Bairrada lança vídeo com mensagem de esperança para sector e país
A região vitivinícola da Bairrada lançou hoje um vídeo promocional com o nome “No sector do vinho: fortes e unidos, vamos resistir”. Este vídeo pretende ser uma mensagem de apoio e esperança para todo o sector do vinho, apelando à união das regiões vitivinícolas de Norte a Sul do país. “A Bairrada acredita que, se […]
A região vitivinícola da Bairrada lançou hoje um vídeo promocional com o nome “No sector do vinho: fortes e unidos, vamos resistir”. Este vídeo pretende ser uma mensagem de apoio e esperança para todo o sector do vinho, apelando à união das regiões vitivinícolas de Norte a Sul do país. “A Bairrada acredita que, se nos mantivermos fortes e unidos, ultrapassaremos as dificuldades que o surto do novo coronavírusnos está a impor a todos”, diz o comunicado de imprensa.
Este vídeo-mensagem pode ser visto no Youtube, no Facebook e no Instagram da Bairrada, e aqui:
Um brinde à elegância
[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Todos sabemos que a Bairrada produz grandes vinhos, com muita personalidade e longevidade. Pela sua exclusividade e custos de produção elevados, não é uma região vocacionada para vinhos baratos. O caminho pode e deve ser outro. Mas […]
[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Todos sabemos que a Bairrada produz grandes vinhos, com muita personalidade e longevidade. Pela sua exclusividade e custos de produção elevados, não é uma região vocacionada para vinhos baratos. O caminho pode e deve ser outro. Mas consegue ainda assim oferecer vinhos com qualidade e elegância a preços competitivos, sem sacrificar a identidade regional.
TEXTO Dirceu Vianna Junior MW
FOTOS Ricardo Palma Veiga
Para muitos a Bairrada continua sendo uma região misteriosa. É um desafio conseguir penetrar os seus segredos e desfrutar do encantamento de seus vinhos, cuja produção está documentada desde o período da civilização Romana.
Esta região rica em valores históricos e culturais situa-se entre dois importantes centros urbanos do país, Coimbra e Aveiro. É banhada ao norte pelo Rio Vouga e ao sul pelo Rio Mondego. No seu poente, encontram-se as areias das praias da Costa Nova, de Mira e da Figueira da Foz, e para a nascente as montanhas do Caramulo e do Buçaco. Grande parte de seus vinhedos estão localizados num verde planalto com leves ondulações entre o mar e a serra. A Bairrada tem um clima ameno com notável influência marítima. Chama a atenção devido à acentuada amplitude térmica que na época da colheita pode atingir 20ºC de diferença entre o dia e a noite. Essa forte influência marítima frequentemente impõe desafios devido ao excesso de chuva, entre 800mm e 1200mm, que em certos anos ameaçam a região durante a Primavera, mas principalmente na época do final do ciclo vegetativo, no início do Outono. Os solos mais adequados à vinha, principalmente de uvas tintas, são os solos argilosos com maior ou menor presença de calcário. Existem também solos de aluvião, xisto, quartzitos e solos arenosos propícios para uvas brancas e estilos de vinhos tintos mais leves.
A Bairrada possui longa tradição na produção de vinhos elaborados a partir de sua principal casta, a Baga. Outro diferencial pertinente é o facto de grande parte dos vinhedos de Baga na região possuírem 50 anos de idade ou mais. A Bairrada é certamente um dos locais mais desafiadores em Portugal para a produção de vinhos, especialmente tintos, por depender fortemente de uma variedade que possui um ciclo de crescimento longo, aliado a um clima imprevisível. A Baga na Bairrada é tão difícil de lidar quando o Pinot Noir na Borgonha. A verdade, porém, é que grandes riscos são frequentemente acompanhados de grandes recompensas, pois quando a natureza colabora e as uvas são vinificadas por mãos competentes, os resultados muitas vezes são fenomenais.
Existem, porém, métodos distintos e inúmeras alternativas incluindo a selecção de castas nos lotes, uso de engaço, técnicas de extração, e estágio em carvalho ou não. Estilos tradicionais, como o Quinta das Bágeiras Garrafeira, são vinificados em lagar aberto e sem desengace, envelhecidos em tonéis de madeira de grande porte e compostos unicamente pela casta Baga. São vinhos formidavelmente estruturados e exigem certo tempo de envelhecimento para revelar seu potencial. Por outro lado, uma abordagem moderna opta por eliminar ou utilizar apenas uma pequena percentagem dos engaços como é o caso da Niepoort na elaboração do seu rótulo Poeirinho, que tende a ser mais acessível e fácil de apreciar mais cedo, sem exigir um longo processo de envelhecimento em tonéis ou barris de madeira. A percepção de que a casta Baga é excessivamente adstringente e de que necessita de muito tempo para que seus taninos fiquem suaves é indevidamente generalizada e frequentemente mal compreendida.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Estilos muito diversos
Além de Baga, desde 2003, estão oficialmente permitidas uma multiplicidade de castas para elaboração de vinhos tintos incluindo Alfrocheiro, Aragonez, Bastardo, Camarate, Castelão, Jaen, Touriga Franca, Touriga Nacional e também Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah, além de outras, que podem aparecer em lotes nas mais variadas proporções. Por esse motivo, os vinhos tintos da Bairrada, actualmente, denotam uma variação desconcertante de estilos. Se isso, por um lado, revela diversidade, por outro, gera muita confusão. E esta é uma das principais razões pela qual a compreensão dos vinhos da região escapa à maioria dos críticos internacionais, sem falar dos consumidores. Embora os estilos sejam diversos, o futuro que os vinhos tintos da Bairrada devem trilhar é bem mais claro: a região precisa focar-se na elaboração de vinhos de alta qualidade e onde a Baga desempenha papel dominante. Mário Sérgio, proprietário e enólogo da Quinta das Bágeiras, acredita que esse é o caminho para conseguir notoriedade nacional e internacional. Na opinião de João Póvoa, proprietário do projecto Kompassus, é preciso reunir condições para que seja possível efectuar uma rigorosa classificação e ordenação dos solos segundo a sua capacidade vitícola, para que no futuro os produtores possam ostentar no rótulo essa diferenciação.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34355″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Uma opinião válida desde que o produto tenha características organolépticas distintas. Esse pensamento segue a tendência de outras regiões como Marlborough, na Nova Zelândia e Mendoza na Argentina que, apesar de mais jovens, já estão se adiantando nesse aspecto. Com olhos no longo prazo, essa diferenciação certamente irá ocorrer em muitas regiões produtoras e a Bairrada não deveria ficar para trás.
Além disso, na opinião de Mário Sérgio, um dos principais perigos que a região enfrenta actualmente, é julgar que a visibilidade atingida pela casta Baga seja suficiente para pensar que já está quase tudo feito. Na verdade, ainda existe um trabalho muito importante a ser realizado. Um dos principais desafios, de acordo com João Póvoa, é a comunicação, que precisa ser feita de forma mais dinâmica, direcionada à um público mais jovem e com forte aposta no marketing digital. Em termos de comunicação, além de afirmar a qualidade dos vinhos brancos (de grande mineralidade, salinidade e longevidade) é preciso divulgar os atributos positivos dos espumantes, especialmente Blanc de Noirs e Rosé, e logicamente os tintos elaborados com a casta Baga que são únicos e raramente surgem em outras regiões. São vinhos elegantes e gastronómicos, mas sobretudo inimitáveis.
É geralmente aconselhável colocar as coisas em ordem antes de iniciar um programa de comunicação e marketing, mas no caso da Bairrada esse conceito deve ser ignorado, pois a região já conta com produtos de qualidade, enólogos respeitados e boa diversidade nos seus produtos. Porém, ao contrário do que muitos pensam, a Bairrada, com poucas excepções, não é propriamente uma região conhecida internacionalmente. Basta examinar a oferta de importadoras e cartas de restaurantes na Inglaterra, Alemanha, China ou Estados Unidos. Quando é possível encontrar um vinho da região, geralmente estão na carta devido à dedicação e ao trabalho de uma minoria de produtores que viajam incansavelmente para construir suas marcas. Encontram espaço devido à boa qualidade de seus produtos e permanecem na carta devido a uma forte relação forjada entre o produtor e os seus clientes ao longo do tempo. Nesses casos, a identidade da região não é o factor determinante para o comprador.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34354″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Pagar o preço justo
Agora é o momento para a região se unir, demonstrar confiança e agir, pois a tendência na busca por vinhos opacos, super encorpados e ultra concentrados já começou ceder espaço a vinhos com mais harmonia, pureza e que demonstram originalidade. Será a descoberta do potencial que a região possui que irá gerar maior procura, preços mais altos e consequentemente ajudará ao seu impulsionamento. Os produtores precisam e merecem obter um preço justo pelo seu trabalho.
A Bairrada é uma pequena região onde a economia de escalas é um desafio. A região precisa valorizar mais o trabalho dos seus pequenos viticultores. Não faz sentido apostar na qualidade dos vinhedos quando o preço da uva não atinge o valor pago por um quilo da casta Airén em La Mancha, um valor excessivamente inferior ao preço pago por um quilo de uva na região de Champagne que na última safra ultrapassou seis euros.
Preço justo é vital para que a mão de obra do sector vitivinícola seja protegida, bem como os vinhedos velhos de Baga que devem ser preservados para evitar que seja, substituídos por variedades internacionais como Merlot, Syrah e Cabernet Sauvignon. Não faz sentido vender matéria prima por um preço baixo a empresas que não tem intenção de ajudar reforçar a imagem da região.
O que actualmente auxilia países como o Chile e Austrália a melhorar sua imagem junto de profissionais e consumidores é o trabalho que está sendo feito por uma geração de enólogos jovens que buscam matéria prima de pequenas parcelas, vinhedos velhos, demonstram a sua criatividade elaborando vinhos com personalidade e excelente qualidade, e contam a sua história com convicção. Nesse caso, como o volume de produção é restrito, a distribuição é feita por empresas de menor porte que realmente se preocupam em vender produtos de qualidade e contar a história, ajudando assim o produtor e a região a construir uma boa imagem. Esse é o caminho que deve ser trilhado pelos produtores da Bairrada, que não anseiam vender grandes volumes, mas sim oferecer produtos autênticos, de qualidade, a preços justos. A região necessita imperativamente atrair jovens vitivinicultores, com boa formação e ambição para ajudar com esse trabalho.
A Bairrada é uma região produtora de vinhos rica de história. Conta com excelentes vinhos e precisa urgentemente comunicar isso sem timidez, com energia e fazer esse trabalho em conjunto. O que a maioria dos profissionais e consumidores estão buscando actualmente são vinhos mais autênticos, com harmonia, e a Bairrada oferece vinhos que esbanjam elegância e frescura que vão justamente ao encontro dessa tendência.
Não tenho dúvidas que, no futuro, a região deverá preocupar-se menos com a quantidade e valorizar a qualidade acima de tudo. A lista de vinhos que agora provei inclui vinhos de produtores respeitados, mas propositadamente não são os seus topo de gama, em muitos casos são os vinhos de entrada. Por esse motivo podem até não representar o que a região deve aspirar a ser no futuro. Mas são vinhos que oferecem excelente custo e benefício e servirão para atrair consumidores, ajudando-os entender que os vinhos da Bairrada são únicos: vibrantes, frescos, elegantes, e gastronómicos. A Bairrada continua sendo uma região misteriosa para muitos consumidores, mas chegou o momento de o mundo descobrir os seus segredos e brindar à elegância que os vinhos da região tem para oferecer.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Em prova”][vc_column_text]
Edição Nº22, Fevereiro 2019
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CONGRESSO BAGA: A CASTA, O VINHO, A REGIÃO
[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Cantanhede foi anfitriã, no final de Novembro, de um congresso com uma protagonista muito especial: a Baga, rainha da Bairrada. TEXTO Mariana Lopes É a uva identitária da região, a estrela da longa-metragem que é a história […]
[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Cantanhede foi anfitriã, no final de Novembro, de um congresso com uma protagonista muito especial: a Baga, rainha da Bairrada.
TEXTO Mariana Lopes
É a uva identitária da região, a estrela da longa-metragem que é a história da Bairrada. Não é, de todo, consensual, mas tem provado o que vale, sobretudo nas últimas duas décadas. Tintos e espumantes são as suas valências, mas agora é-lhe lançado um novo desafio: ser embaixadora, colonizar o mundo com Bairrada, o que já sabemos não ser tarefa fácil. Mas é possível, com uma boa estratégia, e a Baga não pode ficar fora dela.
Esta foi uma das situações abordadas no Congresso “Baga: a casta, o vinho, a região”, que começou na noite de 29 de Novembro com uma visita à Adega Cooperativa de Cantanhede. Fundada em 1954, e quase a completar 65 anos de existência, esta é uma das mais antigas do país, do seu género. Com 1200 associados, dos quais 550 estão activos, abastece-se de cerca de 1000 hectares de vinha, no total. Tendo em conta que se trata de uma região de minifúndio, estamos a falar de muitos pedaços de terra, pequenos jardins de videiras intervalados. Assim, é o maior produtor da região, representando 40% da produção da mesma. Este número de sócios activos também significa que há poucas famílias de Cantanhede que não estejam ligadas à Adega, o que reforça o facto de as adegas cooperativas, de todo o país, terem um papel social muito importante nas localidades onde se encontram.
A Adega Cooperativa começou a fazer espumante há 30 anos e hoje produz mais de um milhão de garrafas (apenas método clássico), de nove referências, com estágios dos nove aos 48 meses, o que perfaz 35% do seu volume de negócio. Os tintos e os brancos com preponderância de Baga e de Arinto, sob a marca Marquês de Marialva (também em espumante), a mais importante da casa, e outras como Foral de Cantanhede que completam a gama. O piso inferior da cave de estágio e armazenamento de espumantes foi, há 30 anos, um conjunto de cubas subterrâneas. O espaço onde estão agora as pupitres e as garrafas empilhadas esteve, outrora, submerso em vinho… poético, no mínimo.
O enólogo é Osvaldo Amado, que, incontestavelmente, domina a arte de, com uvas de 1000 hectares, fazer vinhos de franca qualidade em distintos segmentos de preço, numa gama transversal a todo o universo de consumidores, que não esquece a tipicidade do terroir. Para isso, inevitavelmente, a qualidade da matéria-prima tem de ser elevada e, de forma a que assim seja, a Adega de Cantanhede faz um trabalho específico junto dos associados e adequado a cada situação, oferecendo constantemente acções de formação para os seus viticultores.
Na manhã do dia das conferências, foi a vez da Quinta de Baixo, em Cordinhã, propriedade da Niepoort, mostrar o que faz e onde faz. Nos seus 20 hectares de vinha, 90% é Baga e o resto Bical, Cercial, Rabo de Ovelha e outras. Numa aproximação cada vez mais artesanal, produzem totalmente em biodinâmica e estão a diminuir gradualmente o uso da máquina, apesar de, segundo o enólogo Sérgio Silva, ser muito difícil arranjar mão-de-obra. “As vinhas é que fazem os nossos vinhos”, disse, explicando que só utilizam uma quantidade mínima de sulfuroso no engarrafamento e nenhum outro produto nem correcção. “Nesta zona, temos mais facilidade em amadurecer a Baga, mas também perdemos acidez com facilidade. Para contrariar isso, vindimamos mais cedo, o que resulta em vinhos mais leves, mais ácidos e com menos cor.” Entre as marcas Poeirinho, Lagar de Baixo, Gonçalves Faria, VV Vinhas Velhas, Drink Me Nat Cool, Niepoort e Água Viva, a Quinta de Baixo produz cerca de 100 mil garrafas.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34167″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Baga, objecto de estudo
O congresso Baga teve lugar no BIOCANT, um moderno parque de investigação na área da biotecnologia, em Cantanhede, e o painel de oradores foi de luxo. Num auditório completamente esgotado, entre mesas redondas e comunicações individuais, ao longo de todo o dia 30, várias foram as ideias e conclusões que delas saíram, sempre com a mesma coisa em mente: Baga, Baga, Baga.
“Ainda por cima, fácil de pronunciar”, como disse o Master of Wine Dirceu Vianna Júnior. Esse é o primeiro “check” na lista de razões pelas quais esta casta deve ser a engrenagem que faz andar o comboio de diversidade que é a Bairrada. Cada carruagem, um terroir único para a uva rainha, numa composição feita de Cantanhede, Ancas, Óis do Bairro, Aguim, Vale de Cadoiços entre outros “spots” de excelência… se juntarmos isso à plasticidade da Baga, as possibilidades são imensas no que toca aos perfis que pode originar.
Na apresentação “Zonagem: os terroir da Bairrada”, os enólogos Francisco Antunes e João Soares relevaram a importância que a identificação de sub-regiões específicas tem ao nível da valorização do produto e da potenciação da melhor casta para cada local. As vinhas velhas, nomeadamente as plantadas antes de 1985, devem também ser identificadas e estudadas. Tendo em conta que os dois grandes tipos de solo da Bairrada são os argilo-calcários e os arenosos, os oradores esclareceram que argila e calcário é a base de solo indicada para a casta Baga, sendo a areia menos adequada e aconselhada para castas brancas ou outras variedades tintas. Apesar da importância da zonagem, “esta é difícil na Bairrada”, concluíram, precisamente por causa da plasticidade da casta e da heterogeneidade dos solos, muitas vezes no mesmo local.
Tudo isto foi ao encontro à tese de César Almeida, da Estação Vitivinícola da Bairrada, na comunicação “Viticultura: a Baga na Vinha”. César defendeu que, sendo a Baga apta para tintos e espumantes, o trabalho na vinha deve ter em conta o destino a dar às uvas. Reforçou, também, que é mais difícil obter boas uvas para tinto do que para espumante, sendo necessário possuir o terroir certo para originar a Baga de melhor qualidade, o que exige muito trabalho na vinha: a poda em verde, para limitar a produção, é essencial. Isto gera, naturalmente, custos de produção elevados, mas o potencial para gerar grandes vinhos é enorme, e isso tem de ser valorizado no mercado.
No momento “Investigação: o apuramento da casta”, por Antero Martins e Elsa Gonçalves, do Instituto Superior de Agronomia, o público ficou a saber que estão identificados cerca de 200 clones de Baga, com características muito distintas, sete deles já selecionados e homologados, que chegarão aos viveiristas no final do próximo ano. Posto isto, o par esclareceu que, qualquer que seja a opção do viticultor, é sempre desejável a variedade clonal na vinha, pelo que se deve plantar ou com material policlonal/seleção massal ou, quem plantar com os clones selecionados, deverá utilizar o máximo possível, idealmente os sete.
Ao ínicio da tarde, uma mesa redonda sobre “Enologia: interpretar a Baga na adega”, com Anselmo Mendes, Luís Pato, Mário Sérgio Nuno, Osvaldo Amado e Sérgio Silva. Aí ficou claro que o conceito, ou estilo de vinificação, é determinado pela dimensão do projecto vinícola e pela vontade do enólogo/produtor. Mas acima de tudo que a Baga pode ser elemento unificador entre os produtores da região, o que é essencial à boa promoção. No final, uma afirmação de peso: o bom vinho Baga, seja qual for o seu estilo ou perfil, não deverá ser barato.
Depois, Pedro Soares dissertou sobre o projecto Baga Bairrada. O presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada esteve envolvido na criação deste cluster que consiste em espumantes feitos de Baga, com regras específicas de produção e de estágio. Começou com cinco referências, hoje são 23. O objectivo foi criar valor para a região e a casta, tendo em conta de que a sua aptidão para espumantes únicos é elevada, aproveitando o know-how ímpar que a Bairrada tem na sua produção. Sinal de sucesso, desde o começo deste trabalho, é o facto de o valor pago ao viticultor pelas uvas Baga ter aumentado. Pedro Soares descortinou, também, que o próximo passo será estender, progressivamente, o tempo de estágio, como forma de valorizar ainda mais o produto na qualidade e no preço.
Dirceu Vianna Júnior frisou a importância da comunicação em “A Baga como factor de identidade regional”. Sem reservas, afirmou que a Baga já mostrou ser casta certa para a Bairrada: tem autenticidade, identidade, expressa o terroir e é uma casta completa, originando grandes vinhos sem necessitar da ajuda de outras. Por isso, apelou: “É preciso valorizar o vinho e com isso valorizar a terra. O custo da vinha na Bairrada é demasiado baixo para os vinhos que é capaz de originar!” Numa análise da região, referiu que a Bairrada enfrenta desafios de imagem e sublinhou a necessidade de profissionalização e mais massa crítica. Lançou uma provocação: “É necessário valorizar a terra e a uva, à imagem de outras denominações de origem do mundo. Em 1990, até a terra em Champagne valia muito menos, mas fez o seu caminho.”
O congresso acabou com Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro, que lembrou que durante décadas Portugal esteve focado no turismo de praia e de sol, mas que agora vende cultura, história e gastronomia. Neste modelo turístico, a Bairrada é, sem dúvida, um produto com imenso potencial. “O vinho, quando contado pelo produtor, deixa marca duradoura”, disse, e destacou que é imperativa uma aproximação às novas tendências, nomeadamente online.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34166″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Uma prova imperdível
No último dia de actividades, Luís Lopes, director da Grandes Escolhas, conduziu uma prova elucidativa, com treze tintos com Baga no lote ou a 100%, de toda a região. Foram nomes como Quinta do Encontro, Prior Lucas, Quinta de S. Lourenço, Foral de Cantanhede, Aliança, Messias, Kompassus, Quinta de Baixo, Aliás, Campolargo, Giz, Luís Pato e Quinta das Bágeiras. A ideia foi mostrar o terroir da região que, segundo Luís Lopes, pode ser algo abrangente ou mais específico, o de uma vinha, por exemplo. Falou sobre a origem da casta, contando ser uma uva pré-filoxérica que provavelmente nasceu no Dão mas que foi na Bairrada que assumiu a sua máxima qualidade. “A Baga produz muito, e é por isso que se torna uma casta difícil. É uma uva cara, porque requer muita atenção na vinha. Tem película tão fina que facilmente apodrece com a chuva. No entanto, é extremamente plástica e é, na minha opinião, a que mais contribui para a grandeza, identidade e longevidade dos vinhos da região”, explicou.
Para encerrar o evento, João Póvoa abriu a sua adega e contou sobre a Kompassus, o seu projecto actual. Para um cirurgião oftalmologista que cresceu com a agricultura, o vinho não é apenas um negócio, pois com ele mantém uma relação de extremo afecto. Além da inigualável jornada gastronómica bairradina, de sua autoria, que proporcionou aos jornalistas convidados, deu a provar os seus vinhos Baga de 1991, 1994, 1996 e 1997, entre outros mais jovens. “Isto é a Bairrada”, murmurei em silêncio, “só falta o mundo saber.”
Edição Nº21, Janeiro 2019
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]
Baga Friends: Unidos pela casta rainha da Bairrada
Os sete amigos da Baga foram, em Setembro passado, anfitriões de mais um evento dedicado à casta e à Bairrada, na Quinta das Lágrimas, em Coimbra. Uma masterclass de luxo, dada pelo grupo, foi o momento alto. TEXTO Mariana Lopes FOTOS João Rico/Baga Friends Os Baga Friends são António Rocha (vinhos Alexandre de Almeida – […]
Os sete amigos da Baga foram, em Setembro passado, anfitriões de mais um evento dedicado à casta e à Bairrada, na Quinta das Lágrimas, em Coimbra. Uma masterclass de luxo, dada pelo grupo, foi o momento alto.
TEXTO Mariana Lopes
FOTOS João Rico/Baga Friends
Os Baga Friends são António Rocha (vinhos Alexandre de Almeida – Hotel Palace do Bussaco), Dirk Niepoort, Filipa Pato, François Chasans (Quinta da Vacariça), Luís Pato, Mário Sérgio Nuno (Quinta das Bágeiras) e Paulo Sousa (Sidónio de Sousa). A missão do grupo é nobre: colocar a Baga nas bocas do mundo, mostrar a sua origem e todas as suas potencialidades, num regime de “juntos somos mais fortes”. E são. Cada um com personalidade muito própria, no vinho e na pessoa, perfazendo um bando cool mas bem organizado, levando a sério o intento.
Para o evento vieram jornalistas estrangeiros, nacionais, sommeliers portugueses e de outros países e vários líderes de opinião de diferentes ofícios. Um dos pontos altos foi a masterclass de abertura, sob o tema Sete Terroirs da Baga, na qual cada produtor apresentou um vinho, explicando os seus “comos” e “porquês”. Luís Pato introduziu: “Queremos mostrar o melhor da Baga e também passar uma imagem de qualidade, consolidada por este grupo. Estamos a trabalhar juntos para mostrar que a Baga é a melhor, de várias maneiras.
Dirk Niepoort começou por uma confissão: “O meu grande amor sempre foi a Bairrada, que é uma região complicada, mas interessante. Em cada pedaço de terra é possível ver variedade”; e deu o mote à apresentação do seu vinho, o Poeirinho 2015, de vinhas situadas em Cantanhede, explicando que “Poeirinho é um clone antigo da Baga, e eu gosto das coisas antigas”. Seguiu-se Filipa Pato, que, em dupla com William Wouters, trouxe o tinto Filipa Pato Território Vivo 2015. “Vindo do mundo dos sommeliers e da comida, tenho de dizer que a Baga vai muito bem com fine cuisine”, disse William. Óis do Bairro, sítio das vinhas de 60 anos de onde vem este vinho, é um dos lugares mais altos da Bairrada, onde o casal mantém uma grande biodiversidade e interacção. Filipa esclareceu: “Como jovem produtor, achamos que é importante manter as tradições e as vinhas velhas, recorrer às pessoas novas e às antigas.”
Depois, Luís Pato deu a provar o seu Vinha Pan 2015, da vinha da Panasqueira, que fica entre São Lourenço do Bairro e São Mateus. O Buçaco Vinha da Mata 2015 foi o que surgiu de seguida, um vinho com 75% de Baga de uma vinha situada em plena Mata do Buçaco e 15% de Touriga Nacional do Dão, uma curiosidade que se destina quase praticamente ao consumo no Hotel Palace do Bussaco. Mário Sérgio Nuno e o filho Frederico Nuno trouxeram o Quinta das Bágeiras Garrafeira 2015, de uma vinha plantada há mais de cem anos, em Ancas. “Fazemos duas colheitas nesta vinha, uma primeira que se destina a espumantes e a segunda para vinho tranquilo”, explicou Mário Sérgio.
O sexto vinho apresentado foi o Sidónio de Sousa Garrafeira 2015, por Paulo Sousa e pelo seu filho Afonso, que contou um pouco da história da empresa: “Começámos há mais de cem anos a produzir para outras casas. Em 1985, a produção passou a ser em nosso nome e com o nosso nome. Sidónio de Sousa, o meu avô, tem 88 anos e ocupa-se da vinha, enquanto que o meu pai está mais na adega.” François Chasans introduziu o Quinta da Vacariça Garrafeira 2015, um tinto pujante nos taninos que, à semelhança das edições anteriores, mostrou que se manterá novo por bastante tempo. Por último, o vinho do grupo, Baga Friends 2015, um lote para o qual todos os elementos contribuíram com 200 litros da sua melhor Baga, o que originou 1.400 garrafas, cem em formato magnum. Um vinho super-interessante e único, não fosse ele feito de sete Bagas de terroirs distintos.
Outro momento de destaque foi a prova livre, onde cada Baga Friend expôs os seus vinhos (da Bairrada), novos, velhos e dos mais variados estilos. Porque a Bairrada, apesar da sua média dimensão, é uma cartola mágica de diversidade vínica, desde as pessoas, aos recantos de terra e a todas as variedades neles plantadas. Mas quem fica é pela Baga, uma viagem sem retorno.
Edição Nº18, Outubro 2018
Luis Pato lança Pé Franco das Valadas 2017 em primor
Já muita gente conhece (ou ouviu falar) do famoso vinho tinto de Luís Pato, o Quinta do Ribeirinho Pé Franco. Este vinho é oriundo de vinhas de Baga plantadas directamente sem recorrer a enxerto, ou seja, como se fazia na era pré-filoxérica, há mais de um século atrás. Fazer isto representa um enorme risco para […]
Já muita gente conhece (ou ouviu falar) do famoso vinho tinto de Luís Pato, o Quinta do Ribeirinho Pé Franco. Este vinho é oriundo de vinhas de Baga plantadas directamente sem recorrer a enxerto, ou seja, como se fazia na era pré-filoxérica, há mais de um século atrás. Fazer isto representa um enorme risco para o viticultor porque a filoxera não foi erradicada e não existe ainda qualquer tratamento garantido contra o insecto. Luis Pato sabe isto e foi por isso que escolheu a Quinta do Ribeirinho para o seu Pé Franco. Porque aqui os solos são arenosos e o temível insecto odeia a areia. Esta vinha foi plantada em 1988 mas, em 2006, Luis Pato foi mais longe, em resposta a um desafio lançado por um amigo brasileiro: plantar outra vinha de Baga, também em pé franco, mas em solo argilo-calcário. O risco é muito maior, mas afinal foi apenas um terço de hectare. Luis Pato disse-nos que plantou com alta densidade (8.600 pés por hectare), porque as videiras de plantação directa têm muito menor vigor produtivo. Até agora já saíram dessa vinha cinco edições de um vinho especial, chamado Luis Pato Pé Franco das Valadas. E a filoxera, aparentemente, ainda não atacou. Uma ou outra videira morreu mas Luis pato não sabe se foi por outras causas, como a seca.
Bom, a mais recente edição é da colheita de 2017 e já está à venda, mas uma parte da produção vai ser vendida em primor. Significa isto que o vinho está ainda em estágio, mas quem o adquirir já, terá direito ao produto final, quando estiver pronto, lá para Setembro.
Luis Pato não hesita em dizer que o Pé Franco das Valadas 2017 é o melhor de todos os anos até agora (“a vinha está mais adulta”), que possui uma suavidade de taninos impressionante e um estilo que “é muito parecido a um Borgonha de alto nível”.
Apenas vão ser vendidas dez caixas de 3 garrafas cada, a 400 euros a caixa. E cada comprador só terá direito a uma caixa. Como compensação final, poderá comparar um Baga Pé Franco das areias com o dos solos argilo-calcários, uma comparação raramente acessível à esmagadora maioria dos mortais. Pode encomendar a sua caixa através do telefone 231 596 432 ou pelo mail geral@luispato.com
Caves São João comemoram 97
Quase na reta final para o centenário das Caves São João, surge o vinho que assinala os 97 anos desta empresa tão clássica da Bairrada. Caves São João 97 Anos de História tinto 2014 é um Baga estreme muito elegante e leve (12,5% de álcool), de um ano difícil para as uvas tintas da Bairrada, […]
Quase na reta final para o centenário das Caves São João, surge o vinho que assinala os 97 anos desta empresa tão clássica da Bairrada. Caves São João 97 Anos de História tinto 2014 é um Baga estreme muito elegante e leve (12,5% de álcool), de um ano difícil para as uvas tintas da Bairrada, devido ao chuvoso mês de Setembro. José Carvalheira, enólogo da casa, confirmou dizendo que “Só com uma viticultura muito cuidada é que conseguimos fazer este Baga em 2014”. Lembrou, ainda: “Pela primeira vez em alguns anos decidimos criar um vinho que fosse 100% desta casta”. Fermentado em lagar, estagiou 12 meses em carvalho, 18 meses em cubas de cimento e três meses em garrafa.
Como já é habitual, o rótulo e a caixa abordam um tema especial e marcante para o Mundo e a Humanidade. Nesta edição, o foco é na preocupação ambiental, com o desenho de uma árvore cujo tronco é uma mão a suportar a copa, numa ideia de protecção. A inspiração, segundo a gestora Célia Alves, remonta à década de 90, à conferência das Nações Unidas conhecida por Eco-92, onde os chefes dos Estados-membros debateram os problemas ambientais mundiais. E, por esta razão, o vinho foi apresentado no centro de um monumento do escultor Armando Martinez, na Mealhada. Um conjunto de sete blocos de pedra com formas petroglíficas, a perfazer um círculo, que simbolizam a ligação “mágica” do Homem à Terra e o agradecimento ao Universo. Seguiu-se uma belíssima refeição, com prova do novo vinho, no restaurante Magnun’s & Co do Chef Gonçalo Soares.
Do 97 Anos de História foram feitas 3908 garrafas e o seu preço na prateleira é €45.