Estive lá: Arte e o vinho em terras de Amarante

Estive lá

Há muito que tinha o desejo de rever a obra de Amadeo de Souza-Cardoso, algumas dezenas de anos depois da exposição, na Fundação Gulbenkian, deste pintor único do início do século 20, pela sua criatividade, técnica e sentido estético emocionante. Por isso fiquei um pouco mais feliz quando tive a oportunidade de ver as suas […]

Há muito que tinha o desejo de rever a obra de Amadeo de Souza-Cardoso, algumas dezenas de anos depois da exposição, na Fundação Gulbenkian, deste pintor único do início do século 20, pela sua criatividade, técnica e sentido estético emocionante. Por isso fiquei um pouco mais feliz quando tive a oportunidade de ver as suas obras e rever a sua curta história de vida no pequeno museu dedicado ao artista em Amarante, durante um dos fins de semanas prolongados que gosto de dedicar a conhecer um pouco melhor o meu país. Depois, foi uma pequena passeata pela zona antiga da vila com entrada, de novo, na Igreja de S. Gonçalo e uma paragem para um doce de formato fálico com o mesmo nome, que, ao que parece, homenageia os dotes casamenteiros de um santo, para os locais, e apenas beato, para a igreja, para arranjar maridos para senhoras mais velhas. A um par de cafés, seguiu-se uma passeata de beira rio Tâmega, nesse dia um pouco cheio e belicoso, de tal forma que nos impediu o caminho por já ter estendido as suas águas até ao caminho que iriamos percorrer.

O pôr do sol levou-nos ao Hotel Monverde, propriedade da Quinta da Lixa, para um par de noites que foram tão repousantes e agradáveis, que ficámos com pena de não permanecermos mais um pouco. Os quartos com vista para as vinha, o seu conforto, a ausência de ruído para além dos da natureza e o pequeno quintal à beira da piscina individual, quase nos fizeram perder a vontade de sair, o que me acontece muito raramente quando durmo em hotéis. Mas um espírito irrequieto como o meu não se consegue segurar num quarto, por mais acolhedor que seja, e nesse dia tinha um jantar aprazado com Carlos Teixeira, o enólogo da Quinta da Lixa, empresa proprietária deste hotel, para um repasto com prova dos seus vinhos. Foi sobretudo uma bela conversa, que se prolongou noite dentro, para lá das 12 badaladas. Do repasto destaco, para além da qualidade do serviço os sabores e aromas do Atum braseado com couli de suave de manga e pólen de mel de rosmaninho e do Gambão Argentino flambê, aveludado de ervilha e manteiga branca de açafrão, os dois primeiros pratos do repasto. Entre os vinhos gostei do Alvarinho de entrada, um vinho muito fresco e equilibrado e uma boa opção para pratos de peixe e marisco, e o Quinta da Lixa Alvarinho Reserva 2015, pela sua frescura, volume e complexidade, um vinho que se pode beber agora e durante muito mais tempo.

Estive lá

 

Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso

Morada: Alameda Teixeira de Pascoaes, Amarante

Tel.: 255 420 282

Site: www.amadeosouza-cardoso.pt

 

Monverde Wine Experience Hotel

Morada: Quinta de Sanguinhedo 166, Castanheiro Redondo, Telões, Amarante

Tel.: 255 143 100

E-mail: geral@monverde.pt

Site: www.monverde.pt

 

 

 

Estive Lá: Vila Real – Os sabores do Chaxoila e da Lapão

estive lá

O tempo estava frio, chuvoso, mas não nos demoveu de uma passeata húmida por terras de Vila Real, cidade onde passei inúmeras vezes, sobretudo a caminho da Região do Douro, mas onde apenas tinha parado para almoçar. Depois de um pequeno-almoço na Casa Lapão, feito de imperdíveis covilhetes, uma espécie de ex-libris da cidade, bem […]

O tempo estava frio, chuvoso, mas não nos demoveu de uma passeata húmida por terras de Vila Real, cidade onde passei inúmeras vezes, sobretudo a caminho da Região do Douro, mas onde apenas tinha parado para almoçar.

Depois de um pequeno-almoço na Casa Lapão, feito de imperdíveis covilhetes, uma espécie de ex-libris da cidade, bem pecaminoso, feito de massa folhada com recheio de carne, e de uma fatia da sua saborosa e bem recheada bôla, a meias, na companhia do indispensável galão de máquina, foi hora de passeio à chuva, com muitas paragens para usufruir da paisagem. Primeiro na pequena zona velha do centro da cidade. Depois, numa descida até ao rio Corgo, que estava cheio de água, ruidoso e bem bravo, para uma longa caminhada pelas suas margens. Foram várias as paragens, como não podia deixar de ser, sobretudo para ver e ouvir as águas a passar em turbilhão e a cair em cascata no meio daquela zona verde, aquilo que mais tarde alguém de lá disse ser o Parque da Cidade.

Quase três horas depois de termos iniciado o percurso, feito com a calma que todos os fins de semana prolongados merecem, estávamos de volta ao carro, de partida para o nosso destino de almoço, a Casa de Pasto Chaxoila, nesse dia para um Naco de carne de Cachena (raça bovina) fatiado com batatas de forno, na companhia de um tinto Terra a Terra reserva de 2021, depois de mais um par de covilhetes, porque são irresistíveis. Para terminar, dois tentadores bolos locais: uma Crista de Galo, que é recheada com doce de ovos, e um Pito de Santa Luzia, que leva, no interior, doce de abóbora e canela, dois dos mais tentadores bolos locais. Excesso de gulodice, eu sei, mas teve de ser, até porque não vamos a Vila Real todos os dias. A oferta da casa é mais vasta, e ainda lá voltámos para petiscar polvo à galega e umas pataniscas que estavam mesmo boas, apenas para reconfortar o corpo antes de voltar para a Casa Agrícola da Levada, um turismo de habitação familiar, com casas e quartos independentes, que fica numa quinta bem cuidada no interior da cidade. Ficámos no lagar, e gostámos.

 

Casa de Pasto Chaxoila

Morada: Estrada Nacional 2, Borralha, Vila Real

Tel.: 259 322 654

Pastelaria Casa Lapão

Morada: R. da Misericórdia 64, Vila Real

Tel.: 259 324 146

Casa Agrícola da Levada Eco Village

Morada: Casa Agrícola da Levada, Vila Real

Tel.: 916 594 404

 

Estive lá: Ostras e mexilhão de fim de semana

estive lá

Se há coisas que gosto sempre de fazer quando de vou de fim de semana até à aldeia de Assentiz, a dos meus sogros, de fim de semana, é um passeio matinal a pé desde a zona das piscinas municipais de Rio Maior até às suas salinas. A pista que costumo percorrer é mais feita […]

Se há coisas que gosto sempre de fazer quando de vou de fim de semana até à aldeia de Assentiz, a dos meus sogros, de fim de semana, é um passeio matinal a pé desde a zona das piscinas municipais de Rio Maior até às suas salinas. A pista que costumo percorrer é mais feita para isso e para quem gosta de correr do que para os amantes de ciclismo.
No percurso passo sempre pelos mesmos campos, a maior parte semeados de courgettes no verão, mas também com alguns pinheiros e oliveiras, ou apenas a natureza liberta. E também pela mesma empresa que vende materiais de construção, a mesma casa de campo murada de alguém e, quase no fim, o mesmo riacho, antes de voltar para o caminho que contorna as salinas por cima, para apreciar, uma e outra vez, a mesma vista de canteiros, aqui e ali, também no tempo quente, com um monte de sal bem branco posto sobre tábuas por mão experientes e com algum sentido estético. Tiro sempre mais umas fotos, porque a vista não me cansa e de vez em quando compro mais um pacote de sal, ou de flor de sal, para juntar aos outros, de outras origens que gosto de ter em casa.

Outra coisa que gosto de fazer, e que faço quase sempre, é ir até à vila da Marmeleira, onde o político e comentador José Pacheco Pereira iniciou a sua vasta biblioteca, com mais de 200 mil obras, que pode ser visitada na Ephemera – Associação Cultural, instalada numa antiga escola primária convertida e adaptada para o efeito. Fica na aldeia ao lado de Assentiz e faz parte da mesma freguesia, e vou lá para petiscar na Tasquinha do Lagar. Inicialmente ia porque as imperiais são bem tiradas e havia sempre tremoços para companhia, para além de outras coisas. Mais recentemente vou também porque oferece dos melhores mexilhões à belga que se podem comer no país. A receita foi trazida pelo seu atual proprietário, Paulo Tomaz, e é uma verdadeira gulodice, na companhia de batata bem frita, que fica muito bem com o Fernão Pirão de 2021 da Quinta da Lapa, a sua companhia mais recente. Mas também porque ele sabe escolher, e abrir, muito bem as ostras que serve, que nunca deixo de pedir, e repetir.

Há, também, outros mariscos, e sempre a oferta de um prato do dia, porque a pequena cozinha não dá para mais, que tanto pode ser Dobrada como Alcatra com fricassé de cogumelos ou Tamboril com molho de açafrão e esparregado, e uma oferta alargada de outros petiscos e bifes inspirados, que vale sempre a pena provar. Um pão da região, sempre saboroso, mais umas azeitonas que como sempre até ao fim, são coisas que vêm sempre para a mesa e são sempre apreciadas. Com todo o tempo do mundo, porque estamos na aldeia.

Tasquinha do Lagar
Morada: Rua Zeferino Simões Ferreira, nº 1 – Vila da Marmeleira
Tel.: 937 716 124
E-mail: tijuca.marmeleira@gmail.com

Salinas de Rio Maior
Morada: Estrada das Salinas 47, 2040-133 Rio Maior
Tel.: 243 991 121

Pedro Lemos é o restaurante do ano

Pedro Lemos

A vocação manifestou-se tardiamente, mas de forma clara. A meio da licenciatura em engenharia na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, o jovem Pedro Lemos tomou a decisão telúrica de mudar radicalmente o rumo da sua vida, para abraçar a profissão de cozinheiro. Os chefs Miguel Castro e Silva e Hélio Loureiro foram instrumentais […]

A vocação manifestou-se tardiamente, mas de forma clara. A meio da licenciatura em engenharia na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, o jovem Pedro Lemos tomou a decisão telúrica de mudar radicalmente o rumo da sua vida, para abraçar a profissão de cozinheiro. Os chefs Miguel Castro e Silva e Hélio Loureiro foram instrumentais na confirmação vocacional e isso levou-o a procurar formação na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, rumando a sul sem olhar para trás. Foi então que travou conhecimento com o chef Aimée Barroyer, vindo a oficiar ao seu lado no Pestana Palace. Ganhou experiência e autonomia junto do genial e sábio cozinheiro, que só deixou para voltar para o Norte, assumindo a instalação do ambicioso projecto duriense da Quinta da Romaneira. A abertura em 2009 do restaurante Pedro Lemos na Foz Velha foi, por isso, o culminar de uma caminhada sustentada no talento e brilho de um criador inexcedível em qualidade e originalidade. Tem desde 2014 uma estrela Michelin e a linha criativa está longe de estar esgotada. A arquitectura da ementa do restaurante Pedro Lemos segue a inconfundível matriz que todos devemos a Barroyer, com declinações culinárias que são inteiramente arte de Pedro Lemos. O racional consiste em apresentar em cada prato o produto/proteína principal seguido de um par de ingredientes ou condimentos que, juntos, montam e explicam o sabor e a intensidade da proposta. Encontramos por exemplo “Lírio, nabos e salsifis”, “Foie Gras de pato, pêra e brioche” ou “Lula, ouriço-do-mar e carbonara”. Simplificar junto do cliente pratos de muitos passos e grande complexidade. A exploração à mesa transforma-se numa aventura de texturas e sabores que não tem par em Portugal e, em simultâneo, é farol e luzeiro para toda a alta cozinha nacional. Um menu de degustação é muito mais do que uma simples sequência de pratos, no Pedro Lemos é uma viagem elegante, profunda e sempre com final feliz de digestibilidade garantida. F.M.

Pedro Lemos  (https://www.pedrolemos.net/)                                                                    Pedro Lemos

Rua PadreLuís Cabral, Nº 974 | 4150-459 Porto
Telefone: 220115986  info@pedrolemos.net

Estive lá: À procura dos bons sabores de Serpa

Estive lá Serpa

Se há coisa que gosto de fazer no tempo frio, é pegar no carro e dar uma volta de fim de semana prolongado à descoberta de terras de Portugal. Um deles levou-me até Serpa e às Minas de São Domingos, com direito a belos passeios a pé em dias límpidos e frios, que nos permitiram […]

Se há coisa que gosto de fazer no tempo frio, é pegar no carro e dar uma volta de fim de semana prolongado à descoberta de terras de Portugal. Um deles levou-me até Serpa e às Minas de São Domingos, com direito a belos passeios a pé em dias límpidos e frios, que nos permitiram viver um pouco daquilo que o Alentejo tem de melhor.
Serpa é uma das terras onde não me canso de voltar. Para passear nas suas ruelas de casario muitas vezes branco, que parecem ser sempre diferentes quando volto, para dar mais uma olhadela ao seu aqueduto e subir ao castelo para ver de novo as vistas.

Um pouco abaixo fica o restaurante O Alentejano, o destino do nosso almoço desse dia. Gosto de lá ir porque serve boa comida da região, o serviço é simpático e tem uma boa oferta de vinho, sobretudo alentejano, incluindo a de vários produtores locais.

O queijo, os enchidos e as azeitonas que vieram primeiro eram irresistíveis, e foram sendo saboreados na companhia de pão alentejano, como não podia deixar de ser. Como já tinha algumas saudades de uma boa sopa de cação e ali vale mesmo a pena saboreá-la, foi isso que escolhemos, apenas uma dose, que era farta o suficiente para dois. Para companhia foi-me sugerido, por quem estava a servir à mesa, o branco Encostas de Serpa da casta Antão Vaz e da colheita de 2022, de um produtor local, Monge & Filhas, que foi um bom parceiro do repasto. Uma encharcada a dividir por dois e um par de cafés terminaram um almoço bastante satisfatório, que nos reconfortou para o resto do dia.

Depois foi entrar nas mercearias e lojas da terra que vendem aquilo que melhor se faz por ali, desde o seu queijo de ovelha, único de aromas e sabores, ao seu pão e aos seus azeites e enchidos, que me sabem sempre de forma diferente. Entrámos na Casa Paixão e na Queijaria Tradiserpa para comprar um par de queijos para trazer para casa, e foi hora de pegar no carro para ir até às Minas de S. Domingos, um património mineiro histórico que gostei de visitar. Mas isso fica para outra estória.

Restaurante O Alentejano
Morada: Praça da República 15, 7830-389 Serpa
Telefone: + 351 284 544 335
E-mail: rest.oalentejano.serpa@gmail.com

Casa Paixão
Morada: Praça da República s/n, 7830-389 Serpa
Tel.: + 351 069 345 345
E-mail: casapaixaoserpa@gmail.com

Queijaria Tradiserpa
Morada: Rua dos Canos 6, 7830-412 Serpa
Tel.: 284 549 302
E-mail: tradiserpaqueijos@sapo.pt

Pátio das Caves Cockburn’s recebe primavera com petiscos e cocktails

Cockburn's

Nas Caves da Cockburn’s está tudo a postos para os dias solarengos. Para receber fins de tarde de calor e convívio, o pátio apresenta uma nova selecção de petiscos, acompanhados dos habituais cocktails e catálogo de vinhos, que já podem ser apreciados. As Caves Cockburn’s oferecem aos visitantes a oportunidade de conhecer o legado e […]

Nas Caves da Cockburn’s está tudo a postos para os dias solarengos. Para receber fins de tarde de calor e convívio, o pátio apresenta uma nova selecção de petiscos, acompanhados dos habituais cocktails e catálogo de vinhos, que já podem ser apreciados. As Caves Cockburn’s oferecem aos visitantes a oportunidade de conhecer o legado e a história da família Symington e dos vinhos ali envelhecidos, assim como de descobrir o maior armazém de envelhecimento de vinho do Porto da zona histórica de Vila Nova de Gaia, onde são mantidos milhares de barris, tonéis e balseiros. Os visitantes podem ainda conhecer as diferentes referências da marca através de provas de vinhos, que podem agora ser realizadas na sala de provas ou ao ar livre.

O novo menu de petiscos, que inclui sugestões entre 2 e 15 euros, conta com produtos regionais, resultado de parcerias com produtores nacionais da zona Norte. Um sortido fatiado de Porco Bísaro, uma seleção de queijos e compota ou covilhetes são algumas das opções da “ementa”, que conta também com snacks mais leves como batatas fritas ou uma taça de amêndoas. Para os apreciadores de conservas, é possível escolher entre paté de atum ou bacalhau, sardinhas em posta e ainda atum com feijão frade. E porque os petiscos podem ir além de produtos de origem animal, o menu inclui opções como um paté vegano ou empadas vegetarianas. Além do produto “estrela” do local, também o azeite pode ser apreciado com uma prova acompanhada de pão.

No pátio da Cockburn’s, que está aberto aos visitantes das Caves e a todos os que procuram, simplesmente, um local para conviver e descontrair nos dias de maior calor, é também possível encontrar refrescos, como cocktails de Porto Tónico, Port & Lemon ou ainda Port & Ginger. O espaço sugere ainda a degustação de um sorvete produzido a partir do Special Reserve, havendo ainda uma opção de gelado infantil para que nem os mais pequenos fiquem de fora. Os bombons de chocolate e os pastéis de nata não poderiam faltar para completar a selecção de petiscos ideais para um final de tarde de convívio.

As visitas às Caves Cockburn’s têm uma duração de 1h30 e culminam sempre numa prova de vinhos, com seis opções disponíveis (a partir dos 22 euros). As visitas podem realizar-se no horário das 10h00 às 17h30, até 31 de Outubro. A reserva prévia deve ser efetuada através do site (www.cockburns.com). As provas nas Caves estão disponíveis das 10h00 às 19h00 e a loja encontra-se aberta das 9h30 às 19h30.

Comida Independente: A loja gourmet do ano

Comida Independente

Aberta em Lisboa no início de 2018, esta loja é muito mais do que uma mercearia-charcutaria fina com especialidades como queijo, vinho e azeite. É todo um manifesto, como decorre, desde logo, do nome e do lema assumido: “comida independente, grandes produtos, pequenos produtores”. Nome, lema e conceito, que correspondem ao foco numa clientela que […]

Aberta em Lisboa no início de 2018, esta loja é muito mais do que uma mercearia-charcutaria fina com especialidades como queijo, vinho e azeite. É todo um manifesto, como decorre, desde logo, do nome e do lema assumido: “comida independente, grandes produtos, pequenos produtores”. Nome, lema e conceito, que correspondem ao foco numa clientela que cada vez mais se afasta das grandes superfícies e dos produtos ditos massificados. Há na Comida Independente um lado gregário evidente, sendo disso bom exemplo o merchandising próprio, a organização de um mercado de produtores, e a existência até de um clube de vinhos – nem de propósito identificado como Alcateia – que tende à fidelização. Mal se entra na loja, sita entre a Avenida Dom Carlos I e o Jardim Dom Luis (rigorosamente, junto ao Largo Conde Barão), comprova-se o foco nos artigos de pequenos produtores portugueses o que, de alguma forma, se vê também na secção de vinhos, limitada, mas primorosamente selecionada, com pendor para vinhos biodinâmicos e outros ditos por naturais.

Mal se entra na loja, comprova-se o compromisso arreigado da oferta de artigos de pequenos produtores portugueses.

Apesar do espaço exíguo (menos do que 100m2), a verdade é que a variedade em cada secção é acima da média. Nos queijos por exemplo – falha habitual nas charcutarias clássicas lusitanas –, a oferta é generosa e a responsável Rita Santos lembra-nos que, antes de abrir a loja, passou férias na Serra da Estrela só a provar queijos. Da mesma forma, atesta que já visitou grande parte dos produtores cujas delícias vende todos os dias com simpatia e alegria. Todo o contexto da loja é de uma aparente simplicidade, com bonitos toldos azuis a contrastar com uma fachada branca e azulejos alvos também no interior. Além de vários produtos frescos (pão, fruta e leguminosas) e outros mais habituais em lojas do género (compotas, mel, molhos, enchidos, chocolates e café), podemos encontrar, logo à entrada, um pequeno e informal wine-bar, cuja especialidade é o sanduiche de pastrami (não fica atrás, podemos jurar, da clássica servida há décadas no mítico Katz’s em Nova Iorque). Numa mesa mais ou menos comunitária (dentro ou fora da loja) ou no pequeno balcão também à entrada, e sempre sem reserva, as tábuas de queijo, conservas e enchidos são um sucesso junto da comunidade local, cada vez mais estrangeira por sinal. N.O.G.

Comida Independente:  R. Cais do Tojo 28, 1200-649 Lisboa  

https://comidaindependente.pt/

Chef Vítor Sobral inaugura a Petiscaria da Esquina em Lisboa

petiscaria da esquina

O chef Vítor Sobral convida à partilha e ao convívio no seu novo restaurante localizado no centro de Lisboa. A Petiscaria da Esquina apresenta os mais emblemáticos petiscos tradicionais portugueses, reinterpretados pelo chef, com uma cozinha preparada para receber clientes durante todo o dia. Em linha com o conceito do Grupo Vítor Sobral, de homenagem […]

O chef Vítor Sobral convida à partilha e ao convívio no seu novo restaurante localizado no centro de Lisboa. A Petiscaria da Esquina apresenta os mais emblemáticos petiscos tradicionais portugueses, reinterpretados pelo chef, com uma cozinha preparada para receber clientes durante todo o dia.

Em linha com o conceito do Grupo Vítor Sobral, de homenagem à gastronomia tradicional portuguesa, o chef Vítor Sobral apresenta um novo espaço, em Lisboa, na Avenida da República.

Chama-se Petiscaria da Esquina e, tal como o nome indica, apresenta uma carta de petiscos, a maioria bem conhecida dos portugueses, como as moelas em tomatada (9€), pica-pau de novilho (14,50€), berbigão à Bulhão Pato (14,90€) ou a salada de orelha de porco de coentrada (8,50€), por exemplo, todos temperados com a assinatura do chef Vítor Sobral.

“Este é um espaço que honra a nossa gastronomia, sobretudo a cultura da partilha à mesa, a boa conversa e um copo de vinho. Temos os petiscos mais emblemáticos e outros que quis apresentar como uma reinterpretação da nossa cozinha, como bochecha de porco, pimentão da horta e pickles ou lulas salteadas com limão e salsa. São quase duas dezenas de petiscos, além das ofertas de pratos. Motivos não faltam para ir à Petiscaria da Esquina”, refere o chef Vítor Sobral.

Com uma cozinha aberta durante todo o dia até às 23h00, entre as 15h00 e as 20h00 os motivos para ir ao restaurante são ainda maiores, com as Happy Hours a oferecer imperial Super Bock a apenas 1 euro. Para quem prefere um bom vinho, a carta é composta por vinhos portugueses, do Douro, Dão, Lisboa, Setúbal e Alentejo, além de espumantes e licorosos. A Petiscaria da Esquina tem também televisão, para que os dias de jogos sejam vividos à mesa, em boa companhia. Para quem preferir petiscar em sua casa, está também disponível o serviço de take away e de delivery pela Uber Eats.