Cortiça teve melhor semestre de sempre nas exportações, em valor

Cortiça exportações

Com mais 3,2% em valor do que no mesmo período do ano passado, as exportações portuguesas de cortiça alcançaram um marco histórico no primeiro semestre de 2023, chegando aos 670,435 milhões de euros. Estes dados foram divulgados pela Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR), que afirma tratar-se do melhor desempenho de sempre (em valor). Considerando, ainda, […]

Com mais 3,2% em valor do que no mesmo período do ano passado, as exportações portuguesas de cortiça alcançaram um marco histórico no primeiro semestre de 2023, chegando aos 670,435 milhões de euros. Estes dados foram divulgados pela Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR), que afirma tratar-se do melhor desempenho de sempre (em valor).

Considerando, ainda, que as quantidades exportadas diminuíram cerca de 15%, a APCOR conclui que este crescimento resulta do valor acrescentado dos produtos exportados.

“O sector conseguiu, num momento difícil em termos de procura, crescer em valor, resultado de uma combinação de factores, desde logo por via de um mix de produtos de maior valor acrescentado, mas também de todo o trabalho que o sector tem feito em prol do incremento da performance técnica dos seus produtos e da promoção internacional da cortiça”, explica João Rui Ferreira, secretário-geral da APCOR.

“Apesar do crescimento, temos vindo a registar uma tendência de abrandamento ao longo do ano, e os dados da conjuntura internacional não nos fazem antever uma alteração deste abrandamento no segundo semestre”, acautela João Rui Ferreira.

Companhia Agrícola do Sanguinhal renova imagem da emblemática marca Cerejeiras



Cerejeiras imagem

A Companhia Agrícola do Sanguinhal apresentou a nova imagem de uma das suas marcas emblemáticas, Cerejeiras, nas três versões: branco, rosé e tinto. Trata-se de uma marca presente, sobretudo, em grandes superfícies, com preços que podem variar (conforme as promoções) entre €3,49 e €3,99. Este rebranding prescindiu, ainda, dos anteriores designativos, como o Colheita Seleccionada […]

A Companhia Agrícola do Sanguinhal apresentou a nova imagem de uma das suas marcas emblemáticas, Cerejeiras, nas três versões: branco, rosé e tinto. Trata-se de uma marca presente, sobretudo, em grandes superfícies, com preços que podem variar (conforme as promoções) entre €3,49 e €3,99.

Este rebranding prescindiu, ainda, dos anteriores designativos, como o Colheita Seleccionada que agora, em garrafa borgonhesa, apenas se chama Cerejeiras. É uma marca que, no conjunto dos três vinhos, faz cerca de 250 mil garrafas, como disse Carlos João Pereira da Fonseca na apresentação da nova imagem, CEO da empresa e descendente directo de Abel Pereira da Fonseca, uma das figuras de referência dos vinhos portugueses na primeira metade do século passado.

Os vinhos agora lançados, todos da colheita de 2022, incluem as castas Arinto, Sauvignon Blanc, Fernão Pires e Vital (em branco), Castelão, Touriga Nacional, Aragonez e Syrah na versão rosé, e o tinto, além de incorporar as mesmas castas do rosé, ainda tem Cabernet Sauvignon.

A Companhia Agrícola do Sanguinhal, com sede no Bombarral e importante símbolo da Denominação de Origem Óbidos, é também conhecida pelos seus licorosos, aguardentes velhas e a sua marca ícone, Quinta das Cerejeiras, que começou apenas na versão tinto mas que, actualmente, integra também branco e rosé. Além dos vinhos, o enoturismo desta empresa ganha cada vez mais preponderância com a visita às antigas adegas, onde existem as prensas gigantes que tanto impressionam os visitantes.

Quinta da Roeda: A single jóia da Croft

quinta da roeda

Num longo passeio pelas vinhas, na companhia do responsável de enologia do grupo, David Guimaraens, e do responsável de viticultura, António Magalhães, deu para ver o estado saudável das videiras, mesmo na altura em que muitos já se estão a queixar da seca. Segundo David Guimaraens “o Porto Vintage é a máxima expressão da região”. […]

Num longo passeio pelas vinhas, na companhia do responsável de enologia do grupo, David Guimaraens, e do responsável de viticultura, António Magalhães, deu para ver o estado saudável das videiras, mesmo na altura em que muitos já se estão a queixar da seca.

Segundo David Guimaraens “o Porto Vintage é a máxima expressão da região”. Assim, um Vintage Single Quinta é a máxima expressão de uma propriedade. Permite cruzar as características de um local com as condições de um ano vitícola. Na Croft, o Vintage Port quinta da Roeda é declarado nos anos que não coincidem com as declarações clássicas, mas “o Vintage Croft é muito Roeda (85-90%)”. David lembra-se que em 2007 a identidade da Roeda foi tão forte que a decisão entre o Vintage clássico e single quinta foi difícil. Os single quinta normalmente são mais acessíveis e prontos para beber mais cedo. Como diz David Guimaraens, “é bom que os Vintage single quinta evoluam mais depressa, podemos bebê-los ainda na nossa vida”.

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A Quinta da Roeda e o seu património vitícola

As primeiras vinhas na Quinta da Roeda foram plantadas em 1811. Em 1844 a quinta foi adquirida pela, já conhecida na altura, empresa Taylor, Fladgate & Yeatman, poucos anos antes do ataque de oídio. Na década de 1860, quando a quinta pertencia a John Fladgate, a área de vinha foi aumentada através de aquisição de terrenos vizinhos. Em 1889, a Croft comprou a propriedade e iniciou a replantação das vinhas que sofreram com a praga desastrosa da filoxera. As várias fases da replantação tiveram lugar na última década do século XIX e no início do século XX. Estas vinhas ainda fazem (a melhor) parte do património vitícola da propriedade.
A vida deu uma volta e em 2001 o grupo Taylor/Fonseca comprou a Croft, ficando novamente com a Quinta da Roeda. Foi uma aquisição estratégica. No Inverno de 2001 para 2002, António Magalhães, uma autêntica enciclopédia da vinha duriense, com a sua equipa começou a tomar conta da herança vitícola da Roeda. Ao mesmo tempo, tomando partido da experiência que tinham nas outras quintas do grupo, David Guimaraens apostou na construção de lagares de granito para vinificar vinho do Porto. Um Porto feito em inox resulta numa fruta mais exuberante e num perfil mais suave; no lagar fica mais fechado e mais denso. Nos lagares recorrem à pisa a pé, mas também dispõem de pisadores robóticos para trabalharem à noite. Desta forma têm o melhor dos dois mundos: o moderno permite aliviar a penosidade do trabalho humano. Destes lagares saiu o primeiro Vintage da Quinta da Roeda, de 2002, depois da aquisição. Foi simbólico e importante para a assinalar o início de uma nova era desta propriedade.

quinta da roeda

 

“As Quintas distinguem-se pelas castas minoritárias, sobretudo devido ao excesso de tourigas (nacional e francesa)” – David Guimaraens

 

Dos 76 hectares da vinha da Quinta da Roeda, 23% são ainda da primeira geração de plantações pós-filoxera. As vinhas pós-filoxéricas como a vinha da Benedita ou da Ferradura, com uma grande densidade de plantação, tendo apenas 1m2 por videira, são autênticas jóias entre as parcelas da quinta. As videiras são torcidas mas de boa saúde e com mortalidade muito baixa. As vinhas antigas convivem lado a lado com vinha ao alto, plantada em 2006. Esta também é uma boa solução desde que a inclinação de terreno permita (até 35%). Durante os últimos anos, têm replantado a vinha, desdobrando os patamares com taludes muito altos para ficarem só com 1,5m de largura. Assim, já renovaram ¼ da vinha da quinta da Roeda. São mecanizáveis, com possibilidade de passagem de um tractor pequeno. A ideia é adaptar a máquina à vinha e não ao contrário, como foi feito na altura dos PDRITM. Com estas replantações conseguem aumentar a ocupação do solo com videiras em 36,5%, passando das 3500 videiras por hectare para 6000, e aumentar a eficiência e segurança do trabalho mecânico.

Relativamente às castas, David Guimaraens e António Magalhães concordam que não se deve limitar a plantação a apenas duas ou três variedades. “As quintas distinguem-se pelas castas minoritárias, sobretudo hoje em dia com o excesso de Tourigas (Nacional e Francesa)”, afirma David. A Tinta Francisca tem uma grande importância nas vinhas velhas da Roeda. Não apresenta uma identidade tão óbvia quanto as Tourigas mas tem personalidade muito própria. Nas replantações foram buscar Tinta Francisca ao banco genético da vinha da Benedita. A Rufete plantou-se a partir de material genético de um viticultor com quem trabalham. “É o terreno que pede a casta” explica António Magalhães e mostra o exemplo com linhas alternadas de castas conforme as particularidades do terreno. Touriga Nacional fica na zona mais fértil. Junto com Tinto Cão podem ficar mais expostas ao sol porque naturalmente preservam bem a acidez, enquanto a Tinta Barroca, rica em açúcares, tem de ser plantada em sítios mais frescos, mais altos e virados a norte. A Tinta Amarela, plantada mais alto, precisa do terreno nem muito fértil, nem muito quente.

Um prelúdio à prova vertical

A prova vertical dos Vintage da Quinta da Roeda teve uma parte não oficial no dia anterior, onde provámos os Vintage 1914, 1960 e 1980. Estavam todos bem vivos, mas o 1914 impressionou mais. Com uma cor muito aberta, quase translúcida, aromas delicados de notas medicinais, farmácia, xarope de rosa espinhosa, especiaria. Pareceu untuoso e delicado, desenvolvendo notas de cedro, resinas e alperce seco. Apesar da sua idade avançada, ainda tinha bela presença, com certa força e frescura que conseguiu preservar durante mais de um século. Só havia três garrafas na Quinta e foi muito didáctico provarmos esta relíquia, porque deu para perceber uma coisa sobre o estilo dos Vintage da Quinta da Roeda: a sua aparente macieza e perfil arredondado não compromete a longevidade.

 

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Segundo David Guimaraens “O Porto Vintage é a máxima expressão da região”. Assim, um Vintage “Single Quinta” é a máxima expressão de uma propriedade.

 

A influência e a expressão dos anos

O clima no Douro traduz-se ao longo de dois anos. Na expressão de David, “2002 foi um ano trapalhão”. A seguir ao 1970 foi o ano mais árido. Além do Inverno seco, a temperatura esteve de tal forma baixa que o rio Pinhão gelou completamente no período do Natal. Mas como em 2001 choveu quase o triplo do normal (1600mm/ano), criou-se um “pulmão” que permitiu aguentar o ano árido. António Magalhães confessa que se tivesse de escolher o seu ano preferido, seria o 2004 (a seguir ao 1985). Um ano seco, com poucas doenças e pragas, onde tudo correu muito bem e pareceu um ano clássico à porta. Mas é o que acontece (ou acontecia…) quando há anos muito bons consecutivos – não foi considerado clássico.

2005 foi o ano que se destacou por ser extraordinariamente quente e seco. Em termos de índice de aridez, este ano passou do habitual semi-árido para árido. A videira defendeu-se restringindo o vigor e produzindo cachos mais pequenos com bagos também mais pequenos. O processo de maturação foi mais lento, aliviando-se a pressão da seca pela precipitação que ocorreu entre os dias 6 e 9 de Setembro, permitindo uma colheita perfeitamente equilibrada.

2008 foi um ano desalinhado do normal. Depois do Inverno mais seco e frio do que o habitual, o mês de Abril (com águas mil) reabasteceu as reservas de águas subterrâneas. A floração ocorreu em condições húmidas e frias o que, obviamente, resultou em rendimento mais baixo, mas com uma grande concentração de sabor. A temperatura média, que normalmente ronda os 15˚C, foi mais baixa durante todo o ano. Não foi chuvoso, mas uma chuva regular bem distribuída resultou num ano que nem semi-árido foi. Dias quentes combinados com noites frias permitiram uma óptima maturação das uvas.

2012 foi um óptimo ano, mas ficou na sombra de 2011. Começou com o Inverno muito seco, mas as chuvas de Abril e Maio salvaram o ano. Devido ao Inverno seco e Primavera mais fresca, as vinhas apresentavam baixo vigor. A vinha regulou-se pelo tamanho do bago, que não ultrapassava de uma moeda de 1 cêntimo, mas estes eram bem formados. A breve chuva em Setembro não afectou a vindima que decorreu sob perfeitas condições.

2015 pode ser comparado com 2008 em termos de padrão de chuva no que toca à quantidade e a distribuição. A diferença foi a temperatura média 1,2˚C mais quente do que em 2008. À excepção de dois dias de chuva, a 15 e 16 de Setembro, toda a vindima decorreu em excelentes condições, com dias de sol quentes e noites frescas. Baumé elevado, acidez um pouco mais baixa, excelente extracção. A vontade de declarar o 2015 como o ano clássico foi grande, até porque não houve declarações em 2012, 2013 e 2014 (que foi um desastre). Mas na altura já havia o 2016 que mostrou outro apelo. “Era mais fácil declarar o 2017 depois de 2016 do que o 2015 e o 2016 seguidos”, explica David. “Vivemos sempre com este trauma”.

 

quinta da roeda

 

No Inverno de 2001 para 2002, António Magalhães, autêntica enciclopédia da vinha duriense, começou a tomar conta da herança vitivinícola da Roeda.

 

E chegámos ao fabuloso 2017 que faz lembrar o relatório de vindima de 1945. Foi “impensavelmente árido” segundo António Magalhães, “mas no Douro existe a capacidade de ensanduichar um ano absurdo entre os anos perfeitos”. É o caso de 2017. Começou com a Primavera muito seca, apenas alguns milímetros de chuva caíram em Abril. As temperaturas estiveram acima da média e as condições secas continuaram durante todo o Verão e até o final de Setembro. Felizmente, as temperaturas em Agosto caíram para níveis mais moderados, principalmente à noite, dando equilíbrio à colheita. A vindima na Quinta da Roeda começou no dia 31 de Agosto, o início mais cedo nos últimos 70 anos. Já na adega os mostos demonstraram uma densidade excepcional.
A empresa declarou como clássico o 2017 Vintage Croft, mas a impressionante dimensão e riqueza dos vinhos provenientes das parcelas mais velhas merecia um destaque. Assim, quatro lotes resultaram num vinho memorável, do qual foram produzidos apenas 2200 litros. Basicamente foi um Single Quinta clássico… apelidado de Sérikos numa referência histórica à produção de seda na Quinta da Roeda nos anos seguintes à devastação pela filoxera e também ao seu carácter sedoso.

2018 começou extremamente seco dada a pouca chuva no ano anterior. Felizmente o stress nas videiras foi aliviado em Março graças a chuvas fortes. Junho frio e húmido, Julho seco e relativamente ameno e Agosto com temperaturas bem acima dos 40˚C. As abundantes reservas de água no solo, construídas na Primavera, permitiram que as uvas amadurecessem de maneira uniforme e gradual, apesar das condições quentes.

Em 2019, as condições relativamente frescas e a ausência de picos de calor traduziram-se na elegância, acidez vivaz, cor acima do normal e aromas muito atractivos. Este Vintage, anunciado em 2021, ainda não foi disponibilizado para o mercado, irá permanecer em cave durante mais alguns anos…

(Artigo publicado na edição de Julho de 2023)

Comissão Vitivinícola da Bairrada preocupada com Linha de Alta Velocidade

Bairrada Linha Alta Velocidade

A Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB) deu o seu parecer, partilhado em comunicado de imprensa, na sequência da consulta pública promovida pela Agência Portuguesa do Ambiente, no âmbito do procedimento de Avaliação de Impacto Ambiental para o estudo prévio da Linha Ferroviária de Alta Velocidade (LAV) entre o Porto e Lisboa, mostrando-se preocupada com as […]

A Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB) deu o seu parecer, partilhado em comunicado de imprensa, na sequência da consulta pública promovida pela Agência Portuguesa do Ambiente, no âmbito do procedimento de Avaliação de Impacto Ambiental para o estudo prévio da Linha Ferroviária de Alta Velocidade (LAV) entre o Porto e Lisboa, mostrando-se preocupada com as propostas apresentadas para os troços de Porto/Soure e Soure/Aveiro.

“A decisão política de se avançar com a construção da LAV vai ter um impacto bastante negativo nesta região vitivinícola do Centro de Portugal, na medida em que há troços que atravessam aquele que é o território vitivinícola da Indicação Geográfica Beira Atlântico, onde se insere a Região Demarcada da Bairrada. A construção da LAV, tal como é apresentada, destrói uma mancha que, ao longo dos últimos anos, tem sido um dos maiores cartões-postais da região vitivinícola da Bairrada e um dos seus mais eficientes embaixadores. A sua singularidade e identidade vão, desta forma, ser irremediavelmente afectadas”, introduz a Comissão Vitivinícola da Bairrada.

Pedro Soares, presidente da CVB e seu porta-voz, desenvolve: “A noção de importância colectiva nacional do projecto que nos é apresentado, nomeadamente através dos documentos disponíveis no sítio participa.pt, os seus eventuais benefícios em relação a questões como a diminuição do tempo de viagem de comboio entre Lisboa e Porto, o aumento da competitividade, a descarbonização do sector dos transportes ou a redução da sinistralidade rodoviária não nos impede de ter uma posição crítica em relação ao projeto apresentado, pelo facto de, também nós, os que produzimos os vinhos da Bairrada, sermos uma parte desse mesmo Portugal. É importante relembrar que a região é já dividida por outras vias de comunicação existentes, que, em benefício coletivo, causam danos irreparáveis à nossa região”.

Pedro Soares, presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada. ©CVB/Gonçalo Villaverde

Ainda no mesmo comunicado, a CVB refere que “os traçados que são do conhecimento público são extremamente penalizadores para a região da Bairrada. O cultivo da vinha é uma atividade económica com enorme importância social e cultural, mas também económica. Através das Denominações de Origem é possível valorizar uma actividade não deslocalizável (produção de uvas), fixar população, contribuir de forma decisiva para a economia local e tornar mais sustentável todo um território. Uma vinha é, em si, um ativo tão único e importante que, em muitos casos, dá origem a vinhos que levam aos quatro cantos do mundo o nome dessa mesma vinha, da região e de Portugal.

Os solos, a sua biodiversidade, as linhas de água existentes e as pessoas – que cuidam, no dia-a-dia, as suas vinhas, contribuindo assim para melhorar também a sustentabilidade ambiental – vão, todos eles, sofrer prejuízos incalculáveis e irreparáveis. As obras necessárias, os taludes a efetuar, os transportes durante a fase de construção e um conjunto de condicionantes associados a este tipo de projectos vão, em muitos casos, alterar de forma irrecuperável boa parte da região bairradina.

Ao longo dos últimos anos, vários foram os investimentos efetuados na recuperação e plantio de vinha, na adaptação, manutenção e construção de adegas que viabilizem não só a produção de vinhos e espumantes, mas se tornem activos colectivos da Região, na criação de caminhos e percursos que permitam intensificar o enoturismo (atividade que o Turismo de Portugal assume, nos dias de hoje, como uma ferramenta fundamental do sector do turismo), na criação de rotas, na valorização da paisagem natural. A Bairrada possui uma associação específica para o enoturismo, por reconhecer esta actividade como de importância decisiva para o sector”.

Pedro Soares questiona também sobre “quem se responsabilizará por tantos danos, materiais e imateriais, que o avanço desta obra trará para a nossa região?”, afirmando que a Comissão Vitivinícola da Bairrada “não é contra a Linha Ferroviária de Alta Velocidade em Portugal, mas não podemos concordar e aceitar os traçados propostos, pois são demasiado penalizadores para uma região de passado, presente e futuro, como é a Bairrada”.

Portugal WOWtêntico: World of Wine celebra a cultura do país em festival

Portugal WOWtêntico

De 10 a 15 de Agosto, o World of Wine (WOW) — quarteirão cultural de Vila Nova de Gaia com sete museus, vários restaurantes, lojas e uma escola de vinho — será palco do Portugal “WOWtêntico”, um festival que celebra a cultura, as artes, os ofícios, a gastronomia e a música do país. No dia […]

De 10 a 15 de Agosto, o World of Wine (WOW) — quarteirão cultural de Vila Nova de Gaia com sete museus, vários restaurantes, lojas e uma escola de vinho — será palco do Portugal “WOWtêntico”, um festival que celebra a cultura, as artes, os ofícios, a gastronomia e a música do país.

No dia 10, o Museu do Vinho vai presentear os visitantes com vinhos de várias regiões vitivinícolas de Portugal: Aveleda da região dos Vinhos Verdes, Picotes de Trás-os-Montes, Quinta Vale do Bragão e Quinta do Crasto do Douro, Quinta da Aguieira da Bairrada, Alameda de Santar do Dão, Infinitude de Lisboa, Cartuxa e Reynolds do Alentejo, Atlantis da Madeira e Pico Wines dos Açores.

Já no dia 11, o Museu da Cortiça terá, entre outras iniciativas, uma prova de pão e azeites alentejanos e uma aula de yoga. No dia 12, haverá jogo da malha dentro do Pink Palace, e também fado. No dia 13, a prova será de chocolates, no Museu do Chocolate, e no dia 14, a animação histórica no The Bridge Collection vai contar com parceiros, como o Município de Santo Tirso. Este trará a representação de um Monge Beneditino, que dará a provar o licor “Singeverga”. No dia 15, no Museu da Região do Porto, a Portugal Manual proporcionará uma série de workshops, entre eles pintura de azulejos com a artesã Maria Marques.

Para além da programação no interior dos museus, quase todos os espaços do World of Wine, exteriores e interiores, terão pontos de interesse no âmbito do Portugal WOWtêntico. Na Lemon Plaza, um mercado com sabores de Portugal, de norte a sul e ilhas. São vários os municípios envolvidos, bem como confrarias gastronómicas e marcas de doçaria tradicional portuguesa.

No Street Market, as artes e os ofícios estarão em destaque, com muitas demonstrações ao vivo: das mãos que trabalham o barro, às que tricotam e bordam as camisolas poveiras, de quem trabalha a madeira à cerâmica, passando ainda pela afamada arte da filigrana e pelas flores.

Na Galeria da praça central, terá lugar uma exposição de arte colectiva. Subordinada ao tema do vinho, a exposição junta o talento de Gilberto Gaspar, artista plástico; Cláudia Marina Telheiro, ceramista; Pedro Sadio, fotógrafo; Rita Costa, artista visual; e Ivone Gaipi, escultora. A abertura da exposição acontece já dia 9, às 18h30, com a presença dos artistas.

Portugal WOWtêntico
Babel Bloom Floral Studio

Junto à bilheteira principal e durante o evento, o estúdio floral Babel Bloom estará a fazer uma instalação, naquilo que é a interpretação de Sara Oliveira — fundadora da Babel Bloom e autora de criações florais inspiradas na antiga arte japonesa Ikebana — de um coração tradicional em ponto grande e com flores preservadas. O objectivo de Sara, nascida e criada em Gondomar (cidade da filigrana) é homenagear esta arte dos fios de ouro, o artesanato e a cultura portuguesa.

A música vai ser também um elemento constante durante todo o festival. Vão marcar presença os Pauliteiros de Miranda, os Bombos de Viana do Castelo, ranchos folclóricos, entre outros grupos tradicionais. O encerramento do Portugal WOWtêntico acontecerá no dia 15 de Agosto, às 20h, com a música de Rita Rocha.

O bilhete geral, que custa €45, dá acesso a toda a programação do Portugal WOWtêntico, incluindo a entrada nos museus, todos os workshops, espectáculos e concertos. O bilhete diário custa €20 e proporciona todas as actividades do dia, bem como entrada e saída do museu, as vezes que o visitante pretender.

A programação completa do Portugal WOWtêntico pode ser consultada na página do evento.

Quinta do Paral integra Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo

Quinta Paral Programa Sustentabilidade

O Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA), desenvolvido pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), continua a integrar cada vez mais produtores de vinho da região, sendo a Quinta do Paral a 14ª adega a ver certificadas as suas práticas sustentáveis de viticultura e vinificação. O PSVA, que analisa as empresas em 3 sectores […]

O Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA), desenvolvido pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), continua a integrar cada vez mais produtores de vinho da região, sendo a Quinta do Paral a 14ª adega a ver certificadas as suas práticas sustentáveis de viticultura e vinificação.

O PSVA, que analisa as empresas em 3 sectores — Viticultura, Adega, Viticultura & Adega — avaliou a Quinta do Paral quanto à Viticultura & Adega.

“Este certificado só veio comprovar as diversas práticas sustentáveis que temos vindo a implementar desde sempre, na nossa área vitivinícola. Um exemplo disso é o cuidado que temos tido com a conservação das nossas vinhas, a redução do uso de fitofármacos que permitiu a melhoria do ecossistema, levando a uma recuperação da fauna e da flora envolvente, como refletido nas nossas Vinhas Velhas”, comenta Luís Leão, responsável de enologia da Quinta do Paral.

Em relação ao Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo, a CVRA declara: “O sector vitivinícola tem uma dependência total dos recursos naturais, da energia solar, de condições climatéricas apropriadas, água limpa e potável, e de solos saudáveis, devendo haver uma integração bem-sucedida destes elementos de forma ecologicamente sã. A CVRA considera ser uma prioridade a protecção e valorização destes activos naturais através de práticas sustentáveis exercidas por colaboradores altamente qualificados”.

Certificação e exportação de vinhos do Tejo continuam a aumentar

Vinhos Tejo certificação

No panorama dos vinhos do Tejo, o primeiro semestre de 2023 volta a trazer boas notícias. A Comissão Vitivinícola Regional dos Vinhos do Tejo (CVR Tejo) anunciou um aumento significativo na certificação de vinhos da região, na ordem dos 11,5%, entre os meses de Janeiro e Junho deste ano. Isto traduz-se em 16,8 milhões de […]

No panorama dos vinhos do Tejo, o primeiro semestre de 2023 volta a trazer boas notícias. A Comissão Vitivinícola Regional dos Vinhos do Tejo (CVR Tejo) anunciou um aumento significativo na certificação de vinhos da região, na ordem dos 11,5%, entre os meses de Janeiro e Junho deste ano. Isto traduz-se em 16,8 milhões de litros de vinho certificados durante este período.

Uma análise mais detalhada da CVR Tejo revela, também, que desse volume certificado, 5 milhões de litros se destinaram à exportação, sobretudo para países da União Europeia, com destaque para a Suécia e a Polónia. Comparativamente a 2022, trata-se de um aumento de 50% na exportação dos vinhos do Tejo certificados.
Ainda segundo a CVR Tejo, quando se comparam os números do primeiro semestre de 2023 com os de 2018 — ano em que a certificação de Janeiro-Junho foi de 6,8 milhões de litros, menos 10 milhões do que este ano — regista-se um notável aumento de 149%.

Vinhos Tejo certificação
Luís de Castro, presidente da CVR Tejo.

Outra boa notícia é o aumento do consumo de vinhos do Tejo no canal HoReCa (Hotéis, Restaurantes e Cafés). “Uma maior apetência na restauração capitaliza em vinhos diferenciadores e de valor mais elevado, o que é uma mais-valia para a construção de marca e notoriedade da região”, declara a comissão vitivinícola.

Luís de Castro, presidente da CVR Tejo, considera que “a região vai continuar a crescer e a conquistar, cada vez mais, quota de mercado nacional e internacional. Estes resultados são fruto do grande trabalho feito pelos produtores, com o incentivo da CVR Tejo, no que toca à valorização do território, do produto e da marca Vinhos do Tejo”.

Caminhos Cruzados com chef residente que serve em toda a adega

Caminhos Cruzados chef

Já é possível saborear os pratos de Miguel Vidal na adega da Caminhos Cruzados, chef que passa a estar em permanência nas instalações da empresa produtora de Nelas, no Dão. Quase todos os locais da adega podem ser palco das refeições criadas por este chef, que valoriza os produtos endógenos e utiliza a experiência adquirida […]

Já é possível saborear os pratos de Miguel Vidal na adega da Caminhos Cruzados, chef que passa a estar em permanência nas instalações da empresa produtora de Nelas, no Dão.

Quase todos os locais da adega podem ser palco das refeições criadas por este chef, que valoriza os produtos endógenos e utiliza a experiência adquirida em vários países do mundo, e os harmoniza com os vinhos da casa.

Escabeche de truta, bacalhau com broa, vitela em púcara de barro preto ou arroz de carqueja com vinha d’alhos são algumas das especialidades que se podem degustar em sítios como a sala de estágio dos vinhos Caminhos Cruzados, a varanda com vista para as vinhas, a sala de provas ou o pátio exterior.

Em alternativa, Miguel Vidal está disponível para proporcionar experiências personalizadas na adega, desde que requeridas com antecedência.

Os almoços ou jantares na adega da Caminhos Cruzados (mínimo 2 pessoas), são de marcação obrigatória (enoturismo@caminhoscruzados.net; 232 940 195) e têm um preço médio que ronda os 50 euros por pessoa, incluindo vinhos.