28 anos do Marquês de Borba Reserva

João Portugal Ramos, a filha Filipa e o filho João Maria, ambos a trabalhar na empresa, estiveram em Lisboa para reviver algumas das colheitas emblemáticas daquele tinto que se tornou a mais importante marca da empresa. E se era para reviver, nada melhor que o Alcântara Café, como local escolhido para o evento. De facto, […]
João Portugal Ramos, a filha Filipa e o filho João Maria, ambos a trabalhar na empresa, estiveram em Lisboa para reviver algumas das colheitas emblemáticas daquele tinto que se tornou a mais importante marca da empresa. E se era para reviver, nada melhor que o Alcântara Café, como local escolhido para o evento. De facto, hoje usado sobretudo para eventos, o Alcântara Café foi restaurante emblemático e super fashion na euforia dos anos 80 na capital. O momento foi de convívio e foram muitos os amigos que se juntaram a este evento. A marca Marquês de Borba Reserva já leva 28 anos e sempre se apresentou como um lote das uvas que estavam na vinha junto à casa da família, em Estremoz. Nessa vinha, entretanto arrancada, pontificavam a Trincadeira, Aragonez, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon. João (pai) confessou que “um toque de Cabernet dá um carácter especial aos vinhos.”
Actualmente as uvas, vinificadas em co-fermentação, têm origem numa parcela com todas aquelas castas, a que se juntam as uvas de uma vinha muito velha, alugada. Passados tantos anos, João não tem dúvidas quando afirma “a diferença entre o vinho de 1997 e o 2021 é abissal; hoje estamos a fazer muito melhor, nem dá para comparar”. Com o apoio de Donzília Copeto como enóloga desde 1996 e do filho João Maria desde 2015, os projectos estenderam-se a outras regiões como as Beiras (Foz de Arouce) e o Douro (Duorum), aqui com o apoio de João Perry Vidal.
O momento foi aproveitado para se provar este tinto emblemático, em grandes formatos, como Magnum e double-magnum (3 litros) que nunca teve exemplares dignos de nota, e hoje são raríssimas as garrafas desta capacidade. Foram então dados à prova o vinho de 1999, a segunda colheita desta marca; seguindo uma moda da época, este tinto teve duas passagens por barrica nova. Continua a mostrar-se em grande forma, com finura de fruta, taninos presentes mas finos e a dizer-nos que está aqui para durar. Foi uma boa surpresa. A edição de 2009 foi provada em double magnum, a revelar um perfil mais aberto e menos denso, destacando-se as notas verdes do Cabernet, com uma prova de boca onde o Alicante Bouschet, com as suas notas de musgo e azeitona, se mostra mais em evidência.
Com inesperada potência mostrou-se o 2012 (em magnum), cheio de força e carácter, com frutos negros e notas terrosas, a que acrescem depois algumas notas de grafite e leve pimento verde, tudo a conferir aqui um lado mais internacional. A edição de 2021 corresponde ao novo perfil do vinho, muito equilibrado no aroma, fino na fruta e com uma prova de boca com camadas de sabor, algo que permite ir descobrindo o vinho ao longo da prova. Esta edição, com um PVP de €60, revela-se uma excelente opção no Alentejo. JPM
Duorum: Dos varietais aos vinhos de vinha

Passaram décadas de percurso profissional desde 1980, quando João Portugal Ramos iniciou a sua carreira no Alentejo como enólogo, e desde que plantou os primeiros cinco hectares de vinha em Estremoz, em 1995, quando arrancou com o projecto próprio. A expansão para norte começou com a entrada na Quinta da Foz de Arouce, fundada pelo […]
Passaram décadas de percurso profissional desde 1980, quando João Portugal Ramos iniciou a sua carreira no Alentejo como enólogo, e desde que plantou os primeiros cinco hectares de vinha em Estremoz, em 1995, quando arrancou com o projecto próprio. A expansão para norte começou com a entrada na Quinta da Foz de Arouce, fundada pelo seu sogro, na Beira Baixa, em 2005. Em 2007 a dupla João Portugal Ramos e José Maria Soares Franco deu largas à sua ambição de fazer algo marcante no Douro Superior. E assim nasceu o Duorum, “de dois”, em latim. Soares Franco deixou há algum tempo o projecto, mas este continua fiel à sua matriz inicial.
Duorum é um projecto pensado e feito de raíz. Para compor com vinha a quinta de Castelo Melhor, em Foz Côa, foram precisas 92 escrituras. As vinhas estão localizadas no Douro Superior e hoje também no Cima Corgo, em diferentes altitudes, desde a cota do rio com 150 m até 550 m. Incluem 60 ha de vinha própria, mais 50 ha de vinha arrendada e a Duorum ainda compra uva de mais cerca de 10 ha.
“O Douro é uma região muito difícil, com muita concorrência, mas acreditámos no projecto e está para durar” – afirmou João Portugal Ramos no lançamento das últimas novidades.
Em 2012, a Duorum foi a primeira empresa no Douro a aderir à Iniciativa Europeia Business & Biodiversity. O grupo J. Portugal Ramos desenvolveu um modelo de gestão que respeita a biodiversidade, permitindo a preservação e melhoria dos habitats naturais nas suas propriedades e adoptou medidas de desenvolvimento sustentável, incluindo a Produção Integrada e Produção Biológica. Como resultado desta política ambiental, em 2015 a Duorum recebeu o prémio de “Melhor projeto europeu de desenvolvimento rural sustentável, que consegue simultaneamente preservar a paisagem e biodiversidade, promovendo a cultura e economia do espaço rural”. E neste ano de 2024, segundo João Portugal Ramos, as suas propriedades bateram o recorde de novas espécies no local.
As novidades
No Alentejo, João Portugal Ramos produz, com muito sucesso, vários vinhos de vinha. No Douro este é o primeiro. Trata-se de uma parcela de Arinto e Gouveio, situada a 500 m de altitude, limitada pelos muros antigos de xisto que protegiam a vinha, que foram restaurados. O Arinto é mais incisivo na acidez e o Gouveio, mais aromático, dá-se muito bem naquela zona. Já tentaram fazer este vinho vários anos e só em 2023 “atingiram o perfil pretendido”. Depois de maceração a frio por 12 horas, para extrair a parte aromática, seguiu-se a fermentação em inox. O estágio decorreu parcialmente (25%) em barricas de carvalho francês de 2º e 3º ano para conferir complexidade ao vinho. Dá um enorme prazer de beber já e tem tudo para evoluir com tempo. Foram produzidas 3.300 garrafas.
O primeiro contacto que João Portugal Ramos teve com a Touriga Franca foi por influência de José Maria Soares Franco. É hoje a casta mais plantada na quinta, onde representa 30% do encepamento. Não exibe tantos aromas quanto a Touriga Nacional, mas tem volume e estrutura. Vinificada sempre à parte, desta vez valeu a pena engarrafar a Touriga Franca a solo. As uvas desengaçadas vão para um lagar robotizado, onde passam a maceração pré-fermentativa a frio e, quando começa a fermentação alcoólica, o mosto é transferido para cubas de inox onde acaba a fermentação. Estagia nove meses em barricas de carvalho francês de 2º e 3º ano. Um belo exemplo da casta, que nem sempre tem protagonismo na sua terra de origem, e de que fizeram 6.600 garrafas. No conjunto, dois belos vinhos, um branco e um tinto, que marcam a entrada da Duorum nos varietais e nos “vinhos de vinha”.
(Artigo publicado na edição de Junho de 2024)
João Portugal Ramos reforça presença nos Vinhos Verdes

O produtor irá começar a produzir vinhos da casta Loureiro no Vale do Lima, em parceria com o Paço do Cardido, onde a empresa começou o seu percurso nos Verdes, em 2010. “Esta é uma região com um clima e terroir com muito para oferecer, pois é propícia à produção de vinhos brancos frescos, com […]
O produtor irá começar a produzir vinhos da casta Loureiro no Vale do Lima, em parceria com o Paço do Cardido, onde a empresa começou o seu percurso nos Verdes, em 2010. “Esta é uma região com um clima e terroir com muito para oferecer, pois é propícia à produção de vinhos brancos frescos, com muita qualidade” explica o enólogo João Portugal Ramos a propósito desta nova parceria na Região dos Vinhos Verdes.
A transferência da operação dos Vinhos Verdes de Monção e Melgaço para Ponte de Lima, através da parceria com a família Portela Morais, permitirá ao Grupo reforçar a sua presença nesta região, e um maior controlo sobre a vinha e matéria-prima. João Portugal Ramos acredita que só assim é possível assegurar a qualidade reconhecida nos seus vinhos, mas também dar resposta a um mercado exigente e que dá cada vez mais protagonismo à casta Loureiro.
Os primeiros vinhos do Grupo, vinificados na adega pertencente ao Paço do Cardido, sairão já da vindima deste ano e virão completar uma gama que já conta com um vinho Alvarinho e dois espumantes da mesma casta. As novidades serão reveladas no final do ano.
Wine Crafters: Vamos fazer vinho?

Com este programa de enoturismo, João Portugal Ramos convida os visitantes a conhecerem todo o processo de produção vínica, desde a prova das diferentes castas de vinho, passando pela composição do blend, até ao engarrafamento, para que no final todo o enófilo possa levar para casa uma garrafa do vinho que criou, com rótulo personalizado. […]
Com este programa de enoturismo, João Portugal Ramos convida os visitantes a conhecerem todo o processo de produção vínica, desde a prova das diferentes castas de vinho, passando pela composição do blend, até ao engarrafamento, para que no final todo o enófilo possa levar para casa uma garrafa do vinho que criou, com rótulo personalizado.
A experiência, que começa com um passeio pelas vinhas e com uma visita à adega e às caves antes da criação do blend, é harmonizada com uma degustação de produtos da região, nomeadamente, o queijo de ovelha, o pão e o Azeite Virgem Extra Oliveira Ramos Premium. O programa tem o custo de 50€ p/ pessoa e exige um número mínimo de duas pessoas por marcação.
Esta é a sugestão ideal para viver uma experiência vínica única e aprender mais sobre a arte da enologia, entre amigos e família. O programa está disponível de segunda-feira a sábado, sujeito a marcação prévia, através do site: https://www.jportugalramos.com/
Para além deste programa “Wine Crafters”, para descobrir o mundo de João Portugal Ramos, os visitantes podem também optar por uma prova de vinhos, um almoço ou até procurar uma garrafa escondida – um escape room adaptado à Adega Vila Santa, que promete dar um toque de aventura às tradicionais atividades enoturísticas.
João Portugal Ramos lança packs de Natal para todos os momentos

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A oferta foi pensada para todos os tipos de momento da época natalícia. Os packs João Portugal Ramos, recentemente lançados, destinam-se não só a apreciadores de vinho, mas também de aguardente, que gostam de fazer boas harmonizações […]
[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A oferta foi pensada para todos os tipos de momento da época natalícia. Os packs João Portugal Ramos, recentemente lançados, destinam-se não só a apreciadores de vinho, mas também de aguardente, que gostam de fazer boas harmonizações à mesa. A sugestão do produtor é completa, e os conjuntos podem ser encontrados na grande distribuição de todo o país:[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column centered_text=”true” column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_gallery type=”flexslider_style” images=”48323,48320,48325,48321,48324,48322″ onclick=”link_image”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Pack Marquês de Borba Colheita (11,98€, 2 unidades) – Típicos pratos de bacalhau;
Pack Duorum Colheita (24,99€, 2 unidades) – Polvo à Lagareiro ou arroz de polvo;
Packs Tons de Duorum (14,99€, 3 unidades) – Peru assado no forno;
Pack Vila Santa Reserva (12,49€) – Cabrito assado no forno;
Pack Pouca Roupa (8,98€, 3 unidades) – Para outras receitas mais imaginativas;
Pack CR&F Aguardente Reserva (16,99€) – Para um final de refeição, harmonizado com frutos secos torrados ou chocolate salgado.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]
José Maria Soares Franco decide reformar-se

João Portugal Ramos (à esquerda na foto) acaba de emitir um comunicado em nome da Gestvinus — empresa que administra — anunciando a decisão de se reformar do enólogo José Maria Soares Franco (à direita na foto): “Após 14 anos de colaboração com a Gestvinus – Investimentos Vitivinícolas e Comerciais, SGPS, SA (Grupo João Portugal […]
João Portugal Ramos (à esquerda na foto) acaba de emitir um comunicado em nome da Gestvinus — empresa que administra — anunciando a decisão de se reformar do enólogo José Maria Soares Franco (à direita na foto):
“Após 14 anos de colaboração com a Gestvinus – Investimentos Vitivinícolas e Comerciais, SGPS, SA (Grupo João Portugal Ramos), nomeadamente no projecto Duorum, o Enólogo José Maria Soares Franco decidiu reformar-se para gozar o merecido “descanso do Guerreiro”. O projecto Duorum continuará a contar com o precioso contributo do Enólogo, agora sob forma de uma consultoria”.
Quando, em Dezembro de 2006, o Grupo João Portugal Ramos decide expandir-se para a região do Douro, José Maria Soares franco junta-se a este com “empenho, paixão, vontade de ir sempre mais longe […], aliados ao seu enorme conhecimento e experiência na região”, pode ler-se no comunicado, que revela ainda que João Perry Vidal será agora enólogo residente no projecto Duorum, na companhia de Alexandra Guedes e sob a orientação de João Portugal Ramos.
#25 – Marquês de Borba Reserva tinto 2015

vinho da casa #25 – Marquês de Borba Reserva tinto 2015
vinho da casa #25 – Marquês de Borba Reserva tinto 2015
Os “single vineyard” de João Portugal Ramos

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João Portugal Ramos é produtor multifacetado, com projectos espalhados por várias regiões. Mas é em Estremoz, no Alto Alentejo, que estão as suas origens vitivinícolas e a sua principal adega, de onde nos últimos anos têm saído grandes novidades, como estes dois tintos.
TEXTO Nuno de Oliveira Garcia
FOTOS J. Portugal Ramos

João Ramos tem vindo a concentrar a sua atenção no Alentejo, com investimentos na adega e na vinha, bem como em ‘rebranding’ e nova imagem. Por outro lado, os seus vinhos da região dos Vinhos Verdes conservam um nível alto (Alvarinho, Loureiro, Alvarinho Reserva e espumante Alvarinho) e os clássicos da Quinta de Foz de Arouce (branco, tinto e Vinhas Velhas de Santa Maria) estão consolidados num nicho de mercado. No Douro, a parceria com José Maria Soares Franco – Duorum Vinhos – é cada vez mais um referencial na região.
Ao mesmo tempo que se ocupa da ‘passagem geracional’ – o produtor tem dois dos seus filhos a trabalhar com ele –, João Ramos não pretende parar no que respeita a lançamentos de novos vinhos. Na verdade, foi o seu filho João Maria, que entrou na empresa em 2014 e cada vez mais se encarrega da área de enologia (e que também já tinha desenvolvido a gama Pouca Roupa), a identificar dois vinhos de parcelas e a convencer o pai em engarrafá-los separadamente. Nasceram assim, de solo alentejano, dois vinhos novos de duas vinhas – o Vinha de São Lázaro e o Vinha do Jeremias, esta última mesmo ao lado da casa da quinta em Estremoz. O primeiro provém de uvas de Touriga Nacional a partir de solos de origem calcária, e o segundo maioritariamente de Syrah de solos xistosos, ambos fermentados em lagares de mármore, com pisa a pé e estágio em barrica.
Destaque para o Vinha do Jeremias que é uma bonita homenagem a um funcionário da empresa com esse nome, falecido em 2017, e que sempre se dedicou à viticultura, tendo trabalhado ao lado de João Ramos durante décadas, e que sempre gostou muito da vinha de onde este tinto nasceu. O vinho agora lançado é de 2015 mas João Ramos já anunciou que não haverá edição de 2016. No entanto, tudo indica que será reeditado na colheita de 2017.

O conceito de ambos os tintos remete para a concepção de ‘single vineyard’ ou, como acontece no nosso país vizinho, para os ‘viños de pago’ (se bem
que estes não se confundem necessariamente com vinhos de uma vinha só). A ideia é apresentar ao público (mais) um vinho de grande qualidade, com uma identidade muito própria e, neste caso, monocasta. A própria imagem dos vinhos (rótulos, entenda-se) inspira-se num ambiente ibérico, o que se deve também à proximidade de Estremoz com a fronteira, com algo de, simultaneamente, barroco e másculo. Os vinhos podem ser adquiridos numa bonita caixa cinzenta com duas garrafas e preço irá situar-se na mesma fasquia que a gama bivarietal Quinta da Viçosa – ou seja, cerca de 25€. Será privilegiado o canal horeca (hotéis e restauração), uma vez que as quantidades não são generosas (entre 3.000 a 4.000 garrafas). A qualidade de ambos os tintos é inquestionável, e o perfil é intenso e capitoso, um pouco à margem das tendências mais modernas que privilegiam néctares menos concentrados mas que, sem dúvida, serão do agrado generalizado do público. O ano de 2015 foi tendencialmente quente e ajudou no desenho de vinhos com muito fruto e taninos completa¬mente maduros. São assim ambos os vinhos agora lançados, com o Syrah (e um pouco de Viognier, incluindo as películas da uva, como é habitual em Côtes du Rhône) a revelar-se intenso e capitoso, e o Touriga Nacional ligeiramente mais elegante. Tudo somado, temos mais duas excelentes criações de João Portugal Ramos – e família –, com a vantagem de terem um preço que, não sendo barato, é perfeitamente ajustado.
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[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]Edição Nº25, Maio 2019