Periquita: Muito mais do que uma marca
No ano em que a José Maria da Fonseca celebra os 190 anos de casa, sua marca mais emblemática – Periquita – foi objecto de um rebranding sob o mote “Moderno desde 1850”. É apresentada agora com uma imagem renovada e bem conseguida, que alia um estilo moderno com um toque de classicismo, resultando numa […]
No ano em que a José Maria da Fonseca celebra os 190 anos de casa, sua marca mais emblemática – Periquita – foi objecto de um rebranding sob o mote “Moderno desde 1850”. É apresentada agora com uma imagem renovada e bem conseguida, que alia um estilo moderno com um toque de classicismo, resultando numa estética tradicional refinada.
Conta a história que o fundador da casa mais antiga da Península de Setúbal (1834), José Maria da Fonseca, adquiriu a propriedade em Azeitão chamada Cova da Periquita, na década de 1840, onde plantou varas de Castelão que havia trazido muito provavelmente do Ribatejo.
Embora a data exata da primeira colheita não possa ser confirmada, sabe-se com certeza que em 1850 o Periquita já era produzido. Prova disso é uma carta desse ano, na qual José Maria da Fonseca escreve a um amigo: “Gostava que provasses o meu Periquita.”
Foi o primeiro vinho engarrafado em Portugal, e com ele nasceu o conceito que hoje chamamos de “marca” (e que foi oficialmente registada em 1941). O nome que corresponde à identidade de um vinho e desperta as expectativas do consumidor.
As garrafas vieram da Inglaterra, a concepção dos primeiros rótulos do Periquita foi da autoria de um artista parisense e as rolhas eram seleccionadas por um técnico catalão. Foi um passo visionário. O vinho engarrafado que ostenta um rótulo, ao invés do vinho vendido a granel, para além de chegar ao destino mais protegido da adulteração, serve de embaixador da casa que o produziu, da região e do país.
Em 1881 deram-se as primeiras exportações de Periquita para o Brasil. A colheita de 1886 recebeu a medalha de ouro na Exposição de Vinhos de Berlim em 1888.
Na década de 1940 surge o conceito de Reserva, “que não tem nada a ver com os Reservas de hoje” – explica Domingos Soares Franco, o vice-presidente da empresa e a 6ª geração da família. “Nos anos bons guardava-se uma parte em cave e lançava-se mais tarde”, com 5-7 anos de estágio. “Reservavam-se cerca de 1000 caixas de 12 e, nesta altura, estaremos a falar da produção do Periquita de mais de 100.000 caixas, ou seja cerca de 1 milhão e meio de garrafas”. O Periquita e o Periquita Reserva, originalmente, eram o mesmo vinho. O Reserva de hoje é um vinho completamente diferente do Periquita “colheita”.
Embora o Periquita tenha nascido como Castelão, a força da marca era tal que se tornou na sinonimia da própria casta na região (hoje permitida apenas para a Península de Setubal). Nos anos 40-50 do século passado deixou de ser Castelão a 100%, juntando a Trincadeira que o pai de Domingos Soares Franco, Fernando Soares Franco, gostava muito, e Aragonez. Décadas depois deixa de ser blend, sobretudo porque ambas as castas mostram grande susceptívidade às doenças da vinha, e a Trincadeira ainda por cima “é uma casta muito aneira e desidrata de um dia para outro”. Na viragem do século volta a ser um blend, para o qual a Trincadeira e Aragonez vêm de uma vinha plantada no início dos anos 90. Na colheita de 2022, o Aragonez foi substituído por Alicante Bouschet (14%), a acompanhar Castelão (47%) e Trincadeira (39%). Deste vinho produzem-se actualmente cerca de 450 000 garrafas.
Acompanhando a evolução e as exigências dos mercados, a família do Periquita cresceu. Em 2004 foi lançado o Periquita branco, inicialmente para o mercado sueco. A nova época do Reserva começou com vindima de 2004, lançado em 2007 também com foco no mercado sueco. Como o tempo, o sucesso estendeu-se para o Brasil e a Noruega. Na sua composição, o Reserva tem 54% de Castelão, 28% de Touriga Nacional e 18% de Touriga Francesa; estagia mais tempo (oito meses) do que o Periquita original em madeira de carvalho francês (usada) e americano (nova). Deste vinho fazem-se cerca de 600 000 garrafas.
Em 2007 surgiu o Periquita rosé e, em 2008, foi criado o Periquita Superyor, lançado em 2012 como um topo de gama da família dos Periquita.
Regresso ao Clássico
Os tempos mudam, a tecnologia evolui e a abordagem enológica adapta-se. Hoje em dia, as uvas são desengaçadas, as fermentações ocorrem em cubas de inox e não em lagares e o estágio passa a ser em barricas de carvalho francês e americano em vez de tonéis grandes de madeira usada. Neste contexto, é natural que mais cedo ou mais tarde surja a vontade de regressar às origens sem intromissão na evolução natural das coisas.
O regresso ao passado sucedeu pela primeira vez na colheita de 1992, quando Domingos Soares Franco fez um lote de vinho “como antigamente: em cubas de cimento com engaço, sem controlo de temperatura e com estágio em tonéis” com o intuito de ser lançado anos mais tarde, por volta de 1998-1999. Entretanto, o vinho acabou por ser apresentado ao importador nos Estados Unidos em 1995, demasiado cedo para mostrar todo o seu potencial. Obviamente, não teve o sucesso esperado. “Foi o jantar mais caro da minha vida”, lembra-se com risos Domingos Soares Francos, que fez uma viagem de ida e volta a Califórnia sem vender uma única garrafa. O Periquita Clássico teve várias colheitas, incluindo as de 1994, 1995, 1999, 2001 e 2004, ano em que decidiram descontinuá-lo. No entanto, nas suas viagens aos mercados de exportação, sobretudo no Canadá e nos Estados Unidos, Domingos Soares Franco sentiu que havia interesse crescente por este conceito. Assim, em 2014 voltaram a fazer o Periquita Clássico, que está ainda disponível no mercado. O 2015 será lançado em breve, permanecendo o 2017 em estágio. A identidade do perfil também é assegurada pelas uvas provenientes de uma vinha com quase 40 anos, implantada em solos argilo-calcários numa vale da Serra da Arrábida. Do Clássico produz-se entre 8 e 9 mil garrafas.
O Castelão das areias e do argilo-calcário
Voltando à Periquita, neste caso, à casta Castelão, um cruzamento natural da casta tinta Portuguesa Alfrocheiro com a casta branca, chamada Sarigo em Portugal e Cayetana Blanca em Espanha.
Graças a José Maria da Fonseca, a casta não só ganhou popularidade na região, como se tornou identitária, embora tenha perdido terreno a favor de outras castas. Quanto aos dados estatísticos, Domingos Soares Franco referiu que, de acordo com a CVR da Península de Setúbal, na região existem 7100 ha de vinha, dos quais 60% castas tintas, o que corresponde a 5050 há, com 3015 ha de Castelão, sendo cerca de 80-100 ha de vinhas velhas com mais de 40 anos.
Domingos Soares Franco explica que o perfil dos vinhos varia consoante o solo: do argilo-calcário os vinhos apresentam “fruto mais exuberante quando jovens, menos álcool, mais acidez e corpo mais fino”, enquanto das areias revelam “fruto mais concentrado, notas de eucalipto, mais álcool e maior estrutura”. Nos anos 40-50, as uvas vinham predominantemente do argilo-calcário e algumas das areias, nos anos 60-70, o argilo-calcário deminui e hoje quase tudo é de areia. Na sua opinião, o lote ideal seria de Castelão com 65% do argilo-calcário e 35% das areias.
Uma prova histórica
Uma prova destas, como a que tive oportunidade de fazer nunca aconteceu antes e dificilmente será repetida. Provámos 14 vinhos a atravessar décadas desde 1940 até 2022, contextualizados pelo grande mestre e figura carismática Domingos Soares Franco, com presença do seu irmão e presidente da empresa, António Soares Franco, António Maria e Sofia Soares Franco da 7ª geração e Paulo Hortas, director de Enologia e Viticultura.
“Se fizermos uma viagem no tempo, é provável que encontremos uma viagem de Periquita” – dizem na José Maria da Fonseca, pois com 174 anos de história, o Periquita acompanhou grandes mudanças e acontecimentos no mundo. Assim, durante a prova, fizemos uma retrospectiva dos últimos 84 anos.
Em termos globais, o ano 1940 foi marcado pela invasão da Alemanha na Europa Ocidental. O Periquita de 1940, marcado na gargantilha como Reserva no seu conceito antigo, apresentou uma cor ainda intensa a lembrar mogno, muito alinhado e vivo no aroma com compotas, marmelada, especiaria, passas acompanhadas por notas de cogumelos, terra húmida e musgo a evidenciar a evolução. Carnudo, com boca bem composta e cheia de frescura, onde o tanino já se tornou sedoso pelo tempo mas assegurou a vida do vinho. Com mais de 80 anos este vinho é uma bela surpresa (17,5)!
Em 1954 aconteceu o Golpe Militar no Paraguai e foi inaugurado o Estádio da Luz. O Periquita de 1954, também marcado como Reserva, mostrou-se mais acastanhado na cor e amadeirado no aroma, com sugestões de tâmaras, alcarávia, madeiras envernizadas e molho de soja; com corpo mais magro do que o vinho anterior e o tanino consumido pelo tempo, mas ainda com frescura e um certo carácter (16,5).
Em 1959, Fidel Castro tomou posse em Cuba e, em Portugal, foi inaugurado o Cristo Rei em Almada. E também foi um grande ano, quer em Portugal, quer em Bordéus. Deste ano provámos dois vinhos. Um deles marcado com letras “J” e “P”. Segundo Domingos Soares Franco, as garrafas eram exactamente iguais, mas numa com as letras que mal se vêm estava assinalado “JMF” e noutra “ACP”. Eram dois lotes diferentes e calcula-se que um era proveniente das vinhas da José Maria da Fonseca, do argilo-calcário e outro dos solos arenosos da Adega Cooperativa da Palmela, onde na altura se comprava vinho. Isto confirma-se pelo estilos diferentes dos vinhos.
O 1959P com muita cor e laivos mogno, com fruta ainda de grande definição a lembrar framboesas e amoras, especiaria, nuances florais, um vinho intenso, elegante com tanino presente que promove a longevidade, e frescura fantástica (18). O 1959PJ com fruta mais delicada, notas de cogumelo, musgo, pão de centeio, alcarávia, fumo e folha de louro, revelou menos corpo, acidez espevitada, tanino mais tenaz envolto numa textura de veludo (17,5).
Em 1961 John Fitzgerald Kennedy tomou posse como presidente dos EUA e Iuri Gagarin foi o primeiro cosmonauta no espaço. O Periquita 1961 revela a cor mogno intenso, com bastante fruta a lembrar ameixa e cereja desidratada, especiaria, flores secas a lembrar lavanda, cogumelos e eucalipto, muito balsâmico. Denso, com amplitude e frescura, longo e bem persistente no sabor (17,5).
Em 1965, os Estados Unidos entraram na Guerra do Vietname e o cosmonauta soviético Alexei Leonov realizou a primeira caminhada espacial. Em 1966, Indira Gandhi foi eleita a primeira-ministra da Índia, sendo a primeira mulher indiana a assumir o cargo e os Beatles lançaram o seu álbum icónico “Revolver”. Nesta altura Portugal encontrava-se em plena Guerra Colonial.O Periquita 1965 infelizmente tinha TCA. O Periquita 1966, de cor mogno atijolado, mostrou-se denso e cheio, intenso com notas iodadas, tinta da China, castanhas, molho de soja, fruta discreta e mais evidente no retronasal (16,5).
O ano de 1970 marcou o início de uma série de crises económicas globais e, em, Portugal morreu António Salazar. O Periquita 1970, com uma cor atijolada, balsâmico com fruta compotada, especiaria, alcarávia, bastante directo, mantendo o foco, ligeiramente metálico, com boa frescura e leve amargo no final (16,5).
Em 1976 teve início a ditadura na Argentina, Steve Jobs lançou a Apple e Jimmy Carter foi eleito presidente dos Estados Unidos. O Periquita 1976 revelou muita fruta compotada, marmelada, especiaria doce, framboesa, algum cogumelo também. Parece-se com o 1970, mas é mais cheio, mais redondo e macio, com boa estrutura de tanino polido, e muito guloso (17).
Em 1985 foi assinado o Tratado de Adesão de Portugal às Comunidades Europeias e Mikhail Gorbachev assumiu o cargo de Secretário-Geral da União Soviética. O Periquita 1985, também marcado como Reserva, apresentou um ligeiro toque de rolha.
Em 1990 deu-se a reunificação da Alemanha, o fim do Apartheid na África do Sul e Tim Berners-Lee propôs a criação da World Wide Web. O Periquita 1990 marcou pela fruta presente e notas caramelizadas, cogumelos, especiaria, fumo, madeiras exóticas, pimenta preta, doce de amora, com bastante volume, ambiente escuro, cheio, guloso e aveludado por tanino maduro e redondo (17).
Em 2007, a Apple lançou o primeiro iPhone e ocorreu o colapso do mercado imobiliário dos EUA. O Periquita 2007 representa um lote de Castelão (75%), Trincadeira (15%) e Aragonez (10%). A maior parte das uvas provém do solo arenoso e 5% do argilo-calcário. De cor granada, revela muita amora e pimenta preta, figo maduro, alguma canela, alcarávia, leve musgo e eucalipto. Alinhado e elegante, muito bonito e em grande forma. Tanino fino e tudo muito polido. (16,5). Deste vinho foram produzidas mais de 1 milhão de garrafas.
Em 2011 acabou a Guerra do Iraque, Bin Laden foi assassinado e Portugal tornou-se membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU. O Periquita 2011 foi o último feito por Domingos Soares Franco, que continua como o enólogo inspirador mas, segundo ele próprio, não intervém nas decisões da equipa de enologia. É um lote de Castelão (50%), Trincadeira (40%) e Aragonez (10%), também maioritariamente do solo arenoso. De cor granada, fruta doce e compota, no fundo folhas de louro, algum tomilho e orégãos. Está numa fase ascendente, com tudo interiorizado, mas ainda com muita força, parece mais novo. Chá, bergamota, acidez não tão pronunciada como no 2007 (16,5). Foram produzidas 375 000 garrafas.
Em 2022 começou a guerra da Ucrânia e ocorreu a morte da Rainha Isabel II. No Periquita 2022 o Alicante Bouschet substituiu Aragonez no lote com Castelão e Trincadeira.
(Artigo publicado na edição de Outubro de 2024)
Bairrada elege os melhores do Concurso de Vinhos e Espumantes 2024
O Quartel das Artes, em Oliveira do Bairro, foi palco do anúncio e entrega de prémios do Concurso de Vinhos e Espumantes 2024, organizado pela Comissão Vitivinícola da Bairrada. Ao palco subiram os vinhos premiados com medalhas de prata (7) e de ouro (30), num total de 37 referências, que se destacaram entre as 132 […]
O Quartel das Artes, em Oliveira do Bairro, foi palco do anúncio e entrega de prémios do Concurso de Vinhos e Espumantes 2024, organizado pela Comissão Vitivinícola da Bairrada. Ao palco subiram os vinhos premiados com medalhas de prata (7) e de ouro (30), num total de 37 referências, que se destacaram entre as 132 amostras submetidas a prova cega nesta edição.
O Quinta dos Abibes Sublime branco 2019 foi o Grande Vencedor desta competição, tendo sido laureado com os títulos de Melhor Vinho do Concurso e Melhor Branco: um 100% Arinto, da autoria da quinta que lhe dá nome. Já é o segundo ano consecutivo em que é branco o melhor vinho do concurso.
Os rosados continuam a aparecer de forma tímida, com dois premiados apenas: ao Quinta do Poço do Lobo Reserva Baga e Pinot Noir 2022, das Caves São João, foi atribuída Medalha de Ouro e distinção de Melhor Rosé. Nos tintos, a Adega de Cantanhede destacou-se com o Marquês de Marialva Confirmado Baga 1995, ao arrecadar Ouro e o prémio de Melhor Tinto. No que toca a espumantes, o melhor da categoria foi o Primavera Velha Reserva Bruto 2015 (Caves Primavera). O Quinta da Laboeira Baga Bairrada Reserva Bruto Natural 2021 (Alberto da Silva Marques) foi eleito o Melhor Baga Bairrada.
O Concurso de Vinhos e Espumantes da Comissão Vitivinícola da Bairrada 2024 realizou-se no dia 30 de Outubro, perante um painel de jurados composto por quinze pessoas, entre enólogos e elementos eleitos pela Associação Escanções de Portugal. A prova foi dirigida por Francisco Antunes ,acompanhado por Pedro Soares.
Concurso de Vinhos e Espumantes da Comissão Vitivinícola da Bairrada – 2024
Lista de Premiados
O GRANDE VENCEDOR
Quinta dos Abibes Sublime branco 2019 (Quinta dos Abibes)
VINHOS BRANCOS
Quinta dos Abibes Sublime branco 2019 (Quinta dos Abibes)
Medalhas de Ouro (7)
Quinta dos Abibes Sublime branco 2019 (Quinta dos Abibes)
Todos by Osvaldo Amado branco 2023 (Casa dos Amados Vinhos de Portugal)
Todos by Osvaldo Amado Reserva branco 2022 (Casa dos Amados Vinhos de Portugal)
Quinta da Lagoa Velha Singular branco 2020 (Quinta da Lagoa Velha)
Medusa Reserva branco 2018 (Cave Central da Bairrada)
Pranto branco 2022 (Rui António Rodrigues Francisco)
Barão da Pocariça Bical e Fernão Pires branco 2023 (Francisco Augusto Rebocho Pessoa Vaz)
Medalhas de Prata (3)
Conde de Cantanhede Reserva branco 2021 (Adega de Cantanhede)
Mata Fidalga Reserva 2023 (Quinta da Mata Fidalga)
Quinta do Poço do Lobo Reserva 2020 (Caves São João)
VINHOS ROSÉS
Medalha de Ouro
Quinta do Poço do Lobo Reserva 2022 (Caves São João)
Medalha de Prata
António Marinha 2022 (António Marinha)
VINHOS TINTOS
Marquês de Marialva Confirmado Baga tinto 1995 (Adega de Cantanhede)
Medalhas de Ouro (7)
Aleixo Grande Reserva Baga tinto 1997 (Real Cave do Cedro)
Marquês de Marialva Confirmado Baga tinto 1995 (Adega de Cantanhede)
A. Henriques tinto (Caves da Montanha)
4 Patamares Virgílio de Sousa Clássico tinto 2015 (Quinta da Mata Fidalga)
António Marinha Grande Reserva Vinho de Homenagem tinto 2015 (António Marinha)
Giz Vinha das Cavaleiras Baga tinto 2020 (Luis Gomes)
Frei João Clássico tinto 2018 (Caves São João)
Medalhas de Prata (3)
Primavera Clássico tinto 2019 (Caves Primavera)
Rabarrabos tinto 2022 (Fundação ADFP)
Todos by Osvaldo Amado Baga tinto 2022 (Casa dos Amados Vinhos de Portugal)
ESPUMANTES
O melhor Espumante Primavera Velha Reserva Bruto 2015 (Caves Primavera)
O Melhor Espumante Baga Bairrada
Quinta da Laboeira Baga Bairrada Reserva Bruto Natural 2021 (Quinta da Laboeira)
Medalhas de Ouro (15)
Primavera Velha Reserva Bruto 2015 (Caves Primavera)
Quinta de S. Lourenço Bruto 2011 (Caves São Domingos)
Caves São João Homenagem a Luiz Costa Bruto Natural 2018 (Caves São João)
D. Duarte Super Reserva Bruto 2020 (Caves Primavera)
Marquês de Marialva Cuvée Primitivo Bruto Natural 2015 (Adega de Cantanhede)
Montanha Real Tributo da Carreira Grande Reserva Bruto 2010 (Caves da Montanha)
Encontro Special Cuvée Extra Bruto 2017 (Quinta do Encontro)
Quinta da Laboeira Baga Bairrada Reserva Bruto Natural 2021 (Quinta da Laboeira)
Todos by Osvaldo Amado Blanc des Noirs 2017 (Casa dos Amados Vinhos de Portugal)
Quinta da Lagoa Velha Cuvée Bruto 2015 (Quinta da Lagoa Velha)
De Sá e Sousa Reserva Bruto (Caves Arcos do Rei)
Aliança Grande Reserva Bruto Natural 2019 (Aliança Vinhos de Portugal)
Pedra Só Reserva Bruto 2021 (Idálio de Oliveira Estanislau)
Borlido Baga Bairrada Super Reserva Bruto 2020 (Borlido)
Campolargo Pinot Blanc Bruto 2017 (M. S. Campolargo Herdeiros)
Tintos de Lisboa: Diversidade para explorar
Os meus leitores (#zerofollowers?) e o director hão-de perdoar-me que, no texto, explique mais as emoções de organizar e realizar esta prova do que realmente mergulhar nela com a devida assepsia competente esperada de um crítico de vinhos. Pois, adivinhem, somos também pessoas, e temos história. Só que essa história inclui muitos vinhos e uma […]
Os meus leitores (#zerofollowers?) e o director hão-de perdoar-me que, no texto, explique mais as emoções de organizar e realizar esta prova do que realmente mergulhar nela com a devida assepsia competente esperada de um crítico de vinhos. Pois, adivinhem, somos também pessoas, e temos história. Só que essa história inclui muitos vinhos e uma tentativa árdua e longa de décadas de ter uma abordagem sistematizada à sua prova e – ocasionalmente – ao seu consumo. Brinco, como faço sempre quando quero falar de coisas sérias.
Esta prova organizada na silly season criou em mim altas expectativas. Pois se acho que Lisboa – a região – está a fazer uma das viticulturas e enologias mais excitantes do país, tudo está a acontecer, em particular coisas de que gosto: viticultura tradicional, carinho pelas vinhas velhas, gente nova que escuta os velhos, ressuscitar de antigas castas, estudar de técnicas tradicionais, vinificar com intervenção mínima, explorar terroirs com frescura marítima, tudo sem esquecer o que as modernas enologia e viticultura nos ensinaram. Os vinhos chegaram e eu avancei para eles sem preconceitos. Também era melhor!… Ou bem… já vos conto…
Tudo no frigorífico, temperaturas correctas, nem eram muitos, só 18, uma manhã de trabalho empenhado e sisudo, com prémio de provar estes belíssimos topos de gama, onde eu, confesso, esperava variedade, excitação, ousadia. Esperava descobrir coisas novas que eu quisesse trazer para a minha mesa. Já há muito lá vai o tempo em que eu conhecia todos os vinhos do país. A indústria cresceu e agora navego como todos nós pelas águas que consigo navegar. Mas ainda trago a memória que me permite cartografar uma região. E por isso sei que esta prova foi inquinada por um certo topo-de-gamismo que a conduziu para um tipo de vinhos que afunilam num estilo, quando eu esperava a explosão da variedade.
Não me interpretem mal. Tudo o que provei estava em excelente nível, como as notas bem demonstram. Mas eu talvez esperasse notas menos altas e vinhos mais diversificados. Todos sabemos, todos, que nem tudo na vida são notas. Vi muitos vinhos concentrados, alcoólicos e cheios de vigor, quando eu esperava que um ou outro me quisesse dar a outra face, tipo “olha, é isto que agora a malta aqui gosta e bebe.” Por isso, “ao ver-te, Lisboa, Lisboa, perder o bairro da Madragôa” (como na já trintona canção dos Polo Norte) não deixo de pensar – e aqui explicitamente fazer a afirmação – que Lisboa – a região – não pode perder essa liderança que recentemente ganhou de explorar a diversidade, definir rumos de futuro, não reafirmar incessantemente o brilhante passado.
Quando digo Lisboa – a região – é por razões pessoais também. Sou das Cortes, ao pé de Leiria, onde sempre se fez vinho e mauzote, mas tínhamos a nossa DO Encostas de Aire, aliás bem extensa. Muito caiu o meu queixo há anos quando descobri que a minha aldeia natal era agora IGP Lisboa. Lisboa, tão longe, a minha cidade adoptiva quando fugi da Leiria-sem-universidade, num tempo já há muito ido. Então Lisboa a região, antiga Estremadura, de onde Leiria nem era, era Beira Litoral. Ai Salazar, que ainda todos nos lembramos dos mapas na escola primária.
Syrah, Alfrocheiro, Tannat, Touriga…
Lisboa definiu-se nos últimos 30 anos. Vejam, foi também há 30 anos que José Bento dos Santos plantou Syrah perto da Ventosa, Alenquer, e começou o seu projecto Quinta do Monte D’Oiro, que hoje oferece um dos vencedores desta prova. Um Syrah com Viognier tremendo de complexidade, precisão na maturação, definição. Falei com o filho Francisco, hoje na liderança da quinta. Francisco explicou-me que a aposta na Syrah, vanguardista na altura (plantações de 1992) vinha das convicções, provas e estudo com técnicos de Hermitage, de onde vieram as varas e o saber. A aposta revelou-se correcta, e hoje há Syrah no país todo, mas poucos têm o refinamento e a perfeição de maturação desta quinta, onde com os anos e a estabilidade da equipa aprenderam a explorar as suas virtudes, escolher as parcelas e acertar os lotes que melhor se mostram em cada ano. Até 2000 tudo vinha da Vinha da Nora. Depois de 2000 passou a vir de várias parcelas, o terroir da Ventosa, a 20km do mar, com a frescura marítima a ajudar. Tudo separado por casta e por parcela.
Francisco não mede as palavras: “Hoje sabemos o que é grand cru, premier cru e village.” Eu sei que ele sabe do que fala. Para o Reserva só usam “Grand Cru”, mas a proporção entre parcelas é diferente em função do ano de colheita, e da opinião dos provadores. Há vários talhões de Viognier e deixam meia dúzia de carreiras que são vindimadas quase em passa para co-fermentar com a Syrah. Vindimado quase um mês mais tarde do que o vinho branco, tem de se garantir que se aguenta sem apodrecer. A idade média da vinha é agora de 25 anos, a equipa já a conhece bem, e 2021 foi um grande ano. Todos os pormenores contam, a produção em modo biológico há 20 anos também faz diferença. De costume, o Reserva não afunila numa parcela só, tem quatro ou cinco parcelas, mas 2021 teve apenas três parcelas, o que não é usual, e maioria de uma delas, 60% da Vinha da Nora, que tem já 30 anos, 20% da Parcela 9, 20% da parcela 24, da seleção massal. As barricas (40% novas) vêm de várias tanoarias, e diferentes origens da madeira e introduzem ainda mais complexidade. Se tudo isto parece a conversa usual de quem quer vender um terroir, desenganem-se. Este senhor quer é vender vinho, e convido-os a comprar e provar este 2021, que mostra um nível de Syrah que em Portugal raras vezes consegui ver.
Já vos abro o meu coração sobre o outro vencedor da prova, Ganita 2015. Tudo me convocava para não gostar deste vinho. Preço muito alto, imagem impecavelmente cuidada (eu sei, sou um rebelde!), incluindo garrafa cara estilo base de abat-jour e alguma lamechice de “homenagem” que incluía rótulos e cintas obviamente manipulados à mão, seria impossível não o serem, com atilhos e reentrâncias. Ainda por cima chegou por último e para estar à temperatura tinha de ficar para último da prova. Décimo-oitavo-vinho e já eu grunhia de fome e rabujava de exaustão. Depois cheirei o vinho. Depois levei à boca. Depois senti a sua textura, patine. Rendi-me. Que diabo de coisa, os factos não nos darem razão. Combinação improvável, direi mesmo impossível, porque telefonei ao seu arquitecto António Ventura, que me disse que a Alfrocheiro teve problemas na vinha e foi arrancada.
Aqui, as castas Tannat, Alfrocheiro e Touriga Nacional foram fermentadas separadamente em spin-barrel de 500 litros e depois estagiaram em barricas de 300 litros de diferentes origens, todas topo de gama. Tudo a convidar a um incrível topo de gama. Luís Vieira, da Quinta do Gradil, é o criador desta homenagem ao seu avô António Gomes Vieira, dito Ganita, e foi lançado em 2019, nos 100 anos do seu nascimento. O Ganita iria rebentar de orgulho deste vinho, que é sensacional. Correu-me que seria edição única, mas já soube que talvez em outra data histórica possa ser lançado outra vez, mesmo que sem o defunto Alfrocheiro. Alfrocheiro, Touriga Nacional e Tannat, vejam lá coisa mais improvável. Só na Lisboa, Lisboa. Vale mesmo a pena “não perder o bairro da Madragôa”…
(Artigo publicado na edição de Outubro de 2024)
Primeiro Livro dos Vinhos Ibéricos lançado em Novembro
O Livro dos Vinhos Ibéricos — Um Guia Completo de Espanha e Portugal, escrito pelos especialistas em vinhos Sara Peñas Lledó e Luis Antunes, está no mercado desde o início de Novembro. A publicação convida a uma viagem pelo mundo dos vinhos da Península Ibérica, explorando a história, diversidade e riqueza das regiões vitivinícolas de […]
O Livro dos Vinhos Ibéricos — Um Guia Completo de Espanha e Portugal, escrito pelos especialistas em vinhos Sara Peñas Lledó e Luis Antunes, está no mercado desde o início de Novembro.
A publicação convida a uma viagem pelo mundo dos vinhos da Península Ibérica, explorando a história, diversidade e riqueza das regiões vitivinícolas de Espanha e Portugal. Hoje sente-se, de parte a parte, um interesse crescente de um país pelo outro, com espanhóis e portugueses a descobrirem aspectos próximos na sua maneira de viver, e a apreciar e explorar as diferenças.
À mesa há sempre festa, onde não falta o vinho, característica comum aos dois povos. Mas em ambos os países, produtores antigos e importantes, com estatuto mundial, sempre foram consumidos sobretudo vinhos nacionais. No entanto, os apreciadores de hoje têm curiosidade e gostam de descobrir coisas novas, ir um pouco mais longe. Foi para os ajudar nisso que Sara Peñas Lledó e Luís Antunes criaram este livro, até porque não existia nada que abordasse a temática desta forma.
A obra posiciona-se, assim, como um recurso de referência para profissionais, aficionados e amantes do vinho, oferecendo um conhecimento profundo sobre a forma como o vinho une as culturas dos dois países vizinhos em volta da mesa.
O livro, que já está à venda na Amazon, é composto por dois volumes que abrangem o universo enológico ibérico em toda a sua dimensão. Ambos começam com uma introdução, seguida de um capítulo sobre a geografia e a história e outro sobre a organização administrativa, em termos das nomenclaturas protegidas de acordo com a legislação europeia.
O volume 1, dedicado a Espanha, percorre as regiões vitivinícolas do país, desde a verde Galiza e a bacia do Ebro até aos vinhedos quentes da Andaluzia. Os autores exploram a identidade vitivinícola de cada região, incluindo a dos célebres Cavas e dos vinhos fortificados, autênticos tesouros da tradição espanhola.
O volume 2 leva o leitor numa viagem por Portugal, explorando desde os frescos e singulares Vinhos Verdes do Norte até aos intensos e complexos vinhos do Douro e à riqueza pujante do Alentejo. Também são incluídos os espumantes portugueses, o famoso Vinho do Porto e o resto dos grandes fortificados de Portugal.
O livro apresenta uma classificação clara e acessível das regiões e convida o leitor a descobrir novos matizes e segredos de vinhos já conhecidos. Com O Livro dos Vinhos Ibéricos, Peñas e Antunes criaram uma obra essencial para os conhecedores aqueles que se estão a iniciar no mundo dos vinhos da Península Ibérica.
Editorial Novembro: O Douro, por quem o fez
Editorial da edição nrº 91 (Novembro 2024) A Grande Prova de tintos do Douro que publicamos nesta edição, levou-me a pesquisar os resultados das provas similares que esta equipa de provadores realiza com periodicidade anual desde há quase três décadas. O resultado foi um autêntico mergulho na história do Douro pela mão dos seus principais […]
Editorial da edição nrº 91 (Novembro 2024)
A Grande Prova de tintos do Douro que publicamos nesta edição, levou-me a pesquisar os resultados das provas similares que esta equipa de provadores realiza com periodicidade anual desde há quase três décadas. O resultado foi um autêntico mergulho na história do Douro pela mão dos seus principais protagonistas.
Os alicerces do Douro moderno começaram a ser construídos na vindima de 1990 através do tinto Duas Quintas, (o Reserva nasceu em 1991), seguido do Quinta da Gaivosa em 1992, Quinta do Crasto em 1994, Vale D. Maria em 1996, Quinta da Leda em 1997. Quando a estas se juntaram, em 1999, três outras marcas de topo – Batuta, Quinta do Vallado e Quinta do Vale Meão – o “Douro além do Porto” ficou lançado.
Comecei, precisamente, pela prova realizada em novembro de 1999. Naturalmente, as marcas nascidas nessa vindima estavam ainda fora da equação. Mas resulta curioso verificar que os tintos melhor classificados nesse embate espelham ainda um mix entre o Douro do “antes” e do “depois”: Barca Velha 1991 (quando o Barca Velha ainda se “atrevia” nestas provas comparativas), Confradeiro 1994 e Quinta do Côtto Grande Escolha 1995, de um lado; Vinha do Fojo 1996, Quinta da Gaivosa 1995 e Duas Quintas Reserva 1994, do outro. Interessante também constatar o tempo de estágio a que os melhores vinhos, mesmo os das marcas “novas”, eram submetidos antes de chegarem ao mercado. Progressivamente, esse ónus iria passar para o consumidor.
Nos vencedores de 2003 assistimos já ao surgir de uma constelação e ao esmorecer de algumas das estrelas antigas: Batuta 1999, Chryseia 2001, Quinta do Vale Meão 1999, Quinta da Leda 1999, Quinta do Vallado Reserva 1999, Duas Quintas Reserva 1999 e Quinta da Gaivosa 1999. Nas provas de 2004 e 2005 juntaram-se a estes, outros campeões: Lavradores de Feitoria Grande Escolha 2001, Quinta do Crasto Maria Teresa 2001, Pintas 2003, Poeira 2003, Quinta de la Rosa Reserva 2003.
Ao longo dos anos seguintes, diversas marcas se intrometeram no topo das classificações: Quinta das Tecedeiras, Quinta de Macedos, Quinta do Infantado, Ázeo, Quinta da Gricha, Passadouro, Quinta dos Frades Vinhas Velhas, Conceito, Kopke Vinhas Velhas, Quinta da Casa Amarela Grande Reserva, Maritávora Reserva, Quinta de S. José Reserva, CV, Quinta da Touriga-Chã, Quinta do Noval, Quinta do Monte Xisto, Carvalhas, Duorum Reserva, Xisto, Quinta da Manoella Vinhas Velhas. Algumas, nunca mais abandonaram os lugares cimeiros.
A prova de 2014 tinha um título sugestivo – “Rumo à elegância” – assinalando uma tendência que ainda hoje se mantém. O espaço limitado nesta página obriga-me, a contragosto, a saltar mais uns anos, para 2020, o ano do covid-19. Movidos pela conjuntura, estabelecemos um limite de preço (€30) à prova anual. As casas emblemáticas impuseram-se: Monte Meão Vinha dos Novos 2017, Vallado Reserva 2017, Pintas Character 2017 e Quinta do Crasto Vinhas Velhas 2017. E termino esta breve viagem com as provas de 2022 e 2023, e com o advento dos vinhos de parcela, vários deles a inscrever o seu nome entre os vencedores: Vallado Vinha da Granja 2018, Quinta da Boavista Vinha do Oratório 2018, Quinta Nova Centenária 2019, Quinta Vale D. Maria Vinha do Rio 2020, Pala Pinta 2020 (dos irmãos Maçanita), Quinta da Romaneira Carrapata 2021, Quinta de São Luiz Vinha Rumilã 2018.
Esta é, muitíssimo resumida, a história do Douro moderno, região de vinhos grandiosos nascidos numa viticultura de montanha, de baixas produções e elevado custo. Apontar como solução para a crise fazer vinhos para destilar e aguardentar o Porto, e assim competir com regiões destiladoras que produzem 25 toneladas por hectare e fazem vinhos que para mais nada servem, não é apenas estúpido. É também um atestado de incompetência e um desrespeito pelo Douro e pelas suas gentes. (LL)
Beira Interior – Vinhos & Sabores de 15 a 17 de Novembro
A 9ª edição do Beira Interior – Vinhos & Sabores, evento organizado pelo Município de Pinhel em parceria com a Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI), vai decorrer no próximo fim de semana, entre 15 e 17 de Novembro. A par do Salão de Vinhos e Sabores, que decorre no Centro Logístico de Pinhel, […]
A 9ª edição do Beira Interior – Vinhos & Sabores, evento organizado pelo Município de Pinhel em parceria com a Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI), vai decorrer no próximo fim de semana, entre 15 e 17 de Novembro.
A par do Salão de Vinhos e Sabores, que decorre no Centro Logístico de Pinhel, com a participação de cerca de 50 produtores, haverá ainda provas comentadas de vinhos, degustações de produtos regionais, showcookings, um seminário dedicado ao tema da Internacionalização, uma área de restauração com várias propostas e, ao longo dos três dias, animação musical a condizer com o ambiente pretendido para este evento.
As provas comentadas serão conduzidas por Luís Lopes, Diretor da Revista Vinho – Grandes Escolhas, o enólogo Tiago Macena e o escanção Paulo Vale. Os showcookings serão dinamizados por chefes de cozinha da região, que vão usar produtos regionais para partilhar os seus saberes e sabores com os visitantes. A participação nas provas e showcookings é gratuita, mas é preciso fazer a inscrição no secretariado do certame.
Destaque ainda para Concurso de Vinhos “Escolha da Imprensa”, que irá decorrer no dia 15, e para a Maratona BTT – Pinhel Cidade Falcão, iniciativa do Município de Pinhel agendada para domingo, dia 17 de Novembro. Conheça o programa completo AQUI.
Rota dos Vinhos do Alentejo celebra vinho de talha
A Rota dos Vinhos do Alentejo está a celebrar o vinho de talha, com uma iniciativa que pretende dar a conhecer ao público a suas características, o método de produção e a tradição milenar que lhe deu origem. Nesse sentido, já estão a decorrer, em Novembro, e irão prolongar-se por Dezembro, provas realizadas na Rota […]
A Rota dos Vinhos do Alentejo está a celebrar o vinho de talha, com uma iniciativa que pretende dar a conhecer ao público a suas características, o método de produção e a tradição milenar que lhe deu origem. Nesse sentido, já estão a decorrer, em Novembro, e irão prolongar-se por Dezembro, provas realizadas na Rota que incluem, em exclusivo, vinhos produzidos através do método ancestral de fermentação em talhas de barro. O processo confere-lhes sabores e aromas distintos, que são hoje ligados ao Alentejo e ao seu terroir.
A iniciativa tem a participação de produtores como a Adega Cananó, Adega Cartuxa, Adega Cooperativa da Vidigueira, Cuba e Alvito, Adega das Flores, Adega de Borba, Adega Marel, Abegoaria Wines, Espaço Rural, Esporão, Gerações da Talha, Herdade dos Outeiros Altos, Hillvalley Limited, PL Wines e Talha de Frades.
A vinificação em talha foi introduzida há mais de dois mil anos no Alentejo pelas mãos dos romanos, mantendo-se até hoje. É um dos símbolos da cultura e tradições da região.
QUANTA TERRA VOLTA A SER DESTINO TURÍSTICO DE VINHO A NÃO PERDER EM 2025
Verona, em Itália, aplaudiu a atribuição do prémio “Best of Wine Tourism 2025” ao espaço Quanta Terra, dos enólogos Celso Pereira e Jorge Alves, situada na região do Douro Vinhateiro, que, pela segunda vez (a primeira foi 2023), voltou a ser reconhecida pelo seu potencial na categoria de “Arte e Cultura”, entre mais de 640 […]
Verona, em Itália, aplaudiu a atribuição do prémio “Best of Wine Tourism 2025” ao espaço Quanta Terra, dos enólogos Celso Pereira e Jorge Alves, situada na região do Douro Vinhateiro, que, pela segunda vez (a primeira foi 2023), voltou a ser reconhecida pelo seu potencial na categoria de “Arte e Cultura”, entre mais de 640 candidaturas. “Esta distinção, atribuída por especialistas internacionais, enaltece, naturalmente, o impacto da nossa marca no desenvolvimento do enoturismo e da região. Se, por um lado, nos envaidece, por outro também aumenta o nosso sentido de responsabilidade e a vontade incessante de continuar a fazer mais, e cada vez melhor”, destacam os fundadores, que em 2022, com uma exposição de Joana Vasconcelos e a presença da artista, inauguraram o Espaço Quanta Terra, “num formato fora da caixa”, que mistura a arte com as barricas, onde estagiam os vinhos e as antigas cubas de armazenamento de aguardente.
A marca que celebra 25 anos este ano, tem feito deste local, um projecto de recuperação da antiga destilaria da Casa do Douro assinado pelo arquitecto Carlos Santelmo, um espaço de arte e cultura, em comunhão com os vinhos Quanta Terra. Este ano a Quanta Terra surpreendeu com a inauguração de uma exposição com curadoria da plataforma cultural Underdogs, que inclui uma conceituada obra de Vhils.
A mostra pode ser visitada no espaço da marca, em Alijó, de quarta-feira a domingo, entre as 10h00 e as 17h30, até ao próximo dia 15 de Dezembro. A visita inclui uma prova de vinhos.
Importa referir que os prémios “Best of Wine Tourism” são promovidos pela plataforma Great Wine Capitals em onze das mais prestigiadas regiões vitivinícolas do mundo. Portugal é representado pelo Porto, com candidatos de um cluster das regiões Douro/Porto e Vinhos Verdes.
A categoria arte e cultura deste galardão distingue as adegas enquanto espaços culturais e artísticos de relevo, na forma de exposições temporárias ou permanentes, coleções de arte, museus ou eventos específicos.