#12 – Pousio Arinto branco 2019
vinho da casa #12 – Pousio Arinto branco 2019
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No olival do Pousio, intensamente
A Herdade do Monte da Ribeira foi pioneira no Alentejo no olival intensivo e superintensivo. A directora agrícola garante que tem preocupações de sustentabilidade e convida os “ambientalistas a irem ao terreno”. TEXTO Ricardo Dias Felner FOTOS Mário Cerdeira Uma dezena de homens e mulheres vai avançando pela fileira de Cobrançosa. O ritmo é rápido […]
A Herdade do Monte da Ribeira foi pioneira no Alentejo no olival intensivo e superintensivo. A directora agrícola garante que tem preocupações de sustentabilidade e convida os “ambientalistas a irem ao terreno”.
TEXTO Ricardo Dias Felner
FOTOS Mário Cerdeira
Uma dezena de homens e mulheres vai avançando pela fileira de Cobrançosa. O ritmo é rápido e está tudo mais do que treinado. Enquanto uns puxam a rede para a árvore seguinte, outro homem coloca a máquina a postos, espécie de braço mecânico que sai do tractor com uma pinça na ponta. Essa pinça engancha no tronco e abana-o freneticamente, o som da folhagem furando o ar, os frutos caindo no solo como uma bátega de granizo. Em pouco mais de um minuto, com a ajuda de dois varejadores, os ramos largam a azeitona quase toda sobre as redes — e o grupo volta a avançar sob o olhar atento da directora agrícola, Mariana Carmona e Costa.
Aquilo que para um leigo parece um processo bastante expedito, no entanto, não satisfaz totalmente Mariana. A responsável pela Casa Agrícola Herdade Monte da Ribeira, em Marmelar, no concelho da Vidigueira, tem outro termo de comparação. “O superintensivo é muito mais rápido e simples. É um descanso na colheita”, atira, seguindo para a próxima árvore, cuidando que não pisa terrenos macios.
O solo está pesado e lamacento, mas é preciso aproveitar a brecha na meteorologia. Mariana Carmona e Costa andava há muito a monitorizar esta janela de oportunidade para tratar do olival intensivo. São 80 hectares, com uma malha de 12 metros por sete, numa área que alaga facilmente. “Se vêm as chuvas, já não entra aqui ninguém”, diz a engenheira agrícola, há oito anos à frente da Herdade Monte da Ribeira (HMR). A Cobrançosa podia ter sido apanhada mais tarde, mas isso teria também outras implicações, nomeadamente à entrada do lagar. “Nessa altura, quando fôssemos descarregar provavelmente teríamos o camião em fila de espera”. E azeitona em contentores a fermentar é tudo o que não se quer. “A tulha pode vir daí”, explica Mariana.
Quando a quantidade perfaz cerca de 10 toneladas, entra em cena Joaquim Dias, o caseiro da propriedade. Trabalha ali desde sempre, viu Mariana crescer naqueles campos. Hoje faz parte da história da casa, uma história que recomeçou há mais de 30 anos, quando o tio de Mariana comprou a herdade, hoje gerida pela Fundação Carmona e Costa. Em 2013, iniciou-se um processo de valorização da matéria-prima, com a actual directora agrícola a liderar essa reconversão e a demonstrar um carinho especial pelo olival.
Oliveiras felizes
O amor pelo azeite tem muito a ver com a sua formação. Depois da licenciatura em engenharia agrícola, integrou a primeira pós-graduação em olivicultura, ministrada por José Gouveia, no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa. Quando chegou à HMR o tio tinha-lhe deixado um brinquedo para gerir: em 2003, quando poucos sabiam o que era olival superintensivo, ele plantara 24 hectares de Arbequina. Ainda são as mesmas árvores, garante Mariana, desmentindo a ideia de que a varietal seja efémera. “Se bem tratada, com as podas certas, pode durar mais de 30 anos”. Ao lado, por sua vez, foram cultivados os tais 80 hectares de intensivo, hoje “maioritariamente de Cobrançosa, com uns apontamentos de Picual e Cordovil.” A esta matéria-prima havia ainda que juntar perto de 100 hectares com olival tradicional, onde pontificam várias árvores centenárias de galega, verdeal e bico-de-corvo, também conhecido como zambujeiro, primo selvagem da galega.
Quando Mariana chegou, a azeitona era vendida à Cooperativa Agrícola da Vidigueira, hoje Vidcavea, apenas para azeite a granel. Mas a directora agrícola achou que fazia sentido valorizar o produto e também embalá-lo com marca própria. Começou então a trabalhar em três lotes: um o Pousio, o outro o Pousio Premium e um terceiro, o Pousio Clássico. São todos de qualidade Virgem Extra, mas há diferenças. No Pousio e no Pousio Premium, procura-se que a azeitona seja colhida mais verde. No Clássico entra fruta mais madura. No grande comércio, as garrafas começaram a aparecer em 2016.
Parte dos lotes são feitos com olival tradicional, mas Mariana não esconde o seu apreço pelo superintensivo, enfrentando os críticos. Diz ser falso que o superintensivo acabe com a fauna: “Os javalis adoram-nos. E as lebres e as perdizes. Dão sombra e água.” E sublinha que as colheitas são feitas de dia e não à noite, altura em que os pássaros estão mais expostos. De resto — adianta — são usados produtos de protecção integrada e respeitam-se os limites impostos para o uso de pesticidas e herbicidas.
Questionada sobre se há fiscalização suficiente nesta matéria, Mariana admite, contudo, que o sector não tem o mesmo controlo do que outras áreas do agro-alimentar. E também não põe as mãos no fogo por outros produtores, sobretudo por quem compra terreno, mas não tem o apego à terra alentejana que têm os olivicultores locais. Aos ambientalistas que “só criticam” deixa o convite: “Eles que venham ao terreno ver como trabalhamos”.
Edição nº 33, Janeiro 2020
Pousio Selection, levantar a fasquia em Marmelar
[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Na ponte leste da sub-região da Vidigueira, a Herdade do Monte da Ribeira está a entrar resolutamente em novos desafios, modificando o seu portefólio. Esta mudança é o resultado de investimentos em vinha, viticultura e adega. Ora […]
[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Na ponte leste da sub-região da Vidigueira, a Herdade do Monte da Ribeira está a entrar resolutamente em novos desafios, modificando o seu portefólio. Esta mudança é o resultado de investimentos em vinha, viticultura e adega. Ora leia.
Texto António Falcão
NOTAS DE PROVA Luís Lopes
FOTOS Ricardo Palma Veiga
Muita coisa está a mudar na Casa Agrícola HMR. Está agora a fazer sete anos que a herdade alentejana, propriedade da Fundação Carmona e Costa, iniciou um projecto de reconversão da sua vinha e, diz o gestor António Nora, estão “muito orgulhosos dos resultados”. Apesar de fazer parte da sub-região da Vidigueira, este é um terroir mais seco e quente, a aproximar-se do que acontece no Baixo Alentejo. E por isso não estranha que por aqui, na Herdade do Monte da Ribeira, junto à povoação de Marmelar, não seja raro iniciar as vindimas duas semanas antes da Vidigueira. Mariana Carmona e Costa, directora agrícola para vinha e olival, recorda-se de, por exemplo, estar a vindimar a 2 de Agosto!
Os terrenos com pouca fertilidade não asseguram grandes produções. Por isso, diz António Nora, “só podemos fazer muito bem e vinhos de alta qualidade”. Se juntarmos as duas coisas, baixas produções e a reconversão da vinha com castas mais nobres, temos a base da nova estratégia da casa. Que é, fundamentalmente, elevar a fasquia dos produtos.[/vc_column_text][divider line_type=”No Line” custom_height=”20″][image_with_animation image_url=”27395″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O portefólio foi extensivamente simplificado e a marca de entrada é agora nova e chama-se Pousio Selection. Falamos de vinhos que custam na prateleira na faixa dos 6 euros, um valor elevado para a média do mercado e que o consumidor, para aderir, tem de se aperceber da qualidade dentro das novas garrafas. Isto, como se calcula, colocou enormes desafios à viticultura e enologia. Esta última tarefa está a cargo de Luís Duarte, como consultor, e Nuno Elias, o enólogo residente. Da parte da viticultura, Mariana também não tem grande margem para erro, especialmente na decisão de datas de vindima, crucial em climas mais quentes, para manter a frescura dos vinhos e preservar aromas e sabores.
O perfil dos Selection foi assim definido para um estilo moderno, rico de boca, frutado e suave. A simplificação do portefólio vai também ajudar na exportação; como nos disse Luís Duarte, “o importante é criar marca e sem escala não há marca”. E escala não falta: o tinto de 2016, por exemplo, encheu 100.000 garrafas; o branco, metade disso. São números muito interessantes para um produtor que tem 43 hectares de vinha, alguma ainda jovem.
Durante a apresentação, que decorreu no restaurante Casa do Bacalhau, em Lisboa, foi ainda mostrado o primeiro espumante da marca, que surpreendeu muito boa gente pela sua qualidade.
António Nora diz que tem obtido uma excelente resposta dos clientes que já provaram as novidades. Nós só podemos concordar. Os vinhos estão muito bem feitos e vão certamente ter sucesso.
Em prova:[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
Edição Nº13, Maio 2018
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