Torero Wines: os vinhos únicos de André Herrera Almeida

Não é para qualquer um lançar um topo de gama tinto de 2007 e um branco de 2010, e ainda um tinto entrada de gama também de 2010. Vinhos diferentes de quase tudo o resto, vinhos que nasceram tão sólidos que o seu autor esperou muitos anos antes de os apresentar. Os brancos são imperdíveis […]

Não é para qualquer um lançar um topo de gama tinto de 2007 e um branco de 2010, e ainda um tinto entrada de gama também de 2010. Vinhos diferentes de quase tudo o resto, vinhos que nasceram tão sólidos que o seu autor esperou muitos anos antes de os apresentar. Os brancos são imperdíveis para os enófilos que não dispensam conhecer mais uma casta em estreme, e os tintos desafiam a curiosidade dos mais céticos. Venha descobri-los.

 

TEXTO Nuno de Oliveira Garcia FOTOS Ricardo Palma Veiga

APESAR de não haver dúvidas de que vivemos na época com mais e melhores vinhos por provar, é igualmente claro que com esse aumento de qualidade tem surgido uma maior uniformidade nos néctares vínicos (nacionais e internacionais, já agora). Com o maior profissionalismo na enologia contemporânea, as experimentações e os desvarios foram ficando como espécimes residuais, o que, de resto, é uma boa notícia no geral. Efetivamente, as boas práticas enológicas tenderam a atenuar algumas singularidades e, no que respeita a anos, num mercado cada vez mais padronizado os produtores encontram-se, invariavelmente, a lançar tintos de 2015 (e mesmo alguns de 2016) e brancos de 2016. O homem por detrás dos vinhos Torero – André Herrera Almeida, enólogo e produtor – não pensa assim, e só agora resolveu lançar os seus vinhos topos de gama, passada uma década da colheita, no que ao tinto diz respeito.

São vinhos irrepetíveis e conceptuais, como confirma o próprio enólogo, edições limitadas, vinhos que são um marcador do tempo em que seguia (e ainda segue) o que a sua intuição e experiência pressagiavam. Segundo André, são vinhos entre o Velho e o Novo Mundo, feitos com uvas do Alentejo, mas recorrendo a várias técnicas que desenvolveu na Austrália, onde passou duas temporadas. Vinhos, sobretudo os tintos, assumidamente excessivos, na extração, na potência e no álcool, mas cheios também de carácter. O tempo em barrica (‘tempo’ é uma palavra muito usada por André) e a battonage são sempre maximizados, próximo, ou mesmo para lá, do limite. Vinhos – brancos e tintos e ainda um rosé – que André quis que fossem sujeitos a uma vinificação radical, tendo depois acompanhado quase à obsessão a sua evolução em garrafa durante uma década. São vinhos que, decididamente, precisam de um contexto, como seja, por exemplo, este texto.

E quem é André? É filho de casal ibérico, mãe espanhola e pai português, ambos fundadores de um restaurante de referência da comida do país vizinho – o Meson Andaluz (agora no Chiado, depois de ter começado na Parede e de se ter mudado no início dos anos 90 para o CascaiShoppping). Não espanta por isso que André Almeida (ou Andrés Herrera, na versão espanhola) seja um exemplo de cruzamento entre a cultura de ambos os países, bem visível, por exemplo, na sua maneira de vestir.

Nascido e criado na linha do Estoril, não muito distante da praia, seria, contudo, no Alentejo e no campo onde encontraria a sua casa, na Herdade da Murteirinha, propriedade que os pais mantêm entre Estremoz e Arraiolos e onde vive faz já alguns anos com a sua família. Estudou engenharia agrícola na Universidade de Évora, onde também fez mestrado em viticultura e enologia, e dedicou-se algum tempo ao toureio, clara inspiração para o nome da sua empresa Torero Wines. Mas André conhece muito bem o Alentejo também por ter trabalhado quase exclusivamente nesse território, sobretudo na Fita Preta, projeto fundado em 2004 pelo viticultor inglês David Booth (que, entretanto, faleceu) e pelo enólogo-produtor António Maçanita. André fez de tudo um pouco na Fita Preta, desde a gestão da adega à elaboração de lotes finais. O pouco tempo livre que ia tendo era todo dedicado à sua família (mulher e dois filhos) e, sempre que podia, aos seus vinhos pessoais, cujos topos de gama vêem agora a luz do dia.

Trabalhar um grande branco
Seja nos vinhos, seja nos rótulos (bonitos e impactantes), André e a sua mulher, Maria (responsável pela imagem e comunicação), buscam ambientes com intensidade e tensão, num estilo claramente pessoal, romântico e profundamente autêntico. A circunstância de os vinhos agora lançados terem vários anos em barrica – sempre francês, Tronçais ou Allier – e mais ainda de estágio em garrafa, proporciona um ambiente evolutivo em todos eles, sendo que os brancos e o rosé ganharam uma alma muito própria (ambos de 2010, à venda faz alguns anos e ainda disponíveis, mas apenas junto do produtor), plenamente conseguida num registo muito original. Por seu turno, os tintos mantêm-se poderosos e não dão tréguas ao provador, mas a nota frutada adocicou em prova de boca e a envolvente geral pode ser descrita como barroca. O próprio nome dos vinhos – Duende – invoca o lado sobrenatural da palavra (“encanto misterioso e inefable” pode ler-se em alguns rótulos), sobretudo na língua espanhola, na qual tem um significado ligeiramente diferente – e com uma dimensão próxima do universo do fantástico – do português.

As uvas que estão na base dos vinhos vêm, essencialmente, de vinhas do seu sogro, o pai de Maria, um dos primeiros sócios da Adega Cooperativa de Borba, vinhas com as castas tradicionais, à exceção das omnipresentes Syrah e Touriga Nacional. É nesta sub-região alentejana que André produz os seus vinhos, e não hesitou sequer em vindimar uma parcela de sequeiro (ie., sem rega) da casta Rabo de Ovelha e vinificá-la a solo dando origem à sua melhor criação – o Duende branco –, o único monocasta daquela casta que conhecemos, em versão com barrica agora lançada e em versão inox já no mercado faz algum tempo.

A casta Rabo de Ovelha (como outras autóctones, tal como o Perrum ou o Roupeiro, para falarmos apenas das brancas), é cada vez menos plantada na região. Nas vinhas velhas do sogro de André a casta está plantada nos mármores de Borba (terroir famoso desde há séculos), e André fez tudo o que pôde para produzir um grande branco. Para tal, deu especial enfoque à redução da produtividade das plantas (trata-se de uma casta que pode, mesmo em vinhas velhas, ser bastante produtiva), garantindo apenas 4000kg (ou seja, 2800 garrafas) por hectare, e teve um cuidado enorme à entrada da uva na adega com recurso sistemático a gelo seco e sulfuroso (pois o mosto de Rabo de Ovelha oxida com muita facilidade). Depois, André acompanhou a evolução do vinho, parte em inox e parte em barrica, sempre com muita battonage. O resultado final é muito bom, e a versão em barrica agora lançada está excelente, na qualidade e na originalidade.

Perguntámos a André o que podemos esperar da Toreno Wines no futuro próximo, agora que não está mais associado à Fita Preta, apesar de manter algumas consultadorias em pequenos produtores, todos no Alentejo. Diz-nos que vai passar a lançar os seus vinhos com maior regularidade, e que o tinto de entrada de gama será posto no mercado com referência a uma colheita mais recente (no mercado está o de 2010…). Esperemos sinceramente que assim seja, pois a tarefa de vender vinhos com tantos anos em estágio de garrafa deve ser, no mínimo, complicada, e alguns dos vinhos (sobretudo os tintos) mereceriam ser provados mais cedo.

Uma coisa é certa e termino este texto como comecei: para mim, num universo vínico quase sempre muito homogéneo, deverá sempre existir lugar para vinhos únicos, concetuais e de autor como são todos os vinhos Duende que provámos.

 

As muitas facetas de um artista dos vinhos

Passaram 25 anos sobre a criação do seu próprio projecto vitivinícola, mas o papel de João Portugal Ramos na melhoria da qualidade dos vinhos portugueses não está esquecido. Uma história de acasos, de decisões acertadas, de ousadias. Um percurso notável, que teve agora comemoração à altura, entre clientes, fornecedores e amigos.   TEXTO João Paulo […]

Passaram 25 anos sobre a criação do seu próprio projecto vitivinícola,
mas o papel de João Portugal Ramos na melhoria da qualidade dos
vinhos portugueses não está esquecido. Uma história de acasos, de
decisões acertadas, de ousadias. Um percurso notável, que teve agora
comemoração à altura, entre clientes, fornecedores e amigos.

 

TEXTO João Paulo Martins FOTOS Ricardo Palma Veiga

ENTRAR hoje numa adega e falar com o enólogo responsável é tão habitual que nos esquecemos que nem sempre foi assim e que, durante décadas, o que existia mais frequentemente era um técnico, não raramente um ‘self made man’ que tudo tinha apreendido de forma empírica, ao longo da vida. A própria palavra enólogo
era pouco usada e nenhum rótulo ou contra-rótulo indicava o nome do responsável dos vinhos. Estamos a falar do séc. XIX? Não, estamos a falar dos anos 70 e 80 do século passado, não há tanto tempo como isso. E foi no final da década de 70 que os primeiros engenheiros especializados em enologia saíram do Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa. Entre eles contavam-se João Portugal Ramos e José Maria Soares Franco, que tinham sido alunos de Manuel Vieira, professor e inspirador, já que era desde os anos 50 o verdadeiro precursor do modelo de enólogo-consultor que hoje conhecemos.

Quando conheci João Ramos, através do José Salvador (com quem eu trabalhava), ele era enólogo na Adega Cooperativa de Reguengos, mas já então prestava assistência em vários produtores, como a Tapada do Chaves, José Maria Almodôvar, Quinta do Carmo, Cooperativa de Portalegre. Tudo no Alentejo. A fama e a necessidade de enfrentar os desafios do pós-colonialismo (perda dos mercados africanos), reconversão das vinhas, maior selectividade nas castas usadas e entrada na União Europeia, fizeram soar os sinos a rebate e vários produtores perceberam que tinham de ter gente competente à frente dos destinos da enologia. Estava eu distraído e já João Ramos dava consultoria em Pegos Claros e Cooperativa de Pegões e a vários produtores no Ribatejo (Casa Cadaval, Quinta de Santo André, Lagoalva de Cima, Quinta Grande) e Lisboa (Quinta de Pancas). Tudo isto sem ter ainda projecto próprio.

Rumo à fama
João ganhou assim espaço nos jornais e começou a falar-se cada vez mais nos enólogos e na importância que tinham. Havia razões para isso: os vinhos do João Ramos eram muito bons e distanciavam-se claramente do que havia no mercado. Estávamos na época em que se começavam a fazer as primeiras experiências com barricas novas para estagiar tintos e tudo começou com o carvalho Limousin (hoje impensável…) e logo a seguir com o carvalho nacional. Foi a surpresa: de repente os consumidores descobriram sabores e aromas novos e o vinho, e as conversas à volta dele, foram crescendo.

Entretanto existiam já duas publicações especializadas na matéria, o que fez aumentar a visibilidade dos enólogos. Numa delas – o “Jornal de Vinhos” – chegámos mesmo a fazer um
painel de prova só com vinhos do João Ramos, algo que até então ainda não tinha acontecido. Um fenómeno semelhante começava então a acontecer no Douro, com uma nova “lufada” de ar fresco motivada pela chegada à região de João Nicolau de Almeida, Álvaro Van Zeller, Manuel Vieira (filho), Nuno Cancela de Abreu, José Maria Soares Franco, Luís Sottomayor, entre outros. Era também a época em que, mais para sul, se inovava como nunca se tinha visto, com Peter Bright a fazer os primeiros brancos fermentados em madeira nova (Cova da Ursa), os primeiros tintos de inspiração bordalesa – Quinta da Bacalhôa e Má Partilha, o primeiro Late Harvest. Tudo com o apoio de uma jovem enóloga – Filipa Tomaz da Costa, das primeiras, senão a primeira mulher a pisar terrenos até então sobretudo masculinos.

Trilhar o próprio caminho
O percurso de João Ramos apontava para caminhos que iriam obrigar a decisões drásticas: não iria ser possível manter o número elevado de consultorias e ao mesmo tempo desenvolver o seu projecto próprio. Começou no Alentejo (com a marca Vila Santa) mas rapidamente se estendeu ao Tejo (Falua), visando aí sobretudo o mercado externo. Já se imagina o que aconteceu: exportações a crescer, mais e mais pedidos de vinho que João não tinha, ida ao mercado comprar, crescer, crescer. Por várias vezes lhe ouvi a frase “fui obrigado a crescer”, significando isso que quando se está naquela linha que ou se cresce e avança à força toda ou se recua e a oportunidade se desvanece. João Ramos deu o passo em frente e nada ficou como dantes. Assim, as consultorias foram sendo entregues a outros enólogos (já ninguém iria passar sem eles) e o projecto próprio foi ganhando uma dimensão inesperada, centrado sobretudo no Alentejo e Tejo, surgindo mais tarde o Douro (Duorum Vinhos) e os Vinhos Verdes. Se qualidades lhe podem ser atribuídas, a de excelente provador é uma delas e ele gosta de provas cegas para tentar adivinhar o vinho. Mas já foi mais fácil, quando os vinhos eram poucos e os de renome ainda menos. Hoje a tarefa é bem mais ingrata, até porque a gestão de uma empresa tão grande lhe deixa pouco tempo para estar tranquilamente na sala de provas. Gestão aqui significa também receber clientes, o que acontece com enorme frequência.

Clientes que, quando ficam para almoço, são recebidos com pratos de caça, que toda a gente sabe que é o seu vício predilecto. Mas João até preferiria mão de vaca com grão em vez de perdiz estufada. Coisas do gosto de cada um…

A enologia em Portugal é tributária de João Ramos porque nos mostrou a diferença entre um vinho feito apenas com experiência e outro feito com saber, que tem “mundo” incluído. Os anos 80 foram uma época de ouro, de descoberta e inovação, e João Ramos esteve lá, no centro do furacão. Daí para a frente, o vinho português foi outra coisa.

J. Portugal Ramos em números
Quanto maior a nau, maior a tormenta, diz o ditado e a “nau” da J. Portugal Ramos Vinhos e empresas associadas já é bem grande. Trabalha em várias regiões – Alentejo, Tejo, Beira, Douro e Vinho Verde – e a produção atinge à volta de 6 milhões de litros de vinho. Cerca de 60% é exportado, sobretudo para o norte de Europa, EUA, Canadá, Ásia, Brasil, Angola e Reino Unido. O grupo vinícola inclui 140 pessoas permanentes. A produção tem origem quer em vinhas próprias quer noutras arrendadas. Contamos assim 400 hectares no Alentejo, 70 no Tejo, 13 em Foz de Arouce (Beira Atlântica), 126 no Douro e 30 nos Vinhos Verdes, a região mais recente onde foram feitos investimentos. Os vinhos criados abrangem todos os tipos sendo a produção de espumantes limitada às regiões do Tejo e mais recentemente no Vinho Verde, a partir da casta Alvarinho. O projecto do Douro – que já tem 10 anos – foi criado com José Maria Soares Franco (na foto), enólogo que tomou as rédeas da Duorum, uma empresa criada de raiz.

CVR do Alentejo promove certificação

CVRA - processo de certificação

Quando se fala de vinhos, a certificação não é dos temas mais abordados. Mas é um facto que a certificação é uma espécie de garantia de qualidade do vinho, não só em termos do valor organoléptico do vinho mas também da sua autenticidade e das suas qualidades sanitárias e físico-químicas. E ainda da conformidade dos […]

Quando se fala de vinhos, a certificação não é dos temas mais abordados. Mas é um facto que a certificação é uma espécie de garantia de qualidade do vinho, não só em termos do valor organoléptico do vinho mas também da sua autenticidade e das suas qualidades sanitárias e físico-químicas. E ainda da conformidade dos rótulos aos ditames da lei.

A região do Alentejo será certamente das que maior percentagem de vinho certifica, rondando os 90% de todo o vinho produzido na região. A certificação é assegurada pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), com sede em Évora. Esta instituição faz agora questão em promover este serviço prestado aos consumidores, especialmente através do seu site, localizado em http://certificacao.vinhosdoalentejo.pt/pt
Tiago Caravana, director de marketing da CVRA, disse-nos que “os consumidores valorizam a região [Alentejo] mas desconhecem o que está por trás do vinho”. E acrescenta: “muitos compradores nacionais e sobretudo internacionais valorizam muito a certificação do vinho”.

Tiago explicou-nos que, antes de colocar um vinho no mercado, um produtor chama os técnicos da CVRA, que recolhem seis amostras. Uma fica no próprio produtor (para contra-prova) e as restantes cinco vão para a CVRA. Destas cinco, uma fica em arquivo, outra vai para o laboratório (grau alcoólico, acidez, etc) e as restantes vão para análise organoléptica. Todas as provas e análises são cegas. O último passo é a certificação do rótulo. Refira-se que a CVRA certifica anualmente mais de 3.000 vinhos mas note que alguns lotes são certificados mais do que uma vez, à medida que vão sendo engarrafados (falamos geralmente de grandes quantidades).

Estes passos são detalhados numa animação presente no site, que contém ainda alguns vídeos de testemunhos de clientes sobre o tema.

Seis vinhos lusos na lista Top 100 da Wine Enthusiast

The Enthusiast 100

Um Vinho do Porto, dois tintos e três brancos, todos de produção portuguesa, conseguiram entrar na lista “The Enthusiast 100”, acabada de publicar pela revista americana Wine Enthusiast. Esta é uma das revistas mais influentes no outro lado do Atlântico e por isso os vinhos aqui colocados acabam por ter vantagem na comercialização. Este é […]

Um Vinho do Porto, dois tintos e três brancos, todos de produção portuguesa, conseguiram entrar na lista “The Enthusiast 100”, acabada de publicar pela revista americana Wine Enthusiast. Esta é uma das revistas mais influentes no outro lado do Atlântico e por isso os vinhos aqui colocados acabam por ter vantagem na comercialização.
Este é o terceiro ranking top 100 da revista, depois dos Best Buys – para os vinhos com maior relação preço/qualidade – e dos Cellar Selections – vinhos com grande potencial de guarda.
Refira-se que os vinhos neste “The Enthusiast 100” foram seleccionados entre mais de 23.000 vinhos avaliados durante 2017, oriundos de quase todos os países produtores de vinho. A redacção considera este ranking o “best-of-the-best” e inclui vinhos de 17 países; a pontuação média é de 94 pontos e o preço médio orça os 35 dólares no mercado americano.
Em 2016 foram seis os vinhos portugueses na lista e em 2015 foram cinco. Mas em nenhum ano (de nossa memória) os brancos portugueses terem conseguido atingir a maioria dos distinguidos.
Pode encontrar a lista completa no site da Wine Enthusiast 

Vinhos portugueses no The Enthusiast 100
Taylor Fladgate Porto Tawny 325 Anniversary (97 pontos – The Fladgate Partnership)
13º  Pêra-Manca Alentejo branco 2014 (95 pontos – Fundação Eugénio de Almeida)
24º Monte da Ravasqueira Vinha das Romãs Reg. Alentejano tinto 2014 (94 pontos – Soc. Agr. Dom Dinis)
34º Mouchão Ponte das Canas Alentejo tinto 2012 (93 pontos – Vinhos da Cavaca Dourada)
56º Quinta da Rede Douro Grande Reserva branco 2015 (93 pontos – Quinta da Rede)
74º Aveleda Reserva da Família Bairrada branco 2015 (92 pontos – Aveleda)

2017: Douro subiu produção em 5%

Produção de vinho no Douro em 2017

No princípio do Verão, as estimativas do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP) apontavam para um aumento de 25% de vinho para este ano, mas o crescimento, afinal, foi apenas de 5%. A culpa foi do clima extremamente seco na Região Demarcada do Douro (como no resto país, aliás), que acabou por […]

No princípio do Verão, as estimativas do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP) apontavam para um aumento de 25% de vinho para este ano, mas o crescimento, afinal, foi apenas de 5%. A culpa foi do clima extremamente seco na Região Demarcada do Douro (como no resto país, aliás), que acabou por provocar um desvio dos resultados da colheita em relação às previsões.

Produção de vinho no Douro em 2017
Produção de vinho no Douro em 2017, por categorias

O valor total de produção em 2017 foi de 139, 64 milhões de litros (ou 253,9 mil pipas, a 550 litros cada), um valor que, apesar do crescimento face a 2016, foi o terceiro ano mais baixo da última década. Esta produção leva em conta todo o vinho produzido no Douro em 2017, incluindo o chamado vinho de mesa (sem DO/IG). O IVDP informou ainda que, em termos de distribuição da produção, o Vinho do Porto representou 80,85 milhões de litros, a maior fatia. Os vinhos com denominação Douro (brancos, tintos, rosés…) ficaram a seguir, com 48 milhões de litros. As fracções seguintes couberam ao Vinho sem DO/IG (6,1 milhões de litros), ao Moscatel (3,5 milhões de litros) e ao vinho regional Terras Durienses (0,99 milhões de litros).
Na última década, a maior produção de vinho registada na RDD, foi em 2010, com 164 milhões de litros.

Alentejo escolheu os Melhores do Ano

Poliphonia Reserva branco 2016, Valcatrina by Santos Lima rosé 2016 e Vinhas da Ira tinto 2011 foram os vinhos distinguidos pela Confraria dos Enófilos do Alentejo com o prémio Excelência, no decorrer da quinta edição do Concurso Melhores Vinhos do Alentejo, organizada em colaboração com a CVR da região. O júri, composto enólogos, escanções e […]

Poliphonia Reserva branco 2016, Valcatrina by Santos Lima rosé 2016 e Vinhas da Ira tinto 2011 foram os vinhos distinguidos pela Confraria dos Enófilos do Alentejo com o prémio Excelência, no decorrer da quinta edição do Concurso Melhores Vinhos do Alentejo, organizada em colaboração com a CVR da região.

O júri, composto enólogos, escanções e jornalistas da especialidade, analisou 132 vinhos, divididos por três categorias: branco, rosé e tinto. No final foram outorgadas 18 medalhas de Ouro (dez tintos, sete brancos e um rosé) e 9 de Prata (todos tintos). O Concurso foi dirigido aos vinhos produzidos no Alentejo, certificados como Denominação de Origem Controlada Alentejo (DOC) ou Indicação Geográfica Alentejano (IG).
Pode ver de seguida todas as principais medalhas:

PRÉMIOS DE EXCELÊNCIA
Poliphonia Reserva Branco 2016, Granacer
Valcatrina by Santos Lima Rosado 2016, Casa Santos Lima
Vinhas da Ira Tinto 2011, H. Uva
MEDALHA DE OURO – BRANCOS
Poliphonia Reserva 2016, Granacer
Esporão Private Selection Garrafeira 2015, Esporão
Guadalupe Winemaker’s Selection 2016, Quinta do Quetzal
Monte da Capela Premium 2016 Antão Vaz e Arinto, Monte da Capela
Tiago Cabaço Vinhas Velhas de Estremoz 2016, Tiago Mateus Cabaço e Cabaço
EA/Biológico 2016, Fundação Eugénio de Almeida
Conventual Reserva Branco 2016, Adega de Portalegre Winery
MEDALHA DE OURO – ROSÉS
Valcatrina by Santos Lima 2016, Casa Santos Lima
MEDALHA DE OURO – TINTOS
Vinhas da Ira 2011, H. Uva
Monte da Caçada 2015 Alicante Bouschet, Casa Santos Lima
Esporão 2013 Aragonez, Esporão
Nunes Barata Grande Reserva 2013, Nunes Barata Vinhos
Quetzal Reserva 2013, Quinta do Quetzal
Herdade dos Grous Moon Harvested 2015, Monte do Trevo
Herdade do Peso Reserva 2014, Sogrape Vinhos
Reguengos Reserva dos Sócios Reserva 2014, CARMIM
AR Reserva 2014, Adega Cooperativa de Redondo
Poliphonia Signature 2013, Granacer

“Escolha da Imprensa” na Beira Interior anunciou premiados

evento Beira Interior Vinhos e Sabores

Quinta dos Currais Colheita Seleccionada branco 2016 (da Quinta dos Currais) e Casas Altas Rufete tinto 2014 (de José Madeira Afonso) foram os dois grandes vencedores da 1ª edição do Concurso de Vinhos da Beira Interior – Escolha da Imprensa. O concurso celebrou-se em Pinhel no dia 17 de Novembro e contou com 39 vinhos […]

Quinta dos Currais Colheita Seleccionada branco 2016 (da Quinta dos Currais) e Casas Altas Rufete tinto 2014 (de José Madeira Afonso) foram os dois grandes vencedores da 1ª edição do Concurso de Vinhos da Beira Interior – Escolha da Imprensa. O concurso celebrou-se em Pinhel no dia 17 de Novembro e contou com 39 vinhos da Beira Interior, que foram avaliados por um painel de 12 jurados, todos membros de órgãos de comunicação social mas especializados na área dos vinhos (e daí o nome Escolha da Imprensa). Entraram 13 brancos e 26 tintos e uma grande percentagem de vinhos topos de gama das respectivas casas, que totalizaram 22 produtores. A direcção técnica e o apuramento dos resultados ficaram a cargo da equipa da VINHO Grandes Escolhas, em colaboração com a equipa da CVR da Beira Interior. Foi patente a grande percentagem de altas classificações, a provar que por esta região se fazem vinhos de qualidade muito elevada. A entrega de prémios ocorreu nessa mesma tarde, no evento Beira Interior Vinhos e Sabores, que se celebrou de 17 a 19 de Novembro. Organizado pela CVR local com o forte e empenhado apoio da Câmara Municipal de Pinhel, este evento contou com uma excelente amostra da produção local, tanto a nível de vinhos como de gastronomia.
Pelo caminho, dois especialistas em vinhos – Luís Lopes e João Afonso – apresentaram duas master classes sobre vinhos da Beira Interior, com exemplo provados. Ambos realçaram as virtudes do terroir da região, que tem na altitude e na correspondente frescura um dos seus maiores atractivos. Destaque ainda para duas castas que são quase inéditas no resto do país – a branca Fonte Cal e a tinta Rufete – a darem vinhos de grande qualidade e cheios de diferença, pela positiva.
Voltando ao evento, destaque para o cuidado colocado na apresentação da enorme sala, com requintes de decoração assinaláveis. Um espaço muito bonito, que agradou aos milhares de visitantes presentes.

Os melhores vinhos da Escolha da Imprensa
da 1ª edição do Concurso de Vinhos da Beira Interior – Escolha da Imprensa

BRANCOS Produtor
Grande Prémio Escolha da Imprensa
Quinta dos Currais Beira Interior Colheita Selecionada 2016 Quinta dos Currais
Prémio Escolha da Imprensa
Doispontocinco Beira Interior 2016 2.5 Vinhos de Belmonte
Pombo Bravo Beira Interior Síria 2016 Casa Agrícola Cova da Raposa
Quinta do Ministro Terras da Beira 2016 Aromas do Mondego
Quinta do Cardo Biológico Beira Interior Reserva Síria 2015 Agrocardo
Aforista Beira Interior 2015 Daniel Cavaleiro
TINTOS Produtor
Grande Prémio Escolha da Imprensa
Casas Altas Rufete 2014 José Madeira Afonso
Prémio Escolha da Imprensa
Talabara Premium Edition Beira Interior 2011 Quinta dos Currais
Entre Vinhas Beira Interior Grande Reserva 2014 Soc. Agr. Baraças Irmãos Unidos
Quinta das Senhoras Beira Interior 2013 Quinta das Senhoras
Quinta da Caldeirinha Biológico Beira Interior Touriga Nacional 2013 Aida Roda
Boa Pergunta Beira Interior Colheita Selecionada 2015 Cooperativa Agrícola Beira Serra
Quinta dos Termos Escolha Virgílio Loureiro Beira Interior 2011 Quinta dos Termos
Quinta do Ministro Terras da Beira 2014 Aromas do Mondego
Fundanus Prestige Beira Interior Jaen e Aragonês 2011 Adega Cooperativa do Fundão
Aforista Beira Interior Reserva 2013 Daniel Cavaleiro
Quinta do Cardo Biológico Beira Interior Touriga Nacional Reserva 2014 Agrocardo
Beyra Beira Interior Grande Reserva 2015 Rui Roboredo Madeira

7 Maravilhas vira-se para o vinho e a gastronomia

A organização das 7 Maravilhas de Portugal acaba de divulgar o tema da eleição de 2018: 7 Maravilhas à Mesa é a sétima eleição realizada em Portugal, promovendo os patrimónios que marcam a nossa identidade nacional. O projeto já arrancou, com a fase de candidaturas a abrir a 17 de Novembro. “Era inevitável que as […]

A organização das 7 Maravilhas de Portugal acaba de divulgar o tema da eleição de 2018: 7 Maravilhas à Mesa é a sétima eleição realizada em Portugal, promovendo os patrimónios que marcam a nossa identidade nacional. O projeto já arrancou, com a fase de candidaturas a abrir a 17 de Novembro.

“Era inevitável que as 7 Maravilhas acabassem por entrar no território dos vinhos, que são fator diferenciador incontornável na promoção de Portugal além fronteiras, e regressar ao universo da gastronomia, que já elegemos em 2011 e que agora abre todo um novo leque de oportunidades de promoção ao ser aliado aos vinhos e aos roteiros e experiências que tornam a nossa mesa única no mundo”, assumiu Luís Segadães, presidente das 7 Maravilhas no lançamento oficial do projeto.

Esta eleição vai promover a verdadeira experiência de comer e beber a uma mesa portuguesa, razão pela qual somos cada vez mais um destino turístico de referência. As candidaturas a concurso serão as “mesas”, mas num conceito alargado, que inclui o melhor que uma região tem para oferecer: os seus pratos, vinhos, pão, azeite ou queijos, mas também aquilo que pode ser experienciado, como um evento, uma adega, um lagar, um museu ou um percurso pedestre.

O processo segue o percurso de anos anteriores, com a votação de um painel de especialistas que analisarão as candidaturas para elaborarem uma lista de 49 pré-finalistas, 7 de cada região. São estas 49 mesas pré-finalistas que vão ser votadas pelo público, para eleger as 7 Maravilhas à Mesa, uma por cada uma das 7 grandes regiões de Portugal, num roteiro único.