores de uva, 100 estão certificados no âmbito do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo e, simultaneamente, representam 85% da área total de vinha. “Destes sócios, a maioria começou, há 20 anos, com o sistema de Proteção Integrada e já com cuidados acrescidos na instalação da vinha, na escolha do porta-enxerto mais aconselhado e nas castas que interessam ao viticultor, enquanto produtor de uva, mas também sob o ponto de vista enológico”, elucida Óscar Gato. Do ponto de vista sanitário, o enólogo principal da Adega de Borba destaca a supressão de produtos fitossanitários agressivos para a fauna e a flora, ação assumida desde 2005, na vinha. “Este sistema de Proteção Integrada rapidamente evolui para Produção Integrada, com regras ainda mais exigentes, como o enrelvamento, pelo menos, em linhas intercaladas”, pelo que quando a Adega de Borba passou a fazer parte do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo “já vinha com muita sustentabilidade”, ou seja, esta responsabilização ambiental começou muito antes, em 2005. Poupança da água e da energia, reciclagem de cartão, plástico e vidro, controlo natural de temperatura e não inclusão dos aparelhos de ar condicionado são algumas das medidas implementadas desde então.
Óscar Gato dá ainda como exemplo a nova adega. Concluído em 2012, este edifício está munido com claraboia, para facilitar a entrada de luz e minimizar o desperdício de eletricidade; um enorme pé direito, com uma caixa de ar que permite o controlo das amplitudes térmicas, sem ter de se recorrer à instalação de aparelhos de ar condicionado; parte do topo tem enrelvamento, com o propósito manter a baixa temperatura no interior; e as paredes exteriores estão revestidas com alvéolos de mármore, que fazem ensombramento, com a finalidade de evitar a incidência direta da luz solar.
Tudo isto permitiu que Borba fosse a primeira adega cooperativa do Alentejo a ser certificada em uva e em vinho, ambos a 100%, a partir da colheita de 2020, no contexto do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo.
“Sempre se consideraram produtores de uva, para fazer vinho. No fundo, os proprietários da adega são os associados”, enaltece Óscar Gato
O solo, o clima e as serras
“Podemos afirmar que estamos numa zona privilegiada, porque basicamente estamos entre duas serras, o que acaba por marcar muito o terroir de Borba. A sul, temos a serra d’Ossa e, a norte, está a serra de Portalegre”, descreve Ricardo Silva, enólogo da Adega de Borba desde 2024 e membro do conselho de administração desta casa. Ou seja, cada uma dista, respetivamente e em linha reta, cinco e 50 quilómetros de Borba.
“Além de estarmos entre estas duas serras e de grande parte das nossas vinhas se situar a uma altitude média de 400 metros – estamos num planalto, que é o eixo dos mármores –, que liga Sousel a Vila Viçosa, temos, essencialmente, dois tipos de solos: os argilo-xistosos e os argilo-calcários”, continua Ricardo Silva. O planalto é um maciço calcário que faz a transição para o xisto, dando origem a solos “mais delgados”, nas palavras de Óscar Gato, a sul, e a argila, mais a norte, convertida em solos mais férteis.
O mais recente enólogo da Adega de Borba foca a importância das grandes amplitudes térmicas: “temos dias com 40 °C e noites de 18, 20 °C.” Realça ainda os benefícios dos nevoeiros matinais quase diários na parte sul, onde há um vale, junto à serra d’Ossa. “Isso permite que a maturação das uvas ocorra de uma forma mais controlada. Conseguimos não ter tanta degradação dos ácidos, a maturação fenólica acaba por acompanhar a maturação alcoólica e isto resulta em vinhos com uma acidez mais natural, uma fruta mais pura, mais expressiva. Não temos uvas excessivamente maduras ou muito desidratadas”, declara Ricardo Silva. Estão, assim, reunidas as condições benéficas para a vinha e para o vinho, em relação ao qual Óscar Gato evidencia a frescura conferida pela acidez natural das uvas.
Em jeito de conclusão, o enólogo principal da Adega de Borba enumera três palavras-chave no que toca aos vinhos da Adega de Borba: equilíbrio, estrutura e elegância.
Vindima de filigrana
Desde há seis anos que Óscar Gato e a sua equipa elucidam cada viticultor para a compra de plantas certificadas, com o propósito de ficar com o registo da casta e do clone associado a cada uma, bem como do porta-enxerto, com o respetivo clone. Esta informação permite abrir caminho a experiências no terreno, no sentido de “perceber a adaptação cultural desta casta com este clone, com este porta-enxerto nos diferentes terroirs”, fundamenta o enólogo principal. Ao fim de cinco anos, já é possível obter a informação necessária acerca de cada clone.
“Por isso, é que nós olhamos para esta adega como uma empresa há muitos anos”, reforça Óscar Gato. Neste contexto, ambos falam sobre quão relevante é informar os sócios nas assembleias gerais, em reuniões e nas ações de formação, através das quais todos também têm acesso à grelha de valorização respeitantes a cada variedade de uva, a qual permite otimizar eficazmente a vinha.
À informação, soma-se a mais-valia de segregar e rastrear. A Adega de Borba detém toda a informação sobre cada garrafa que está à venda, assim como o registo acerca de todas as vinhas dos viticultores, através dos cadernos de campo de cada um. Na etapa final, mais concretamente na fase da maturação das uvas, cada associado dirige-se à Adega de Borba, para deixar amostras dos bagos, para análise. “Consoante o resultado obtido, são informados sobre quando a vindima é recomendável”, diz o enólogo principal.
A minúcia do trabalho realizado na Adega de Borba começa na vinha. E a vindima é o expoente máximo da vida de cada viticultor associado. “Apesar da nossa dimensão, conseguimos fazer vinificações separadas, casta por casta, por tipos de solo, em volumes maiores, em volumes mais pequenos, com grande precisão”, assegura Ricardo Silva.
A responsabilização por parte dos associados não fica por aqui. “Todos os sócios têm de entregar a totalidade da uva à adega. Não podem vender uvas a terceiros. Se o fizerem, não estão a cumprir com os estatutos e podem ser excluídos”, afirma Óscar Gato. Em contrapartida, “mesmo em anos difíceis, a adega não compra vinho a terceiros”, garante.
O enólogo principal da casa assegura ainda que os produtores de uvas encaram a Adega de Borba como muito mais do que o local onde é depositada a matéria-prima. “Sempre se consideraram produtores de uva, para fazer vinho. No fundo, os proprietários da adega são os associados”, enaltece Óscar Gato. A somar à venda da uva, cada associado é embaixador do vinho da Adega de Borba, que não assume apenas o papel de receber as uvas e as transformar em vinho. Há ainda o compromisso do pagamento. “Somos das poucas adegas do país a pagar as uvas a tempo e horas. O viticultor vê o trabalho recompensado através do que recebe pelas uvas e essencialmente por receber o dinheiro atempadamente. Antes de começar a vindima do ano seguinte, tem as uvas do ano interior pagas”, afiança Ricardo Silva.
Afiança Óscar Gato: “nós, neste momento, não temos falta de vinho branco para o mercado. Porquê? Porque estamos regulados com o mercado.”
Branco ou tinto?
Segundo Óscar Gato, nos anos 1950, Borba teria sensivelmente 50% de castas brancas e 50% de variedades tintas. “Se recuarmos mais no tempo, é provável que cheguemos à conclusão que teríamos 60% de [castas] brancas e 40% de tintas”, analisa. Certo é que, face ao panorama nacional, o vinho tinto foi conquistando terreno, em consequência das exigências do mercado.
No contexto da Adega de Borba, nas últimas duas décadas, o trabalho efetuado a par com os associados tem servido de pêndulo, com o propósito de regular a quantidade de castas brancas e tintas plantadas nas vinhas, consoante as necessidades da casa septuagenária. Afiança Óscar Gato: “nós, neste momento, não temos falta de vinho branco para o mercado. Porquê? Porque estamos regulados com o mercado.”
O teor alcoólico do vinho, muitas vezes determinado pelas condições climáticas, é outra das questões em debate. Contudo, “dentro do Alentejo, somos um bocadinho privilegiados, porque temos a possibilidade de colher uvas brancas, por exemplo, com 11 ou 11,5 °C e com boa maturação, e isso reflete-se na nossa grelha de valorização”, assevera Ricardo Silva. De acordo com esta tabela, os viticultores que entregarem uva entre os 11 e os 13 °C recebem 100% da valorização, enquanto nos tintos a mesma condição é estabelecida às uvas com grau alcoólico entre 12 e 15 °C. Para a base de espumante, o desafio é apresentado a um associado específico, as uvas podem entrar na Adega de Borba com 10,5 °C. Neste caso, “valorizamos a 100%, porque é uma necessidade nossa”, reforça Ricardo Silva.
Na base dos vinhos brancos constam três variedades autóctones do Alentejo: Roupeiro, Rabo de Ovelha e Antão Vaz. A este trio junta-se a Arinto. A Adega de Borba conta igualmente com outras variedades adaptadas a esta sub-região, como Alvarinho, Loureiro, Gouveio, Verdelho, Encruzado, Riesling e Viognier, que representam 10% a 15% do encepamento. Nos tintos, a Aragonez possui, de longe, a maior representatividade no universo dos associados da Adega de Borba. Seguem-se a Syrah, a Alicante Bouschet, a Trincadeira, a Periquita e a Touriga Nacional.
Diversidade e rejuvenescimento
Ao longo dos últimos anos, a Adega de Borba tem alinhado o perfil dos vinhos com o preço. Nas palavras de Óscar Gato, é dada uma atenção especial à relação qualidade/preço: “temos vindo a oferecer diversidade ao nosso consumidor a um preço justo e o preço justo é o reconhecimento do preço real do mercado do vinho.”
Dentro dos 11 milhões de litros de vinho produzidos, em média, todos os anos, Ricardo Silva avança: “temos os nossos produtos tradicionais, mas também temos de ter capacidade de estar atentos às tendências do mercado.” O borbic – produto, cuja base é o Adega de Borba licoroso branco, ao qual são adicionados água tónica q.b., gelo e hortelã – é um desses exemplos. A este segue-se o lançamento, para breve de, pelo menos, dois outros produtos, a pensar na nova geração de consumidores. O enólogo defende a comunicação dirigida aos jovens, através da produção de “vinhos com menor teor alcoólico e uma imagem mais forte”. A gama Senses, nome atribuído aos monovarietais da Adega de Borba, serve como modelo neste contexto, igualmente graças à nova imagem, “totalmente disruptiva”, segundo Ricardo Silva, apresentada ao mercado no dia 6 de agosto, com a colheita Senses Viognier 2024.
Por outro lado, importa evidenciar as joias da coroa da Adega de Borba, como as cinco aguardentes (três bagaceiras e duas vínicas) ou o Reserva, com o icónico rótulo de cortiça, que, com a passagem do tempo, tem vindo a ser modernizado. “Não é uma inovação, mas sim o rejuvenescimento da tradição”, defende Óscar Gato, referindo-se a esta linha, cuja primeira colheita data de 1964.
Já o vinho de talha, processo ancestral adequado aos novos tempos, sobretudo quando o enfoque está no baixo teor alcoólico, é feito desde 2015, ano da primeira colheita do tinto. “Mas nem todos os anos comercializamos vinhos de talha e sobre a alçada do designativo Vinho de Talha Alentejo, só a partir de 2017” A primeira colheita de branco é de 2021.
Naturalmente, são sempre de evidenciar as edições de vinhos mais raros e especiais, como os recentemente apresentados (e provados na edição de junho desta revista) para comemorar, precisamente, os 70 anos da casa: Havendo Tempo, branco de 2023 e tinto de 2021, e Adega Cooperativa de Borba Edição Especial, branco de 2021 e tinto de 2011, este último recuperando a rotulagem dos primeiros anos de atividade da adega.
E como a comida é parte substancial do vinho, o enólogo principal assegura que a Adega de Borba tem capacidade de resposta. Prova maior está no Restaurante Adega de Borba, meca da gastronomia alentejana e da arte de bem cozinhar, situado paredes meias com a loja de vinhos. Eis duas montras do portefólio vínico da casa, que podem ser degustados in situ ou na sala de provas da adega erguida em 2012, a qual dista aproximadamente 350 metros da original.
Óscar Gato dá ainda como exemplo a nova adega. Concluído em 2012, este edifício está munido (…) um enorme pé direito, com uma caixa de ar que permite o controlo das amplitudes térmicas, sem ter de se recorrer à instalação de aparelhos de ar condicionado
Casa septuagenária de boa saúde
A avaliar pela imagem do novo rótulo da gama Senses e pela integração do jovem enólogo Ricardo Silva no conselho de administração, a análise feita à Adega de Borba é promissora. Embora ocupe o cargo há um ano, já faz parte desta casa há 20 anos. “O meu pai é viticultor associado da Adega de Borba. Sempre o acompanhei e estive sempre muito próximo da adega.”
Para Ricardo Silva, foi como voltar às raízes, acima de tudo pelos valores, destacando o rigor e o profissionalismo do trabalho efetuado dentro da Adega de Borba desde 2003. “Por isso, vejo os próximos 70 anos a serem feitos como os últimos 20: a inovar e a não ter medo de experimentar, mas sempre com o sentido crítico e o rigor em relação à viticultura e à gestão, dois elementos fundamentais para que uma cooperativa tenha sucesso. Tudo o resto tem a ver com o trabalho efetuado pela empresa”
Óscar Gato, a exercer funções na Adega de Borba desde 2003, enfatiza a importância de uma cooperativa ser gerida como uma empresa: “tem de haver custos, receitas, despesas… A distribuição é feita pelos donos da cooperativa, que são os associados.” O enólogo principal salienta ainda a importância de manter o interesse dos mais jovens na atividade vitícola, “porque é necessário manter a paisagem vitícola, para evitar a desertificação e garantir a sustentabilidade social, ou seja, preservar a família e quem trabalha na vinha”. Sem esquecer a questão ambiental, fundamental no contexto da proteção do ecossistema e, em particular, das videiras, nem a parte económica, que assegura a permanência da residência dos locais. “Esta passagem de testemunho para as gerações vindouras é fundamental para manter o negócio da uva e do vinho”, remata.
(Artigo publicado na edição de Setembro de 2025)
15 anos de Bagos D’Ouro com Wine Party

A 25 de Outubro, entre as 17h00 e as 21h00, a Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, em Sabrosa, no distrito de Vila Real, recebe uma Wine Party, para celebrar o 15º aniversário da Bagos D’Ouro. O evento promovido pela associação une solidariedade, cultura e vinho, e realiza-se, pela primeira vez, no coração da […]
A 25 de Outubro, entre as 17h00 e as 21h00, a Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, em Sabrosa, no distrito de Vila Real, recebe uma Wine Party, para celebrar o 15º aniversário da Bagos D’Ouro. O evento promovido pela associação une solidariedade, cultura e vinho, e realiza-se, pela primeira vez, no coração da referida região vinhateira, reunindo 20 produtores deste território vitivinícola. O ambiente de convívio será igualmente acompanhado pelos ritmos do DJ Zecassete e a promessa de castanhas assadas a preceito a rimar com o Outono.
No programa também está contemplada a apresentação do livro “Era uma vez a Bagos D’Ouro”, escrito em co-autoria pela equipa da Bagos D’Ouro e Sandra Barros. A ilustração é da autoria de 34 crianças e jovens apoiados por esta associação. O projeto nasce do projecto educativo “Biblioteca com Asas” e da necessidade de contar aos alunos mais novos quão importante é a leitura, reflectindo o trabalho contínuo da instituição no reforço da literacia e do acesso à educação.
Fundada em 2010, a Bagos D’Ouro acompanha, actualmente, 250 crianças e jovens de mais de 140 famílias, num total superior a 450 pessoas alcançadas, de oito concelhos – Alijó, Armamar, Carrazeda de Ansiães, Mesão Frio, Murça, Sabrosa, São João da Pesqueira e Tabuaço.
Os bilhetes para a Bagos D’Ouro Wine Party, a ter lugar no âmbito da comemoração dos 20 anos do projecto de enoturismo da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, estão disponíveis online AQUI e têm o valor de 50€ por pessoa. A receita deste evento reverte integralmente a favor da educação de crianças e jovens do Douro.





























