Mesa de Lemos tem novo menu com vinho do Chef Diogo Rocha

Mesa de Lemos menu Verão

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O “estrelado” restaurante Mesa de Lemos, situado em Passos de Silgueiros, no Dão, reabriu no dia 5 de Maio com novo menu de Verão e um pormenor muito especial: um vinho feito especialmente para o Chef Diogo […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O “estrelado” restaurante Mesa de Lemos, situado em Passos de Silgueiros, no Dão, reabriu no dia 5 de Maio com novo menu de Verão e um pormenor muito especial: um vinho feito especialmente para o Chef Diogo Rocha e para a nova carta, pelo enólogo da Quinta de Lemos, Hugo Chaves.

O “Vinho do Chef”, uma edição limitada a 2 mil garrafas, é um lote de Touriga Nacional e Tinta Roriz da colheita de 2006. Nas palavras de Diogo Rocha, é “a personificação do vinho do Dão – um vinho muito gastronómico, com alguns anos, uma acidez extraordinária e muita fruta, que permite uma excelente harmonização com a nova carta do Mesa de Lemos.”

Quanto ao novo menu de Verão, mantêm-se os produtos regionais e nacionais de época, como já é assinatura do restaurante, numa proposta que combina com a estação vindoura, a apostar na frescura e nos elementos de maior acidez. A iniciação dá-se com um sorbet de tomate verde e com dois snacks. O primeiro, dominado pela cenoura, é composto por “gelado de cenoura roxa e bolo lêvedo”; “tartelette de cenoura”; “cenoura em pickle” e “cenoura assada com requeijão”. E o segundo, à base de mexilhão, traz “pastel de massa tenra de mexilhão”; “mousse de mexilhão e estufado ácido de couve lombarda”; “tártaro de mexilhão”; “mexilhão alimado” e “massada de mexilhão”.

O amuse-bouche chega na forma de “enguia fumada com ervilhas”, antes dos momentos principais. Para entrada, “línguas de bacalhau com caril e mostarda” e “lagostim e beterraba”. Seguem-se os pratos de peixe, com “tamboril com molho de espumante, pêra-abacate e curgete”, e “imperador com molho fragateiro e chouriço alentejano, pimentos em cebolada”.

No capítulo das carnes, surge “cabrito do Caramulo com salada de pepino doce, maçã verde e batata” e “bochecha de porco alentejano estufado em vinho Quinta de Lemos e boletus de Verão”.

Para finalizar a refeição, com notas doces, entra a pré-sobremesa que vem limpar o palato, um “gelado de figo com creme de iogurte e gengibre”. Depois, para rematar, “queijada de mirtilo, gelado de ameixa, entremeio de framboesa e curd de amora” e “pudim de hortelã com suspiro de morango e gelado de kiwi”.

Para reforçar o envolvimento de vários elementos da família Lemos, a nova mise en place apresenta a louça desenhada por Geraldine de Lemos.

Esta nova carta poderá ser experimentada em duas modalidades de menu: O Menu Lemos — 5 momentos e 2 conjuntos de snacks, amuse-bouche e pré-sobremesa, por €90 — e o Menu do Chef — 7 momentos, 2 conjuntos de snacks, amuse-bouche, pré-sobremesa e sobremesas, com o valor de €115. O Mesa de Lemos opera à quarta e quinta-feira ao jantar, à sexta e sábado ao almoço e ao jantar, e domingo ao almoço.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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CCB receberá “5 viagens gastronómicas” em Maio

5 viagens gastronómicas

Durante o mês de Maio, o Centro Cultural de Belém vai receber um ciclo de conferências organizado e moderado por Fortunato da Câmara, sob o mote “O gosto dos outros – 5 viagens gastronómicas”. Cumprindo todas as regras impostas pela Direcção Geral de Saúde, estas conferências terão lugar numa sala ampla e luminosa, com acesso […]

Durante o mês de Maio, o Centro Cultural de Belém vai receber um ciclo de conferências organizado e moderado por Fortunato da Câmara, sob o mote “O gosto dos outros – 5 viagens gastronómicas”.

Cumprindo todas as regras impostas pela Direcção Geral de Saúde, estas conferências terão lugar numa sala ampla e luminosa, com acesso ao exterior e vista para o Rio Tejo. Os convidados são “de peso”, nomes como André Magalhães (Taberna das Flores), Dulce Freire (coordenadora do projecto ReSeed), João Paulo Martins (jornalista e crítico da Grandes Escolhas e do Expresso), Fátima Moura (autora, “Do Cacau ao Chocolate”) e Isabel Drumond Braga (historiadora).

“É a atividade em que nos ocupamos desde os primeiros instantes em que o oxigénio nos preenche os pulmões, e acompanha-nos até aos derradeiros momentos da nossa existência: nutrir o corpo. O melhor que conseguirmos, claro. Alimentarmo-nos é elementar, não é preciso ser um detetive brilhante, mas é uma saborosa investigação que nos demora uma vida inteira. Não haverá porventura nenhuma conclusão a tirar, mas pelo caminho irão surgir muitas idiossincrasias apetecíveis de descobrir. Em cinco temas distintos que vivem sob a égide da gastronomia, vamos encontrar as encruzilhadas da história e da antropologia da alimentação. Porque, afinal, como bem disse Ferran Adriá pela primeira vez em 2013: ‘A maior rede social do mundo é a comida'”, pode ler-se na sinopse do evento, que será gravado para posterior publicação nas plataformas sociais. O preço dos bilhetes é de €6 por sessão ou €25 pelo pacote das 5 sessões.

Veja todos os detalhes sobre as “5 viagens gastronómicas” e compre o seu bilhete AQUI.

Chef Sergio Crivelli lança massas artesanais para cozinhar em casa

Sergio Crivelli massas

Cozinhar em casa uma “pasta” digna de chef? É possível, com as novas massas artesanais secas, do Chef Sergio Crivelli. À base de legumes, estas massas são produzidas no laboratório do Chef que dá nome ao restaurante de Matosinhos e, segundo o mesmo, “trata-se de um produto original, diferente das típicas pastas italianas. São actualmente […]

Cozinhar em casa uma “pasta” digna de chef? É possível, com as novas massas artesanais secas, do Chef Sergio Crivelli.

À base de legumes, estas massas são produzidas no laboratório do Chef que dá nome ao restaurante de Matosinhos e, segundo o mesmo, “trata-se de um produto original, diferente das típicas pastas italianas. São actualmente uma tendência de paladares em Itália”. A sua produção respeita as técnicas ancestrais, não fosse o restaurante de Sergio Crivelli reconhecido, pela Marchio Ospitalità Italiana, como um dos 10 restaurantes portugueses que reflectem e respeitam a tradição gastronómica daquele país.

A ideia de criar estas massas artesanais surgiu durante o confinamento e “é mais uma forma de levar aos nossos clientes o prazer da gastronomia italiana que, diariamente, pode também ser experimentada no nosso estabelecimento”, refere Sergio Crivelli. Além de serem saudáveis e de muito fácil confecção — trazendo muita cor ao prato — têm a vantagem de ser adequadas tanto para vegetarianos como para veganos.

Com p.v.p. de 4 euros por pacote de 500 gramas, as massas secas artesanais de Sergio Crivelli estão disponíveis para compra no seu restaurante, localizado na Rua de Brito Capelo 705, em Matosinhos. Também é possível encomendar pelo número 911 119 226 e levantar depois no mesmo espaço.

CVR Beira Interior alarga 2º Concurso de Restaurantes a todo o país

Beira Interior concurso restaurantes

A Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior acaba de anunciar o arranque da segunda edição do concurso de restaurantes Beira Interior Gourmet. Segundo o presidente da CVR da Beira Interior, Rodolfo Queirós, esta edição do concurso de restaurantes abrangerá espaços de todo o país, “dado o êxito da primeira edição, em 2020”. Um júri de […]

A Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior acaba de anunciar o arranque da segunda edição do concurso de restaurantes Beira Interior Gourmet.

Segundo o presidente da CVR da Beira Interior, Rodolfo Queirós, esta edição do concurso de restaurantes abrangerá espaços de todo o país, “dado o êxito da primeira edição, em 2020”. Um júri de especialistas do sector — das áreas da cozinha, turismo, cultura, ensino, jornalismo e enologia — com presidência de Fernando Melo (colaborador da Grandes Escolhas), visitará os restaurantes concorrentes de 28 de Maio a 25 de Julho, e avaliará as criações gastronómicas, bem como a harmonização das mesmas com os vinhos da Beira Interior. “Pretende-se, com esta iniciativa, valorizar os vinhos DO Beira Interior e IG Terras da Beira, e os seus produtores, promovendo a excelência na restauração”, refere Rodolfo Queirós.

O período de inscrição (gratuita) decorre até ao próximo dia 16 de Maio, no qual cada restaurante definirá um menu a preço controlado, que irá estar disponível ao grande público durante os referidos dois meses de avaliação. Veja aqui o regulamento, com instruções para a inscrição. Os prémios serão divulgados e entregues na Gala Vinhos da Beira Interior, com data e local ainda a definir.

As categorias do Concurso Beira Interior Gourmet:

Restaurante “Cozinha Tradicional/ Regional” – restauração com menus de cozinha regional, que utiliza produtos da Beira Interior ou da região onde está inserido, com ambiente típico ou contemporâneo.

Restaurante “Cozinha criativa/Evolutiva” – restauração com cozinha elaborada e serviço especializado, com Chef de Cozinha e com ambiente de algum requinte.

Restaurante “Cozinha Europeia e do Mundo” – restauração com uma cozinha tradicional de outros países ou “fusão”, com ambiente contemporâneo ou clássico.

Chef Diogo Rocha lança serviço de entregas de luxo em Viseu

Conhecido por liderar o restaurante Mesa de Lemos — em Passos de Silgueiros, no Dão, com uma Estrela Michelin — o chef Diogo Rocha acaba de lançar um serviço de entrega ao domicílio, aos fins-de-semana e no concelho de Viseu, com o nome “Cocotte by Diogo Rocha”.  A ideia é que um prato, para duas […]

Conhecido por liderar o restaurante Mesa de Lemos — em Passos de Silgueiros, no Dão, com uma Estrela Michelin — o chef Diogo Rocha acaba de lançar um serviço de entrega ao domicílio, aos fins-de-semana e no concelho de Viseu, com o nome “Cocotte by Diogo Rocha”. 

A ideia é que um prato, para duas pessoas, chegue ao cliente servido numa cocotte (nome francês para uma caçarola de perfil baixo), preparado para finalizar em casa. A mudar todas as semanas, este prato pode ser, a título de exemplo, salmonete e carabineiro com espargos verdes, caviar, coentros e batata doce. Mas não é apenas a refeição que o cliente “ganha” com este serviço. A própria cocotte está incluída no valor de encomenda (€80), bem como o saco de tecido premium que envolve tudo, da Abyss & Habidecor, marca de têxteis de alta qualidade, produzidos a partir de um algodão exclusivo (algodão do Egipto de Giza). Além disto, a entrega é bem personalizada, feita pela equipa do Mesa de Lemos ou até pelo próprio Chef Diogo Rocha. Também é possível encomendar, o azeite e os vinhos da Quinta de Lemos, para a harmonização ficar completa. O pagamento, por sua vez, pode ser feito por MBWay ou transferência bancária, e as reservas devem ser submetidas até 48 horas de antecedência para o contacto 961158503. A entrega é efectuada até às 13h de sábado e domingo.

“Enquanto os restaurantes não reabrem em Portugal Continental, decidi apresentar uma proposta diferenciada, que pudesse acrescentar algo à oferta existente”, explica Diogo Rocha, que admite alargar o serviço a outros concelhos, assim esta primeira fase corra como esperado.

Restaurante aveirense Salpoente entrega menu de S. Valentim em casa

O restaurante Salpoente — situado em frente à ria de Aveiro, no canal de São Roque — criou um menu especial para o Dia dos Namorados (14 de Fevereiro), para entrega em casa. O “Combo Lovers” inclui várias entradas para partilhar, como nachos, guacamole, ceviche de salmão e sanduíche de frango; um risotto de camarão […]

O restaurante Salpoente — situado em frente à ria de Aveiro, no canal de São Roque — criou um menu especial para o Dia dos Namorados (14 de Fevereiro), para entrega em casa.

O “Combo Lovers” inclui várias entradas para partilhar, como nachos, guacamole, ceviche de salmão e sanduíche de frango; um risotto de camarão com gengibre, coentros e lima como prato principal; e várias sobremesas como maracujá e manga em várias texturas,  1⁄2 litro gelado de morango e chocolate, morangos com molho de chocolate e bolas de caramelo.

O valor do “Combo Lovers”, do Salpoente, é de €120 e a taxa de entrega é gratuita para o concelho de Aveiro. Para outras localidades, deve consultar-se o restaurante.

Contactos Salpoente:
+351 234 382 674 / +351 915 138 619
salpoente@salpoente.pt

As sobremesas do nosso contentamento

Estão presentes nas principais festas de família e sempre que apetece adoçar a boca com as receitas da grande tradição. Quisemos preparar um guião de harmonizações vínicas que resultam, apoiadas na oferta considerável de vinhos de sobremesa que encontramos no mercado. Esperamos que corra pelo melhor a experiência, a surpresa está garantida! TEXTO Fernando Melo […]

Estão presentes nas principais festas de família e sempre que apetece adoçar a boca com as receitas da grande tradição. Quisemos preparar um guião de harmonizações vínicas que resultam, apoiadas na oferta considerável de vinhos de sobremesa que encontramos no mercado. Esperamos que corra pelo melhor a experiência, a surpresa está garantida!

TEXTO Fernando Melo
FOTOS Mário Cerdeira

Arroz-doce

Parece trivial, mas está longe de o ser. Começa pela origem do próprio arroz, que é ancestralmente chinês e nos chegou pela mão dos árabes. Arruzz é o termo árabe da gramínea mais identitária de Portugal, espécie japónica a que chamamos carolino por assim os nossos antepassados o terem baptizado. Era igual ao arroz que vinha do estado norte-americano da Carolina do Sul, relação única de polpa e película, a absorver o caldo e a inchar sem rebentar, desde que manipulado com cuidado. Todo o arroz empapa, até o ‘agulha’, importante é saber o momento de o tirar do lume. Pois o arroz-doce não vive sem o seu grande parceiro carolino e a verdade é que grande parte do seu processamento é feito fora do lume. Balanço muito fino de açúcar, leite e arroz, que só se percebe quando finalmente arrefece. É frio que se aquilata e consome o arroz-doce. No que diz respeito ao vinho, há que fugir dos aromáticos – baunilha, noz-moscada e canela, por exemplo – que são estruturantes na variante espanhola, mas que para o nosso gosto não funcionam. Importante não o lavar antes, a goma faz falta para o combate com o vinho. Desligar sempre o lume muito antes do ponto de cozedura, para manter os grãos intactos e cheios de sabor.

Sugestão: Porto branco 20 Anos

Leite-creme

Esta deve ser a receita mais vezeira nos lares portugueses, especialmente depois de existir a Bimby, que como vai mexendo e aquecendo, não cria grumos e garante a cremosidade tão desejada. No entanto, tem o senão de não cozer a farinha, seja de trigo ou maizena, que é amido/farinha de milho. O sabor conseguido fica por isso aquém do que se gosta, para não falar da dificuldade na harmonização com vinhos. Mantendo uma temperatura de cerca de 80ºC a primeira fervura do leite – gordo, aspecto importante -, açúcar e casca de limão homogeneiza já bem os ingredientes entre si e depois, fora do lume, continuar a bater com as varas até chegar aos 65ºC, quando já se consegue tocar com mão. Pode parecer ainda líquido, mas há que confiar na ciência, que a consolidação da textura só acontece no arrefecimento. Basta fazer dois ao mesmo tempo, um ao lado do outro – com e sem farinha – para ver a profundidade e clareza dos sabores que se consegue, para se concluir que nunca mais se faz com farinha, e que a bondade da ponte com o vinho está de facto naquele que não a tem; a viagem do vinho através da estrutura molecular aberta do leite-creme mais simples corre melhor e tem mais rendimento de sabor.

Sugestão: Tejo Colheita Tardia branco

Pão-de-Ló.

o-de-ló

Com o tempo, ganhou muitas declinações, muitas delas com a massa propositadamente mal cozida, para o coração ficar pastoso e doce. Reza a lenda que o de Alfeizerão nasceu da antecipação da visita do rei D. Carlos quando as monjas não tinham conseguido cozer completamente o pão-de-ló. O monarca terá ficado tão bem impressionado que logo ali decidiu baptizá-lo. Muitos outros lhe seguiram depois as pisadas, mas a receita central é a de Margaride, em que o pão-de-ló é cozido em forno de lenha em vasilhas grandes de barro, com copo – para o buraco – e tampa. É tradição utilizar-se papel almaço, o resultado é bastante diferente quando se usa papel vegetal. A base culinária, essa é como a de todos os outros, ovos caseiros, açúcar, manteiga, farinha e trejeitos secretos que volvidos quase três séculos ainda ninguém lhes chegou. Nem pensar em cortar com faca, o metal destrói o sabor e há que honrar a tradição. A estrutura do bolo é bastante aberta e gosta de vinhos secos.

Sugestão: Porto Tawny 20 Anos

Mousse de chocolate

O trabalho clássico desta sobremesa passa por emulsionar as claras, batendo-as até integrar o máximo de ar, para depois ligar com o chocolate fundido juntamente com manteiga ou não e enriquecido ou não com açúcar. Trabalha-se a uma temperatura média para conseguir a eficiência culinária desejada e a natureza do chocolate dita quase tudo quanto ao resultado final. O chocolate dito de leite tem forte percentagem de manteiga de cacau – para muitos chocolate branco – obtida pela envolvente da fava de cacau. Hervé This, cientista francês fundador da disciplina da cozinha molecular, demonstrou da forma mais simples como uma tablete de chocolate pode dar directamente mousse, desde que se emulsione primeiro a parte da manteiga de cacau que contém. Por isso, em rigor nada mais faz falta, nem sequer o açúcar para conseguir a mousse. O trabalho é mais exigente quando falamos de chocolate negro – com mais de 70% de cacau – pois o jogo de temperaturas tem de ser outro. O vinho gosta muito mais deste tipo de chocolate, tanto pela acidez que apresenta como pelo grupo de amargos que incorpora na sua estrutura. Quem gosta muito de chocolate gosta normalmente muito de chocolate negro, pouco de chocolate de leite e nada de chocolate branco. Mas as regras estão longe ser cartesianas, e gostos não se discutem. Fixemo-nos, contudo, na mousse de chocolate negro, para pensar pontes vínicas.

Sugestão: Porto LBV (Late Bottled Vintage)

Fios de ovos

A doçaria conventual está cheia de segredos e a nossa consagra todo um trabalho empírico de elaboração de pontos de açúcar que mesmo a alta pastelaria tem dificuldade em reproduzir. Nasceu e cresceu nos rigores dos conventos, por mãos essencialmente femininas, mas não necessariamente consagradas. O dote para permanecer como residente era muito elevado, e por isso quem trabalhava nas cozinhas eram seculares não residentes. Isso teve o excelente efeito de os livros de receitas terem ficado em mãos laicas, com o corolário natural de terem passado de mão em mão e permitido que muitas pessoas aprendessem os segredos nucleares da arte. Um dos mais intrigantes é o dos fios de ovos, para os quais se desenvolveu pequenas bombas perfuradas por onde passando-se o doce de ovos quente cai na água fria em fios. Claro que é doce, mas é também fino, menos cansativo para o palato, e é por isso que se utiliza muito como adorno ou enchimento de ocos de bolos. O contacto com o vinho na boca é tangencial, preservando-se sempre a estrutura de fio. Há por isso que alinhar vinhos mais ligeiros e pouco extractivos para que a harmonização corra bem.

Sugestão: Licoroso tinto do Alentejo

Trouxas de ovos

Trabalho misto de produção de placas de doce de ovos e calda bem concentrada de açúcar, com Caldas da Rainha a assumir-se como epicentro. A sobremesa mais famosa, para além das trouxas propriamente ditas, é a lampreia de ovos. A mesa festiva dos portugueses, seja em que altura for, não a dispensa e é normalmente orlada pelos fios de ovos, de que já tratámos. Do ponto de vista formal, a trouxa de ovos é intratável em termos vínicos, por duas razões principais: primeira, o elevado teor de ferro das muitas gemas presentes vai direito aos polifenóis – taninos – do vinho, resultado metálico quando este é vigoroso; segunda, a forma como a calda de imediato inunda palato blinda as nuances do vinho acabam por lhe retirar protagonismo e eliminar a função assessora do doce. Mas nem tudo está perdido, enquanto houver vinhos qual aliam a doçura e untuosidade à acidez, cortando assim a sensação de doce. Gera-se um efeito cooperativo muito interessante e agradável.

Sugestão: Madeira Malvasia 5 Anos

Queijo de figo

Regionalíssimo do Algarve, é curioso como é também intimíssimo das famílias algarvias, Anima-o a tónica de sustentabilidade e aproveitamento integral dos produtos figo seco e amêndoas cruas. Nos lares algarvios há sempre queijo de figo, e o início de Maio é quando é imperativo. Depois vai-se comendo às lascas que se tira com a mão, não se lhe chega faca nem é bolo de fatia. As receitas variam bastante, levando alfarroba ou não, chocolate, especiarias e aguardente de medronho ou outra. O chef José Pinheiro, do restaurante Eira do Mel, em Vila do Bispo, teve a moção genial de fixar receita, formato e embalagem do queijo de figo, e a coragem de lhe defender honras de doce nacional. É consensual e é apelativo a jovens de todas as idades. A trajectória que tem feito é-lhe em grande parte devida, incluindo a sugestão de integração noutras sobremesas, como é o caso do gelado de queijo de figo, verdadeira delícia. Quando a aguardente é pouco pronunciada o trabalho do vinho fica mais fácil.

Sugestão: Moscatel de Setúbal 10 ou 20 anos

Cheesecake.

Cheesecake com frutos vermelhos

Os frutos vermelhos de baga são normalmente apresentados em compotas de framboesa, amoras e mirtilos e configuram a cobertura da tarte. A estrutura desta sobremesa é à base de natas e gelatina e a base é de bolacha desfeita e amassada. A componente láctea é por isso dominante, mas há que contar com o pormenor de a gelatina que se emprega ser habitualmente de base animal O binómio natas-gelatina é muito difícil de abordar correctamente do ponto de vista da harmonização, mas felizmente temos a bolacha como mediadora. No entanto, não é simples a eleição do vinho certo, talvez por isso se tenda mais para vinhos doces. No entanto, o que define um problema é ele ter uma ou mais soluções e claro que há pistas boas para lá chegar.

Sugestão: Porto Vintage novo

Pudim do Abade de Priscos

É uma sobremesa tão fácil de fazer quanto de falhar. Vive essencialmente da proteína animal extraída da parte gorda do presunto tradicional de fumeiro e da construção da calda em ponto de estrada ou espadana, dependendo de quem a faz e da cozedura que se lhe dá. É uma sobremesa para ser feita por cozinheiros e não por pasteleiros, pela variabilidade que tem. É vigorosa nas gemas, o que representa uma cortina forte de ferro na estrutura com que temos de trabalhar na harmonização. Há que insistir e persistir até se encontrar uma solução satisfatória, e depois ir fazendo experiências com tipos diferentes de açúcar, presunto e até ovos. Não há dois pudins iguais e tal como no caso do leite-creme, é quando arrefece que a estrutura se consolida, pelo que é preciso investir paciência nessa fase; nada de pressas.

Sugestão: Madeira Bual com mais de 20 anos

Artigo da edição nº42, Outubro 2020

Há leitão do Rei dos Leitões em Lisboa e no Grande Porto

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Depois de, no primeiro confinamento, ter criado o serviço de entregas no país todo, o bairradino Rei dos Leitões estabelece agora parceria com dois restaurantes: Solar dos Presuntos, em Lisboa, e Os Lusíadas, em Matosinhos.  A ideia […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Depois de, no primeiro confinamento, ter criado o serviço de entregas no país todo, o bairradino Rei dos Leitões estabelece agora parceria com dois restaurantes: Solar dos Presuntos, em Lisboa, e Os Lusíadas, em Matosinhos. 

A ideia é, em dois dias fixos da semana, estes restaurantes terem o leitão do Rei para servir aos seus clientes. Se ao restaurante da capital o leitão do Rei dos Leitões fará entregas às quartas-feiras e sábados ao almoço, no parceiro do Grande Porto este será um dos pratos principais ao jantar de sexta-feira e ao almoço de domingo. As reservas são feitas directamente com os dois restaurantes de destino.

Licínia Ferreira e António Paulo Rodrigues, dupla de proprietários do Rei dos Leitões, são amigos de longa data de Pedro Cardoso – proprietário do Solar dos Presuntos, um dos mais famosos restaurantes lisboetas – que lhes lançou este desafio. Depois do anúncio nas redes sociais, o segundo convite do restaurante Os Lusíadas cuja especialidade são peixes e mariscos.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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