Coravin: Voltar a uma garrafa com a qual se foi feliz

Coravin

Por “exigente”, entenda-se aqui “pessoa preocupada com a qualidade do vinho que consome”, quer custe a garrafa 10, 30, 70 ou 500 euros, e por aí fora… Consoante o modelo do sistema, há diferentes aplicabilidades, e a marca reforçou recentemente a sua presença no mercado nacional com soluções renovadas e packs com mais acessórios. Uma […]

Por “exigente”, entenda-se aqui “pessoa preocupada com a qualidade do vinho que consome”, quer custe a garrafa 10, 30, 70 ou 500 euros, e por aí fora… Consoante o modelo do sistema, há diferentes aplicabilidades, e a marca reforçou recentemente a sua presença no mercado nacional com soluções renovadas e packs com mais acessórios. Uma coisa é certa: para um verdadeiro apreciador de vinho, os sistemas Coravin prometem transformar o acto de abrir (ou não, mas já lá vamos…) qualquer garrafa numa experiência premium, e perpetuá-la no tempo. Porque poder beber um copo de vinho e continuar a beber da mesma garrafa durante um mês, ou até um ano, sem que este tenha sido adulterado pelo oxigénio, é realmente revolucionário. Assim tenhamos esse nível de auto-controlo…

Começando pelo topo do portefólio Coravin, estão já disponíveis os novos modelos da linha Timeless, onde o sistema inicial se viu actualizado e melhorado. É nesta linha que figura o sistema mais emblemático da marca, que permite retirar vinho de uma garrafa sem realmente a abrir, preservando a rolha original. Isto é feito através de uma agulha muito fina, e oca, que se insere na rolha de cortiça sem a danificar. Depois, a garrafa é pressurizada com árgon puro, de grau médico, um gás “nobre” (inodoro, incolor, insípido, inerte, etc…), que substitui o espaço que o vinho ocupava na garrafa e deixa que este saia pela agulha. Este gás vem armazenado numas “bombinhas” que se inserem no corpo principal do sistema, e o próprio acto de as introduzir no tubo já dá um gostinho especial. Cada uma destas cápsulas de árgon permite servir, no sistema Timeless, até 15 copos de vinho de 150ml.

Coravin

A parte mais impressionante de tudo isto é que, quando se retira a agulha, a rolha volta à sua forma inicial e podemos voltar a colocar o vinho na garrafeira, como se nunca tivesse sido tocado. Este sistema oferece meses ou anos (ou, virtualmente, o tempo que quisermos) de guarda, a uma garrafa da qual já retirámos vinho. Nesta linha, destaca-se o Coravin Timeless Six+ Premium Set (€499), em tons carvão que, além do acabamento brilhante, inclui extras como uma base com acabamento em metal escovado, para armazenar ou expor o sistema, 8 cápsulas de árgon, um areador, uma bolsa de transporte e outros acessórios. Está ainda disponível o mesmo modelo por €399, com menos acessórios.

Também a gama Pivot, mais económica, tem novidades, como o Pivot+ (€149). Com o Pivot é possível preservar a garrafa até um mês depois da abertura, sendo que aqui remove-se a rolha, introduz-se o gás árgon e coloca-se uma das tampas “stopper” que vem com o sistema. Ambos os sistemas (e outros modelos), estão disponíveis para compra através da Heritage Wines, que os enviou à Grandes Escolhas para que fossem testados “na vida real”. Daqui a uns meses, voltaremos a falar.

(Artigo publicado na edição de Maio de 2023)

Rocim lança copos Jancis Robinson em Portugal

Rocim copos Jancis Robinson

Da ligação entre Catarina Vieira e Pedro Ribeiro, enólogos e proprietários da Herdade do Rocim, a Jancis Robinson, nasceu a representação em Portugal, por parte do Rocim, dos copos assinados pela conceituada crítica de vinhos. Com um design elegante, criado pelo designer britânico Richard Brendon, a colecção Jancis será oficialmente lançada em Portugal no dia […]

Da ligação entre Catarina Vieira e Pedro Ribeiro, enólogos e proprietários da Herdade do Rocim, a Jancis Robinson, nasceu a representação em Portugal, por parte do Rocim, dos copos assinados pela conceituada crítica de vinhos.

Com um design elegante, criado pelo designer britânico Richard Brendon, a colecção Jancis será oficialmente lançada em Portugal no dia 29 de Maio, num evento que contará com a presença de Jancis e Richard e terá lugar no Hotel Pestana Palace.

“Este novo copo quer maximizar o aproveitamento dos aromas, sabores e texturas de todos os vinhos disponíveis no mercado, da forma mais prática e simples possível. Nesse sentido, os copos apresentam um bojo bastante característico, em forma de tulipa, um rebordo ultrafino, mas extremamente resistente, e uma silhueta distinta. Todos os pormenores foram pensados ao detalhe, como a altura da haste do copo, ideal para que os consumidores possam pegar no mesmo, sem sobreaquecer o vinho, abaná-lo e, assim, poderem sentir toda a mistura de aromas. Durante a prova, a proximidade entre o apreciador e o vinho funde-se ainda mais, dada a espessura fina do vidro, que permite eliminar qualquer barreira entre ambos, dando a sensação de que, efectivamente, se está a mergulhar no vinho”, pode ler-se no comunicado de imprensa.

Cada copo de vinho desta colecção foi desenhado por mestres artesãos eslovenos, que seguiram o design de Richard Brendon, concebido com orientações de Jancis Robinson.

“Estamos incrivelmente orgulhosos dos copos que lançamos. São considerados, por prestigiados especialistas do sector, os melhores copos de vinho. E, além disso, ainda podem ser encontrados em alguns dos melhores restaurantes e bares de todo o Mundo. Só podemos estar realmente muito felizes”, afirmam os promotores.

Gifts4Wine – No mundos dos acessórios

Quando se fala de acessórios para o vinho, a Gifts4Wine é um ponto de encontro obrigatório. Não é uma empresa, mas uma marca, com vários produtos a apelar aos enófilos. TEXTO António Falcão FOTOS Ricardo Gomez São poucas as empresas em Portugal que têm capacidade para fornecer toda a espécie de produtos na área dos […]

Quando se fala de acessórios para o vinho, a Gifts4Wine é um ponto de encontro obrigatório. Não é uma empresa, mas uma marca, com vários produtos a apelar aos enófilos.

TEXTO António Falcão

FOTOS Ricardo Gomez

São poucas as empresas em Portugal que têm capacidade para fornecer toda a espécie de produtos na área dos brindes comerciais. Uma dessas empresas é a Enterprom, com sede em Almada. A empresa é propriedade de Ricardo Almeida, que a fundou há cerca de uma dúzia de anos. Começou com um pequeno stock mas rapidamente a Enterprom foi crescendo e hoje tem um portefólio de produtos que supera as 20.000 referências. O leque é assim gigantesco, indo do simples lápis ou esferográfica, com preço unitário de apenas alguns cêntimos, até à mala de pele a custar mais de uma centena de euros. Pelo meio existe toda uma parafernálias de produtos, desde têxteis mais variados, coisas para crianças, ferramentas e tecnologia, produtos para escritório e lazer, para casa, etc, etc. Se quiser dar uma olhada, dê um pulo ao site da casa (em brindespromocionais.com.pt) mas prepare-se para passar umas horas a ver todo o portefólio existente.
A grande vantagem deste tipo de empresas de brindes promocionais é que podem (e usualmente o fazem) personalizar os produtos com a marca e o logótipo de uma empresa, por exemplo. Ou os produtos já vêm assim de fábrica, ou então existem impressoras que conseguem imprimir em vários materiais, incluindo pele, tecido, madeira e mesmo metal, por exemplo. Na verdade, todo o objecto manejável que puder ser personalizado, a Enterprom tem.

NASCE A GIFTS4WINE

Há alguns anos, um grande cliente da área dos vinhos pediu cotações para um conjunto de produtos que queria oferecer aos seus próprios clientes, na área da restauração e hotelaria. Uma parte era constituída por brindes, mas outra incluía acessórios, como saca-rolhas.
Artur Jorge Pereira, comercial na Enterprom, decidiu investigar melhor e descobriu vários fabricantes/produtos que correspondiam ao que era pedido e a Enterprom acabou por ganhar o negócio, que englobava saca-rolhas, mangas refrigeradoras ou discos anti-pingos, mais conhecidos como dropstops.
Na verdade, Artur descobriu muito mais do que isso. Descobriu, por exemplo, que o mundo dos acessórios para vinho é muito mais vasto do que ele pensava. E desafiou o patrão da Enterprom, Ricardo Almeida, a começar a investir nesta área de negócio. E assim aconteceu, nascendo a marca Gifts4Wine, que funciona um pouco como um departamento da Enterprom. O projecto foi criado em 2012, mas só arrancou a sério em 2013. Os primeiros tempos não foram fáceis, mas, diz-nos Susana Almeida, “com muito esforço e dedicação, a casa foi singrando”. Susana é a segunda pessoa na Gifts, e, tal como Artur Jorge, é uma polivalente.
Existe uma terceira pessoa, na área logística. Todas as questões administrativas ficam na Enterprom, onde estão Ricardo Almeida e a sua mulher, Maria João.

UM ENORME PORTEFÓLIO DE PRODUTOS

Com o tempo, a Gifts foi-se solidificando e criou algumas parceria importantes. A mais conhecida será com a Coutale, a marca francesa de saca-rolhas. Distribuidora exclusiva, a Gifts já vendeu milhares de referências por esse país fora e não estaremos muito longe da verdade se dissermos que está no top de vendas a nível nacional neste tipo de produto, de muito boa qualidade e a preços bastante interessantes. Outra parceria importante é com a Drop Stop, o fabricante original dos discos anti-pingos e que hoje são universalmente usados pelos enófilos. Altamente personalizáveis, estes discos têm também sido um sucesso de vendas. Tal como os frapês e as mangas refrigeradoras, de que a Gifts possui vários modelos diferentes.
Estes quatro tipos de produtos têm constituído o núcleo duro das vendas, mas com alguma saturação no mercado, está na altura de afinar estratégias. A Gifts possui muito mais e, na verdade são cerca de 400 referências diferentes. Dos pequenos acessórios para o vinho até às garrafeiras climatizadas, com capacidade para até quase 300 garrafas. Pelo meio existem produtos pouco comuns, como copos de vinho feitos de Tritan, um material mais perto do plástico que do vidro e preparados para o consumo no exterior. É especialmente indicado para festas em jardins ou na via pública, onde o vidro está proibido.

CHEGAR AOS RESTAURANTES E AOS ENÓFILOS

Sete ano depois da fundação, Ricardo Almeida acha que chegou o tempo de fazer afinamentos na estratégia da Gifts. Em primeiro lugar vai explorar o mundo da restauração, especialmente os estabelecimentos mais clássicos. Diz ele que “queremos equipar os restaurantes com artigos personalizados, dos têxteis aos copos”. De facto, muitos restaurantes até têm acessórios que foram oferecidos pelo distribuidor de vinhos, ou pelo fornecedor disto ou daqui¬lo. Mas não fazem publicidade ao restaurante, que é de facto o que interessa ao seu proprietário.
A outra direcção estratégica acaba por ser um reforço mais empenhado do que já existia. “Chegou a altura de a Gifts4Wine se virar decididamente para o consumidor final”, considera Artur Jorge Pereira. Não é que o enófilo tenha sido esquecido nestes últimos anos, nada disso. Mas é preciso ser mais pro-activo nesta matéria. Porque, se virmos bem, existe o portefólio e a loja online já lá está. Qualquer enófilo pode ir ao site (gifts4wine.com) e fazer as suas compras, sem haver quantidades mínimas a adquirir. Melhor ainda, os preços já incluem o envio da mercadoria.
O futuro mais próximo irá encarregar-se de validar esta nova estratégia, mas os responsáveis da Gifts4Wine fizeram os seus cálculos e estudos antes de mudar agulhas. Basta agora estarem atentos ao caminho.

NA FOTO: Maria João Almeida, Susana Almeida, Artur Jorge Pereira e Ricardo Almeida.

 

Edição Nº25, Maio 2019

A importância dos copos

Já lá vão os dias em que qualquer enófilo se arriscava a ir a um restaurante com ambições, pedir um bom vinho e descobrir copos com bojos (ou corpo) de meio balão ou em V. Mais ainda, em casa dos enófilos passou-se um fenómeno semelhante, graças sobretudo à informação que foi passando para o público […]

Já lá vão os dias em que qualquer enófilo se arriscava a ir a um restaurante com ambições, pedir um bom vinho e descobrir copos com bojos (ou corpo) de meio balão ou em V. Mais ainda, em casa dos enófilos passou-se um fenómeno semelhante, graças sobretudo à informação que foi passando para o público e também pela facilidade com que é possível adquirir copos em qualquer grande superfície, com preços para todas as bolsas.
Mas, afinal, tanto copo porquê? Que fascínio exerce o copo nos amantes do vinho? E será que vale a pena gastar dinheiro em copos de qualidade?

Os bons copos fazem a diferença?

Esta é de facto a pergunta do milhão de euros. E, para a responder, nada melhor do quer fazermos uma prova de… copos. São já famosas estas provas, que podemos assistir em alguns eventos de vinhos. Recordo-me de ter ficado estarrecido com a primeira que fiz, já lá vão quase duas décadas. O condutor da prova, um francês que trabalhava com os copos da marca austríaca Riedel, ia-nos pedindo para passarmos os vinhos de uns copos para outros. E depois bastava cheirar e provar. As diferenças eram enormes, especialmente as que separavam os bons copos de vinhos dos modelos vulgares que existiam (e existem) em cafés e restaurantes de poucas ambições. Lembro-me de, na altura, me prometer repetir esta prova, mas desta vez usando de um maior cepticismo, para evitar possíveis sugestões do condutor da prova. E na verdade, ao longo dos anos, repetia esta prova mais três ou quatro vezes.. E a conclusão era sempre a mesma: um copo adequado é fundamental à correcta fruição do vinho.
O enófilo não emborca vinho, degusta-o. Aprecia-o. Desfruta dele.

A técnica dos copos: cheiros e sabores

Para se calcular a influência do copo nos aromas, temos que compreender que, segundo vários especialistas, diferentes aromas ocupam diferentes espaços do copo, consoante a sua densidade. Por exemplo, a parte superior do copo fica com os aromas mais ligeiros (flores e fruta); no meio ficam os aromas de pendor vegetal e mineral, como os terrosos e cogumelos; finalmente, no fundo do copo estão os aromas mais pesados, como o álcool e a madeira. Diferentes copos separam assim os aromas de formas diversas. E, a menos que agite o vinho no copo, diferentes copos fazem realçar diferentes características de determinado vinho.
Vamos agora aos sabores, percebidos pelos sensores que temos na boca.

Ora, desde logo a forma do copo condiciona a posição da nossa cabeça durante a prova. Isto tem também influência na posição de entrada do vinho na nossa boca e na sua chegada aos sensores, como a língua e o palato. Como acontece com a comida ou outras bebidas, os gostos do vinho podem ser separados em vários sabores de base: doce, ácido, amargo e salgado. Ao condicionar a forma da chegada do vinho à boca, o copo de vinho pode fazer realçar uma determinada característica do vinho. Por exemplo, um copo destinado aos brancos ligeiros e frutados de grande acidez, como um Alvarinho ou um Riesling, deve conduzir o vinho para a borda da língua, onde são acentuados os sabores doces (frutados) e diminuir o carácter ácido.

Copos de vinho

Como comprar um copo de vinho?

Primeiro, verifique se o copo tem gravações ou entalhes de qualquer espécie. Isso, e hastes coloridas, são normalmente sinal de copos antigos. A menos que goste muito, passe à frente. Depois, olhe para o copo contra a luz. Deve ser transparente, do cálice até ao pé. Se mostrar laivos esverdeados, isso significa que esse copo é feito com vidro de baixa qualidade. Passe à frente.
Outro sinal de menos qualidade é o bordo do copo arredondado, como se tivesse um micro-pneu a toda a volta. Algumas marcas dizem que é um toque de segurança, mas, na verdade, é uma forma de poupar dinheiro no fabrico. Os bons copos têm o bordo cortado quase recto, como se cortados com uma tesoura.

 

Alguns enófilos aconselham ainda a ouvir o copo. Bata no copo, mais ou menos a meio do bojo, com o nó do dedo ou com uma rolha: se o som resultante, quase como um sino, durar vários segundos, é bom sinal. Quanto mais, melhor. Se a pancada apenas dar um ligeiro som metálico, estes enófilos dizem para passar à frente. Nós não somos tão exigentes….

Mas somos, isso sim, escrupulosos com o sentir do copo nas mãos. Copos muito pesados e/ou desequilibrados tornam-se rapidamente desagradáveis. Por outro lado, a base do copo deve ser estável e estar praticamente ao mesmo nível da parte mais larga do bojo. A haste deve ser o mais fina possível, mas sem comprometer a robustez do copo.
Refira-se que as principais marcas no mercado nacional possuem várias gamas de copos. Os mais caros são feitos à mão por operários especializados, enquanto as versões mais baratas são produzidas com recurso a máquinas. Os melhores vidros/cristais ficam, como é óbvio, nos copos feitos à mão.

Que podemos esperar para o futuro?

Quanto ao futuro dos copos, tanto Ralf Schmidt (gestor da Schmidt-Stosberg) como Joaquim Cândido da Silva, (director-geral da Portfolio Vinhos), acreditam que vai na direcção de unidades cada vez mais leves, mais elegantes, mas, ao mesmo tempo, mais resistentes. Esta tendência para copos de vinho cada vez mais finos vai de encontro ao gosto dos enófilos, que procuram uma elegância de manuseamento que os outros copos não conseguem. O problema está na sua fragilidade. Considerando que alguns deles custam acima dos 50 euros a unidade (como os Zalto, modelo Denk`Art), partir um copo destes é uma dor d’alma.
Ambos os executivos acreditam ainda que o preço dos melhores copos deverá baixar nos próximos anos, graças a avanços na mecanização.

Tenho falta de espaço: o que fazer?

Muitos enófilos não têm hoje espaço de armazenamento para vários copos diferentes. Se tivermos em conta que cada modelo terá que ser multiplicado pelo potencial número de comensais, mais umas folgas para as quebras, e passamos a falar de largas dezenas de copos. Nos curtos apartamentos de hoje, não há espaço. Ou seja, muitos enófilos são obrigados a escolher um copo de vinho tinto e um de branco. Os copos de tinto poderão servir também para brancos de Inverno, com fermentação/estágio em madeira; e os copos de branco poderão servir para espumantes e vinhos licorosos.

Onde comprar?

Nos dias que correm não é difícil encontrar bons copos de vinho a preços sensatos. Os melhores exemplares são normalmente encontrados nas lojas especializadas, como as garrafeiras. Tem ainda a vantagem de quase sempre obter atendimento especializado e poder ‘brincar’ com os copos antes de os comprar. O único contra é que aqui os copos são quase todos topo-de-gama e, portanto, de boa qualidade, mas infelizmente mais dispendiosos.

As marcas não são muitas: em Portugal dominam a Schott Zwiesel (líder de mercado), Riedel (ou a sua subsidiária Spiegelau) e mais algumas marcas alemãs, francesas e italianas. A germânica Stölzle, uma das maiores do mundo, está agora a entrar no mercado nacional e em várias garrafeiras. Os preços têm uma gigantesca amplitude: desde o simples euro até às dezenas, por cada unidade. Os copos de cristal feitos à mão são os mais caros.

Vale a pena investir em bons copos? A resposta é um inequívoco ‘sem dúvida’: não é um capricho de enochato, é antes, tão simplesmente, senso comum.

Duas perguntas a Joaquim Cândido da Silva

Director-geral da Portfolio Vinhos, empresa que distribui, desde há alguns amos, a marca de copos Riedel, Joaquim está no mercado de vinhos há algumas décadas e assistiu à sua evolução (e à dos copos).

Copos de Vinho
©Anabela Trindade

Em termos de copos, o que aconteceu em Portugal nas últimas décadas?
A evolução do copo está profundamente ligada à evolução da qualidade dos vinhos: hoje os vinhos são muito mais complexos e exigem um copo onde se consigam expressar (…). Tudo isto é, desde há muitos anos, o lema da Riedel, “o conteúdo determina a forma!”.
Que aconselha para quem tenha pouco espaço?
“Para o espectro dos vinhos portugueses, a Riedel tem 2 ou 3 referências que cobrem uma larga maioria dos vinhos: o copo Riesling para a grande maioria dos brancos e o copo de Touriga Nacional (que resultou de uma escolha alargadíssima de produtores portugueses), não só para os vinhos desta casta como para vinhos de lote de várias castas tintas”.

Duas perguntas a Ralf Schmidt

É o gestor da empresa Schmidt-Stosberg, importadora da marca de copos Schott Zwiesel. Desde 2000 que a marca é parceira na feira Vinhos & Sabores (antes, Encontro com o Vinho), organizada anualmente por esta revista em Novembro. São milhares de copos envolvidos durante três dias.

Copos de vinho

Conte-nos como foi o primeiro Encontro com o Vinho…
Foi em 2000, na Gare Marítima de Alcântara. Fiz um acordo com a organização: levava os copos, vendidos juntamente com o bilhete de entrada. Estimava-se que venderíamos, no máximo, 500 copos. Mas, à cautela, levei mil. E três horas antes de fechar o primeiro dia, estava quase sem copos… Havia de facto apetência para os bons copos.

O ano passado, a Schmidt-Stosberg fez duas acções de copos com uma grande cadeia de retalho. Como correu?
As acções correram muitíssimo bem. Cada €160 de compras permitia comprar dois copos a €2,99. Se asa compras fossem de 320 euros, os dois copos eram oferecidos. Até a minha mulher comprou copos (risos). Fornecemos mais de 2 milhões de copos da Schott Zwiesel.

 

Edição Nº22, Fevereiro 2019