Bagos d’Ouro Wine Party: Provar vinhos para ajudar 200 crianças e jovens

Bagos d'Ouro Wine Party

Regressa, a 17 de Novembro, a Bagos d’Ouro Wine Party, uma festa com 21 produtores e mais 50 vinhos à prova, cuja receita dos bilhetes reverte para a Associação Bagos d’Ouro, que ajuda actualmente mais de 200 crianças e jovens do Douro. A 11ª edição deste evento terá lugar, a partir das 22h00, na Alameda […]

Regressa, a 17 de Novembro, a Bagos d’Ouro Wine Party, uma festa com 21 produtores e mais 50 vinhos à prova, cuja receita dos bilhetes reverte para a Associação Bagos d’Ouro, que ajuda actualmente mais de 200 crianças e jovens do Douro.

A 11ª edição deste evento terá lugar, a partir das 22h00, na Alameda do WOW (World of Wine), uma das maiores praças cobertas do quarteirão cultural de Vila Nova de Gaia, e será uma celebração do crescimento e alargamento da actividade da Bagos d’Ouro para um novo concelho: Mesão Frio.

A Associação trabalha neste novo concelho desde janeiro, altura em que iniciou o processo de sinalização, sempre articulado com os parceiros sociais locais. Neste ano letivo de 2023/24 apoia em Mesão Frio mais 21 crianças e jovens carenciados. Ao todo, nos sete concelhos do Douro onde está presente, a Bagos d’Ouro apoia em proximidade a educação de cerca de 200 crianças, até à sua integração no mercado de trabalho.

Ao som dos DJ Isabel Menéres Campos e Pedro Taveira, a Bagos d’Ouro Wine Party 2023 terá, além dos vinhos à prova num ambiente descontraído e animado, uma ceia reforçada e reconfortante, harmonizada com as sugestões vínicas presentes.

Os bilhetes já estão disponíveis para venda e têm o valor de €50. As receitas líquidas do evento revertem integralmente para a missão da Bagos d’Ouro, que há 13 anos trabalha a favor da igualdade de oportunidades educativas e da inclusão social na região do Douro.

Projecto “Take Action” mostra aos jovens o potencial profissional do Douro

Take Action Douro

A Associação Bagos d’Ouro desenvolveu o projecto “Take Action – Realiza-te no Douro”, com o objectivo de orientar os jovens durienses nas suas escolhas académicas e profissionais, integrando-os na vida activa e, em simultâneo, e retendo-os na região. Este ano, o programa — que oferece oportunidades formativas e de estágio de curta duração em mais […]

A Associação Bagos d’Ouro desenvolveu o projecto “Take Action – Realiza-te no Douro”, com o objectivo de orientar os jovens durienses nas suas escolhas académicas e profissionais, integrando-os na vida activa e, em simultâneo, e retendo-os na região.
Este ano, o programa — que oferece oportunidades formativas e de estágio de curta duração em mais de 30 empresas da região do Douro — teve a participação de 40 jovens do 3º Ciclo e Ensino Secundário, que visitaram e estagiaram em dezenas de empresas de diferentes áreas, incluindo hotelaria, turismo, indústria e energia.

Com o Take Action, a Bagos d’Ouro visa encorajar a exploração vocacional dos alunos do 3º Ciclo e auxiliar no processo de tomada de decisão dos estudantes do Ensino Secundário, em relação aos seus estudos e vida profissional. Anualmente, a associação proporciona a dezenas dos jovens — que apoia nos municípios de Alijó, Armamar, Mesão Frio, Murça, Sabrosa, São João da Pesqueira e Tabuaço — a oportunidade de contactarem directamente com o mercado de trabalho.

“O Take Action visa mostrar aos jovens que o futuro pode estar mais próximo do que imaginam. Por isso, o programa incluiu empresas da região do Douro ou que estão aqui representadas, desde os grandes grupos, como EDP, Unilabs ou Sogrape, a outros negócios que vão ao encontro dos sonhos destes jovens”, explica Maria Inês Taveira, coordenadora geral da Bagos d’Ouro. “Além de acreditarmos muito no potencial da região, não queremos que os alunos condicionem os seus sonhos com base na percepção de que aqui não terão tantas oportunidades. É na desmistificação desta ideia que trabalhamos, diariamente, há mais de dez anos, através da aproximação das nossas crianças e jovens às diferentes oportunidades educativas e, no caso do Take Action, profissionais”, desenvolve.

Ajude a Bagos d’Ouro com 0,5% do seu IRS, sem custos

Bagos d'Ouro IRS

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A Bagos d’Ouro é uma associação que apoia o percurso educativo, social e familiar das crianças e jovens do Douro, em situação de carência económica, e providencia as oportunidades educativas necessárias para promover o sucesso escolar. Em […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A Bagos d’Ouro é uma associação que apoia o percurso educativo, social e familiar das crianças e jovens do Douro, em situação de carência económica, e providencia as oportunidades educativas necessárias para promover o sucesso escolar.

Em 10 anos, celebrados em 2020, a associação já ajudou mais de 150 crianças e jovens da região do Douro, em vários concelhos, mas o objectivo é conseguir ajudar ainda mais. Uma das formas de tornar isto possível, é através da Campanha IRS Solidário, onde a Bagos d’Ouro incentiva as pessoas a doar 0,5% do seu IRS à associação, sem qualquer custo e com apenas alguns cliques.

Para isso, só tem de indicar o NIF da Bagos d’Ouro — 509 640 036 — no Portal das Finanças. “A lei portuguesa prevê que todos os contribuintes possam optar por consignar 0,5% da sua colecta do imposto (o que se paga após a dedução das despesas), sem terem que pagar mais e sem que o reembolso de IRS seja afectado”, explica a associação. Mais informação sobre este apelo AQUI.

Veja o passo-a-passo de como doar 0,5% do seu IRS à Bagos d’Ouro, sem custos, neste vídeo:[/vc_column_text][vc_video link=”https://vimeo.com/402318010″ align=”center”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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Bagos d’Ouro organiza leilão solidário com vinhos muito especiais

Até à próxima terça-feira, 15 de Dezembro, está a decorrer online um leilão solidário organizado pela Associação Bagos d’Ouro, na plataforma da leiloeira Palácio do Correio Velho. Estão em leilão garrafas de vinho muito especiais, como Barros Very Old Tawny Port – Edição Especial 102, Dalva Porto Colheita 1963 Golden White ou Quinta Vale D. Maria Vinha da […]

Até à próxima terça-feira, 15 de Dezembro, está a decorrer online um leilão solidário organizado pela Associação Bagos d’Ouro, na plataforma da leiloeira Palácio do Correio Velho.

Estão em leilão garrafas de vinho muito especiais, como Barros Very Old Tawny Port – Edição Especial 102, Dalva Porto Colheita 1963 Golden White ou Quinta Vale D. Maria Vinha da Francisca tinto 2016, entre outros. 

As vendas destes vinhos revertem na totalidade para a IPSS organizadora do leilão, que apoia crianças e jovens de famílias carenciadas do Douro, no seu percurso escolar. Uma acção solidária que vem tornar esta época natalícia especial para a associação e para as famílias que apoia.

Firmo une-se à Bagos d’Ouro e cria caderno solidário

A Bagos d’Ouro, uma associação que apoia crianças e jovens de famílias carenciadas do Douro no seu percurso escolar, celebra este ano o seu 10º aniversário. Durante estes 10 anos de existência, foram muitas as famílias apoiadas pela Bagos d’Ouro, e muitas as crianças e jovens que levaram em frente um percurso escolar e académico que, […]

Bagos d’Ouro, uma associação que apoia crianças e jovens de famílias carenciadas do Douro no seu percurso escolar, celebra este ano o seu 10º aniversário. Durante estes 10 anos de existência, foram muitas as famílias apoiadas pela Bagos d’Ouro, e muitas as crianças e jovens que levaram em frente um percurso escolar e académico que, de outra forma, teriam tido baixas probabilidades de prosseguir. A taxa de sucesso é elevada e, hoje, a associação vê alguns dos jovens que apoiou perfeitamente integrados no mercado de trabalho.

A Bagos d’Ouro actua em seis concelhos da região duriense, desenvolvendo a sua atividade junto de mais de 150 crianças e jovens e respetivas famílias, num total de cerca de 300 pessoas.

Em virtude da década que agora completa, a associação uniu-se à FIRMO — uma marca emblemática do Porto, líder no comércio de artigos escolares, de papelaria e escritório — para criar e vender um caderno com a imagem da associação, 50% do valor revertendo a favor desta.

Se pretender apoiar o trabalho da Bagos d’Ouro, adquira o caderno aqui. “Para que as grainhas de hoje sejam os Bagos d’Ouro de amanhã”.

Associação Bagos d’Ouro lança livro de receitas solidário

A Bagos d’Ouro — associação sem fins lucrativos que apoia jovens e crianças do Douro a vários níveis — juntou alguns do mais conhecidos Chefs da cozinha portuguesa, num livro de receitas cujas vendas ajudarão a apoiar a missão desta IPSS. De Norte a Sul e ilhas, cinquenta grandes nomes da cozinha nacional conceberam receitas […]

A Bagos d’Ouro — associação sem fins lucrativos que apoia jovens e crianças do Douro a vários níveis — juntou alguns do mais conhecidos Chefs da cozinha portuguesa, num livro de receitas cujas vendas ajudarão a apoiar a missão desta IPSS.

De Norte a Sul e ilhas, cinquenta grandes nomes da cozinha nacional conceberam receitas com produtos tradicionais do Douro, disponíveis agora no livro “Receitas Bagos d’Ouro” (€6), à venda na plataforma DOTT.

E sendo este o ano em que a associação festeja o seu décimo aniversário, e trabalhando esta com crianças, a Bagos d’Ouro celebra também o regresso às aulas em parceria com o Município de São João da Pesqueira (local onde foi criada). De 21 a 23 de setembro, o “street artist” Tiago Godmess associar-se-á a esta causa solidária e pintará um mural no Centro Escolar desta localidade, juntamente com jovens e crianças da associação. “A Associação procura, através deste projeto de arte participativa, dar motivação à comunidade educativa e às crianças e respetivas famílias de uma região que já é, por si só, bastante isolada, bem como acompanhá-las neste regresso atípico às aulas”, diz a Bagos d’Ouro em comunicado.

Associação Bagos d’Ouro: A fintar destinos de uma região

Há dez anos houve alguém que olhou para o Douro e viu o que muito pouca gente vê. Esse alguém resolveu fazer a diferença e criar a Associação Bagos d’Ouro, transformando a vida de muitas crianças e jovens. TEXTO Mariana Lopes FOTOS Bagos d’Ouro Quando nos lembramos do Douro, o que vemos? As bonitas e […]

Há dez anos houve alguém que olhou para o Douro e viu o que muito pouca gente vê. Esse alguém resolveu fazer a diferença e criar a Associação Bagos d’Ouro, transformando a vida de muitas crianças e jovens.

TEXTO Mariana Lopes
FOTOS Bagos d’Ouro

Quando nos lembramos do Douro, o que vemos? As bonitas e verdejantes encostas de vinha em patamares que acabam num rio que, com o sol da manhã reflectido, proporciona uma das mais incríveis visões do nosso país. De quando a quando, as tabuletas e pedaços de muro que, à maneira hollywoodesca, ostentam os nomes das prósperas quintas produtoras de vinho, do Porto e “de mesa”, negócio que movimenta milhões e que leva o nome de Portugal para os mais distantes locais do Mundo. É verdade que tudo isto faz parte do Douro, mas a realidade social que esta região encerra em si, longe dos olhos menos atentos e mais estrangeiros ao vale, é muito mais obscura. Predominantemente rural e com graves problemas socioeconómicos, o Douro tem um índice de envelhecimento da população elevadíssimo que, em 2015 e segundo o INE, atingia o valor 203.2 (quociente entre o número de pessoas com 65 anos, ou mais, e o número de pessoas entre os 0 e os 14 anos). Este factor está directamente relacionado com uma grande taxa de analfabetismo na região, que representa aqui 8.64% (dado de 2014, comparável aos 5% da Região Norte do país e 5.2% de Portugal Continental). Naturalmente, isto leva a que haja um nível relevante de desvalorização escolar por parte dos pais e encarregados de educação, relativamente aos seus filhos e educandos. Estes problemas, juntamente com outros factores latentes, como o alcoolismo, a violência doméstica e o desemprego (em 2016 e segundo o IEFP, das 200.792 pessoas desempregadas no Norte, 6.5% cabiam ao Douro), chamaram a atenção de Luísa Amorim, administradora da duriense Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo. Em conversas com o Padre Amadeu Castro, de São João da Pesqueira, surgiu a vontade de agir, de fazer algo sustentável pelas crianças e jovens do Douro, muitos deles com um enorme e desaproveitado potencial. Nasceu assim, em 2010, a Associação Bagos d’Ouro, uma IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social) que começou com uma equipa profissional de apenas duas pessoas, que trabalhava com dez famílias: cinco em Sabrosa e cinco em São João da Pesqueira. Actualmente já são nove os profissionais, ajudados por muitos voluntários, a mudar a vida de 145 crianças e jovens, de mais de 80 famílias em seis concelhos.

O processo

Mas o que faz, na verdade, a Bagos d’Ouro, e como actua? Inês Taveira, jurista de formação e Coordenadora Geral da Associação, elucida que esta “tem foco na educação, mais do que em todas as outras áreas que a Bagos d’Ouro toca por consequência, acompanhando o percurso educativo e pessoal de cada criança, desde o primeiro ano da escola primária até à integração na vida activa”. Antes de se incluir na causa, Inês trabalhava no mundo da política, e não trocava o que agora faz por nada. No dia a dia, tem Mafalda Ferrão, psicóloga e Coordenadora Social da Bagos, como um dos seus braços direitos, que nos explica como tudo se processa. “Quando há lugar para novas crianças ou jovens, procedemos à sinalização, trabalhando com a rede social do concelho em questão, ou seja, com as entidades que respondem aos problemas sociais”, expõe Mafalda. A ligação faz-se, predominantemente, com a escola e é ela que abre a porta à associação e onde esta mais actua. Quando uma contacta a outra, são os professores (já munidos de ferramentas como, por exemplo, questionários específicos) que partem para a identificação das crianças que, sendo de famílias em situação de fragilidade financeira ou social, possam ver na Bagos d’Ouro uma oportunidade para construir um bom projecto de vida. “Ir mais longe do que iriam sem a retaguarda da Bagos”, diz a psicóloga. Depois, é já dentro da associação que se faz uma triagem para apurar quais os indivíduos identificados que mais cumprem os critérios, sendo os principais a carência económica, poucas oportunidades educativas e família com muito baixa escolaridade. Se forem mais velhos, são considerados os jovens que tenham uma muito boa prestação escolar, mas que a família não tem capacidade para lhes dar oportunidades educativas. De seguida, a equipa da Bagos d’Ouro vai a casa da criança ou jovem fazer a sua avaliação que, posteriormente, leva à elaboração de um parecer. É a direcção (encabeçada por Luísa Amorim), que toma a decisão final. Inês Taveira desenvolve, acrescentando que “É um trabalho muito presencial, quer na escola quer em casa, ao qual chamamos de ‘trabalho de proximidade’, pois só assim se podem encarar projectos de vida”. As sessões de atendimento individuais fazem-se, de modo geral, na escola, e os profissionais que estão responsáveis por casa concelho (um por cada) vivem no Douro e estão mais presentes, fisicamente. As visitas domiciliárias, por sua vez, acontecem de dois em dois meses, para que não se perca o envolvimento da família.

O Compromisso

“Honramos o nosso vínculo com as crianças e jovens, e eles connosco, através de um documento, o Compromisso”, conta Mafalda Ferrão. Nele, as crianças definem e deixam escrito os seus objectivos e metas, quer seja subir as notas, integrar uma oportunidade educativa diferente, entrar no Inglês ou nos Escuteiros, ou integrar um voluntariado, por exemplo. Este documento é assinado pelas duas partes, a criança/jovem e o técnico, e vai sendo monitorizado ao longo do tempo. “No fim do ano, o Compromisso é avaliado e fazemos uma cerimónia de entrega de diplomas e prémio de mérito. Não é obrigatório ter ‘nota 5’ a tudo para receber um diploma de Ouro, por exemplo. Pode ser um aluno de 3 que cumpriu todos os seus objectivos, ou um aluno que melhorou a Inglês de 2 para 3. Os de prata implicam que o aluno tenha cumprido 70% dos seus objectivos. E os que não cumpriram, levam um ‘puxão de orelhas’”, disse Mafalda, rindo.
Uma das dinâmicas mais interessantes da associação é a sinergia que está a começar a verificar-se, entre mais velhos e mais novos, no que toca a explicações e ajuda no estudo. A Mafalda explica: “Estamos a desenvolver isso porque muitas vezes, principalmente nos mais pequenos, há falta de estímulo em casa e eles não fazem, por exemplo, os trabalhos de casa. A relação um-para-um é também muito importante a nível humano e afectivo, e quem já passou pelo mesmo consegue incutir interesse no mais novo. Quase como se fossem irmãos mais velhos”, afirma.

Os parceiros

Mas algo essencial e, na verdade, condição para que a Bagos d’Ouro possa subsistir, são os parceiros desta instituição. Além dos locais, já referidos, a associação tem outros, muitos deles ligados ao vinho, produtores do Douro que ajudaram a instituição a nascer. Hoje, já são 21 (lista completa em bagosdouro.com), e este número continua a crescer. “São empresas que estão familiarizadas com o território e que de lá retiram a sua riqueza, sentindo-se responsáveis por devolver”, revela Inês Taveira. O apoio é feito financeiramente, mas também em espécie. Com eles, a Bagos d’Ouro organiza iniciativas como as Wine Party, onde estes produtores dão a provar os seus vinhos, ou provas solidárias, às quais as empresas fornecem o vinho e o staff.
Também há toda uma panóplia de parceiros de outras áreas, como a escola de Inglês Wall Street, que fornece uma bolsa para cada jovem frequentar os cursos desta língua. Inês confessa: “Sem os parceiros, tanto da área do vinho como de muitas outras, apoiando em espécie, financeiramente ou em ambos, o nosso trabalho seria inviável, até porque as necessidades não param de crescer”, expõem a coordenadora.
A campanha Amigo é, por exemplo, uma das formas pelas quais as pessoas individuais, ou colectivas, podem ajudar uma determinada família com apoio educativo e social. “O valor oferecido pela pessoa é canalizado para aquela família e vamos dando feedback sobre os desenvolvimentos de quem se está a ajudar, no final de cada período escolar. Sejam conquistas ou dificuldades”, elucida Mafalda Ferrão. A Bagos d’Ouro tem tido grande sucesso na sua intervenção mas, por vezes, há dificuldades no processo. A psicóloga desabafa: “Temos crianças com famílias bem estruturadas e que apoiam muito, apenas tendo dificuldades económicas, mas também temos crianças oriundas de famílias com menos estruturação. Há alturas em que um lado puxa para cima e o outro puxa para baixo, em que de repente tudo o que fizemos volta para trás. No entanto, a nossa linguagem é sempre de força e não de fragilidade”.

Os resultados

Ana Catarina tem 25 anos, é de Sabrosa e foi das primeiras alunas da Bagos, tendo começado em 2012, na transição do ensino secundário para o superior. Foi sinalizada como uma jovem do 12º ano com uma enorme capacidade, para quem a Bagos poderia ser uma retaguarda. Sempre quis prosseguir alguma investigação científica, e entrou na UTAD (em Vila Real) em Genética e Biotecnologia. Fez mestrado em Oncologia, no Porto, no IPO. Entretanto interessou-se ainda mais pela área clínica, por ter lidado com ela durante o mestrado, e está hoje a tirar a sua segunda licenciatura, Medicina. Quer exercer e, em simultâneo, fazer investigação. Também ela, outrora, assinou o Compromisso, onde colocou objectivos como fazer voluntariado na Cruz Vermelha e integrar o curso de Primeiros Socorros, ou aprender inglês. Ana sempre foi muito cumpridora dos compromissos e muito ambiciosa. Mafalda Ferrão confessa, feliz: “Alguns objectivos que a Catarina colocava no Compromisso eram até para nós bastante desafiantes, tal era a sua ambição”. Talvez por isso tenha chegado onde chegou. “Chegaria sempre longe, mas com a nossa ajuda chegou ainda mais longe e não deixou objectivos de vida pelo caminho”, afirma a coordenadora social.
“O meu concelho é dos menos isolados comparando com os outros em que a Bagos está presente. Mesmo assim, é difícil frequentar a faculdade pois os transportes públicos são praticamente inexistentes”, diz Ana Catarina. “Os meus pais têm ambos o quarto ano, uma escolaridade muito baixa. Sempre trabalharam no campo e, apesar de me terem incentivado e de eu ser uma boa aluna, quando fui para a faculdade o meu pai ficou desempregado. Eu tinha uma bolsa de mérito, mas mesmo assim não era suficiente para as propinas, as necessidades diárias e o alojamento em Vila Real. A Bagos foi fundamental, desde os estágios que me ajudou a angariar, passando pelo curso na Wall Street até contactos com professores que apostaram em mim, entre outras coisas”.
Ana Catarina conta que hoje, no Douro, a generalidade dos pais já está mais escolarizada, mas ainda há muitas dificuldades gritantes como, por exemplo, famílias que não têm electricidade ou mesmo água. “Foi muito a minha realidade mas, infelizmente, ainda acontece”. E desenvolveu, dizendo que “O grande desafio é fazer os jovens bem-sucedidos na sua formação académica quererem ficar ou regressar ao Douro, para ajudar a desenvolvê-lo, criar empresas, postos de trabalho, potenciar uma região com muito para dar. Eu vejo-me a voltar e a ter uma relação de proximidade, a nível da Saúde, com os durienses”.
Hoje, a Bagos d’Ouro já não precisa de intervir na vida de Ana Catarina com o fazia, porque já está “lançada”, mas a Associação nunca se afasta completamente, nem os ex-alunos o fazem. O contacto continua e Ana Catarina está agora, inclusive, a começar o seu papel na equipa da Bagos d’Ouro.
Já são cinco os jovens que integraram com sucesso a vida activa. Inês tirou Psicologia em Coimbra e regressou a São João da Pesqueira, estando a trabalhar na Santa Casa da Misericórdia. Raquel licenciou-se em Direito e está a trabalhar num cartório notarial. Leonardo licenciou-se em Literatura Clássica e está a acabar agora o mestrado, tendo começado a estagiar, já profissionalmente, na Fundação Amália Rodrigues, em Lisboa. “Ele quer muito regressar ao Douro”, disse Mafalda “então estamos a tentar encontrar uma oportunidade profissional para ele, lá”. E Inês Taveira desabafou que “Deveria haver mais incentivos para que os jovens voltassem para o Douro, a sua região de origem, para que esta se finalmente se desenvolvesse. Mas há muito poucos”. Andreia é psicóloga e está, também ela, numa IPSS, em Bragança. “Quando começámos com as primeiras 10 famílias, ninguém sabia ao certo o que iria acontecer nem como iria ser o nosso trabalho. Eramos quase bombeiros, andávamos de casa em casa”, conta Mafalda. “Por isso, é muito engraçado vê-los já assim”.
Os números do impacto da Bagos d’Ouro falam por si: 89% de taxa de sucesso escolar; 84% dos Compromissos foram cumpridos; 64% de crianças e jovens com desempenho escolar entre Bom, Muito Bom e Excepcional; e 72% dos alunos subiram ou mantiveram a média global anual. “Se tivéssemos mais tempo, faríamos ainda mais. Esta equipa faz o que for preciso, seja coordenar a associação, abrir pães ou ir buscar bacalhau. E fazemos tudo isto muito felizes”, afirma Inês Taveira. Quando questionada sobre que apelo quereria deixar, concluiu que “O que nós mais pedimos é que as pessoas falem da Bagos d’Ouro. Lembrarem-se de nós, por exemplo na altura da consignação do IRS, que é uma fonte de receita e não há qualquer prejuízo para as pessoas. Se possível, tornarem-se Amigo da Bagos d’Ouro ou voluntários e, muito importante, darem-nos voz, quer seja num evento vínico ou de outra forma, permitindo-nos apresentar e passar a nossa mensagem”. Precisam de fundos, é certo, mas há várias maneiras de ajudar que não implicam bens materiais. “Gostávamos que um dia o trabalho da Bagos d’Ouro deixasse de fazer sentido. Isso seria sinal de que a situação social do Douro teria melhorado muito”, confessa. No entanto, a dificuldade no Douro é permanente, pois continua a ser uma região muito pobre. “É mais isolada, e o isolamento físico traz também o psicológico. Vão sempre existir famílias e jovens para ajudar. Discute-se muito a questão da mão-de-obra e da falta dela e, realmente, se nada for feito vamos ter um grande êxodo de jovens, o que agravará ainda mais a situação”.
Uma coisa é certa, iniciativas como a Bagos d’Ouro têm o poder de ser pontos de viragem para a transformação de toda uma região. E é de louvar a coragem de quem dá o “pontapé de saída”.

Edição nº 34, Fevereiro de 2020