Casa Ferreirinha lança edição 2014 do icónico Reserva Especial
Sairá para o mercado no final de Junho, com uma produção de mais de 16 mil garrafas. O Reserva Especial 2014 é apenas a 18ª edição deste tinto icónico da Casa Ferreirinha, da Sogrape, que nasceu em 1960 pelas mãos de Fernando Nicolau de Almeida. Vinificado na Quinta da Leda, em Almendra (Douro Superior) — […]
Sairá para o mercado no final de Junho, com uma produção de mais de 16 mil garrafas. O Reserva Especial 2014 é apenas a 18ª edição deste tinto icónico da Casa Ferreirinha, da Sogrape, que nasceu em 1960 pelas mãos de Fernando Nicolau de Almeida.
Vinificado na Quinta da Leda, em Almendra (Douro Superior) — propriedade que conta, actualmente, com cerca de 170 hectares de vinha — o Reserva Especial é desenhado pelo enólogo Luís Sottomayor. “É um vinho que marca pela sua elegância, fruto de um ano temperado e com boa maturação, e também pelo excelente volume, acidez viva, taninos firmes e final extremamente longo e complexo”, afirma o responsável de enologia da Sogrape no Douro.
O Casa Ferreirinha Reserva Especial 2014 chegará ao mercado um p.v.p. recomendado de €280, ficando disponível em garrafeiras e outras lojas da especialidade, restaurantes e hotéis premium, nas Caves Ferreira e em clubes de vinho seleccionados.
Leia o artigo completo sobre este vinho numa das próximas edições da revista Grandes Escolhas
Quinta dos Murças com nova imagem e primeiros vinhos bio
A duriense Quinta dos Murças, do grupo Esporão, acaba de lançar a colheita de 2021 dos seus vinhos Minas e Margem, dois tintos que marcam o momento da transição total da vinha para o modo de produção biológico, e que, para o assinalar, surgem com uma nova imagem. “Este trabalho começou em 2011, quando a […]
A duriense Quinta dos Murças, do grupo Esporão, acaba de lançar a colheita de 2021 dos seus vinhos Minas e Margem, dois tintos que marcam o momento da transição total da vinha para o modo de produção biológico, e que, para o assinalar, surgem com uma nova imagem.
“Este trabalho começou em 2011, quando a primeira parcela de vinha foi re-estruturada e convertida para modo de produção biológico. Caminho reforçado em 2021, com a conversão total das vinhas e a aposta num caminho menos interventivo, com processos que implicam maior rigor e mais trabalho. Esta transição permitiu a preservação e recuperação dos solos, tornando-os mais vivos e saudáveis, com vinhas mais fortes e resilientes”, explica a empresa.
Lourenço Charters, responsável de enologia e viticultura da Quinta dos Murças, sublinha que “este lançamento confirma o percurso da Quinta dos Murças como produtor de vinhos biológicos e, com isso, o reconhecimento de práticas que conduzem a um maior equilíbrio entre produção e natureza”.
O Quinta dos Murças Minas 2021, assim chamado por as vinhas estarem sobre minas de água, provém de parcelas plantadas entre 1987 e 2011, com exposição sul e altitude entre os 110 e 300 metros. Já o Quinta dos Murças Margem 2021, nome da vinha vertical situada junto à margem do rio Douro, provém de uma vinha plantada entre 1980 e 1987, em solos xistosos e de baixa altitude, com exposição sul e oeste.
Sobre a nova imagem, António Nascimento, Brand & Market Manager da Quinta dos Murças, comenta: “Quisemos reforçar a identidade da marca e alinhá-la com a nossa visão. Optámos, em parceria com o Studio Eduardo Aires, por seguir um design minimalista, disruptivo, moderno e sóbrio, inspirado nas pessoas de Murças. Juntámos parâmetros como a altitude, área de vinha e anos de plantação ao nome dos vinhos para evidenciar o que os distingue, a sua origem. O contra-rótulo ganhou vida com a arte de João Abel Mota, que desenhou a carvão as vinhas correspondentes a cada vinho. A nova imagem surgiu em simultâneo com o lançamento dos nossos primeiros vinhos biológicos que expressam, sem filtros, o lugar de onde vêm. A história, tradição, pessoas e natureza estão, mais que nunca, espelhadas neste rótulo”.
Andreza: Douro de referência, a preço sensato
Lara Dias, a presidente da Saven, abriu as portas de sua casa, ali bem perto de Aveiro, para a apresentação das novas colheitas Andreza, espelhando, no seio do ambiente familiar, parte do que é o legado de seu pai, Manuel Dias. Empresário dinâmico e criativo, Manuel Dias fundou a Saven no ano de 1988, em […]
Lara Dias, a presidente da Saven, abriu as portas de sua casa, ali bem perto de Aveiro, para a apresentação das novas colheitas Andreza, espelhando, no seio do ambiente familiar, parte do que é o legado de seu pai, Manuel Dias. Empresário dinâmico e criativo, Manuel Dias fundou a Saven no ano de 1988, em Ílhavo, e dedicou-se a exportar para todo o mundo, com enorme sucesso, produtos alimentares portugueses, entre eles o vinho. Como acontece com frequência, o salto da distribuição para a produção ocorreu quase sem se dar por isso. E Manuel Dias encontrou no enólogo Francisco Baptista o parceiro ideal para, em 2009, numa empresa conjunta, a Lua Cheia-Saven, dedicar-se ao vinho enquanto produtor, assentando nas regiões do Douro e dos Vinhos Verdes. Para alcançar o seu sonho transpôs integralmente todos os degraus do processo: compra de uvas a lavradores, construção de adega, aquisição de propriedades, plantação de vinha. Manuel Dias, infelizmente, faleceu demasiado cedo, em 2019, mas deixou importante obra feita. Hoje, a Lua Cheia-Saven possui no Douro, em Vale de Mendiz (por muitos considerado o “filé mignon” da região) a magnífica Quinta do Bronze. São 13 hectares de vinha aos quais se juntam, através de parcerias com diversos viticultores, mais cerca de 100 hectares. A vinificação é feita em adega própria, situada em Alijó, de onde saem marcas como Lua Cheia, Andreza ou Quinta do Bronze. Na região dos Vinhos Verdes, a Lua Cheia-Saven detém 5 hectares de vinha em Melgaço, uma adega em Monção e faz a gestão de mais 20 hectares de vinhedos através de parcerias locais, tendo como marcas principais Maria Bonita, Maria Papoila ou Nostalgia.
Os vinhos agora apresentados por Lara Dias e Francisco Baptista levam ainda mais longe a ambição do fundador, Manuel Dias. Posicionada acima da gama Lua Cheia e abaixo dos “vinhos de vinha” da Quinta do Bronze, a linha Andreza Reserva mostra a região do Douro em todas as suas múltiplas nuances. O Andreza Reserva branco 2021 tem origem em uvas cultivadas nas zonas altas (500 a 600 metros) de Martim e Porrais, localidades do concelho de Murça de onde saem boa parte dos brancos mais ambiciosos do Douro. As castas são as tão tradicionais Viosinho, Gouveio e Rabigato. O mosto das duas últimas variedades fermenta em inox com agitação regular das borras finas. Já o Viosinho vai para barrica usada de carvalho francês, também com bâtonnage após a fermentação. Depois de um ano de estágio, é elaborado o lote final.
Se, para o branco, Francisco Baptista selecionou uvas de uma zona muito concreta, para o Andreza Reserva tinto a opção do enólogo foi outra: traduzir toda a diversidade do Douro, ao nível de climas, solos, altitudes e orientações solares. Assim, a matéria-prima que está na base do Andreza Reserva tinto 2020 tem origem nas três sub-regiões durienses. Segundo Francisco Baptista, o objectivo “é ir buscar a frescura ácida do Baixo Corgo, o equilíbrio e complexidade do Cima Corgo e a fruta madura do Douro Superior”. As diferentes origens possuem outra vantagem: permitem-lhe manter a consistência de qualidade e perfil da marca colheita após colheita. São uvas de vinhas antigas, com várias castas misturadas, mas também de parcelas estremes mais jovens. No lote, encontramos sobretudo Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Roriz e, em menor percentagem, Alicante Bouschet, Tinto Cão e Sousão. A fermentação decorre em inox, seguindo-se um estágio de cerca de 12 meses em barrica usada.
Já o Andreza Altitude parte de um conceito distinto, estreado na vindima de 2017 e agora recuperado na de 2019. Tal como o nome indica, é feito a partir de uvas de zonas altas, sempre a cotas superiores a 450 metros. No caso, são parcelas selecionadas no concelho de Alijó, assentes em dois solos distintos, xisto e granito. Para Francisco Baptista, “só assim é possível conseguir o perfil que pretende para este tinto, assente numa mistura de elegância, frescura e expressão de fruta”. São vinhas de idade avançada e com castas misturadas, a que se juntou uma parcela estreme de Tinto Cão para reforçar o equilíbrio ácido. Fermentação clássica em inox, maceração pós fermentativa de três semanas (o enólogo segue o modelo “bordalês” de macerações prolongadas), seguindo depois o vinho para estágio de mais de um ano em barrica nova e usada.
No topo da linha Andreza está Grande Reserva tinto, tendo sido apresentada a colheita de 2015. Tal como no Reserva, também aqui as uvas têm origem nas três sub-regiões do Douro. Predominam as vinhas de maior idade e de baixa produção e diversas parcelas com muitas castas plantadas em “field blend”. “É uma forma de obter sólida estrutura, acidez muito equilibrada e também taninos gordos e maduros”, refere Francisco Baptista. “Um Grande Reserva do Douro tem de ser longevo, crescer largos anos em garrafa”, acrescenta. Assim, no lote encontramos, entre muitas outras variedades, uma boa parte de Touriga Franca, Touriga Nacional e Sousão. As uvas são vinificadas em cuba inox, com maceração prolongada após a fermentação. Longo é também o processo de estágio: o 2015 esteve quase 24 meses em barrica nova e depois largos anos em garrafa até o enólogo o dar como pronto para entrar no mercado.
No seu conjunto, esta linha Andreza apresenta fortíssimos argumentos: superior qualidade, vincado carácter Douro e preço sensato. Talvez, mesmo, demasiado sensato para um nível tão elevado…
(Legenda da foto *Francisco Baptista e Lara Dias são sócios no projecto Lua Cheia – Saven)
(Artigo publicado na edição de Abril de 2023)
Melhores vinhos do Douro Superior já são conhecidos
No âmbito da décima edição do Festival do Vinho do Douro Superior que, como habitualmente, aconteceu em Vila Nova de Foz Côa (de 26 a 28 de Maio de 2023), mais de 200 vinhos desta sub-região duriense foram submetidos a concurso. Em prova cega, um júri de 25 especialistas do sector — incluindo jornalistas e […]
No âmbito da décima edição do Festival do Vinho do Douro Superior que, como habitualmente, aconteceu em Vila Nova de Foz Côa (de 26 a 28 de Maio de 2023), mais de 200 vinhos desta sub-região duriense foram submetidos a concurso.
Em prova cega, um júri de 25 especialistas do sector — incluindo jornalistas e outros “wine writers”, sommeliers, compradores profissionais, entre outros — orientado por Luís Lopes, director editorial da Grandes Escolhas, elegeu os Melhores Vinhos nas categorias Branco, Tinto e Vinho do Porto e atribuiu medalhas de Ouro e de Prata. O Melhor Vinho Branco foi o Terras do Grifo Vinhas Velhas 2018, da Rozès; o Melhor Tinto coube ao Avô Escrivão Grande Reserva 2019, da Vinilourenço; e o Melhor Vinho do Porto foi o Quinta de Ervamoira Vintage 2020, da Ramos Pinto.
Esta foi a edição do Concurso de Vinhos do Douro Superior com mais vinhos inscritos de sempre, um record que toma ainda mais relevância porque, ao contrário do que é habitual neste tipo de concursos, para nesta competição os produtores inscrevem sobretudo os seus vinhos topo de gama. Tratando-se do Douro Superior, o conjunto integra alguns dos melhores e mais conceituados vinhos do país.
O Festival do Vinho do Douro Superior é um evento organizado pelo Município de Vila Nova de Foz Côa e produzido pela Grandes Escolhas.
Conheça todos os vinhos premiados na décima edição do Concurso de Vinhos do Douro Superior:
CATEGORIA “VINHO BRANCO”
Melhor Vinho
Terras do Grifo Vinhas Velhas 2018, Rozès
Medalha de Ouro
Crasto Superior 2021; Quinta do Crasto
Dona Berta Curtimenta Reserva 2020; H. & F. Verdelho – Dona Berta
Kaputt; Barão de Vilar
Quinta Vale d’Aldeia Grande Reserva 2020; Quinta Vale d’Aldeia
Soulmate Grande Reserva 2018; Cortes do Tua Wines
Vineadouro Special Edition 2021; Vineadouro
Medalha de Prata
Altitude by Duorum 2022; Duorum Vinhos
Colinas do Douro Reserva 2021; Colinas do Douro
Couquinho 1º Ensaio 2020; Quinta do Couquinho
Duvalley Reserva 2021; Sociedade Agrícola Castro de Pena Alba
Pai Horácio Grande Reserva 2021; Vinilourenço
Quinta da Bulfata 2020; Quinta da Bulfata
Quinta da Pedra Escrita 2021; Rui Roboredo Madeira Vinhos
Quinta da Silveira Reserva 2018; Sociedade Agrícola Vale da Vilariça
Quinta da Terrincha Reserva 2020; Quinta da Terrincha
Rebelo Afonso Reserva 2021; Casa Rebelo Afonso
Restrito Reserva 2021; Restrito
Souza Dias Moscatel do Douro 2006; Caves da Quinta do Pocinho
Valle do Nídeo 2022; Miguel Abrantes
CATEGORIA “VINHO TINTO”
Melhor Vinho
Avô Escrivão Grande Reserva 2019; Vinilourenço
Medalha de Ouro
Casa Ferreirinha Quinta da Leda 2019; Sogrape Vinhos
Castello D’Alba Limited Edition 2020; Rui Roboredo Madeira Vinhos
Cortes do Reguengo Premium 2018; Vinaze – Quinta do Reguengo
Cortes do Tua Reserva 2020; Cortes do Tua Wines
Crasto Superior Syrah 2020; Quinta do Crasto
Duas Quintas Reserva 2015; Adriano Ramos Pinto
Duorum Reserva 2019; Duorum Vinhos
Grandes Quintas Reserva 201; Casa D’Arrochella
Quinta da Touriga Chã 2020; Jorge Rosas
Quinta do Vesúvio 2020; Symington Family Estates
Selores Premium 2018; Viniselores
Vales Dona Amélia 2018; Gerações de Xisto
Medalha de Prata
Arribas do Côa Reserva 2018; Sotero Ferreira – Arribas do Côa
DA Dina Aguiar Grande Reserva 2018; Adão e Filhos
Fonte Videira Reserva 2020; Casa Agricola Quinta dos Lagares
Gravuras do Côa Grande Reserva 2019; Mateus & Sequeira Vinhos
Iter 2019; Duplo PR – Serviços de Enologia
Mix Grape Reserva 2019; Terraloga, Sociedade Agrícola
Montes Ermos Grande Reserva 2020; Adega Cooperativa de Freixo de Espada à Cinta
Muxagat Vinhas Velhas 2017; Muxagat
Palato do Côa Grande Reserva 2017; 5 Bagos
Quinta da Silveira Grande Escolha 2017; Sociedade Agrícola Vale da Vilariça
Quinta da Terrincha 2019; Quinta da Terrincha
Quinta das Mós Grande Reserva 2020; Mikael Monteiro Cabral
Quinta do Arnozelo Grande Reserva 2018; Sogevinus Fine Wines
Quinta do Couquinho Touriga Nacional Reserva 2020; Quinta do Couquinho
Quinta dos Romanos Reserva 2010; Maria Lucinda Todo Bom Damião Cardoso
Rasga Reserva 2019; Artur Rodrigues
Remisi’us Grande Reserva 2020; Valley & Co.
Roquette & Cazes 2019; Roquette & Cazes
Salgados Reserva 2021; Mário Salgado e Maria de Lurdes Salgado
Sebarigos Reserva 2019; Caves da Quinta do Pocinho
Vale da Teja Reserva 2019; Adega Cooperativa do Vale da Teja
Vale de Pios tinto 2017; Quinta Vale de Pios
Vale Marianes Reserva 2018; Rui Saraiva Caldeira
Vallado Douro Superior 2020; Quinta do Vallado
Vineadouro Vinhas Antigas 2019; Vineadouro
CATEGORIA “VINHO DO PORTO”
Melhor Vinho
Quinta de Ervamoira Vintage 2020; Adriano Ramos Pinto
Medalha de Ouro
Amável Costa Tawny 30 anos; Amável Costa
Burmester Tawny Porto Tordiz 40 anos; Sogevinus Fine Wines
Medalha de Prata
Burmester Tawny Porto 20 anos; Sogevinus Fine Wines
Cockburn’s Quinta dos Canais Vintage 2013; Symington Family Estates
Duorum LBV 2019; Duorum Vinhos
Palmer Vintage 2020; Barão de Vilar
Quinta do Grifo Vintage 2017; Rozès
Quinta da Boavista: Boa é a vista, mas melhor é o vinho
Boas vistas no Douro são muitas, mas a Quinta da Boavista é única. História não lhe falta desde a primeira demarcação da região vitivinícola do Douro, em 1756. Nos meados do século XIX, a história da quinta cruza com o Barão de Forrester, uma das maiores figuras durienses daquela época, que costumava ficar na propriedade […]
Boas vistas no Douro são muitas, mas a Quinta da Boavista é única. História não lhe falta desde a primeira demarcação da região vitivinícola do Douro, em 1756. Nos meados do século XIX, a história da quinta cruza com o Barão de Forrester, uma das maiores figuras durienses daquela época, que costumava ficar na propriedade nas suas viagens pelo Douro. Um dos edifícios, ainda hoje é conhecido pelos locais como “Casa de Barão”. As vinhas da Quinta da Boavista tinham muita importância pela sua localização privilegiada e capacidade de produzir vinhos de qualidade excepcional. Já no século XX, a Quinta da Boavista passou por várias aquisições e trocas de propriedade. Mas desde 2020 que pertence à Sogevinus, que para além do vinho do Porto, onde é detentora de grandes marcas — Cálem, Burmester, Kopke e Barros — aposta nos vinhos DOC Douro, no segmento premium.
A vinha do Oratório e vinha do Ujo são duas peças emblemáticas no património vitícola da Quinta da Boavista, tão diferentes na sua apresentação e no carácter dos vinhos aos quais dão origem. A vinha do Oratório é muito cénica e absolutamente encantadora em qualquer hora do dia, quer de manhã, quando o sol ilumina o magnífico anfiteatro de 14 terraços largos, quer à tarde, quando as sombras acentuam o relevo dos maciços muros de xisto com 8 metros de altura. São quase 3ha de vinha e uma mescla de 25 castas, com uma idade média superior a 90 anos, que dão origem a um vinho de grande personalidade. Já a mítica vinha do Ujo, com apenas 1,5ha, escondida por detrás da encosta e implantada em socalcos toscos pré-filoxéricos com exposição Norte, pode não ter tanta beleza visual como a vinha do Oratório, mas tem uma beleza intrínseca que se sente no vinho de carácter inconfundível. Também são vinhas muito velhas com mais de 25 castas plantadas antes de 1930.
No ano 2019, a Primavera surgiu quente e seca com excepção do mês de Abril, com pouca chuva e temperaturas mais amenas do que habitual no Douro, e conseguiu-se ter uvas sãs e de maturação equilibrada. A vindima ainda foi realizada pela equipa anterior, da Lima&Smith, mas o afinamento final e engarrafamento já foi feito pela equipa da Sogevinus, em colaboração com o experiente e reputado enólogo Jean-Claude Berrouet, que durante mais de quatro décadas foi responsável pelos vinhos do Château Petrus. É um grande defensor do terroir e assegura o projecto da Quinta da Boavista desde 2013, pois as vinhas da propriedade permitem explorar e traduzir este conceito em vinhos distintos e de enorme finesse.
O Vinha do Oratório fermentou em lagares de granito com pisa a pé e depois foi para as barricas de carvalho francês, onde estagiou pelo menos 18 meses. O Vinha do Ujo fermentou em barricas de 500 litros, mudando para as barricas de 225 litros, onde permaneceu durante 16 meses.
É difícil de avaliar estes dois vinhos sem aplicar o gosto pessoal, por serem vinhos que criam emoção. Sendo ambos altamente gastronómicos, e é interessante observar como estes vinhos lidam de forma diferente com o mesmo prato, que ainda por cima, não foi, no evento de lançamento, dos mais fáceis: o corço, preparado pelo chef António Loureiro, detentor de uma estrela Michelin. O Vinha do Oratório alinhou com o prato de uma forma directa, criando uma harmonização perfeita e imediata pela igualdade de forças e texturas. A aliança com o Vinha do Ujo foi menos óbvia. Neste caso, o vinho deu suporte ao prato de uma forma mais discreta, não disputando o protagonismo, mas prolongando o sabor.
O Boa-Vista Reserva tinto é uma expressão da propriedade no seu todo através das diferentes castas (Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinto Cão e vinhas velhas) provenientes de várias altitudes e exposições solares. Parcialmente, fermentou em lagar e em inox, e estagiou na sua totalidade em barricas de carvalho francês entre os 15 e os 20 meses, antes de integrar num lote final. A vinha do Levante é a mais recente, foi plantada em 2007 numa das cotas mais elevadas da quinta, com orientação Nascente. As castas são Arinto e Viosinho, que nesta localização recebem o sol de manhã, mas ficam protegiddas do sol mais quente da tarde, tendo assim uma maturação mais equilibrada, preservando a componente ácida.
Este é o primeiro lançamento do vinho branco da Quinta da Boavista. O ano 2020 foi marcado por temperaturas altas, bastante acima do normal e com ondas de calor registadas em Junho, Agosto e Setembro, obrigando a iniciar a vindima no final de Agosto. O Viosinho foi vindimado na terceira semana de Agosto, e o Arinto 3 dias depois, tudo colhido à mão, como é habitual nas vinhas plantadas em patamares. A vinificação foi adaptada à casta. O Viosinho, depois de desengaço e prensado, foi para a barricas novas de 1º e 2º ano. O Arinto, a seguir à maceração de 24 horas, fermentou em inox e só no fim da fermentação foi para madeira de 1º ano. O estágio decorreu em barricas e passado um ano foi feito o lote final. O vinho esperou um ano em garrafa, para ser apresentado.
(Artigo publicado na edição de Abril de 2023)
Quinta do Noval declarou Porto Vintage 2021
Num comunicado de Christian Seely, director-geral da Quinta do Noval, a empresa anunciou o lançamento de três vinhos do Porto Vintage 2021: Quinta do Noval Nacional Vintage, Quinta do Noval Vintage e Quinta do Passadouro Vintage. “Estou muito feliz por poder anunciar a declaração de três vinhos do Porto Vintage excepcionais, do ano de 2021 […]
Num comunicado de Christian Seely, director-geral da Quinta do Noval, a empresa anunciou o lançamento de três vinhos do Porto Vintage 2021: Quinta do Noval Nacional Vintage, Quinta do Noval Vintage e Quinta do Passadouro Vintage.
“Estou muito feliz por poder anunciar a declaração de três vinhos do Porto Vintage excepcionais, do ano de 2021 […]. As condições meteorológicas em 2021 contrastaram vivamente com as do ano anterior. Um Inverno húmido e a precipitação regular no mês de Abril repuseram totalmente os níveis de água tão necessários no solo. A floração precoce em Maio foi seguida de um mês de Junho muito quente, com alguns períodos de trovoadas e granizo, que felizmente não afectaram as nossas vinhas.
Julho e Agosto foram meses amenos e soalheiros, sem o calor extremo ou o stress hídrico a que assistimos em alguns dos últimos anos. Isto permitiu um amadurecimento lento e homogéneo das uvas, em excelentes condições. Começámos a vindima das uvas tintas a 26 de Agosto. Devido a alguma chuva no início de Setembro, suspendemos a vindima durante três dias, após os quais retomamos com tempo ensolarado e temperaturas amenas, que permitiram um desenvolvimento fenólico positivo constante até ao final da vindima, a 8 de Outubro. Não se registaram picos nas leituras de açúcar, o que nos permitiu aguardar pela maturação ideal em cada parcela.
Os resultados foram excelentes para várias parcelas de Touriga Nacional, Touriga Francesa e Sousão. O Nacional e várias outras parcelas de vinha velha estavam excepcionais.
Os vinhos exibem uma acentuada individualidade estilística, reflectindo as condições particulares do ano, muito elegantes e equilibrados, com uma grande subtileza e aromas florais e de frutas silvestres muito puros. Fortemente aromático, com taninos finos, densos e firmes, a pureza da fruta, a elegância e o equilíbrio estão entre as características mais impressionantes deste belíssimo ano Vintage.”
Van Zellers & Co renasce com Vinho do Porto
A família de Cristiano van Zeller está ligada ao vinho do Porto desde sempre. Segundo informação fornecida no momento da apresentação, é preciso recuar até ao séc. XVII para encontrar os primeiros traços de familiares ligados ao negócio do vinho do Douro. O antepassado que deu nome à família, veio para Portugal em 1726 e, […]
A família de Cristiano van Zeller está ligada ao vinho do Porto desde sempre. Segundo informação fornecida no momento da apresentação, é preciso recuar até ao séc. XVII para encontrar os primeiros traços de familiares ligados ao negócio do vinho do Douro. O antepassado que deu nome à família, veio para Portugal em 1726 e, desde então, foi-se criando uma teia de relações entre familiares, com frequência relacionados ou com o Douro ou, mais especificamente, com o vinho do Porto. Terá sido em 1780 que se criou a empresa Van Zellers & Co, ligada ao negócio do Vinho do Porto, designação então já usada e que, segundo Cristiano informou, tinha sido utilizada pela primeira vez em 1675. Como é normal nas empresas familiares, há por vezes quebras ou mesmo cessação de actividades e foi isso que aconteceu com a empresa Van Zellers & Co. Ela pertencia a João van Zeller, primo de Cristiano e proprietário da Quinta de Roriz. Com a venda da quinta à Prats & Symington, João doou a empresa a Cristiano. Em boa verdade, tratava-se apenas do nome, uma vez que a empresa não tinha activos: nada de quintas e nada de vinhos em stock. Punha-se então a questão: que fazer com o nome, com muita história, mas sem vinho?
Começar de novo
Cristiano esteve largos anos ligado à sua Quinta Vale D. Maria, situada no rio Torto. Ali, criou vinhos, nomeadamente o Vinha da Francisca, para celebrar o nascimento da filha. Quando a quinta foi vendida à Aveleda, a Van Zellers não estava incluída no negócio e foi assim que Cristiano resolveu alargar o nome para vinhos do Porto, uma vez que desde 2006 já existiam vinhos D.O.C. Douro com as marcas CV, em branco e tinto.
Nesta apresentação, apenas foram objecto de prova os vinhos do Porto, todos eles comprados, uma vez que a empresa não tinha stocks próprios. A gama irá incluir vinhos das três famílias de vinho do Porto: a gama Crafted by hand – onde se incluem os Tawny com indicação de idade; a linha Crafted by time – onde vamos encontrar os Porto Colheita e, por fim, a gama Crafted by nature – onde se incluirão os Vintage, LBV e Crusted. É no papel do tempo na construção de um vinho, que se pode fazer a ponte para as máquinas do tempo que são os relógios. E, para alguns em exposição na Boutique da Av. da Liberdade, em Lisboa, convenhamos que seriam precisas muitas paletes de vinho do Porto, e vendidas a bom preço…
A gama dos Tawny com indicação de idade incluirá quantidades pequenas: 6000 garrafas de 10 anos, 3000 de 20, 1500 de 30 e 700 de 40 anos.
Além destes, existirão as gamas Ruby, White e Tawny, todos a serem apresentados no final do ano. Os vinhos estão no Douro, em armazéns em S. João da Pesqueira, uma vez que “em Gaia os custos do imobiliário são brutais”, como nos lembrou Cristiano van Zeller.
Os vinhos D.O.C. Douro — entre 60 e 70 mil garrafas por ano — resultam de vinhas próprias e alugadas em três locais distintos da região, perfazendo um total de 16ha.
Nas provas que fizemos, tivemos oportunidade de provar o LBV de 2014, já fora do mercado mas a mostrar ainda muita qualidade e garra, ainda fechado e com anos pela frente (17 pontos); também o 2015 se mostrou muito bem, ainda que já não existam garrafas no produtor, um belíssimo LBV, muito austero, químico mas com excelente prova de boca (17,5); o 2017 foi engarrafado ao 5º ano (por falta de garrafas no mercado, em virtude da pandemia) e esse atraso não o beneficiou, surgiu um pouco cansado e com alguma evolução precoce, melhora na boca mas terá menos futuro (16). O próximo será o 2019. Por sua vez, os Vintage, ainda todos disponíveis, seguem de seguida, em nota de prova. Já o Vintage 2020 – 2700 garrafas – irá ser oferecido ao mercado en primeur, e foi aqui provado em antecipação. Massivo, opaco, cheio de classe e totalmente fechado, mais seco do que habitualmente, será um vinho a ter em atenção e que, segundo nos informaram, terá um PVP que deverá situar-se entre os 100 e os 120 euros.
(Artigo publicado na edição de Abril de 2023)
Equipas do WRC Rally de Portugal aventuram-se no rio Douro
Arranca hoje, em Coimbra, a 56ª edição do Rally de Portugal, a quinta prova do WRC (Campeonato Mundial de Ralis). A prova portuguesa, que termina no dia 14 de Maio, tem este ano um percurso de 329,06km, fragmentado por 19 classificativas, concentradas sobretudo no Norte e Centro do país. A convite da Sogrape (parceira do […]
Arranca hoje, em Coimbra, a 56ª edição do Rally de Portugal, a quinta prova do WRC (Campeonato Mundial de Ralis). A prova portuguesa, que termina no dia 14 de Maio, tem este ano um percurso de 329,06km, fragmentado por 19 classificativas, concentradas sobretudo no Norte e Centro do país.
A convite da Sogrape (parceira do evento) e do Vodafone Rally de Portugal, três das principais equipas do Campeonato Mundial de Ralis foram ontem descobrir o rio Douro, a bordo de um barco Rabelo.
Richard Millener (director de equipa da M-Sport Ford WRT), Kaj Lindström (director desportivo da Toyota Gazoo Racing WRT), Cyril Abiteboul (director de equipa da Hyundai Shell Mobis WRT) e outros membros das respectivas equipas, embarcaram nesta iniciativa que teve como objectivo mostrar o património histórico e cultural associado à cidade do Porto e a um dos seus produtos mais emblemáticos, o vinho do Porto. Para assinalar o momento, a Sograpre presenteou as equipas com o vinho Sandeman Porto Tawny 20 Anos.
Já considerada em cinco ocasiões como a melhor prova de rali do Mundo, o Rally de Portugal mantém, nesta edição, passagens por locais já emblemáticos da prova, como Arganil, Amarante, Fafe ou Cabeceiras de Basto. Mas o maior destaque deste ano vai para o regresso da Figueira da Foz ao programa do evento desportivo português, cidade que será palco de uma super-especial, e para a nova classificativa de Paredes.
Veja aqui alguns dos melhores momentos do icónico “salto de Fafe”, um dos locais mais cobiçados pelos espectadores presenciais do Rally de Portugal: