Enófilos com menos riscos de contrair doenças pulmonares?

Duas pessoas a fazer um brinde

Existem estudos sobre a relação do consumo de vinho e toda a espécie de doenças. Contudo, as doenças pulmonares têm sido uma excepção. Mas agora uma colaboração entre o Instituto Karolinska, da Suécia, e a Universidade de West of England, em Bristol, Inglaterra, deu à luz um estudo que indica uma relação positiva entre o […]

Existem estudos sobre a relação do consumo de vinho e toda a espécie de doenças. Contudo, as doenças pulmonares têm sido uma excepção. Mas agora uma colaboração entre o Instituto Karolinska, da Suécia, e a Universidade de West of England, em Bristol, Inglaterra, deu à luz um estudo que indica uma relação positiva entre o consumo moderado de vinho e uma significativa redução no risco de um homem contrair doenças pulmonares. O estudo foi publicado no American Journal of Epidemiology e englobou 44.000 homens com idades entre 45 e 79 anos. O estudo começou em 1998 e só terminou em 2014. O grande objectivo foi estudar a incidência da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), infelizmente muito expandida e uma das maiores causas de mortalidade em vários países.
Sem entrarmos em outros pormenores, podemos dizer que o grupo dos que bebiam moderadamente mostrou uma mais baixa incidência da DPOC que o grupo dos abstémios e o dos abusadores de álcool. Na verdade, os abstémios mostraram ter 21% maior incidência da doença que os moderados. Os abusadores tinham 34% mais.
Os investigadores consideraram que beber cerca de 7 a 14 bebidas por semana representava um consumo moderado. Os abusadores, ou de consumo elevado, bebem mais de 20 bebidas por semana. Aqui o termo bebida representa, por exemplo, 0,15 litros de vinho (sensivelmente um copo).

Poças lança decanters com Vinho do Porto

Tawny 10 e 20 anos da Poças em decanters

A casa Poças acabou de lançar dois Porto Tawny 10 e 20 anos em formato decanter. A Poças garante que este formato é usado pela primeira vez pelo sector do Vinho do Porto. A iniciativa, diz Pedro Pintão, director de marketing e comunicação da Poças, tem sobretudo a ver com os compradores estrangeiros: “O crescimento […]

A casa Poças acabou de lançar dois Porto Tawny 10 e 20 anos em formato decanter. A Poças garante que este formato é usado pela primeira vez pelo sector do Vinho do Porto. A iniciativa, diz Pedro Pintão, director de marketing e comunicação da Poças, tem sobretudo a ver com os compradores estrangeiros: “O crescimento do turismo em Portugal e no Porto veio intensificar as vendas de Vinho do Porto no segmento de oferta. É um ícone nacional que muitos estrangeiros gostam de levar como recordação”.
De facto, o Vinho do Porto é uma prenda clássica nos turistas que nos visitam, mas também é popular em Portugal, para ofertas a amigos e clientes. Ao invés de usar garrafas especiais, como a do seu Poças Porto Muito Velho 1918, os dois tawnies usam dois decanters diferentes, “com design arrojado e uso de tecnologia inovadora no fabrico do vidro”. Depois de consumido o vinho, o decanter pode ser usado para a sua função usual ou albergar outro vinho.
Pedro Pintão acrescenta: “É um modo de valorizarmos o Vinho do Porto que produzimos há várias gerações e que tem granjeado prestígio e reconhecimento para a empresa”.

3 vinhos portugueses no Top 100 da Wine Spectator

Tal como no ano passado, a lista Top 100 anual da revista americana Wine Spectator apenas inclui três vinhos portugueses, todos do Douro. Grande destaque para o Quinta do Noval Porto Vintage 2017, o único vinho desta lista a chegar aos 98 pontos. Não quer isto dizer que tenha obtido a maior pontuação de todos […]

Tal como no ano passado, a lista Top 100 anual da revista americana Wine Spectator apenas inclui três vinhos portugueses, todos do Douro. Grande destaque para o Quinta do Noval Porto Vintage 2017, o único vinho desta lista a chegar aos 98 pontos. Não quer isto dizer que tenha obtido a maior pontuação de todos os vinhos: esta lista não tem só a ver com a pontuação, contendo diversos vinhos, por exemplo, com ‘apenas’ 90 pontos, como o Manoella Douro tinto 2016, da (Wine & Soul). Nem a lista tem só a ver com preço, pois existem vinhos de 13 a 197 dólares. Na verdade, os critérios para se entrar nesta lista incluem, dizem os editores, “qualidade, relação qualidade/preço, disponibilidade e “excitement”. Ou seja, podem entrar aqui muitos vinhos, bastando pender a balança mais para o ‘excitement’, por exemplo.
Já agora, o terceiro vinho português foi o Quinta do Vale Meão Douro tinto 2016, que obteve 96 pontos. Refira-se ainda que James Molesworth é quem prova Vinhos do Porto; os restantes vinhos portugueses são avaliados por Gillian Sciaretta, provadora baseada em Nova Iorque. Estes são apenas dois dos dez provadores da revista, que afirma avaliar mais de 15.000 vinhos por ano.

Amareleja em festa com o vinho, de 6 a 8 de Dezembro

Esta é a 18ª edição da Feira da Vinha e do Vinho, uma efeméride notável para esta vila alentejana encostada ao Alqueva e que ganhou fama, entre outras coisas, por ser a região de Portugal que tem o recorde de temperatura, com 47,4 graus medidos à sombra (1 Agosto de 2003), o segundo valor mais […]

Esta é a 18ª edição da Feira da Vinha e do Vinho, uma efeméride notável para esta vila alentejana encostada ao Alqueva e que ganhou fama, entre outras coisas, por ser a região de Portugal que tem o recorde de temperatura, com 47,4 graus medidos à sombra (1 Agosto de 2003), o segundo valor mais elevado da Europa desde que existem registos. Descansem, contudo, os visitantes porque nesta altura do ano o mais que podem apanhar é uma brisa morna, que seria até muito agradável.
Para além das lindas paisagens, a Amareleja mostra aos visitantes este certame dedicado ao setor vitivinícola que este ano dá destaque ao vinho de talha. A inauguração acontece na sexta-feira, dia 6, pelas 19h, seguindo-se a habitual visita aos stands e animação musical com o grupo “Porque Sí”, trio acústico “Idealess” e Luís Caeiro, vencedor do programa “Novos Talentos” da TVI.
No sábado, dia 7, pelas 11h, destaque para a Rota das Adegas. Às 18:00 há cante alentejano, com o Grupo Coral da Casa do Povo de Amareleja, Grupo Coral Feminino “As Espigas Douradas”, Grupo Coral da Sociedade Recreativa Amarelejense e “Os Canalhas”. Pelas 19h Tertúlia à volta dos Vinhos de Talha, às 21h atuação do grupo “Kant” e a partir das 23h sobem ao placo, da Feira da Vinha e do Vinho de Amareleja, os “Ya Quim Teto”.
Domingo, 8, pelas 11:30, realiza-se um show cooking, às 17:30 atuação do grupo “Sol da Vida” de Santo Aleixo da Restauração. Pelas 19h há Fado, com Sónia Santos, Carla Arruda, Luís Capão e Jaime Dias, acompanhados à viola por Ivan Cardoso e por Sérgio Costa na guitarra portuguesa. Às 20h há teatro, com o “Grupo Infantil de Teatro da EBI de Amareleja”, seguindo-se às 21h a atuação da Banda da Sociedade Filarmónica União Musical Amarelejense. Finalmente, às 22:00 canta o grupo “Vozes do Sul”.
Pelo meio vai haver gastronomia e vinhos, não só na feira, mas também na restauração local.

Guia Michelin comprou Wine Advocate

A francesa Guia Michelin, editora dos famosos guias turísticos de gastronomia e alojamento, comprou a totalidade do capital da editora que edita a newsletter Wine Advocate, que em tempos foi do crítico Robert Parker (e daí a empresa chamar-se Robert Parker Wine Advocate, ou RPWA). A notícia veio da própria RPWA, em comunicado assinado por, […]

A francesa Guia Michelin, editora dos famosos guias turísticos de gastronomia e alojamento, comprou a totalidade do capital da editora que edita a newsletter Wine Advocate, que em tempos foi do crítico Robert Parker (e daí a empresa chamar-se Robert Parker Wine Advocate, ou RPWA). A notícia veio da própria RPWA, em comunicado assinado por, “Lisa Perrotti-Brown & The Team”.
Lisa Perrotti-Brown, a directora editorial, diz nesse comunicado que “vamos estar lado-a-lado com o Guia Michelin, como líderes na crítica de vinhos e restaurantes”. Não se sabem ainda outros detalhes, mas o próprio site da RPWA já tinha um espaço dedicado à crítica gastronómica, chamado de Hedonist’s Gazette.
Recorde-se que a RPWA já não pertencia a Robert Parker, pertencendo antes, na sua maioria, a investidores de Singapura. Neste negócio, concluído em finais de 2012, Robert Parker vendeu parte da sua empresa por 15 milhões de dólares. Em 2017, a o Guia Michelin já tinha adquirido uma boa fatia da empresa. Agora comprou a totalidade. (texto de António Falcão)

Sogrape Distribuição fica com vinhos Torres

garrafas da Torres

Desde sempre unidas pelos valores familiares e pela sua forma de estar no vinho, a Sogrape e a Família Torres, de Espanha, anunciam agora uma parceria em Portugal. A partir do final de Novembro, a Sogrape Distribuição acolhe no seu portefólio os vinhos da conhecida marca espanhola, que decidiu alterar a sua estratégia de distribuição […]

Desde sempre unidas pelos valores familiares e pela sua forma de estar no vinho, a Sogrape e a Família Torres, de Espanha, anunciam agora uma parceria em Portugal. A partir do final de Novembro, a Sogrape Distribuição acolhe no seu portefólio os vinhos da conhecida marca espanhola, que decidiu alterar a sua estratégia de distribuição neste mercado. A Sogrape Distribuição toma assim o lugar da Vinalda, empresa a que a Torres dedica “uma palavra de agradecimento pelo profissionalismo e dedicação à marca ao longo dos últimos anos”.
A Torres é das maiores produtoras de vinho do mundo e tem presença em mais de 150 mercados. É um negócio de família que remonta a 1870. O portefólio espanhol da Sogrape Distribuição, até agora limitado às marcas próprias da Sogrape – Bodegas LAN e Santiago de Ruiz – vai integrar por isso marcas da Torres como Celeste, Salmos e Mas la Plana, mas também marcas clássicas como Viña Sol, Viña Esmeralda, Sangre de Toro, Coronas e Altos Ibéricos.

Blended for Mozambique, hoje no Espelho d’Água

United Wine Women (UWW) é uma associação informal de mulheres ligadas ao vinho que se dedica a ajudar quem mais precisa. Depois do Refúgio Aboim Ascensão, a UWW prepara um evento solidário onde, diz, “vamos ajudar as jovens moçambicanas a reerguer o seu país, vítima da passagem avassaladora do ciclone Adai. “Porque são as causas […]

United Wine Women (UWW) é uma associação informal de mulheres ligadas ao vinho que se dedica a ajudar quem mais precisa. Depois do Refúgio Aboim Ascensão, a UWW prepara um evento solidário onde, diz, “vamos ajudar as jovens moçambicanas a reerguer o seu país, vítima da passagem avassaladora do ciclone Adai. “Porque são as causas que nos movem, convidamo-lo a apoiar connosco a Girl Move Academy. Acreditamos que melhorando o nível de educação destas jovens, a recuperação do seu país pode ser mais rápida e poderão também contribuir para a construção de um Mundo Melhor”.

Para angariar fundos, a United Wine Women irá realizar hoje, dia 20 de Novembro, um evento que está aberto a todos aqueles que queiram participar e se mostrem solidários com esta causa. O valor da participação é de 25€, que serão pagos à entrada do evento.
Do evento consta prova de vinhos, uma “Inspirational Talk”, um leilão de garrafas especiais e de 3 obras de arte por Cabral Moncada Leilões e ainda a representação de um excerto da peça “Para atravessar contigo o deserto do mundo” (Pedro Lamares e Lúcia Moniz).
O horário é das 17 às 20 horas e o evento decorre no Espaço Espelho d’Água, na Avenida Brasília, junto ao Tejo.

Faça a sua inscrição aqui.

Imprensa escolheu vinhos da Beira Interior

Concurso Escolha da Imprensa Pinhel 2019-vencedor brancos

(na foto, Rui Ventura, presidente da Câmara Municipal de Pinhel, José Afonso, produtor vencedor na categoria de brancos, e Rodolfo Queirós, presidente da CVR da Beira Interior). O evento Beira Interior – Vinhos & Sabores decorreu no Centro Logístico de Pinhel nos dias 15, 16 e 17 de Novembro. Como parte da suas actividades, está […]

(na foto, Rui Ventura, presidente da Câmara Municipal de Pinhel, José Afonso, produtor vencedor na categoria de brancos, e Rodolfo Queirós, presidente da CVR da Beira Interior).

O evento Beira Interior – Vinhos & Sabores decorreu no Centro Logístico de Pinhel nos dias 15, 16 e 17 de Novembro. Como parte da suas actividades, está tradicionalmente um concurso de vinhos em que os jurados são membros da comunicação social especializada. Daí o concurso tomar o nome de Escolha da Imprensa. O concurso é organizado pela equipa técnica da Grandes Escolhas e envolveu 58 vinhos da Beira Interior, das zonas mais a sul (como Castelo Branco, por exemplo), até às zonas mais a norte, como Figueira de Castelo Rodrigo, a bordejar o Douro Superior. A grande maioria pertencia a vinhos tintos e brancos (53 vinhos), mas o concurso englobou ainda espumantes, rosés e um colheita tardia. Estes últimos foram avaliados por todos os jurados. Os tintos e brancos foram avaliados por mesas, com 7 e 6 jurados cada. Os três melhores vinhos brancos e tintos foram depois a uma finalíssima, onde foram provados por todos os jurados. Desta prova saíram os dois grandes vencedores, os “Grande Prémio Escolha da Imprensa”. O primeiro foi um branco de 2011 (!), do produtor José Madeira Afonso. O Quinta Vale do Ruivo, que vem de Souropires (perto de Pinhel), conquistou o júri pela sua personalidade invulgar e, apesar dos 8 anos de vida, está em grande forma. Nos tintos venceu o Beyra Grande Reserva 2017, um grande vinho que consegue fazer o mix entre o moderno e o clássico. Mais uma grande obra do produtor e enólogo Rui Roboredo Madeira. Os restantes melhores classificados em cada categoria obtiveram o prémio Escolha da Imprensa.
No geral, a impressão de que os vinhos da Beira Interior estão cada vez melhores saiu reforçada nos participantes do júri. Embora todos considerem que “ainda há trabalho a fazer”, especialmente na notoriedade dos vinhos, a Beira Interior tem vindo nos últimos anos a fazer um notável caminho no domínio da qualidade dos seus vinhos. Condições naturais não lhe faltam para chegar cada vez mais longe, isso é certo. A CVR da Beira Interior, comandada por Rodolfo Queirós à frente de uma jovem e dinâmica equipa, tem feito um excelente trabalho neste sentido. A joint venture com a Câmara Municipal de Pinhel, organizadora do evento Beira Interior – Vinhos & Sabores, foi outra decisão estratégica que tem dado os seus frutos. O evento, com excelentes condições, é um chamariz para que muitos forasteiros conheçam vinhos e sabores da região, mas serve também para os locais sentirem orgulho naquilo que eles próprios produzem. É assim como, digamos, uma injecção de auto-estima numa região interior que tem sofrido como pouca a desertificação da sua população.
Mas vamos aos resultados completos do concurso:

Grandes Prémios Escolha da Imprensa
Quinta Vale do Ruivo Beira Interior branco 2011 (José Madeira Afonso)
Beyra Beira Interior Grande Reserva tinto 2017 (Rui Roboredo Madeira)

Prémio Escolha da Imprensa
Quinta dos Termos Beira Interior espumante branco 2017 (Quinta dos Termos)

Adega 23 Terras da Beira branco 2017 (Adega 23 Agro-Turismo)
Entre Vinhas Beira Interior Reserva branco 2018 (Sociedade Agropecuária Baraças Irmãos Unidos)
Pinhel Beira Interior branco 2018 (Adega Cooperativa de Pinhel)
Portas d’ El Rei Beira Interior Reserva branco 2017 (Cooperativa Agrícola Beira Serra)
Quinta da Biaia Beira Interior Biológico Reserva branco 2016 (Quinta da Biaia)
Quinta dos Currais Beira Interior Colheita Selecionada branco 2017 (Quinta dos Currais – Sociedade Agrícola)
Tarika Biológico Terras da Beira branco 2018 (Aida Monteiro Ferreira Roda)

Aforista Beira Interior Reserva tinto 2014 (Daniel António Albuquerque Cavaleiro Saraiva)
doispontocinco Beira Interior Rufete tinto 2015 (2.5 Vinhos de Belmonte)
Entre Vinhas Beira Interior Grande Reserva tinto 2015 (Sociedade Agropecuária Baraças Irmãos Unidos)
Pândego Beira Interior Colheita Selecionada tinto 2016 (André Bernardo Galante)
Praça Nova Beira Interior tinto 2016 (Adega Cooperativa do Fundão)
Quinta das Senhoras Dona Carolina Beira Interior tinto 2015 (Quinta das Senhoras)
Quinta dos Currais Beira Interior Reserva tinto 2014 (Quinta dos Currais – Sociedade Agrícola)
Quinta dos Termos O Testemunho de V. Loureiro Beira Interior Escolha tinto 2015 (Quinta dos Termos)
Quinta dos Termos Vinha das Colmeias Beira Interior Reserva tinto 2017 (Quinta dos Termos)
Raya Terras da Beira tinto 2014 (Horta de Gonçalpares)

“Lisboa” elegeu os seus melhores vinhos em concurso

vencedores Concurso dos Vinhos de Lisboa 2019

Os três vinhos mais pontuados do Concurso dos Vinhos de Lisboa de 2019 são mono-varietais: trata-se de um Alvarinho, um colheita tardia de Semillon e um Syrah. Os três vinhos que levaram Medalha de Excelência partilham também outra coincidência: todos eles têm a mão do enólogo António Ventura. O conjunto dos jurados deu ainda pontuação […]

Os três vinhos mais pontuados do Concurso dos Vinhos de Lisboa de 2019 são mono-varietais: trata-se de um Alvarinho, um colheita tardia de Semillon e um Syrah. Os três vinhos que levaram Medalha de Excelência partilham também outra coincidência: todos eles têm a mão do enólogo António Ventura. O conjunto dos jurados deu ainda pontuação suficiente para se atribuírem 40 Medalhas de Ouro e 11 medalhas de Prata. Um resultado muito bom para a qualidade dos vinhos da região, como salientou em discurso Francisco Toscano Rico, presidente da Comissão Vitivinícola Regional. Que anunciou, aliás, que a região está a “bater recordes absolutos todos os meses”. Este ano poderá mesmo chegar a um número equivalente a 60 milhões de garrafas, inédito na região. A grande maioria (80%), note-se, vai para a exportação. Com a produção e as vendas de ‘vento em popa’, Toscano Rico quer agora dedicar-se a um novo desafio. Bom, já não é novo, mas será provavelmente agora a melhor altura para o enfrentar. Falamos da valorização dos vinhos de Lisboa, que têm ainda um preço médio muito baixo.

Francisco Toscano Rico
Francisco Toscano Rico, presidente da CVR de Lisboa.

Recorrendo a dados da Nielsen, empresa de estudos de mercado, Francisco Toscano Rico alertou os muitos produtores presentes que não recorram às usuais promoções das grandes superfícies: “estas promoções, não dão acréscimo de vendas”. Para ajudar à notoriedade da marca Lisboa, a CVR irá continuar com a promoção junto de líderes de opinião e de mercados internacionais. A reestruturação do site e mais trabalho nas redes sociais são outros objectivos da CVR Lisboa. Com tudo isto, e mais algumas coisas, Francisco Toscano Rico quer que a Lisboa seja em 2050 “a região mais competitiva do país”. José Sá Fernandes, que discursou a seguir, exprimiu novamente todo o apoio da Câmara Municipal (a maior do país) à região vitivinícola com que partilha o nome.
Outras iniciativas referidas pelo presidente da CVR Lisboa incluem a continuação de um seguro colectivo para a viticultura da região, que, neste momento, abrange um capital avaliado em 20 milhões de euros. Outro número interessante apresentado foi de que 80% dos viticultores de Lisboa são associados de algumas das várias cooperativas da região.
A entrega de prémios decorreu durante um jantar celebrado na Câmara Municipal de Lisboa.
Presentes estiveram José Sá Fernandes, o vereador mais entusiasta da vinha e do vinho (e dos espaços verdes da cidade), assim como Bernardo Gouvêa, presidente do IVV, entre outras individualidades.
Vamos ver agora os principais premiados, com a medalha de Excelência e de Ouro.

 

 


Medalhas de Excelência
Página Reg. Lisboa Alvarinho Escolha branco 2018 (Romana Vini)
Quinta do Convento de Nossa Senhora da Visitação Reg. Lisboa Semillon Colheita Tardia branco 2015 (Quinta do Convento de Nossa Senhora da Visitação)
Zavial Óbidos Syrah Reserva tinto 2015 (Vidigal Wines)

Medalhas de Ouro
Vinhos tintos
AdegaMãe Touriga Franca 2016 (Adegamãe)
Alteza 2017 (Casa Santos Lima)
Aproximar Syrah, Touriga Nacional 2017 (Adega Coop. de Dois Portos)
Confidencial Reserva 2014 (Casa Santos Lima)
CSL Cabernet Sauvignon 2016 (Casa Santos Lima)
Dory Reserva 2016 (Adegamãe)
Marquês de Olhão 2011 (Sociedade Agrí. Cunha e Folque)
Mundus Reserva 2013 (Adega Coop. da Vermelha)
Puro Caves Rendeiro Escolha Syrah 2015 (Caves Rendeiro)
Quinta da Folgorosa 2012 (Sociedade Agrí. Quinta da Folgorosa)
Quinta da Murnalha Syrah, Aragonez, Alicante Bouschet 2016 (Frutas Nobre)
Quinta de Pancas Reserva Cabernet-Sauvignon, Touriga Nacional, Syrah 2016 (Quinta Pancas Vinhos)
Quinta de São Bartolomeu 2015 (Sociedade Agrí. Cunha e Folque)
Únicos Reserva 2016 (João Pedro Machado Duarte)
Velharia Reserva Syrah 2014 (Adega Coop. da Labrugeira)
Vinhos brancos
5ª Lagar Novo 2017 (Luís Elias Gonçalves de Carvalho)
Capicua Colheita Tardia 2016 (Cerrado da Porta)
Empatia Vital 2017 (Adega Coop. da Labrugeira)
Mirante 2018 (Adega Coop. de Carvoeira)
Montes 2017 (Adega Coop. de Alcobaça)
Mundus Colheita Tardia 2017 (Adega Coop. da Vermelha)
Peripécia Chardonnay 2018 (Cerrado da Porta)
Quinta das Cerejeiras Grande Reserva 2017 (Companhia Agrí. do Sanguinhal)
Quinta de Pancas Arinto, Chardonnay, Vital 2018 (Quinta de Pancas)
Quinta de Vale Mourisco Fernão Pires, Chardonnay, Viognier 2016 (Quinta de Vale Mourisco)
Quinta do Convento de N.ª Sr.ª da Visitação Reserva 2018 (Quinta do Convento da Visitação)
Quinta do Gradil Alvarinho 2018 (Quinta do Gradil)
Quinta do Gradil Chardonnay 2018 (Quinta do Gradil)
Quinta do Monte d’Oiro – Lybra Arinto, Marsanne, Viognier 2018 (José Manuel F. Bento dos Santos)
Quinta do Pinto Reserva Arinto 2017 (Quinta do Pinto)
Quinta do Pinto Reserva Viognier & Chardonnay 2017 (Quinta do Pinto)
Quinta do Rendeiro Colheita Tardia 2017 (Caves Rendeiro)
Reserva dos Amigos Reserva Chardonnay 2017 (Vidigal Wines)
Sanguinhal Arinto & Chardonnay 2018 (Companhia Agrí. do Sanguinhal)
Solar da Marquesa branco leve Moscatel Graúdo 2018 (Casa Agr. Horácio Nicolau)
Velhos Tempos 2018 (Adega Coop. de Carvoeira)
Outros
Página Colheita Selecionada Touriga Nacional rosé 2018 (Romana Vini)
Quinta do Boição Licoroso 2003 (Enoport – produção de Bebidas)
Figurativa XO aguardente Lourinhã (Adega Coop. da Lourinhã)
Quinta do Rol XO aguardente Lourinhã (Sociedade Agr. Quinta do Rol)

Revolução mecânica no Douro?

Máquina de vindimar no Douro, na Symington Family Estates

Já não é segredo para ninguém que o Douro está a viver gravíssimos problemas de mão-de-obra, especialmente na altura da vindima. Aos nossos ouvidos têm chegado toda a espécie de histórias dramáticas de produtores que adiantam ou atrasam a vindima porque não têm outra solução, afectando assim a potencial qualidade das uvas e do vinho […]

Já não é segredo para ninguém que o Douro está a viver gravíssimos problemas de mão-de-obra, especialmente na altura da vindima. Aos nossos ouvidos têm chegado toda a espécie de histórias dramáticas de produtores que adiantam ou atrasam a vindima porque não têm outra solução, afectando assim a potencial qualidade das uvas e do vinho daí resultante. Apesar de ter tido uma produção bem superior aos anos de 2017 e 2018, o ano de 2019 até que nem foi muito madrasto neste sentido, porque correu seco e com menos calor do que o normal. Em muitos casos, uma diferença de uma semana na vindima podia até nem ser dramática, mesmo considerando a desidratação dos cachos. Mas basta que existam nesta altura calores anormais ou chuvas ininterruptas e o cenário muda drasticamente: ou se colhem uvas em passa ou podres. Nenhuma faz bons vinhos.
Cada vez há menos mão-de-obra local, que coincide com uma redução significativa da população activa no Douro. Por isso, muito se tem falado em soluções alternativas, como trazer pessoal estrangeiro em grande quantidade, incluindo de países fora da Europa. Mas não é a solução mais fácil, nem será a mais barata. E tem outras complicações, sociais e políticas, por exemplo.
A outra alternativa está na mecanização da vindima, um projecto até há pouco impossível pela morfologia do terreno do Douro, com enormes inclinações equipadas de socalcos ou patamares, e, nos dois casos, bardos estreitos. Mesmo nas vinhas ao alto, as inclinações são enormes.

A máquina Hoffmann, com e sem o acessório de vindimar.
A máquina Hoffmann, com e sem o acessório de vindimar.

Iniciativa portuguesa, engenharia alemã
Pois bem, a situação está a mudar, pelas mãos do maior proprietário de vinhas no Douro, a Symington Family Estates. Com mais de dois mil hectares de terra e mais de mil hectares de videiras, a Symington cedo acreditou que a solução teria de passar pela mecanização. Iniciou assim um projecto apoiado pelo programa comunitário ProDeR, em conjunto com mais instituições, como a Universidade de Trás-os-Montes e, como parceiro tecnológico, a empresa alemã CH Engineering. Esta última foi a responsável pelo desenvolvimento do acessório de vindima para uma máquina-base já existente. A máquina base é da empresa alemã Hoffmann Landmaschinen e daí ao máquina ser considerada até agora com o nome Symington-Hoffmann.
A máquina tem lagartas, assegurando assim boa tracção e muita estabilidade, estando garantida para operar em vinhas ao alto com grandes inclinações, até aos 75%! O projecto para a criação do acessório para vindimar nasceu há sete anos. A máquina daí resultante teve depois quatro anos de desenvolvimento e testes. Os últimos resultados são muito bons, como nos disse Charles Symington, o director de produção da casa duriense: “a máquina de vindimar (…) teve um bom desempenho nos patamares em várias das nossas quintas e excedeu mesmo as nossas expectativas”.
Em 2017, por exemplo, a máquina colheu em pouco mais de 4 horas, 4,2 toneladas de uvas. O que dará um rendimento aproximado de 10 toneladas por 8 horas de trabalho. Nada mau, considerando que pode trabalhar a qualquer altura, incluindo à noite. Contudo, não foi ainda testada nestas circunstâncias. A máquina só colhe os cachos, deixando na videira o engaço e as uvas verdes e desidratadas. O depósito para as uvas leva 660 litros.

Muitas perguntas na viticultura duriense?
Muitos viticultores durienses preparam já certamente um rol de perguntas. Neste sentido, Charles disse-nos que a Symington irá “partilhar os resultados dos nossos ensaios e daremos apoio a todas as instituições envolvidas na procura de soluções para a região”. Um primeiro estudo foi já apresentado num simpósio, em 2018. Para além do custo, a maior desvantagem desta máquina vai para a impossibilidade de trabalhar com as vinhas velhas, especialmente porque a idade das plantas condiciona, disse-nos Pedro Leal da Costa (da viticultura da Symington) “a forma de condução e resistências dos materiais lenhosos”. Por outro lado, mesmo as vinhas mais novas precisam de alguma adaptação para se conseguir maximizar a eficácia da máquina; falamos não só da condução das videiras como no acessos aos bardos. A largura mínima na entrelinha, por exemplo, não pode ser inferior a 2 metros.
Finalmente, há a questão do preço. Algumas casas terão capacidade para adquirir estas máquinas, como a Symington já fez, por exemplo, mas, estamos em crer, a maioria irá parar às mãos de empresas de prestação de serviços, que formarão o seu próprio pessoal para as manobrar. Como acontece, aliás, pelo resto do país.
Não conseguimos saber preços, mas a máquina está já em produção na Alemanha. Em Portugal, é a Jopauto a comercializar e dar assistência.
Máquina de vindimar Symington-Hoffmann

E a qualidade do vinho vai ser afectada?
Para o consumidor enófilo, a maior preocupação vai para a qualidade do vinho. Ora, neste aspecto, a máquina também pode ter vantagens. Em primeiro lugar, diz ainda Charles Symington, “provas cegas comparativas de vinhos produzidos a partir de uvas vindimadas à mão e vindimadas mecanicamente revelam que a qualidade é idêntica”. Mas onde a máquina pode fazer toda a diferença é na disponibilidade de vindima: “a máquina de vindimar permite uma maior flexibilidade em colher as uvas no momento mais indicado, sem estar dependente da logística cada vez mais complexa de reunir grupos de vindimadores, cada vez mais escassos. A capacidade de respondermos rapidamente às condições na vinha permite-nos correr mais riscos no sentido de elevar ainda mais a fasquia da qualidade”, revela ainda Charles Symington. E termina: “acreditamos ter encontrado uma solução viável para uma das grandes questões que confrontam o futuro da nossa região”. (texto de António Falcão. Fotos cortesia Symington Family Estates)