Quinta de La Rosa reabre já esta sexta-feira

A Quinta, o hotel e os seus restaurantes. Com o selo Clean & Safe, atribuído pelo Turismo de Portugal e “seguindo à risca todas as recomendações do Governo e da DGS”, a Quinta de La Rosa, situada no Pinhão, no Douro, reabre já dia 5 de Junho. Com muitos “espaços abertos e terraços exteriores para […]

A Quinta, o hotel e os seus restaurantes. Com o selo Clean & Safe, atribuído pelo Turismo de Portugal e “seguindo à risca todas as recomendações do Governo e da DGS”, a Quinta de La Rosa, situada no Pinhão, no Douro, reabre já dia 5 de Junho.

Com muitos “espaços abertos e terraços exteriores para apreciar a paisagem fantástica do Douro”, como diz a empresa, a La Rosa conta também com os restaurantes Cozinha da Clara – um espaço de “chef”, com as iguarias do Chef Pedro Cardoso – e Tim’s Terrace – de onde saem snacks, hambúrgueres e pizzas em forno de lenha.

Já os quartos são 23, espalhados ao longo da quinta, e estão disponíveis guias para aprender mais sobre o vinho e a Quinta de La Rosa, e passeios nas vinhas. Ainda mais isoladas são as casas Quinta do Vedeal e Quinta de Lamelas, que podem ser alugadas.

As reservas podem ser feitas através do números 254732254 e 931461038, e do e-mail bookings@quintadelarosa.com.

Quinta da Pacheca cria SPA de Verão… no meio das vinhas

Imagine tratamentos terapêuticos (literalmente) no meio das vinhas. Agora é possível, com o Spa de Verão criado pela Quinta da Pacheca, no Douro – mais conhecida pelos seus vinhos e pelos quartos em barricas gigantes de luxo – que vai proporcionar contacto directo com a natureza e distanciamento social, como mandam os tempos. No cardápio […]

Imagine tratamentos terapêuticos (literalmente) no meio das vinhas. Agora é possível, com o Spa de Verão criado pela Quinta da Pacheca, no Douro – mais conhecida pelos seus vinhos e pelos quartos em barricas gigantes de luxo – que vai proporcionar contacto directo com a natureza e distanciamento social, como mandam os tempos.

No cardápio deste Spa nos vinhedos inclui várias experiencias de relaxamento, como três massagens muito diferentes: “A Chakra Divine Massage, com uma duração de 50 minutos, é uma massagem de corpo inteiro com movimentos suaves, usando óleo de Frangipani Monoi, que devolve o equilíbrio físico e emocional, ao mesmo que tempo que hidrata a pele. Tem um preço de 80 euros. Pelo mesmo valor, pode optar pela reflexologia podal, uma terapia ancestral que através da massagem e pressão em pontos específicos da planta dos pés, estimula determinados órgãos internos. Esta terapia ajuda a relaxar e a melhoria o seu bem-estar-geral. A Special Head Massage, que dura vinte minutos e tem um custo de 40 euros, alivia o stress acumulado no couro cabeludo, pescoço e ombros, libertando energia acumulada e aliviando a tensão postural.”, esclarece a Quinta da Pacheca, em comunicado de imprensa.

Além do Spa de Verão, os 75 hectares de vinha da propriedade também estão disponíveis para passeios pedestres e piqueniques.

Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto lança vídeo de homenagem à região

Chama-se “Juntos vamos continuar o Douro” e pretende ser uma homenagem videográfica à região, às suas gentes, e “celebrar o trabalho que se esconde por detrás da sua beleza infinita, um impulso a que renasça e continue a ser o Douro de sempre, asseverando com imagens deslumbrantes”,  diz o Instituto dos Vinhos do Douro e […]

Chama-se “Juntos vamos continuar o Douro” e pretende ser uma homenagem videográfica à região, às suas gentes, e “celebrar o trabalho que se esconde por detrás da sua beleza infinita, um impulso a que renasça e continue a ser o Douro de sempre, asseverando com imagens deslumbrantes”,  diz o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP).

Gilberto Igrejas, Presidente do IVDP, reforça: “No poema eterno da sua dimensão avassaladora, o Douro lembra-nos a sua resiliência. Ouvir o eco das montanhas, ouvir a voz das suas gentes. Não será vencido este Douro, testemunho vivo do impulso criador dos nossos antepassados”.

Veja o vídeo:

 

Restaurante do The Yeatman e hotel The Vintage House já reabriram

Ambos do grupo The Fladgate Partnership e com classificação de 5 estrelas, os hotéis The Yeatman (Vila Nova de Gaia) e The Vintage House (Pinhão, Douro), reabriram ao público no dia 29 de Maio, com selo Clean & Safe, uma garantia sanitária atribuída pelo Turismo de Portugal. O The Yeatman, para já, apenas abriu o […]

Ambos do grupo The Fladgate Partnership e com classificação de 5 estrelas, os hotéis The Yeatman (Vila Nova de Gaia) e The Vintage House (Pinhão, Douro), reabriram ao público no dia 29 de Maio, com selo Clean & Safe, uma garantia sanitária atribuída pelo Turismo de Portugal. O The Yeatman, para já, apenas abriu o seu restaurante e serviços afins, estando a reabertura dos quartos para breve. Com a reabertura do The Vintage House, abriu também o respectivo restaurante, o Rabelo.

São dois hotéis com conceitos bem diferentes, ambos localizados sobre o rio Douro mas com paisagens bastante distintas: o The Yeatman com vista para a cidade do Porto e o The Vintage House (na foto principal) bem no coração da região do Douro, a olhar o vale e o rio.

O duplamente estrelado restaurante do The Yeatman, conduzido pelo chef Ricardo Costa, celebra agora o décimo aniversário com uma vertente solidária, em que 10% das receitas reverterão para o Banco Alimentar contra a Fome.

A vista do The Yeatman, para a cidade do Porto.

Em comunicado de imprensa, foram partilhadas as novidades de cada uma destas unidades:

“A reabertura do The Vintage House faz-se com novos processos e regras, mas com o convite de sempre: desfrutar do melhor que o Douro tem para oferecer. O Programa Romântico convida a uma ou duas noites, com total privacidade e conforto e apenas uma decisão por tomar: pequeno-almoço à la carte na sala de pequenos-almoços ou servido no quarto? O tratamento VIP romântico à chegada antecipa o cuidado em cada detalhe da experiência, que inclui ainda uma prova de vinho do Porto e late check-out. Já para os “Douro Wine Lovers” a sugestão estende-se às vinhas e lagares da Quinta da Roêda, localizada a poucos metros do Hotel. Berço dos vinhos do Porto Croft, casa com mais de 430 anos de história, a experiência inclui um piquenique privado nas vinhas, com a paisagem do Douro como cenário, e uma prova comentada de cinco vinhos icónicos: Croft Pink, Croft Late Bottled Vintage, Croft Tawny 10 e 20 anos e Croft Quinta da Roêda Vintage. O programa convida a duas noites e inclui uma segunda prova de vinhos do Douro, experienciada no terraço do Hotel com vista para os jardins e para a cénica paisagem duriense ou no bar Library, caso prefira o conforto do interior”.

No The Yeatman, “com o máximo rigor e exigência que caracterizam o restaurante de duas Estrelas Michelin, todas as normas e recomendações da Direção-Geral da Saúde e do Turismo de Portugal estão garantidas, para assegurar total segurança e conforto na experiência. Neste regresso faseado, como é aconselhado, o restaurante abre de quinta a sábado, no habitual horário de jantar, com início às 19h00 e última entrada às 21h00. Além da espaçosa sala principal, o restaurante disponibiliza esplanada na sua generosa varanda e ainda duas salas privadas para experiências mais exclusivas: a Tower Room, com capacidade para no máximo 10 pessoas e o Mirante, que tal como o nome desvenda oferece uma vista privilegiada sobre a cidade. Um espaço privado e romântico, que entra diretamente para a wishlist do pós-quarentena”.

Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo reabre a 5 de Junho

Esta e muitas outras quintas de enoturismo, em várias regiões, já começaram a anunciar as datas de reabertura, quase todas para o início de Junho. Na verdade, segundo pesquisa da Grandes Escolhas, muitas das casas de turismo rural/campestre/vínico, em algumas regiões do país, já têm a sua lotação esgotada para o Verão de 2020, com […]

Esta e muitas outras quintas de enoturismo, em várias regiões, já começaram a anunciar as datas de reabertura, quase todas para o início de Junho. Na verdade, segundo pesquisa da Grandes Escolhas, muitas das casas de turismo rural/campestre/vínico, em algumas regiões do país, já têm a sua lotação esgotada para o Verão de 2020, com o público a aperceber-se que esta será uma das melhores opções para manter o isolamento social e a segurança, sem deixar de fazer férias com a sua família.

Posto isto, a Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, no Douro, reabre a 5 de Junho com espaços renovados e com o selo da certificação Clean & Safe, atribuído pelo Turismo de Portugal. Esta Quinta é uma das mais antigas e emblemáticas da região, contendo uma casa oitocentista com onze quartos, localizada junto à adega datada de 1764. São 120 hectares para relaxar, e também um restaurante aberto ao público diariamente, o Conceitus.

Para celebrar os 15 anos de atividade, a QNNSC lançou um conjunto de programas de visitas de um dia – “Um Dia no Douro Autêntico” – e de estadias de 3 a 5 noites – “Slowliving no Douro” –, que incluem várias atividades, desde caminhadas pelos trilhos da quinta, a piqueniques preparados pelo chef, passeios de barco privado no rio Douro e ainda uma experiência de enólogo por um dia, incluindo criação de lote, engarrafamento, arrolhamento, criação da imagem e rotulagem da garrafa.

Six Senses reabre em Junho com grande desconto para profissionais de saúde

O hotel Six Senses Douro Valley, situado numa quinta do século XIX, totalmente renovada e localizada numa colina em pleno vale do Rio Douro, reabre no próximo dia 1 de Junho. Como forma de agradecimento aos mais recentes heróis nacionais, esta estância de luxo criou uma oferta especial para os profissionais de saúde (médicos, enfermeiros […]

O hotel Six Senses Douro Valley, situado numa quinta do século XIX, totalmente renovada e localizada numa colina em pleno vale do Rio Douro, reabre no próximo dia 1 de Junho. Como forma de agradecimento aos mais recentes heróis nacionais, esta estância de luxo criou uma oferta especial para os profissionais de saúde (médicos, enfermeiros e outros), em que oferece um desconto de 50% sobre as tarifas de alojamento.

As reservas poderão ser feitas desde já e até 17 de Dezembro de 2020, para estadias até este dia, com prova de carteira profissional ou de trabalho no momento da reserva.

Esta campanha aplica-se a quartos de categoria Quinta Deluxe ou superior, e inclui pequeno almoço e possibilidade de upgrade de quarto (sujeito a disponibilidade), entre outras ofertas. Adicionalmente, o Six Senses doará €10 por cada reserva a uma instituição escolhida pelo hóspede.

Mais informações e reservas aqui, ou através dos contactos +351254660600 e reservations-dourovalley@sixsenses.com.

Associação Bagos d’Ouro: A fintar destinos de uma região

Há dez anos houve alguém que olhou para o Douro e viu o que muito pouca gente vê. Esse alguém resolveu fazer a diferença e criar a Associação Bagos d’Ouro, transformando a vida de muitas crianças e jovens. TEXTO Mariana Lopes FOTOS Bagos d’Ouro Quando nos lembramos do Douro, o que vemos? As bonitas e […]

Há dez anos houve alguém que olhou para o Douro e viu o que muito pouca gente vê. Esse alguém resolveu fazer a diferença e criar a Associação Bagos d’Ouro, transformando a vida de muitas crianças e jovens.

TEXTO Mariana Lopes
FOTOS Bagos d’Ouro

Quando nos lembramos do Douro, o que vemos? As bonitas e verdejantes encostas de vinha em patamares que acabam num rio que, com o sol da manhã reflectido, proporciona uma das mais incríveis visões do nosso país. De quando a quando, as tabuletas e pedaços de muro que, à maneira hollywoodesca, ostentam os nomes das prósperas quintas produtoras de vinho, do Porto e “de mesa”, negócio que movimenta milhões e que leva o nome de Portugal para os mais distantes locais do Mundo. É verdade que tudo isto faz parte do Douro, mas a realidade social que esta região encerra em si, longe dos olhos menos atentos e mais estrangeiros ao vale, é muito mais obscura. Predominantemente rural e com graves problemas socioeconómicos, o Douro tem um índice de envelhecimento da população elevadíssimo que, em 2015 e segundo o INE, atingia o valor 203.2 (quociente entre o número de pessoas com 65 anos, ou mais, e o número de pessoas entre os 0 e os 14 anos). Este factor está directamente relacionado com uma grande taxa de analfabetismo na região, que representa aqui 8.64% (dado de 2014, comparável aos 5% da Região Norte do país e 5.2% de Portugal Continental). Naturalmente, isto leva a que haja um nível relevante de desvalorização escolar por parte dos pais e encarregados de educação, relativamente aos seus filhos e educandos. Estes problemas, juntamente com outros factores latentes, como o alcoolismo, a violência doméstica e o desemprego (em 2016 e segundo o IEFP, das 200.792 pessoas desempregadas no Norte, 6.5% cabiam ao Douro), chamaram a atenção de Luísa Amorim, administradora da duriense Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo. Em conversas com o Padre Amadeu Castro, de São João da Pesqueira, surgiu a vontade de agir, de fazer algo sustentável pelas crianças e jovens do Douro, muitos deles com um enorme e desaproveitado potencial. Nasceu assim, em 2010, a Associação Bagos d’Ouro, uma IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social) que começou com uma equipa profissional de apenas duas pessoas, que trabalhava com dez famílias: cinco em Sabrosa e cinco em São João da Pesqueira. Actualmente já são nove os profissionais, ajudados por muitos voluntários, a mudar a vida de 145 crianças e jovens, de mais de 80 famílias em seis concelhos.

O processo

Mas o que faz, na verdade, a Bagos d’Ouro, e como actua? Inês Taveira, jurista de formação e Coordenadora Geral da Associação, elucida que esta “tem foco na educação, mais do que em todas as outras áreas que a Bagos d’Ouro toca por consequência, acompanhando o percurso educativo e pessoal de cada criança, desde o primeiro ano da escola primária até à integração na vida activa”. Antes de se incluir na causa, Inês trabalhava no mundo da política, e não trocava o que agora faz por nada. No dia a dia, tem Mafalda Ferrão, psicóloga e Coordenadora Social da Bagos, como um dos seus braços direitos, que nos explica como tudo se processa. “Quando há lugar para novas crianças ou jovens, procedemos à sinalização, trabalhando com a rede social do concelho em questão, ou seja, com as entidades que respondem aos problemas sociais”, expõe Mafalda. A ligação faz-se, predominantemente, com a escola e é ela que abre a porta à associação e onde esta mais actua. Quando uma contacta a outra, são os professores (já munidos de ferramentas como, por exemplo, questionários específicos) que partem para a identificação das crianças que, sendo de famílias em situação de fragilidade financeira ou social, possam ver na Bagos d’Ouro uma oportunidade para construir um bom projecto de vida. “Ir mais longe do que iriam sem a retaguarda da Bagos”, diz a psicóloga. Depois, é já dentro da associação que se faz uma triagem para apurar quais os indivíduos identificados que mais cumprem os critérios, sendo os principais a carência económica, poucas oportunidades educativas e família com muito baixa escolaridade. Se forem mais velhos, são considerados os jovens que tenham uma muito boa prestação escolar, mas que a família não tem capacidade para lhes dar oportunidades educativas. De seguida, a equipa da Bagos d’Ouro vai a casa da criança ou jovem fazer a sua avaliação que, posteriormente, leva à elaboração de um parecer. É a direcção (encabeçada por Luísa Amorim), que toma a decisão final. Inês Taveira desenvolve, acrescentando que “É um trabalho muito presencial, quer na escola quer em casa, ao qual chamamos de ‘trabalho de proximidade’, pois só assim se podem encarar projectos de vida”. As sessões de atendimento individuais fazem-se, de modo geral, na escola, e os profissionais que estão responsáveis por casa concelho (um por cada) vivem no Douro e estão mais presentes, fisicamente. As visitas domiciliárias, por sua vez, acontecem de dois em dois meses, para que não se perca o envolvimento da família.

O Compromisso

“Honramos o nosso vínculo com as crianças e jovens, e eles connosco, através de um documento, o Compromisso”, conta Mafalda Ferrão. Nele, as crianças definem e deixam escrito os seus objectivos e metas, quer seja subir as notas, integrar uma oportunidade educativa diferente, entrar no Inglês ou nos Escuteiros, ou integrar um voluntariado, por exemplo. Este documento é assinado pelas duas partes, a criança/jovem e o técnico, e vai sendo monitorizado ao longo do tempo. “No fim do ano, o Compromisso é avaliado e fazemos uma cerimónia de entrega de diplomas e prémio de mérito. Não é obrigatório ter ‘nota 5’ a tudo para receber um diploma de Ouro, por exemplo. Pode ser um aluno de 3 que cumpriu todos os seus objectivos, ou um aluno que melhorou a Inglês de 2 para 3. Os de prata implicam que o aluno tenha cumprido 70% dos seus objectivos. E os que não cumpriram, levam um ‘puxão de orelhas’”, disse Mafalda, rindo.
Uma das dinâmicas mais interessantes da associação é a sinergia que está a começar a verificar-se, entre mais velhos e mais novos, no que toca a explicações e ajuda no estudo. A Mafalda explica: “Estamos a desenvolver isso porque muitas vezes, principalmente nos mais pequenos, há falta de estímulo em casa e eles não fazem, por exemplo, os trabalhos de casa. A relação um-para-um é também muito importante a nível humano e afectivo, e quem já passou pelo mesmo consegue incutir interesse no mais novo. Quase como se fossem irmãos mais velhos”, afirma.

Os parceiros

Mas algo essencial e, na verdade, condição para que a Bagos d’Ouro possa subsistir, são os parceiros desta instituição. Além dos locais, já referidos, a associação tem outros, muitos deles ligados ao vinho, produtores do Douro que ajudaram a instituição a nascer. Hoje, já são 21 (lista completa em bagosdouro.com), e este número continua a crescer. “São empresas que estão familiarizadas com o território e que de lá retiram a sua riqueza, sentindo-se responsáveis por devolver”, revela Inês Taveira. O apoio é feito financeiramente, mas também em espécie. Com eles, a Bagos d’Ouro organiza iniciativas como as Wine Party, onde estes produtores dão a provar os seus vinhos, ou provas solidárias, às quais as empresas fornecem o vinho e o staff.
Também há toda uma panóplia de parceiros de outras áreas, como a escola de Inglês Wall Street, que fornece uma bolsa para cada jovem frequentar os cursos desta língua. Inês confessa: “Sem os parceiros, tanto da área do vinho como de muitas outras, apoiando em espécie, financeiramente ou em ambos, o nosso trabalho seria inviável, até porque as necessidades não param de crescer”, expõem a coordenadora.
A campanha Amigo é, por exemplo, uma das formas pelas quais as pessoas individuais, ou colectivas, podem ajudar uma determinada família com apoio educativo e social. “O valor oferecido pela pessoa é canalizado para aquela família e vamos dando feedback sobre os desenvolvimentos de quem se está a ajudar, no final de cada período escolar. Sejam conquistas ou dificuldades”, elucida Mafalda Ferrão. A Bagos d’Ouro tem tido grande sucesso na sua intervenção mas, por vezes, há dificuldades no processo. A psicóloga desabafa: “Temos crianças com famílias bem estruturadas e que apoiam muito, apenas tendo dificuldades económicas, mas também temos crianças oriundas de famílias com menos estruturação. Há alturas em que um lado puxa para cima e o outro puxa para baixo, em que de repente tudo o que fizemos volta para trás. No entanto, a nossa linguagem é sempre de força e não de fragilidade”.

Os resultados

Ana Catarina tem 25 anos, é de Sabrosa e foi das primeiras alunas da Bagos, tendo começado em 2012, na transição do ensino secundário para o superior. Foi sinalizada como uma jovem do 12º ano com uma enorme capacidade, para quem a Bagos poderia ser uma retaguarda. Sempre quis prosseguir alguma investigação científica, e entrou na UTAD (em Vila Real) em Genética e Biotecnologia. Fez mestrado em Oncologia, no Porto, no IPO. Entretanto interessou-se ainda mais pela área clínica, por ter lidado com ela durante o mestrado, e está hoje a tirar a sua segunda licenciatura, Medicina. Quer exercer e, em simultâneo, fazer investigação. Também ela, outrora, assinou o Compromisso, onde colocou objectivos como fazer voluntariado na Cruz Vermelha e integrar o curso de Primeiros Socorros, ou aprender inglês. Ana sempre foi muito cumpridora dos compromissos e muito ambiciosa. Mafalda Ferrão confessa, feliz: “Alguns objectivos que a Catarina colocava no Compromisso eram até para nós bastante desafiantes, tal era a sua ambição”. Talvez por isso tenha chegado onde chegou. “Chegaria sempre longe, mas com a nossa ajuda chegou ainda mais longe e não deixou objectivos de vida pelo caminho”, afirma a coordenadora social.
“O meu concelho é dos menos isolados comparando com os outros em que a Bagos está presente. Mesmo assim, é difícil frequentar a faculdade pois os transportes públicos são praticamente inexistentes”, diz Ana Catarina. “Os meus pais têm ambos o quarto ano, uma escolaridade muito baixa. Sempre trabalharam no campo e, apesar de me terem incentivado e de eu ser uma boa aluna, quando fui para a faculdade o meu pai ficou desempregado. Eu tinha uma bolsa de mérito, mas mesmo assim não era suficiente para as propinas, as necessidades diárias e o alojamento em Vila Real. A Bagos foi fundamental, desde os estágios que me ajudou a angariar, passando pelo curso na Wall Street até contactos com professores que apostaram em mim, entre outras coisas”.
Ana Catarina conta que hoje, no Douro, a generalidade dos pais já está mais escolarizada, mas ainda há muitas dificuldades gritantes como, por exemplo, famílias que não têm electricidade ou mesmo água. “Foi muito a minha realidade mas, infelizmente, ainda acontece”. E desenvolveu, dizendo que “O grande desafio é fazer os jovens bem-sucedidos na sua formação académica quererem ficar ou regressar ao Douro, para ajudar a desenvolvê-lo, criar empresas, postos de trabalho, potenciar uma região com muito para dar. Eu vejo-me a voltar e a ter uma relação de proximidade, a nível da Saúde, com os durienses”.
Hoje, a Bagos d’Ouro já não precisa de intervir na vida de Ana Catarina com o fazia, porque já está “lançada”, mas a Associação nunca se afasta completamente, nem os ex-alunos o fazem. O contacto continua e Ana Catarina está agora, inclusive, a começar o seu papel na equipa da Bagos d’Ouro.
Já são cinco os jovens que integraram com sucesso a vida activa. Inês tirou Psicologia em Coimbra e regressou a São João da Pesqueira, estando a trabalhar na Santa Casa da Misericórdia. Raquel licenciou-se em Direito e está a trabalhar num cartório notarial. Leonardo licenciou-se em Literatura Clássica e está a acabar agora o mestrado, tendo começado a estagiar, já profissionalmente, na Fundação Amália Rodrigues, em Lisboa. “Ele quer muito regressar ao Douro”, disse Mafalda “então estamos a tentar encontrar uma oportunidade profissional para ele, lá”. E Inês Taveira desabafou que “Deveria haver mais incentivos para que os jovens voltassem para o Douro, a sua região de origem, para que esta se finalmente se desenvolvesse. Mas há muito poucos”. Andreia é psicóloga e está, também ela, numa IPSS, em Bragança. “Quando começámos com as primeiras 10 famílias, ninguém sabia ao certo o que iria acontecer nem como iria ser o nosso trabalho. Eramos quase bombeiros, andávamos de casa em casa”, conta Mafalda. “Por isso, é muito engraçado vê-los já assim”.
Os números do impacto da Bagos d’Ouro falam por si: 89% de taxa de sucesso escolar; 84% dos Compromissos foram cumpridos; 64% de crianças e jovens com desempenho escolar entre Bom, Muito Bom e Excepcional; e 72% dos alunos subiram ou mantiveram a média global anual. “Se tivéssemos mais tempo, faríamos ainda mais. Esta equipa faz o que for preciso, seja coordenar a associação, abrir pães ou ir buscar bacalhau. E fazemos tudo isto muito felizes”, afirma Inês Taveira. Quando questionada sobre que apelo quereria deixar, concluiu que “O que nós mais pedimos é que as pessoas falem da Bagos d’Ouro. Lembrarem-se de nós, por exemplo na altura da consignação do IRS, que é uma fonte de receita e não há qualquer prejuízo para as pessoas. Se possível, tornarem-se Amigo da Bagos d’Ouro ou voluntários e, muito importante, darem-nos voz, quer seja num evento vínico ou de outra forma, permitindo-nos apresentar e passar a nossa mensagem”. Precisam de fundos, é certo, mas há várias maneiras de ajudar que não implicam bens materiais. “Gostávamos que um dia o trabalho da Bagos d’Ouro deixasse de fazer sentido. Isso seria sinal de que a situação social do Douro teria melhorado muito”, confessa. No entanto, a dificuldade no Douro é permanente, pois continua a ser uma região muito pobre. “É mais isolada, e o isolamento físico traz também o psicológico. Vão sempre existir famílias e jovens para ajudar. Discute-se muito a questão da mão-de-obra e da falta dela e, realmente, se nada for feito vamos ter um grande êxodo de jovens, o que agravará ainda mais a situação”.
Uma coisa é certa, iniciativas como a Bagos d’Ouro têm o poder de ser pontos de viragem para a transformação de toda uma região. E é de louvar a coragem de quem dá o “pontapé de saída”.

Edição nº 34, Fevereiro de 2020

Ramos Pinto anuncia Quinta do Bom Retiro Vintage 2018

A Ramos Pinto, clássica empresa do Douro e Porto que tem Ana Rosas como Master Blender, acaba de anunciar o lançamento do vinho do Porto Vintage 2018 da Quinta do Bom Retiro. Em comunicado de imprensa, a Ramos Pinto descreve o ano vitícola de 2018, nesta mesma quinta: “(…) o Inverno de 2018 foi frio, […]

A Ramos Pinto, clássica empresa do Douro e Porto que tem Ana Rosas como Master Blender, acaba de anunciar o lançamento do vinho do Porto Vintage 2018 da Quinta do Bom Retiro.

Em comunicado de imprensa, a Ramos Pinto descreve o ano vitícola de 2018, nesta mesma quinta: “(…) o Inverno de 2018 foi frio, seco e registou baixos níveis de precipitação. Com o início da Primavera, surgiram finalmente chuvas intensas e abundantes, acompanhadas de temperaturas frescas, que não só atrasaram a vindima, como dificultaram os trabalhos na vinha. (…) Agosto e Setembro, os dois meses cruciais para maturação das uvas, foram extremamente secos e quentes, permitindo atingir o estado desejado para a colheita”.

Assim, Ana Rosas declara que “2018 foi um dos anos mais desafiantes a nível vitícola, mas resultou em vinhos de uma pureza e fruta excepcional!”.