Vinhos da Península de Setúbal lançam calendário de provas online

A Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal acaba de lançar, em parceria com os produtores da região, um calendário de provas online nas suas redes sociais. Durante o mês de Abril, todas as terças e quintas-feiras às 19h00, é possível assistir a provas comentadas onde os produtores e enólogos da Península de Setúbal apresentam […]

A Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal acaba de lançar, em parceria com os produtores da região, um calendário de provas online nas suas redes sociais. Durante o mês de Abril, todas as terças e quintas-feiras às 19h00, é possível assistir a provas comentadas onde os produtores e enólogos da Península de Setúbal apresentam algumas das suas marcas mais reconhecidas.

As provas acontecerão no Facebook e Instagram dos Vinhos da Península de Setúbal e, nesta primeira ronda, participarão a Adega Camolas, Bacalhôa, Casa Ermelinda Freitas, Herdade da Comporta, Herdade do Portocarro, José Maria da Fonseca, Quinta do Piloto e SIVIPA.

Cada produtor seleccionou um vinho do seu portefólio e, através da gravação de um vídeo “caseiro”, fez uma prova comentada para dar conta das especificidades dos seus vinhos, a influência do terroir, das castas, as características diferenciadoras da região, entre outras.

José Maria da Fonseca lança packs experiência com provas online privadas

Numa altura de recolhimento, a José Maria da Fonseca cria a oportunidade de se assistir a uma prova de vinhos online comentada por um dos elementos da família Soares Franco, de forma personalizada e privada. Esta prova de 30 minutos, dirigida ao cliente e feita através de Skype, vem com a compra de um dos […]

Numa altura de recolhimento, a José Maria da Fonseca cria a oportunidade de se assistir a uma prova de vinhos online comentada por um dos elementos da família Soares Franco, de forma personalizada e privada. Esta prova de 30 minutos, dirigida ao cliente e feita através de Skype, vem com a compra de um dos 4 packs experiência criados pelo produtor. Os packs incluem também o envio gratuito das garrafas dos vinhos incluídos na prova, um saca-rolhas e ainda um voucher de visita guiada à Casa Museu José Maria da Fonseca, para duas pessoas poderem usufruir pós “quarentena”.

Os 4 packs disponíveis, que incluem a prova online, são:

“À descoberta dos vinhos de Talha” (90€), composta por dois vinhos: Puro Talha branco e Puro Talha Tinto. Uma viajem pelo mundo dos vinhos de talha, uma forma de produção ancestral que é preservada na Adega José de Sousa, em Reguengos de Monsaraz.

“Duelo de Regiões: Douro Vs. Península de Setúbal” (100€), composta pelos vinhos Domini Plus e Periquita Superyor, que aborda as especificidades de duas regiões vitivinícolas nacionais – Douro e Península de Setúbal – com prova de dois topos de gama das respectivas regiões.

“Moscatéis da Colecção Privada DSF à prova” (75€), composta pelo DSF Moscatel Roxo e DSF Moscatel de Setúbal (Armagnac), onde são explicadas as especificidades do Moscatel de Setúbal e as características únicas de dois dos exemplares da Colecção Privada do enólogo Domingos Soares Franco.

“Moscatel de Setúbal para iniciados” (74€), composta por três vinhos – Alambre Moscatel de Setúbal, Alambre Moscatel de Setúbal Roxo e Alambre 20 Anos – que aborda as especificidades do Moscatel de Setúbal e as características únicas de três exemplares do portefólio da José Maria da Fonseca.

Pode adquirir estes packs na loja online da José Maria da Fonseca. Após o pagamento, basta enviar um e-mail para apoioaocliente@jmfonseca.pt, indicando a preferência de data e horário, para a família agendar a prova via Skype.

Península de Setúbal cresce em quota de mercado e na produção em 2019

A Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal (CVRPS) registou, em 2019, um aumento global de produção de 5% face a 2018, aproximando a produção total da região dos 50 milhões de litros. A nível de consumo no mercado nacional, os Vinhos da Península de Setúbal registaram um aumento de 2% na quota de vinhos […]

A Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal (CVRPS) registou, em 2019, um aumento global de produção de 5% face a 2018, aproximando a produção total da região dos 50 milhões de litros. A nível de consumo no mercado nacional, os Vinhos da Península de Setúbal registaram um aumento de 2% na quota de vinhos certificados, sendo considerada pela consultora Nielsen a região mais dinâmica neste período homólogo de crescimento, face a 2018.

Para Henrique Soares, Presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, o ano de 2019 foi “mais um ano de crescimento para a região, quer na quota de mercado, quer ao nível da produção e das exportações”.

A região fechou o ano de 2019 também com um crescimento de 14% no volume de certificação dos vinhos com Denominação de Origem Setúbal (Moscatel de Setúbal e Moscatel Roxo de Setúbal) e Palmela, bem como nos Vinhos Regionais da Península de Setúbal, a que correspondeu a certificação de um volume superior a 55 milhões de garrafas, vendidas no mercado nacional e nos seus muitos mercados de exportação, onde se destacam Brasil, Canadá, E.U.A., China, Angola e vários países da União Europeia.

Os dados são da consultora Nielsen e colocam os Vinhos da Península de Setúbal na terceira posição entre os vinhos certificados mais consumidos no mercado nacional, com uma quota de mercado de 16,5%, em volume, entre os vinhos com Denominação de Origem e/ou Indicação Geográfica das várias regiões portuguesas. Os Vinhos da Península de Setúbal foram os que mais subiram em termos de vendas em volume (1,6%), tendo também o valor aumentado em 2.3%, face ao mesmo período de 2018. O preço médio dos vinhos da região subiu 0.19 euros por litro, tendo ultrapassado os 56 M€ (56 274 134 €) de vendas globais no mercado nacional, nos três primeiros trimestres de 2019.

As estórias da Carochinha

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Estamos em terras de fronteira entre Setúbal e Alentejo. Vemos ao longe o mar, com Porto Covo a dois passos. Foi aqui, em terra agreste, anteriormente varrida pelo fogo, que César e Manuela Macedo resolveram arrancar com um projecto. Começaram por pensar em turismo rural e acabaram por plantar vinha. Agora são clientes dos armazéns chineses…

TEXTO João Paulo Martins                     FOTOS Ricardo Gomez

A carochinha já por aqui andava antes do casal se interessar por estas encostas; já havia a Carochinha de Baixo, do Meio e a Ponta da Carochinha. A estrada corta, assim, a dita Carochinha a meio e por isso a designação de Monte da Carochinha foi pacífica. Estamos, dizem-nos, na única vinha registada no concelho de Sines e foi, também, por não haver tradição de aqui se plantar vinha que não faltaram as vozes que desaconselhavam qualquer plantio. Aqui é terra de montado, dizia-se, e por isso o que César mais vezes ouviu foi o “não se meta nisso”, uma espécie de karma nacional sempre avesso à novidade e mudança. Filipe Sevinate Pinto, enólogo e ligado ao projecto desde o início, não teve dúvidas: “isto cheirava-me a vinho e logo percebi que se poderia fazer aqui algo diferente”. A razão estava à vista: encostas com múltiplas orientações, uma proximidade contida em relação ao mar que poderia ser muito vantajosa, solos pobres dominados pelo xisto e a possibilidade de ir além do habitual que se encontra quer em Setúbal quer no Alentejo.

César e Manuela Macedo, Filipe Sevinate Pinto (enólogo) e António Cláudio (viticultura): desbravar e fazer vinho em terra virgem.

Plantar a vinha não foi desejo nem objectivo inicial, “apenas pensámos em fazer um turismo rural, mas quando nos deparámos com as limitações que nos impuseram, resolvemos dar outro uso a estes 42ha que, bastava ver, não pareciam ter qualquer aptidão agrícola”. Assim sendo, encetaram um projecto de reflorestação e plantaram 3000 pés de pinheiro manso e outro tanto de sobreiros e, sem qualquer euforia, resolveram plantar vinhas de uvas brancas. Essa era a ideia inicial, uvas brancas, de castas nacionais, nomeadamente a Encruzado. Trazer para aqui a casta mais famosa do Dão não foi pacífico e Filipe diz-nos que “até dar as primeiras uvas fui muito criticado, mas achei que a casta ia de encontro ao desejo do produtor que era fazer vinhos que também pudessem evoluir bem em garrafa; além desta optámos também pelo Arinto, pela sua versatilidade”. Infelizmente, diz-nos César Macedo, o mercado ainda reage mal a vinhos brancos com dois ou mais anos, temos aqui trabalho pela frente para que se compreenda que não estamos a “vender os restos que lá têm na adega”, como já chegaram a dizer.

Os poucos anos que o projecto leva (a primeira vindima foi em 2014) permitiram concluir que estas diferentes orientações das parcelas e a proximidade do mar trazem muitas vantagens e não obrigam a tantos tratamentos. Sobre o tema fala-nos António Cláudio, responsável da viticultura: “na zona de Milfontes, por exemplo, é preciso tratar de 10 em 10 dias porque a pressão do míldio e oídio é enorme. Aqui fizemos menos de 6

tratamentos anuais mas, por outro lado, o grande problema aqui é a falta de água e enquanto não tivermos esse problema resolvido não poderemos ir além do 6,5ha de vinha que temos, dos quais 4,5ha de uva branca. Um problema sério aqui são os insectos, como traça, cicadela e ácaros e mais sério

ainda porque a indústria deixou de produzir um insecticida em virtude da cidadela não ser problema geral europeu nem mesmo em todo o território nacional e agora isso obriga-nos a mais tratamentos e maior pegada de carbono.

A opção pelo tinto foi, como nos dizem, “uma resposta à pressão do mercado, estavam sempre a perguntar quando é que saía o tinto” e foi assim que optaram pelo plantio de Touriga Nacional, Alicante Bouschet e Merlot. A origem duriense de Manuela Macedo falou mais alto e não descansou enquanto não viu uma encosta transformada em vinha com socalcos, à moda do “seu” Douro; é uma área pequena (menos de um hectare) e ainda não está a produzir mas funciona muito bem na paisagem onde além dos pinheiros, que se vêem a crescer, encontramos medronheiros e algumas oliveiras que aqui foram plantadas e já deram três colheitas de azeite. Alguns focos de esteva foram propositadamente deixados para que pássaros e outros insectos pudessem medrar. Problema sério são os javalis porque não têm predadores mas um rádio “comprado nos chineses” e a tocar pendurado numa árvore faz muito efeito que eles não se aproximam!

A produção deverá atingir em 2019 os 11 000 litros de tinto e 25 000 de branco, com os vinhos a serem feitos na Herdade da Monteira em Alcácer do Sal onde, diz Filipe Sevinate Pinto, “temos todas as condições técnicas para se fazer um bom vinho e temos mesmo a adega por nossa conta, uma vez que o proprietário deixou de produzir vinho”.
Aqui, onde acaba Setúbal e começa a região vinícola do Alentejo, está a nascer um projecto original. Com todas as dificuldades que os novos projectos acarretam mas também com toda a energia de quem vê nascer vinho onde antes tal desiderato não imaginava.
Na prova que fizemos ainda abordámos a primeira edição do branco (de 2014) que cumpriu o que na altura se dizia na nota de prova: pode evoluir bem em cave. Foi mesmo isso que aconteceu, a mostrar que a Encruzado é casta que precisa de tempo para se revelar. Se tudo correr bem, em 2020 teremos um Reserva tinto ou mesmo um Grande Reserva. Provavelmente depende da duração das pilhas do rádio…

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Edição n.º32, Dezembro 2019

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Moscatel de Setúbal da JMF “Torna Viagem” vai dar volta ao Mundo

Partiram dia 5 de Janeiro, a bordo do Navio Escola Sagres numa viagem à volta do Mundo, 1600 litros de Moscatel de Setúbal Torna Viagem, da José Maria da Fonseca. Esta viagem, incluída no Programa de Comemorações do V Centenário da Circum-Navegação Fernão de Magalhães/Elcano, terá a duração de 371 dias e irá percorrer 20 […]

Partiram dia 5 de Janeiro, a bordo do Navio Escola Sagres numa viagem à volta do Mundo, 1600 litros de Moscatel de Setúbal Torna Viagem, da José Maria da Fonseca. Esta viagem, incluída no Programa de Comemorações do V Centenário da Circum-Navegação Fernão de Magalhães/Elcano, terá a duração de 371 dias e irá percorrer 20 países de cinco continentes diferentes. Esta é a oitava experiência de Torna Viagem da era moderna.

A história do Moscatel Torna Viagem remonta ao século XIX e é património histórico exclusivo da José Maria da Fonseca. Na época em que navios cruzavam os mares do Mundo fazendo todo o tipo de comércio, era comum levarem à consignação cascos de Moscatel de Setúbal. Os comandantes, que recebiam uma comissão pelo que vendiam, nem sempre os conseguiam comercializar na totalidade. Na volta a Portugal, depois do périplo, em que se submetiam a diversos climas e significativas variações de temperatura, os cascos eram devolvidos à Casa Mãe. Ao serem abertos, o resultado era quase sempre uma boa surpresa: geralmente o vinho estava bastante melhor do que antes de embarcar. Em 2000, a José Maria da Fonseca retomou com regularidade as viagens com cascos de Moscatel de Setúbal.

No passado Domingo, seguiram a bordo do Navio Escola Sagres dois cascos de 600 litros e um de 400 litros de Moscatel de Setúbal José Maria da Fonseca: um casco com Moscatel de Setúbal 1956, outro com Moscatel Roxo de Setúbal 1985 e outro com Moscatel de Setúbal 2000. Esta viagem, cujo regresso a Lisboa está previsto para o dia 10 de Janeiro de 2021, tem o intuito de avaliar qual a influência da viagem marítima no Moscatel de Setúbal. Para isso a José Maria da Fonseca irá comparar as “testemunhas”, cascos de Moscatel de Setúbal das mesmas colheitas que permaneceram na adega, com os Moscatéis que viajaram. Para Domingos Soares Franco, vice-presidente e enólogo da JMF, “cada viagem é única e irrepetível, as alterações bruscas de temperatura, o balanço do mar e a salinidade atribuem características ímpares ao vinho, mas invariavelmente ele regressa mais complexo, redondo e aveludado acentuando o carácter único e maravilhoso do nosso Moscatel de Setúbal Torna Viagem”.

As experiências Torna Viagem permanecem, depois, por longos anos nas caves da José Maria da Fonseca, antes de chegarem ao mercado.

Vinhos de Setúbal reforçam presença nos voos da TAP

No âmbito do projeto TAP Wine Experience, foi desenvolvida uma parceria entre a Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, a TAP Air Portugal e quatro empresas da Região. Durante o último trimestre de 2019 e o início de 2020, a TAP apresenta aos seus passageiros uma oferta alargada de vinhos da Península de Setúbal. […]

No âmbito do projeto TAP Wine Experience, foi desenvolvida uma parceria entre a Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, a TAP Air Portugal e quatro empresas da Região. Durante o último trimestre de 2019 e o início de 2020, a TAP apresenta aos seus passageiros uma oferta alargada de vinhos da Península de Setúbal. A bordo estarão disponíveis para prova os vinhos da Adega de Palmela, Casa Ermelinda Freitas, Quinta da Bacalhôa e Quinta Brejinho da Costa.

Para quem costuma viajar em classe Económica nas rotas de Angola, EUA e Brasil, poderá acompanhar as suas refeições a bordo com os vinhos da Casa Ermelinda Freitas: O Dona Ermelinda Tinto e o Dona Ermelinda Branco.

Se estiver a planear a sua próxima viagem ao Rio de Janeiro ou a São Paulo em classe Executiva, terá disponíveis três propostas da Quinta Brejinho da Costa: Quinta Brejinho da Costa Selection Rosé, Quinta Brejinho da Costa Selection Branco e Quinta Brejinho da Costa Reserva Tinto.

A Quinta da Bacalhôa apresentará na classe Executiva das rotas de Angola, Brasil e Portugal, para a Madeira e os Açores, o seu Quinta da Bacalhôa Tinto e, na classe Económica da Bélgica, Holanda e Portugal para a Madeira e os Açores, os vinhos Serras de Azeitão Tinto e Serras de Azeitão Branco.

Se voar pelas rotas da Finlândia e Suécia, poderá provar os vinhos selecionados pela Adega de Palmela que se encontram divididos entre a classe Económica e a classe Executiva: Villa Palma Reserva Tinto, Villa Palma Reserva Branco, Chafariz Dona Maria Tinto e Villa Palma Branco.

Tintos de Setúbal: Um sucesso sem segredos

A Península de Setúbal é uma região multifacetada, mas também um enorme sucesso comercial, assente num perfil de vinhos de que toda a gente gosta. Desde tintos com relação preço-qualidade absolutamente irresistível até ao que de melhor se produz em Portugal. Terra de Castelão, mas também das ubíquas Syrah e Touriga Nacional, e até do […]

A Península de Setúbal é uma região multifacetada, mas também um enorme sucesso comercial, assente num perfil de vinhos de que toda a gente gosta. Desde tintos com relação preço-qualidade absolutamente irresistível até ao que de melhor se produz em Portugal. Terra de Castelão, mas também das ubíquas Syrah e Touriga Nacional, e até do Alicante Bouschet cada vez mais utilizado. Uma região que é um festim para os sentidos.

TEXTO Nuno de Oliveira Garcia

FOTOS Ricardo Gomez

Entre Almada, a sul de Lisboa, e Santiago do Cacém na fronteira com o Alentejo, é tudo área geográfica do vinho Regional Península de Setúbal. É, portanto, uma extensão significativa, ainda que não seja uma das maiores regiões nacionais. Por outro lado, e apesar do cultivo da vinha ocorrer de forma dispersa por toda a região, existem dois núcleos principais com características orográficas distintas: um a Sul e Sudoeste, zona montanhosa e recortada por vales, formada por serras (a da Arrábida, a mais conhecida) e montes (o de Palmela, em destaque); a outra, prolonga-se em extensa planície junto ao rio Sado e não muito distante do rio Tejo. Com maior precisão encontramos dois terroirs clássicos, os calcários da Serra da Arrábida e as areias de Fernando Pó, com primazia para o segundo ao nível da superfície com vinhedo.
Na região, a vinha é abundantemente plantada, sendo um dos seus principais cultivos. Basta percorrer de carro a autoestrada A2, ou as estradas N4 e N10, para se ter a sensação clara da imersão numa zona vitivinícola. Não espanta, por isso, também que as tradições de vinho sejam profundamente enraizadas – terão sido os Fenícios e os Gregos os primeiros a introduzir a vinha nas encostas da Arrábida e na zona ribeirinha do Tejo, cultivo depois impulsionado pelos Romanos e os Árabes –, com centenas de propriedades a dispor de adega e de cave, ambas, tradicionalmente, afastadas da casa principal. De resto, são muitas as pequenas vinhas no meio de outras de maior dimensão. Mesmo a mais breve passagem por Palmela, Vila Fresca de Azeitão, Pegões ou Fernando Pó, confirma a tese de que o vinho nesta região tem uma importância popular enorme.
Um clima verdadeiramente mediterrânico – muito próximo do subtropical com fracas amplitudes térmicas e influenciado pela proximidade do mar e das bacias hidrográficas do Tejo e do Sado – solos com diferentes rendimentos (desde areias pouco produtivas a calcários compactos e férteis), e a utilização de castas que permitem elevadas produções mantendo qualidade (Syrah ou Alicante Bouschet), fazem da região um paradigma recente de sucesso. Atualmente, dos 9400 hectares em produção, mais de 6200 hectares encontram-se aptos à produção de vinho certificado. Igualmente determinante para o sucesso da região tem sido a reconversão de vinhas dos últimos anos, cada vez mais se recorrendo a material vegetativo selecionado (com potencial quantitativo e qualitativo), bem como a democratização da utilização de rega da vinha devido ao clima quente e seco de verão e à baixa retenção de água de grande parte dos solos, sobretudo das areias.

Um sucesso no mercado

Também ao nível da aceitação por parte dos consumidores, a Península de Setúbal dá cartas e, com quase 15 anos a escrever sobre vinhos (inaugurei o primeiro blog de vinhos em Portugal em 2005), nunca conheci um consumidor que não gostasse dos vinhos desta região. Actualmente, e apenas quanto a vinhos certificados, a região é a que mais vende em Portugal depois do Alentejo e Minho, ficando mesmo à frente do Douro. E, note-se, trata-se de uma tendência em progressão tendo sido, em 2018, a região que mais cresceu em relação a anos anteriores. De 2005 para cá a produção de vinho tem aumentado, sendo que, no que respeita a vinho certificado, a subida é mesmo estratosférica, tendo triplicado em pouco mais de 10 anos! Com tantos aspectos favoráveis, a este respeito, pode até afigurar-se surpreendente o número relativamente pequeno de produtores com vinhos certificados e engarrafados, mas isso explica-se pelo facto de existirem fortes players na região que, perante tanto sucesso, são obrigados a comprar muita uva, caso da Casa Ermelinda Freitas, José Maria da Fonseca e Bacalhôa, para além de importantes Adegas Cooperativas, como Pegões e Palmela. Apesar desta realidade poder diminuir a versatilidade da oferta de produtos da região, a verdade é que a tem tornado rentável para os pequenos viticultores, sem impedir que novos produtores apareçam. Tal é bem visível nesta prova que contou com vinhos de projectos relativamente recentes como seja Damasceno, Herdade da Arcebispa, e Herdade da Barrosinha. Igualmente importante é realçar a presença de vinhos de perfil mais atlântico, da margem sul do rio Sado, do qual são bons exemplos José Mota Capitão e Brejinho da Costa (Resigon), prova de vitalidade e do surgimento de novos caminhos na região.

Castelão domina, Syrah cresce

Ao nível do encepamento, o domínio das castas tintas – 78% do total – é manifesto, o que se explica, em parte, pela hegemonia do Castelão (ver Caixa) ocupando cerca de 60% do encepamento total da Península de Setúbal. A par do Castelão, a Aragonez e a Syrah são largamente plantadas (a área de Syrah tem mesmo crescido significativamente nos últimos anos), sendo a omnipresente Touriga Nacional a quarta casta mais plantada. Por outro lado, a casta branca mais representativa da região – o Moscatel de Alexandria –, plantado de preferência na serra, mas também cada vez mais nas areias, é sobretudo utilizado para a produção do famoso generoso. Isso significa que o papel dos vinhos brancos, por vezes, fica relegado para segundo plano, apesar de tanto a Fernão-Pires como a Arinto (e até a Verdelho, aposta mais recente) proporcionarem vinhos de qualidade e originalidade.
Na prova realizada foi possível discernir os vinhos mais tradicionais com a utilização exclusiva, ou quase, de Castelão proveniente de solos de areia, daqueles com pendor mais moderno e até experimentalista. Na primeira vertente, resultou muito claro uma linha clássica com a casta a lembrar alguns tintos de Montepulciano e de Maremma (Toscana, em ambos os casos), sobretudo no desenho dos taninos e no perfil gastronómico evidente, por vezes quase rústico. São tintos com óptima capacidade de envelhecimento e acidez firme, disso não temos dúvidas e a nossa experiência na prova de Castelão com muitos anos em garrafa demonstra-o. Nesta toada, para além do Primo (versão sofisticada de Castelão) e do Leo d’ Honor (perfil clássico muito concentrado), apreciámos muito o vigor e carácter do Reserva da Herdade da Espirra (bela surpresa). Igualmente em destaque estiveram alguns vinhos mais conceptuais, com a utilização de várias castas a privilegiar a elegância e a complexidade que só um lote pode, colheita após colheita, proporcionar. Caso notório do Hexagon (excelente edição), mas também do Herdade da Arcebispa Grande Reserva e do Damasceno Reserva.
O conjunto da prova, resultou na confirmação da capacidade da região para produzir não apenas “best sellers” mas também tintos de muito grande nível, expressando em terroirs e estilos distintos. O sucesso nunca acontece por acaso…

A CLÁSSICA CASTELÃO

É certamente a casta tinta mais cultivada no sul de Portugal, com boa capacidade de adaptação a diferentes condições climáticas. Na região da Península de Setúbal, ainda é conhecida por Periquita, nome que terá tido origem na propriedade chamada Cova da Periquita, localizada em Azeitão, onde José Maria da Fonseca a plantou por volta de 1830. Apesar de se dar bem tanto na serra como na planície, todos os enólogos que contatámos afirmaram que os melhores tintos provém dos terrenos arenosos e das vinhas velhas da região, podendo mesmo ser equacionada plantação em pé-franco. De tal forma está ligada à região que, para a produção dos vinhos tranquilos tintos DO Palmela, é obrigatória a inclusão de, pelo menos, dois terços de Castelão. São vinhos geralmente estruturados, com fruto, acidez e sabor em boca, com notas mais complexas de pinhão, bolota ou castanha. Regra geral, apresentam boa capacidade de envelhecimento num perfil clássico e tendencialmente seco (dependendo, obviamente, da enologia), originando uma curiosa nota citrina com o passar dos anos. Para mais detalhe, veja-se o artigo de MW Dirceu Vianna na edição de Abril.

Edição Nº26, Junho 2019

Vinalda distribui vinhos António Saramago

Em Julho, António Saramago, o mais antigo enólogo em actividade no país, junta os seus vinhos ao portefólio da Vinalda, inaugurando assim a presença da distribuidora nacional na região da Península de Setúbal, com as marcas António Saramago, A.S., J.M.S., Risco e também Dúvida (da região de Portalegre, Alentejo). António Saramago é uma das referências […]

Em Julho, António Saramago, o mais antigo enólogo em actividade no país, junta os seus vinhos ao portefólio da Vinalda, inaugurando assim a presença da distribuidora nacional na região da Península de Setúbal, com as marcas António Saramago, A.S., J.M.S., Risco e também Dúvida (da região de Portalegre, Alentejo).

António Saramago é uma das referências da enologia portuguesa contemporânea, com quase 60 anos de carreira. Sempre considerou que “os grandes vinhos começam na vinha” e a sua versatilidade permitiu-lhe criar vinhos produzidos em regiões tão distintas como a Bairrada, Beira Interior, Ribatejo, Península de Setúbal e Alentejo.

Em 2002, cria a António Saramago Vinhos, com a esposa Ausenda e os filhos Nuno e António, concretizando o sonho antigo de produzir os seus próprios vinhos, tendo o primeiro vinho sido lançado em 2003.

“A Vinalda faz parte do meu caminho”, conta António Saramago salientando que, com esta aliança, “procuramos um parceiro capaz de fazer com que a marca António Saramago seja mais conhecida e tenha mais visibilidade no País”.

José Espírito Santo, Diretor-Geral da Vinalda, afirmou estar “entusiasmado por distribuir os vinhos de António Saramago, um nome incontornável da enologia nacional, que produz vinhos de excelência, numa região que, há muito, a Vinalda queria representar”.